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quinta-feira, 22 de abril de 2021

Abril verde: em nome da saúde e da segurança do trabalhador

As campanhas de prevenção que associam um mês a uma cor específica surtem efeitos cada vez mais. Assim acontece com o Outubro Rosa e o Novembro Azul, duas iniciativas voltadas aos cuidados contra o câncer. Em 2005,  foi promulgada a Lei 11.121, criando o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho e, consequentemente, o Abril Verde.

Em abril, todas as pessoas que prendem um laço verde ao seu uniforme de trabalho simbolizam um episódio que precisa ser lembrado. No dia 28 de abril de 1969, a explosão em uma mina no estado norte-americano da Virginia matou 78 trabalhadores. Em 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu a data como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, em memória das vítimas.

Como campanha, o Abril Verde une a preocupação com a saúde do trabalhador e a segurança em todas as suas atividades laborais. De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho, foram notificados mais de 4.5 milhões de acidentes no Brasil entre 2012 e 2018; 5,4 mil no município de Campinas - SP. Nesta plataforma digital desenvolvida em conjunto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e OIT Brasil, é possível estimar a quantidade de acidentes nas 5.507 cidades brasileiras e projetá-la para os dias atuais para constatar que os números são bastante expressivos e despertam a preocupação dos gestores responsáveis pela segurança dos colaboradores.

Também com base no Observatório, nos setores econômicos com mais comunicações de acidente, a construção civil aparece em quarto lugar. A chamada Norma Regulamentadora nº 4, ou simplesmente NR 4, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), estabelece os critérios para a organização dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança em Medicina do Trabalho (SESMT). A construção civil está enquadrada entre o grau de risco 3 e 4, dependendo do tipo de obra.

É importante dizer que, além de ser uma obrigatoriedade legal, a existência dos SESMT e as ações instituídas por cada empresa que atua na construção civil são contribuições inestimáveis para a integridade física, a saúde e o bem-estar dos colaboradores.

Podemos enumerar aqui os tipos de acidentes mais comuns nas obras: batidas contra objetos, quedas de nível, projeção de materiais, aprisionamento ou prensagem, soterramento e choque elétrico. Em geral, são ocasionados por ato inseguro, ou seja, falta de atenção e de utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI), estado emocional abalado e excesso de confiança. A condição insegura, pela falta de Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) e não entrega de EPI aos colaboradores, é outra causa de ocorrências. A falta de orientação e treinamento, assim como as pressões externas, também influenciam nesses resultados.

Além do uso obrigatório dos EPIs, a segurança em uma obra pode (e deve) ser reforçada com a implementação de sistemas de proteção coletiva, acompanhada por técnicos e profissionais especializados. Neste sentido, citamos os sistemas de linhas de vida, os pontos de ancoragem, a proteção periférica, como guarda-corpo, bandejas, telas fachadeiras e redes de segurança, as proteções de abertura, as plataformas externas de trabalho para evitar exposição a quedas, entre outros recursos.

Da mesma forma que os equipamentos, os projetos de incentivo às boas práticas de segurança são essenciais. Por isso, a importância de se investir em programas de acidente zero, atentar para as regras de ouro da segurança e realizar treinamentos e capacitação de maneira continuada.

Quando damos a real importância à vida do colaborador, ele tem a garantia de que voltará íntegro para sua família no final do dia. Também se tornará um importante agente de disseminação da cultura de saúde e segurança em seu trabalho. Para o bem-estar de todos.

 


Márcio Rogério Paschoalinotto - gerente de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho da A.Yoshii


terça-feira, 28 de julho de 2020

PERIGOS NO PUXADINHO: ELEKTRO ALERTA SOBRE OS RISCOS DE ACIDENTES EM CONSTRUÇÃO IRREGULAR ENVOLVENDO REDE ELÉTRICA

Em todo o país, uma das principais causas de acidentes com a rede elétrica acontecem em obras que não respeitam a distância segura da fiação

 

 

A construção ou a reforma de uma casa pode significar o sonho da vida de muitas pessoas. Com o crescimento desordenado dos centros urbanos, não é raro encontrar obras repletas de irregularidades, representando um grande risco para a população. Para comprovar que elas são mais comuns do que se imagina, a Elektro selecionou alguns exemplos que demonstram altos riscos de acidentes elétricos graves. O popular puxadinho na laje se torna ainda mais perigoso quando não há uma distância segura da rede elétrica. Em todo o país, essa é uma das principais causas de acidentes envolvendo a rede elétrica e motivo de preocupação para as distribuidoras de energia.

O gerente de Saúde e Segurança da Elektro, Guilherme Mafra, reforça: “Os casos mostram situações reais que, infelizmente, ainda são muito comuns por conta do crescimento desordenado das cidades. Os registros foram feitos pelos nossos colaboradores em campo, responsáveis pelas inspeções e serviços de manutenção da rede de distribuição. Eles lidam, todos os dias, com situações de intervenções indevidas na rede de energia elétrica, a maioria construções irregulares São casos mais frequentes do que se pensa, por isso, há um trabalho constante em alertar a população sobre os riscos de acidentes que essas atitudes causam, levamos informação e aumentamos o nível de conscientização para prevenção”.


Fio perto demais!



Os moradores dessa casa não estão nada seguros com a rede de energia tão perto! O perigo é visível e é dos grandes!


Quais os riscos?


Risco altíssimo de choque elétrico, certo? Mas o problema não se resume somente a isso. Com acesso tão fácil e próximo aos fios energizados, acidentes podem ocorrer, inclusive levando a vítimas fatais.


O especialista de Saúde e Segurança da Elektro, Alcir Gonçalves, explica: “Para se levar um choque com a rede elétrica acima, não necessariamente o cabo precisa ser tocado, basta apenas se aproximar dele. A descarga elétrica nesta situação ocorreria por indução elétrica e também provoca danos desastrosos ao corpo humano, inclusive fatalidade”.


O que a Elektro recomenda?



Qualquer construção ou reforma civil deve ter, no mínimo, 2,5 metros de distância dos fios do poste. Essa é a orientação básica e segura para seguir antes de iniciar qualquer obra. Estas distâncias devem ser observadas, principalmente, por profissionais como pedreiros e pintores. Eles não podem se aproximar da rede, de forma alguma, pelo alto risco de acidente de origem elétrica.


Olha o andaime!


Quem não gosta de fazer uma reforma em casa, não é mesmo?

Mas atenção: toda construção e reforma precisam ser realizados por um profissional qualificado!


Quais os riscos?


Ao olhar para essa imagem, já dá para imaginar o problema: o grande risco de acidente causado pela montagem de andaime perto da rede elétrica. Você sabia que o metal é um excelente condutor de energia? Por isso, atenção redobrada na hora de pintar e reformar: barras de ferro, sarrafos, réguas de reboco, vergalhões e outros tipos de materiais metálicos podem transmitir a corrente elétrica da rede para o corpo. Mais uma dica valiosa: alguns fios da rede elétrica podem dar a falsa sensação de serem isolados. Então, para evitar acidentes, nunca se aproxime ou toque nenhum desses condutores. Qualquer contato com a rede elétrica pode representar um alto risco de choque elétrico, podendo ser fatal.


O que a Elektro recomenda?


A principal atitude que a pessoa deve seguir ao construir ou reformar algum imóvel é se direcionar até a prefeitura da cidade e buscar um profissional habilitado para regularizar a situação junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) do estado. Eles irão confirmar se tudo está em conformidade e se a obra poderá ser realizada com segurança.


Tinha um poste no meio do caminho !


O que parece um poste instalado dentro da obra, na verdade, é uma casa sendo construída ao redor do poste. O que acontece nessa situação é o fato de o poste estar no que é chamado de faixa de servidão. Esse nome se refere ao trecho público no qual a distribuidora tem o direito de instalar os postes e redes elétricas. Quem constrói nessa faixa de servidão está descumprindo uma lei.


Quais os riscos?


O gerente de Saúde e Segurança, Guilherme Mafra, explica: ‘É essencial que o morador tenha conhecimento dos riscos envolvidos ao construir dentro da faixa de servidão da rede elétrica. A possibilidade de choque elétrico é muito alta, pois durante a execução da obra pode ocorrer um contato acidental ou, até mesmo, levar um choque pela proximidade da rede. Atitudes como essas podem provocar acidentes de origem elétrica, inclusive fatal. É nosso dever informar a população sobre os riscos que a eletricidade proporciona.”.


O que a Elektro recomenda?


Caso algum de nossos colaboradores de campo observe uma situação como essa, é dada a orientação de paralisação da obra, justamente para evitar que aconteça um acidente. Já pensou se você toca sem querer no fio enquanto está erguendo as paredes? E esse é apenas um dos muitos riscos existentes.

 “O nosso papel é o de orientar o proprietário para que ele siga as normas previstas de segurança, pois essa é a nossa principal preocupação. Por isso atuamos de modo preventivo, ao mesmo tempo que identificamos situações de proximidades com a rede elétrica e que representam risco à população”, diz Mafra.


Tudo junto e misturado!


Poste, a obra e a calçada, tudo junto em um lugar só e ainda com uma lâmpada de iluminação pública!


Quais os riscos?


Uma construção jamais deve ser erguida perto da rede elétrica. A atenção precisa ser maior principalmente para o pintor e o pedreiro, pois eles irão correr um alto risco ao realizarem os acabamentos nessa fachada.


O que a Elektro recomenda?


A primeira coisa é interromper a obra até que o poste seja modificado de local. Atualmente, todo poste é instalado no limite da calçada. Isso ajuda quem precisa andar pela calçada e mantém a distância segura da edificação.


Só que esse caso é um pouquinho mais complicado, como explica o gerente de Saúde e Segurança. “Mesmo com a remoção do poste para o limite da calçada, a marquise do prédio ainda estaria muito próxima à rede. Então, em certas ocasiões, avalia-se a remoção da rede para uma outra localidade para que seja garantida a segurança das pessoas”. É preciso muita atenção e cuidado quando o assunto é energia elétrica e construção, o risco de se aproximar das redes de distribuição podem causar acidentes, inclusive com fatalidades.

 



Elektro


quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Mercado de trabalho enfrenta desafios com o envelhecimento da população


A população brasileira deve começar a reduzir a partir de 2047. Os dados, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o Brasil, que hoje tem população total de 208,5 milhões, alcançará 233,2 milhões em 2047 e, a partir daí, reduzirá a 228,3 milhões. Ainda segundo o IBGE, a partir de 2039, haverá mais idosos que crianças no país. Neste ano, um a cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos.


O envelhecimento da população traz consequências como o aumento com gastos de saúde e aposentadorias e impactos no mercado de trabalho, que enfrenta uma espécie de conflito. Isso porque as pessoas, mesmo envelhecendo, desejam ou necessitam continuar trabalhando, e as empresas, por sua vez, não estão preparadas para manter esses trabalhadores.

“Hoje, nesse contexto laboral, muitas vezes nós já temos três gerações trabalhando de forma conjunta, às vezes quatro. Nós temos esse impacto de conflitos dentro das nossas casas ou o não entendimento de diferentes gerações. Imagine isso no contexto industrial... acaba tendo impacto voltado à produtividade”, explica a coordenadora do Centro de Inovação SESI em Longevidade e Produtividade, Noelly Mercer.

Outra previsão do IBGE é de que, em 2040, a maior parte das equipes de trabalho será de pessoas com mais de 45 anos. O Centro de Inovação SESI em Longevidade e Produtividade cria soluções para evitar a geração de custos com saúde e perdas de produtividade. Segundo a coordenadora do centro, o objetivo é fazer com que “as pessoas construam hábitos saudáveis para que elas cheguem aos 70 anos com capacidade produtiva e qualidade de vida, podendo continuar contribuindo no ambiente de trabalho”.

Uma das ferramentas utilizadas para alertar as empresas sobre a importância de investir em um ambiente saudável, capaz de conciliar a longevidade nas indústrias é o portal longevidade.ind.br. O site reúne indicadores de todos os estados e municípios brasileiros, notícias e eventos sobre envelhecimento.




Além do centro especializado em longevidade e produtividade, localizado no Paraná, o SESI conta com mais sete centros de inovação, com diferentes temáticas, para atender à demanda da indústria nacional na área de saúde e segurança do trabalhador. São elas: prevenção da incapacidade, na Bahia; economia para saúde e segurança, no Ceará; ergonomia, em Minas Gerais; sistemas de gestão de SST, em Mato Grosso do Sul; higiene ocupacional, no Rio de Janeiro; tecnologias para a saúde, em Santa Catarina e fatores psicossociais, no Rio Grande do Sul.

Para receber o apoio de um dos centros de inovação, as empresas podem entrar em contato pela plataforma www.inovacaosesi.org.br. Nela estão todas as soluções já desenvolvidas pelos Centros.

 
Segurança e saúde no trabalho

Enquanto o investimento em longevidade nas empresas ainda é pequeno, os recursos investidos em gestão de saúde aumentaram. Prova disso é a queda no número de acidentes no Brasil, durante os últimos anos. De 2008 a 2017, a taxa de incidência no país passou de 22,98 para 13,74 acidentes a cada mil vínculos empregatícios, de acordo com a Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda (SPrev).


Uma pesquisa realizada pelo Serviço Social da Indústria (SESI) mostra que 71,6% das indústrias estão dando prioridade à gestão de segurança e saúde dos trabalhadores e que 76,4% dos entrevistados acreditam que o nível de atenção da indústria brasileira com o tema deve aumentar nos próximos anos.
O especialista em ergonomia e saúde e segurança ocupacional, Fernando Amaral, ressalta que um dos motivos para a redução dos acidentes de trabalho é o comportamento das empresas, que têm investido, cada vez mais, na segurança e saúde do trabalhador. “A conscientização, hoje, é maior por parte das empresas. Elas têm uma preocupação já inerente, na maioria dos setores produtivos, de pensar mais no trabalhador, dentro do contexto de trabalhar com saúde e segurança”, destaca.


SESI Viva+

Para facilitar o acesso a informações e auxiliar os gestores na tomada de decisões sobre investimentos em segurança e saúde dos trabalhadores das indústrias e prevenção de risco de acidentes, o SESI lançou, em junho de 2018, uma plataforma multifuncional para auxiliar a indústria. O SESI Viva+ pode ser acessado pela internet e também como aplicativo para celular, nas versões para o empregado e para o empregador.


A plataforma reúne um conjunto de ferramentas para interação entre empresa e empregados, onde há trocas de experiências, dicas e notificações importantes, como de campanhas de saúde que mobilizam toda a empresa. As indústrias também podem usar o canal para armazenar e compartilhar com trabalhadores conteúdos técnicos de segurança e saúde no trabalho, como políticas da empresa, procedimentos, informes diários de segurança, vídeos de capacitação e sensibilização e informações sobre campanhas.








Aline Dias


Fonte: Agência do Rádio Mais 


quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Como começar o planejamento de uma cozinha delivery?

Cozinha delivery: projetos de arquitetura promovem mudanças
e melhoria de processos 
Divulgação Go UP Arquitetura

Antes visto como um serviço adicional do restaurante, o delivery se transformou em um negócio. Adaptar a cozinha para a demanda do novo normal é o desafio dos empresários e a arquitetura profissional é essencial para planejar e renovar o espaço


Que o ano de 2020 será marcado pela mudança de comportamento do consumidor de alimentação, já é um fato. O delivery se tornou mais do que um sistema de entrega: se tornou um negócio. E um negócio que foi reconhecido em plena crise e mudou a rotina dos restaurantes, do maior ou menor. E como o delivery veio para ficar, adequar o espaço físico se tornou uma necessidade. Se, em um primeiro momento, os bares e restaurantes fizeram as suas estruturas de maneira mais simples e às pressas, com o fortalecimento do “novo normal” é hora de pensar em formatar o sistema delivery de maneira ainda mais eficiente.

 Segundo Juliana Silva, arquiteta e gestora comercial da Go Up Arquitetura, ocorreu um aumento significativo na busca por projetos de adequação do restaurante para atender delivery de forma mais eficiente, em quase 25% de procura. “Os locais se adaptaram de maneira rápida ao delivery por uma necessidade imediata, e agora com a reabertura, já buscam alternativas que transformem o delivery em um negócio que utilize de maneiras diferentes o espaço que já tem ou que tragam outros locais para realizarem a operação”, revela.

O processo de planejamento de uma cozinha delivery possui algumas particularidades. Depois de definida a categoria gastronomia do delivery, o ponto de partida é o local de implantação que, diferente de um restaurante tradicional, que precisa de um ponto de venda com boa localização comercial, ele pode ser implementado em locais com alta demanda pelo tipo de refeição e com fácil acesso a rede viária da cidade. “Faz mais sentido escolher o local pela demanda daquela comida que será produzida. Os aplicativos de entrega de comida possuem esses tipos de dados disponíveis para empreendedores e investidores. Com eles é possível implantar uma cozinha no centro daquela demanda”, ressalta Amanda Mori, arquiteta e gestora de projetos da Go Up Arquitetura.

Na avaliação, antes mesmo de fechar a locação, é preciso verificar se o local conseguirá abrigar uma cozinha industrial, por isso, a presença de um arquiteto é importante já neste momento. “Deve se levar em conta principalmente a existência de gás na rua e a carga elétrica já aprovada para o imóvel. Caso o local não seja adequado às vezes é necessário realizar obras na infraestrutura elétrica da rua, o que pode gerar muitos gastos extras. Lidamos com esse tipo de problema com muita frequência. O empreendedor aluga o espaço e não se atenta a esses detalhes”, explica Mori.

O que é essencial na cozinha delivery?

Essencialmente na cozinha de delivery leva-se conta o fluxo operacional e a alta demanda, por isso é importante ter circulações bem definidas e entradas e saídas independentes para os diferentes usos. “Como exemplo, o recebimento de mercadorias se dá por um local, que não é o mesmo da retirada das encomendas, que por sua vez não será o mesmo dos descartes. Isso elimina o risco de contaminação cruzada e otimiza a operação no dia a dia”, explica Amanda Mori.

Também é importante considerar que as cozinhas delivery tem demanda muito maior que um restaurante normal, o que faz a planta ser muito parecida com a de uma fábrica com processo produtivo por etapas. “A cozinha delivery tem processos de indústria muitas vezes. Levamos sempre conta todos os aspectos técnicos necessários a um bom funcionamento da cozinha, como acabamentos de alta resistência para limpeza constante, segurança ergonômica para evitar acidentes de trabalho e uma boa iluminação de acordo com as normas vigentes”.

Outra recomendação é a área de embalagens dos alimentos. “Geralmente não há uma área de montagem ou finalização no delivery, que nesse caso é substituída por uma área de embalagens, não temos preocupação com ambientação e sala de jantar”, explica a arquiteta.

Além disso, investir em uma área de descompressão de funcionários ajuda a manter o ambiente sadio. “Um espaço em que o colaborador possa se desligar alguns minutos da pressão da cozinha é importante. Mesmo em um espaço pequeno, um ambiente com luzes mais relaxantes, redes ou poltronas fazem a diferença na rotina do negócio”.

Não há preocupação com estacionamento, porém os acessos devem ser otimizados para o recebimento e higienização das mercadorias.

Aposte na fachada

A cozinha é delivery, mas não é por isso que a fachada não deve ser valorizada. A estética do espaço é o que encanta o cliente e gera a curiosidade de quem passa pelo local.  Ela remete organização, profissionalismo e assepsia. “É importante lembrar que os clientes modernos pesquisam na internet os locais onde está pedindo sua refeição, por isso, a fachada é um item que remete ao propósito do negócio. Faz total diferença”, reforça Amanda Mori.

Cozinha delivery otimizada em cinco dicas  

  • Aposte na configuração espacial que permita o uso dos espaços dentro das normas técnicas e exigências legais;
  • Lembre-se da ergonomia e conforto visual. O fluxo de trabalho é totalmente diferente de um restaurante tradicional;
  • Entradas e saídas específicas: determinar onde começa a operação e o espaço de retirada da encomenda é essencial para proporcionar agilidade;
  • Circulação: o ambiente precisa permitir o fluxo constante de pessoas com segurança, sem gerar acidentes de trabalho.

 



Go Up

www.gouparquitetura.com. Cases em: @gouparquitetura

 

sexta-feira, 4 de março de 2022

Brasil registra mais de 1.500 acidentes com energia elétrica por ano

Acidentes com energia elétrica são bastante recorrentes (Foto: Pixabay)
Por mês, são cerca de 130 ocorrências, o que reforça a preocupação com detalhes considerados banais, como, por exemplo, tomadas, fios soltos, extensões, entre outros.


Em 1986, no Rio de Janeiro, o Edifício Andorinha, que abrigava a sede da General Eletric, pegou fogo por causa da sobrecarga de aparelhos elétricos. No ano 2000, um problema na instalação do aquecedor foi a origem de um incêndio na creche Casinha da Emília, em Uruguaiana/RS. E em fevereiro de 2019, no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, um curto-circuito em um ar-condicionado foi o responsável pela morte de dez adolescentes, em um trágico episódio que completou três anos no mês de fevereiro.

Ocorrências como essas, infelizmente, ainda são bem recorrentes – mais até do que se imagina. Prova disso é o mais recente estudo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), divulgado durante a 1ª Conferência sobre a Realidade da Infraestrutura das Instalações Elétricas. Ele aponta que, durante todo o ano de 2021, foram registrados 1.579 acidentes com energia elétrica. Somente os choques foram responsáveis por 674 óbitos, seguidos pela perda de 46 vidas em incêndios por sobrecarga de energia (curto-circuito) e 40 mortes por descargas atmosféricas (raios).

Ao todo, foram 898 acidentes com choque elétrico, uma média de 75 por mês, ou seja: quase três indivíduos acabam ficando feridos todos os dias, muitos deles em situações corriqueiras, com baixa tensão. Deste universo, apenas 224 pessoas tiveram ferimentos, o que traz a alarmante estatística. “A maioria [das pessoas] não tem nenhuma chance de sair com vida de um perigo que poucos dão importância nas residências, nas empresas e nas ruas, desdenhando dos perigos de instalações e equipamentos elétricos, e muitos sofrem as consequências dessa negligência”, comenta Fábio Amaral, engenheiro eletricista e diretor da Engerey, empresa curitibana especializada na montagem de painéis elétricos que atende todo o Brasil.

Amaral explica que, atualmente, para interromper o perigo de choques elétricos, existem equipamentos como o Diferencial Residual, também conhecido como DR, capaz de evitar fugas de energia em um circuito elétrico, que pode acontecer quando de choques elétricos, fios desencapados, condutores mal isolados ou em contato com carcaças. “Reconhecendo qualquer pane na rede elétrica, o dispositivo desliga o circuito, de forma instantânea, evitando, assim, a gravidade do choque elétrico”, garante o especialista.


Engenheiro Eletricista e Diretor da Engerey, Fábio Amaral, mostra DR em quadro elétrico: dispositivo reconhece fuga de energia e desliga o circuito, de forma instantânea, evitando, assim, a gravidade do choque elétrico.

Para ele, diante dos altos índices de acidentes envolvendo energia elétrica sinalizados na pesquisa da Abracopel, as medidas de prevenção jamais podem ser consideradas como um exagero. “Pelo contrário. É como diz o ditado: ‘a cautela é o melhor remédio’. Outro detalhe importante, neste sentido, se faz dentro das empresas, onde ainda vemos que muitos gestores arriscam a própria vida e a de seus funcionários investindo em equipamentos mais baratos que não têm dispositivos de segurança”.


Regiões com mais acidentes

De acordo com o Anuário da Abracopel, a região Nordeste foi a campeã do número de acidentes, com 242 ocorrências, seguida pela região Sudeste (129); Sul (110); Norte (97) e Centro-Oeste (96). “Só que, em número de habitantes, a região Sudeste contempla um número maior de pessoas. Para termos uma ideia, juntos, os quatro estados – São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro – assinalaram 176 incêndios provenientes de acidente com energia elétrica e seis mortes, sendo que a região Sul contemplou 197 incêndios, com 16 óbitos. São números muito expressivos. Para tentar reverter o mais breve possível esse quadro, lançaremos um estudo aprofundado que contempla a população x área territorial”, garante Edson Marinho, diretor-executivo e engenheiro da Abracopel.

Durante o evento, ele ressaltou, ainda, que os acidentes domésticos envolvendo eletricidade acometem mais as crianças, mas os idosos também são vítimas, por conta da dificuldade de locomoção. “Portanto, a situação das instalações elétricas das casas deve ser ponto-chave na vida das pessoas, mesmo porque a maioria das casas construídas há mais de 20 anos não possui capacidade para ‘aguentar’ a quantidade de equipamentos que temos”, observa Amaral.

Na Conferência, foi apresentada também a pesquisa “Percepção de Segurança com Eletricidade”, organizada por Edson Martinho, Walter Aguiar Martins Júnior e Danilo Ferreira de Souza, da Abracopel, no que diz respeito às oportunidades de melhorar a segurança do trabalho referente aos riscos elétricos. Todos os respondentes [1072] acreditam que há possibilidades sim de melhoria, contrariando a ideia de que os locais de trabalho são seguros em relação à eletricidade. “Além disso, ficou evidenciado que as pessoas compreendem que os treinamentos de segurança de trabalho são úteis aos trabalhadores e eficazes para reduzir ou manter os baixos índices de acidente”, explicou Walter Aguiar.

Neste sentido, o engenheiro eletricista e diretor da Engerey, Fábio Amaral, ressalta, além do DR, a importância do Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS), a ser instalado nos padrões de entrada de energia, evitando os “surtos elétricos”, que correspondem a um fenômeno que pode ocasionar a queima de dispositivos elétricos e eletrônicos e que ocorre devido a vários fatores, como raios ou uma partida de grandes motores, por exemplo, “e que desvia as correntes de surto para que não haja riscos de acidentes no imóvel”.

A Norma Brasileira (NBR) 5410 endossa que todas as instalações elétricas devem ter o DPS instalado. “Não se atentar a isso por negligência ou para economizar pode resultar em uma fatalidade”, finaliza Amaral.

 

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