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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Doação de Órgãos: Você sabe o que é preciso para ajudar a salvar vidas?



 O índice de doações de órgãos vem aumentando progressivamente nos últimos anos no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), houve um crescimento de 24% entre 2012 e 2016. Ainda assim, esse número está abaixo do índice observado em países que se destacam na doação. No entanto, a expectativa e trabalho da entidade são para que haja um crescimento continuado, em torno de 10% ao ano, nos próximos anos. No entanto, existe muita desinformação e falta de conscientização sobre o processo decisório. A situação mais comum é quando os interessados deixam de comunicar aos seus familiares a decisão de serem doadores e assim, deixam de ajudar a salvar mais vidas. Familiares e amigos precisam saber desse desejo para passá-lo à frente e para que as doações aconteçam.

De acordo com nefrologista e presidente da ABTO, Dr. Roberto Ceratti Manfro, muitas vezes, a negativa ocorre porque os familiares não sabem do interesse dos seus pais, filhos e cônjuges, por exemplo, em relação à doação de órgãos. Segundo a mesma entidade, no Brasil, em 2016 a recusa familiar à doação de órgãos foi de 43%, considerados potenciais doadores. “Não há documentos ou protocolos para registrar o desejo de doação em vida. A pessoa que tiver interesse em doar deve simplesmente avisar sua família e amigos de sua decisão”, destaca Manfro. Esse deve ser o principal ponto de atenção para aqueles que querem dar uma nova chance a uma nova vida.

No Brasil, o único tipo de óbito que permite a doação de órgãos é a morte encefálica, a qual após confirmada, a família é consultada de forma respeitosa e empática para saber se a decisão foi manifestada pela pessoa que faleceu. Caso isso não tenha acontecido, a família é consultada sobre a possibilidade da doação e assim pode decidir. Só no último ano, foram realizados 22.489 transplantes no Brasil, considerando os seguintes órgãos e tecidos: rim, fígado, pâncreas, coração, pulmão e córnea. E esse número pode aumentar a partir do momento que mais pessoas compreenderem esse processo simples – mas, muitas vezes, desconhecido por aqueles que querem ser doadores.

“Informação é a base para qualquer tomada de decisão. Queremos, cada vez mais, trazer relevância para esse tema, destacando que um doador pode salvar ou melhorar as vidas de até 10 outras pessoas”, pontua o nefrologista.  Ele reforça que a doação é um ato de solidariedade, talvez o único que alguém pode fazer após a morte. Atualmente, no Brasil, existem, aproximadamente, 35 mil pessoas aguardando por um transplante.
  
Pensando nisso, a ABTO reforça o portal Outra Vida Nova Chance com o objetivo de esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, derrubar mitos e incentivar essa ação que pode ajudar a salvar milhares de vidas. Confira mais informações sobre se tornar ou apoiar a causa no site oficial da ABTO e no portal Outra Vida Nova Chance






 Sobre a ABTO 

A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos é uma sociedade médica, civil e sem fim lucrativo, que tem por finalidade estimular o desenvolvimento de todas as atividades relacionadas com os transplantes de órgãos no Brasil. A instituição contribui também para o estabelecimento de normas técnicas, criação e aperfeiçoamento de legislação relacionada a este tema, além de estimular a doação de órgãos e tecidos, apoiar a criação de centros de transplantes e executar ações para a identificação e acesso de pacientes que necessitam de transplantes. A ABTO realiza congressos, simpósios, conferências, campanhas e outras atividades difundindo junto ao público em geral o significado humanitário, científico e moral da doação de órgãos e tecidos para transplante.



Libbs Farmacêutica






Psicoterapia reequilibra atividades cerebrais saudáveis de pacientes que sofreram traumas psicológicos



 Falar sobre o trauma pode alterar funções no córtex pré-frontal e ajudam a superar a dor


A maioria de nós passou ou passará por situações estressoras que podem configurar traumas psicológicos. E, ao contrário do que o senso comum acredita, psicólogos e psiquiatras começam a reconhecer o trauma como uma oportunidade para os indivíduos transformarem suas vidas para melhor. Muitas das vítimas dos traumas psicológicos vivem o resto da vida assombradas pela lembrança do evento motivador do trauma. Porém, estudos em neurociências revelam que existe o outro lado da moeda. 

O psicólogo clínico e neurocientista Julio Peres comprovou as mudanças palpáveis de perspectivas e qualidade de vida e de atividades cerebrais nos seus estudos com neuroimagem em pacientes traumatizados que fizeram psicoterapia. Em um dos estudos, Dr. Peres investigou 16 pacientes com estresse pós-traumático parcial (que não apresentam todos os critérios de diagnóstico). Eles passaram por quatro meses de psicoterapia. Os indivíduos narraram o momento traumático várias vezes de maneira tecnicamente orientada. Depois, foram convidados a relembrar situações difíceis que foram superadas anteriormente, assim como as respectivas sensações e emoções positivas. Exames de neuroimagem ao final do tratamento que envolve estratégias de superação revelaram que o funcionamento cerebral é modificado significativamente, em comparação com os primeiros exames feitos antes da psicoterapia.

“Experiências traumáticas podem criar oportunidades de crescimento pessoal através da introdução de novos valores e perspectivas para a vida, que podem ser apreendidas na psicoterapia”, afirma o psicólogo e neurocientista. 

"Quem passou pela psicoterapia apresentou maior atividade no córtex pré-frontal, que está envolvido com a classificação e a 'rotulagem' da experiência”. 

A melhora da qualidade de vida após a psicoterapia se relaciona geralmente com cinco fatores: desenvolvimento de novos interesses e objetivos; apreciação e valorização da vida; melhor relação familiar e interpessoal; resgate da religiosidade e espiritualidade no dia-a-dia; e descoberta de força e recursos pessoais para superação de adversidade. "Por outro lado, a atividade da amígdala, que está relacionada à expressão do medo, foi menos intensa, que se refere a maneira nova de olhar a dor, como aliada ao aprendizado e crescimento”, finaliza.





Mês Mundial da Doença de Alzheimer: menos de 50% dos portadores são diagnosticados.



Setembro é Mês Mundial da Doença de Alzheimer. Durante os próximos 30 dias serão promovidas ações em todo o mundo, especialmente no dia 21, o Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença de Alzheimer, com o objetivo de destacar a importância da detecção precoce dessa patologia. 

O tema da Campanha Mundial de Conscientização sobre o Alzheimer neste ano é “Lembre-se de mim” (Remember Me, na versão original). O tema foi escolhido porque menos de 50% dos portadores de Alzheimer recebem esse diagnóstico e têm acesso aos tratamentos disponíveis.

De acordo com neurologista Roger Taussig Soares, o Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro, decorrente do acúmulo de proteínas como o amiloide beta e a proteína tau, que formam aglomerados proteicos tóxicos para as células cerebrais, ocasionando sua morte. “Os sintomas são decorrentes da dificuldade de comunicação nas redes cerebrais e da morte neuronal”, explica.

Quanto mais idosa a população, maior o número de pessoas com Alzheimer. 
Isso significa que há cada vez mais doentes no Brasil, por conta do aumento da expectativa de vida. “Atualmente estima-se que existem cerca de 1,3 milhão de indivíduos acometidos em nosso País. No mundo, considera-se de mais de 40 milhões de pessoas têm a patologia”, adverte o neurologista.

Soares instrui que o diagnóstico antecipado pode auxiliar no tratamento da doença, na orientação dos cuidadores e no planejamento para o futuro. “Pessoas diagnosticadas na fase inicial da doença são capazes de tomar decisões de vida, inclusive para realizar sonhos que ficaram no passado”, preconiza. 

Além disso, o diagnóstico entre os vários tipos de demência é mais fácil no início da doença, permitindo diferenciar o Alzheimer de outras formas de demência, inclusive de algumas que são potencialmente reversíveis, como a deficiência de vitamina B12 ou a hidrocefalia de pressão normal.

Há vários estudos científicos em andamento com medicamentos que poderão atuar no desenvolvimento da doença. O neurologista conta que a comunidade médica aguarda para outubro desse ano o resultado dos testes com uma droga denominada Inteperdine, que age sobre os receptores de serotonina, uma forma inovadora de atacar a doença de Alzheimer.

“Esperamos que as novas pesquisas resultem em tratamento eficazes que retardem o aparecimento e a evolução da doença; mas nosso maior objetivo e esperança é encontrar meios efetivos para prevenção”, conclui.




Roger Taussig Soares - formado em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina, com Residência Médica e Pós-Graduação em Neurologia Clínica pela Universidade de São Paulo. É membro da Academia Brasileira de Neurologia e da American Academy of Neurology. É médico neurologista nos Hospitais Albert Einstein, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa, além de atuar em consultório próprio em São Paulo. 




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