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sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Paulo Goulart Filho encena o monólogo Francesco em temporada no Sesc Santo André

Paulo Goulart no espetáculo Francesco.
 Foto: Rodrigo Veneziano 


Com texto de Dario Fo e direção de Neyde Veneziano, ator interpreta São Francisco de Assis e outros 20 personagens na peça, entre eles, um lobo.  

A característica do espetáculo é dada pela música, cenário e figurino, que ajudam a contar as histórias de forma intrigante e performática. 

Sextas e sábados, de 21 de janeiro a 12 de fevereiro.


Francesco  

A peça estreou em 2019, com temporadas no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo e Belo Horizonte e agora, num período de retomada das atividades culturais, retorna aos palcos nos meses de janeiro e fevereiro no Sesc Santo André. “Ao propormos a volta de Francesco aos palcos brasileiros, em um momento tão triste e difícil, lembramos que Francesco viveu entre os séculos XII e XIII, quando a lepra invadiu a Europa no rastro das Cruzadas, enquanto a Peste Negra se aproximava e dizimaria o continente no século seguinte. Desafiando epidemias, cuidando de leprosos, dando lições sobre como cuidar da vida e da natureza, Francesco deixou sua mensagem de amor genuíno a todos os que tiveram acesso às suas palavras e sua história”, comenta a diretora Neyde Veneziano.   

O italiano Dario Fo publicou Francesco com o nome original de Lu Santo Jullàre Françesco, no ano 2000, mostrando a verdadeira história de São Francisco de Assis, que teve sua vida marcada pela solidariedade com os marginalizados e discriminados. A diretora Neyde Veneziano é autora do único livro sobre Dario Fo publicado no Brasil. Ela fez doutorado na Itália e chegou a conviver com o autor durante seus estudos sobre ele. Quando Fo morreu, em 2016, Veneziano já havia traduzido o texto e estava com os direitos de montagem da peça.   

O bailarino, ator e cantor Paulo Goulart Filho reúne as habilidades e características desejadas para o papel. Em cena, além do próprio Francisco, interpreta todos os outros personagens que contracenam com ele. Além dos sete personagens principais – Francesco, Cardeal, Narrador, o Lobo, o Papa (o antagonista), o Colona e o Padre – Paulo interpreta o pai, a mãe, as pessoas da igreja e os amigos, num total de 25 tipos diferentes.   

O monólogo conta a vida de São Francisco de Assis, baseado nas histórias que o povo contava e não na biografia criada pela igreja. A diretora, Neyde Veneziano, comemora a volta aos palcos: “Hoje, somos nós os gratos sobreviventes de mais uma cruel e trágica crise sanitária.  Também por isso queremos voltar a contar esta história verdadeira. “Francesco, o espetáculo” celebra todas as formas de vida, celebra o planeta e, sobretudo, traz de volta o amor que salva a humanidade”.  


Ficha Técnica

Texto: Dario Fo. Tradução: Sérgio Casoy.

Direção e adaptação: Neyde Veneziano.

Elenco: Paulo Goulart Filho.

Assistente de direção: Tony Germano e Mariana Mantovani.

 Iluminação: André Lemes.

 Trilha sonora: Daniel Maia.

Cenário e figurinos: Fábio Namatame.

 Fotografia e Vídeo: Rodrigo Veneziano.

Produção executiva: Michelle Gabriel. 


Protocolos - Para adentrar as unidades do Sesc no estado de São Paulo é necessário apresentar comprovação das duas doses da vacina, ou dose única, contra a Covid-19 junto com um documento com foto. O público pode apresentar o comprovante de vacinação físico, recebido no ato da vacinação, ou o comprovante digital, disponibilizado pelas plataformas VaciVida e ConectSUS ou pelo aplicativo e-saúdeSP. Mais informações em: www.sescsp.org.br/voltagradual. O uso de máscaras cobrindo nariz e boca é obrigatório durante o tempo de permanência nos espaços. 

 

Teatros - Os teatros do Sesc operam, neste momento, com capacidade reduzida de público. Com distanciamento seguro entre fileiras e cadeiras e uso obrigatório de máscaras cobrindo nariz e boca durante todo tempo de permanência, a unidade segue rigorosamente os protocolos para contenção do coronavírus. Os shows, peças teatrais, espetáculos de dança e circo tem ingressos marcados, que podem ser adquiridos online, pelo Portal Sesc SP, ou presencialmente nas bilheterias das unidades que integram a Rede Sesc SP. 



TEATRO– SESC SANTO ANDRÉ   

Rua Tamarutaca, 302 – Vila Guiomar - Santo André   

Informações: (11) 4469-1200  

De 21 de janeiro a 12 de fevereiro, sextas às 21h e sábados às 20h  

Classificação etária: 14 anos.  

Venda de ingressos – Estreia

Online: a partir das 14h de 18/01, no Portal Sesc SP.     

Presencial:  a partir das 17h de 19/01, nas bilheterias da Rede Sesc SP.     

A entrada nas unidades para compra de ingressos segue os protocolos de segurança contra Covid-19.  

Importante: para as demais sessões da temporada, a venda de ingressos segue a mesma dinâmica e abre na terça e quarta-feira da semana de realização dos espetáculos. 


INTELIGÊNCIA EMOCIONAL AJUDA A MELHORAR OS RELACIONAMENTOS, NO TRABALHO, COM O PARCEIRO E COM OS FILHOS

A Inteligência emocional é algo que pode ser desenvolvida. Crianças que são estimuladas desde cedo, tendem a ser adultos menos agressivos, mais flexíveis e sociáveis.


Você já disse coisas que machucou, mesmo que não tivesse a intenção, e saiu magoado da conversa? Ou ao contrário, sem querer, você falou de uma forma que machucou as pessoas?

Se você respondeu que sim, tudo bem. Que bom! Isto faz de você um ser humano. Somos imperfeitos e gerenciar emoções, expectativas das pessoas e as nossas não é algo simples.

A boa notícia é de que o mais importante vem depois desta conversa. A psicóloga, Shana Eleve, CEO e Fundadora da Eleve Consulting - Empresa que desenvolve pessoas e times em comunicação, produtividade, liderança, inteligência emocional e team building - explica: “Isso pode separar quem tem, de fato, a famosa inteligência emocional, pois exige humildade, percepção, autoconhecimento para entender o que aconteceu naquele diálogo e como irá contornar para resolver o conflito e não perder o relacionamento, seja de trabalho, amoroso, amigos ou mesmo filhos." 

Inteligência emocional, segundo a psicologia, é a capacidade de identificar e lidar com as emoções e sentimentos pessoais e de outros indivíduos. É uma habilidade que permite que as pessoas gerenciem melhor seus sentimentos e a forma que agirão com base neles, e é algo que pode ser desenvolvido. “A inteligência emocional não só pode como deve ser desenvolvida. E é aplicada em tudo na vida.” Explica a psicóloga Shana Eleve - CEO e Fundadora da Eleve Consulting - “Quando nos desentendemos com alguém, o caminho mais natural e quase instantâneo é querer, em primeiro lugar, nos afastarmos rápido daquela pessoa. Só que nem sempre é a melhor estratégia, ou nem sempre podemos, pois pode ser um colega de trabalho, um irmão ou até a sua esposa. Por isso, não é sobre nunca ter conflitos ou sobre ser impecável em todas as conversas. É sobre reconhecer as suas emoções, as suas ações, ter traquejo para conversar e dar limites, quando necessário.” complementa Shana Eleve.
 

Em relação à educação, todo pai e mãe cuidadoso costuma colocar o filho em variadas atividades extracurriculares, de idiomas a aritmética mental, mas são raros os que dão atenção para o desenvolvimento do mundo emocional de seus filhos. A maioria acredita que estes processos se desenvolvem automaticamente na mente da criança sem nenhuma ajuda externa.

“Todos querem, na verdade, que seus filhos sejam capazes de enfrentar os problemas e que saiam bem na vida, ou seja, que tenham resiliência e inteligência emocional. E essa competência pode começar a ser desenvolvida em casa. Inclusive crianças que desenvolvem essa competência desde cedo, tendem a ser adultos menos agressivos, mais flexíveis, sociáveis e conseguem encontrar mais soluções para os desafios que a vida coloca.” ressalta a psicóloga, Shana. “Mas, como fazer na prática? Para educar um filho emocionalmente inteligente, é preciso reconhecer, sem ignorar ou repreender as emoções. Os pais precisam ajudar seus filhos a identificar suas próprias emoções e impor limites, quando necessário.” complementa Shana, que é especialista em desenvolver líderes e times para aumentar o resultado das empresas e das pessoas, mas ensina também a usar essas técnicas no dia a dia.

Shana explica que não existe fórmula única e receita de bolo, por isso observar, perceber o seu filho ou filha, é o primeiro passo, que inclusive é uma das premissas da inteligência emocional. Na sequência, tratando-se de educação, agir com empatia assertiva é o indicado.
 

A EMPATIA ASSERTIVA

Empatia é a capacidade intencional de se colocar no lugar de uma outra pessoa para entender como ela enxerga, pensa ou age a partir do ponto de vista dela, não do seu. Considerando a definição, já é possível perceber que nem sempre a nossa empatia funciona. Assim sendo, nem sempre conseguimos ser empáticos efetivamente pois não somos assertivos ao empatizar com alguém. "A empatia assertiva implica em dois movimentos: nos importar genuinamente com as pessoas e o segundo trata-se de dar limites, entrar em conflito, ou seja, ser humano e assertivo.” esclarece Shana.

Para a psicóloga Eleve - CEO e Fundadora da Eleve Consulting - o grande desafio é como os pais podem controlar as emoções nestas conversas, sendo exemplos, em meio ao dia a dia corrido e, sobretudo, quando estão estressados. “Uma equação difícil, mas com autoconhecimento, diálogo e humildade de que nem sempre sabemos tudo, é possível alcançar bons resultados.” finaliza Shana.

 

Shana Wajntraub - mais conhecida como Shana Eleve, é psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas pela Universidade Federal Fluminense, pós- graduada em neurociências pelo Mackenzie. Mestranda em comunicação e análise de comportamento pela Manchester Metropolitan University- UK (Paul Ekman). Tedx speaker, speaker coach e curadora dos palestrantes do TEDx Campo Grande, professora da HSM, palestrante da HSM expo em 2021. também palestrou no CBTD em 2020 e 2021 e já impactou mais de 230 mil pessoas em treinamentos na América Latina para Nestlé, Galderma, Sanofi, GPA, Hypera, Locaweb, Seara, AstraZeneca, Dasa, Boehringer, Met Life, Grupo Boticário, Vivo, Amil, Magazine Luiza, Camil.

 

Avaliação física auxilia no monitoramento dos resultados e metas em treinos da academia

Ingressar e se dedicar na academia são tarefas que nem todos conseguem levar adiante e um dos principais motivos para isso acontecer é a falta de motivação. Segundo especialistas, a melhor estratégia para gerar motivação na hora dos exercícios é a avaliação física feita de forma periódica e, principalmente, no começo do ano, quando se pode mensurar resultados do ano anterior e projetar as metas dos próximos doze meses.

“Começo de ano geralmente é o período em que as pessoas mais buscam a academia. Entrar em forma e cuidar do corpo são os campeões nas promessas de ano novo, mas, às vezes, falta motivação. Com a avaliação física, os profissionais podem conhecer melhor o aluno e traçar a melhor estratégia para obter resultados, porque a gente sabe que a maior fonte de motivação é o resultado”, explica o prof. mestre Júlio César Nunes, coordenador técnico da AYO Fitness Club.

A avaliação física consiste em uma série de testes realizados pelo profissional de educação física no aluno com o objetivo de avaliar as condições de saúde do indivíduo para perceber quais métodos e exercícios se encaixam mais no dia a dia de cada pessoa. “Depois da avaliação, conseguimos ver o que o aluno precisa e o que ele pode ou não pode fazer. A partir daí, personalizamos sua rotina de exercícios físicos”, comenta Júlio César.

Alguns métodos utilizados pelos profissionais para realizar as avaliações são questionários para investigar possíveis problemas de saúde e hábitos diários; monitoramento de atividade cardiorrespiratória; medição de Índice de Massa Corporal (IMC); gordura corporal; massa magra; massa adiposa; flexibilidade; força; níveis pressóricos, glicemia capilar, frequência cardíaca de repouso, além de avaliação postural.

“Antes de começar qualquer atividade, o ideal é fazer uma avaliação médica, e, após a física, manter uma periodicidade entre 2 e 3 meses. As avaliações físicas devem ser realizadas em locais adequados, por profissionais de educação física habilitados, com registro no CREF. Assim, o aluno terá certeza que o treinamento passado estará adequado a sua realidade, de uma forma eficiente e segura”, finaliza o coordenador técnico da AYO Fitness Club.

 

Estudo mostra que SARS-CoV-2 pode ficar no organismo por tempo superior ao recomendado para quarentena

Pesquisadores acompanharam 38 contaminados e constataram que, em média, levou cerca de um mês para o teste diagnóstico se tornar negativo. Em três voluntários, o vírus permaneceu detectável por mais de 70 dias (imagem: Pixabay)

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Um homem de 38 anos, que apresentou durante 20 dias sintomas leves de COVID-19, permaneceu por 232 dias com o novo coronavírus sendo detectado no organismo e sofrendo mutações. Se não tivesse recebido acompanhamento médico constante, mantido distanciamento social e usado máscara, poderia ter disseminado o patógeno por mais de sete meses.

O caso atípico de infecção pelo SARS-CoV-2 faz parte de um grupo de 38 pacientes acompanhados semanalmente, no início da pandemia, por pesquisadores da Plataforma Científica Pasteur-USP (PCPU). Os pacientes foram seguidos até que dois ou três testes consecutivos de RT-qPCR dessem negativo.

O estudo, apoiado pela FAPESP e publicado na revista Frontiers in Medicine, é um alerta sobre o risco de liberar pacientes com COVID-19 após sete, dez ou mesmo 14 dias do teste positivo, como previam os protocolos iniciais de combate à COVID-19. Além disso, reforça a necessidade da vacinação e de se manter o distanciamento social e o uso de máscaras.

“Dos 38 casos que acompanhamos, dois homens e uma mulher foram atípicos, permanecendo mais de 70 dias com o vírus detectável no organismo. Baseados nesse resultado, podemos dizer que cerca de 8% dos infectados pelo SARS-COV-2 podem apresentar capacidade de transmissão do vírus por mais de dois meses, sem necessariamente apresentar qualquer sintoma durante a fase final da infecção”, explica Marielton dos Passos Cunha, primeiro autor do estudo, realizado durante estágio de pós-doutorado na PCPU.

“Queríamos saber se 14 dias eram realmente suficientes para que o vírus deixasse de ser detectável. Verificamos que não. Em média, pode demorar um mês para que o teste dê negativo e, em alguns casos desse estudo, a positividade se estendeu de 71 a 232 dias”, conta Paola Minoprio, uma das coordenadoras da PCPU e líder do estudo.

Esta não é a primeira evidência de que mesmo em pacientes com sintomas leves o vírus pode permanecer ativo no organismo por mais tempo do que o esperado. No início de 2021, pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) analisaram 29 amostras de secreção nasofaríngea de pessoas que testaram positivo para COVID-19. O material foi coletado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no décimo dia após o início dos sintomas e, em laboratório, inoculado em culturas de células. Em 25% dos casos, o vírus presente nas amostras se mostrou capaz de infectar as células e de se replicar in vitro. Em teoria, portanto, pessoas que tivessem contato com gotículas de saliva expelidas por 25% desses pacientes no período em que o material foi coletado ainda poderiam ser contaminadas (leia mais em: agencia.fapesp.br/35216/).

O risco parece ser ainda maior no caso de indivíduos com algum tipo de comprometimento do sistema imune. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP descreveram, em junho do ano passado, um caso de infecção que durou ao menos 218 dias. O paciente, de aproximadamente 40 anos, havia passado por um tratamento agressivo contra o câncer antes de contrair a COVID-19 (leia mais em: agencia.fapesp.br/36173/). Em novembro de 2020, foi descrito no New England Journal of Medicine o caso de um portador de doença hematológica autoimune – também do sexo masculino e na faixa dos 40 anos – que albergou o vírus replicante em seu organismo durante 143 dias. E em artigo publicado na Cell, foi relatado o caso de uma mulher com leucemia em cujo organismo o SARS-CoV-2 continuou se replicando por ao menos 70 dias, embora ela não manifestasse mais sintomas de COVID-19.

Ainda assim, o Ministério da Saúde reduziu nesta semana o tempo de isolamento de dez para sete dias no caso de pessoas com sintomas leves a moderados. O período de quarentena pode ser reduzido para cinco dias caso o paciente esteja sem sintomas e faça um novo teste com resultado negativo. No fim de 2021, o Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, reduziu de dez para cinco dias o tempo recomendado de isolamento para assintomáticos, desde que prossigam com o uso de máscara e testem negativo para a doença

Mutações no hospedeiro

No estudo liderado por Minoprio, a diferença de tempo de atividade viral entre mulheres e homens não foi significativa, sendo de 22 dias em média para o primeiro grupo e 33 para o segundo. Dos três casos atípicos, uma mulher permaneceu 71 dias com o vírus detectável, e um homem, 81 dias. Esses pacientes não tinham nenhuma comorbidade e tiveram quadros leves da COVID-19.

O terceiro paciente atípico, do sexo masculino, permaneceu 232 dias com diagnóstico positivo para o vírus, de abril a novembro de 2020, até que três testes de RT-qPCR revelaram-se negativos. O homem é portador de HIV, vírus causador da Aids, desde 2018, mas mantém a carga viral indetectável com tratamento.

“A positividade para HIV não quer dizer que ele seja mais suscetível a outras infecções, uma vez que mantém tratamento desde o diagnóstico. Sua capacidade de responder a uma infecção por outro agente é comparável com a de qualquer pessoa, tanto que ele respondeu ao coronavírus desde o início da infecção. Não se trata de um indivíduo imunossuprimido [como pessoas em tratamentos de câncer, doenças autoimunes ou transplantados, por exemplo]”, informa Minoprio.

Segundo os pesquisadores, o fato de conviver com o HIV não explica ainda o tempo prolongado de infecção. Seria preciso avaliar muitos outros pacientes que tivessem simultaneamente HIV e SARS-CoV-2 e compará-los com um grupo controle apropriado para entender, por exemplo, se existe alguma característica genética ou imunológica do hospedeiro que estaria ligada à eliminação tardia do vírus.

Além dos testes semanais que detectaram a persistência da infecção, o paciente teve amostras do vírus sequenciadas regularmente. As análises permitiram verificar que não foi um caso de reinfecção. Além disso, mostraram que o vírus seguia não apenas se replicando como sofrendo mutações.

Durante a infecção, pôde-se mapear as estratégias do vírus para se livrar do sistema imune. Quando havia mais anticorpos neutralizantes, a carga viral diminuía. O vírus então conseguia driblar as defesas e elevava sua concentração e o ciclo então se repetia, forçando a produção de novos anticorpos e a diminuição dos vírus circulantes.

“É importante observar pacientes como esse porque podemos aprender mais sobre como o coronavírus sofre mutações, inclusive aquelas que podem dar origem a variantes de preocupação”, afirma Cunha.

O paciente do estudo foi infectado com a linhagem B.1.1.28, que entrou no Brasil no começo de 2020. Os pesquisadores não verificaram mutações nos vírus isolados do paciente que os caracterizassem como uma variante mais transmissível ou mais resistente ao sistema imune.

Esses e outros casos seguem sendo investigados pela equipe da Plataforma Científica Pasteur-USP. Os 38 pacientes analisados para esse estudo fazem parte de um banco de amostras de sangue e secreção nasofaríngea coletadas de 721 pessoas que apresentaram sintomas relacionados ao vírus.

“Novos dados vão surgir dessa amostragem e possivelmente teremos explicações mais palpáveis a respeito desses quadros atípicos”, estima Cunha.

“Esses casos são mais uma evidência de que a melhor maneira de controlar o novo coronavírus é usando máscara e evitando aglomerações. Se depois de 14 dias do teste positivo o indivíduo não é testado novamente, ele pode ter ainda vírus ativos e ser capaz de infectar outros, contribuindo para a transmissão comunitária. O acompanhamento de infectados é fundamental para o melhor conhecimento de mutações, novas variantes e da capacidade de transmissão do SARS-CoV-2”, alerta Minoprio.

O artigo Atypical Prolonged Viral Shedding With Intra-Host SARS-CoV-2 Evolution in a Mildly Affected Symptomatic Patient pode ser lido em: www.frontiersin.org/articles/10.3389/fmed.2021.760170/.

 

 

André Julião

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudo-mostra-que-sars-cov-2-pode-ficar-no-organismo-por-tempo-superior-ao-recomendado-para-quarentena/37715/

 

Com onda de calor, dica é evitar troca repentina de temperatura

Freepik
Ambientes com ar-condicionado e em temperatura muito baixa podem ser prejudiciais para nossa saúde

 

A oscilação na temperatura, exige cuidados com a saúde e o cenário atual não ajuda para isso. Com o calor elevado, é frequente a troca de ambiente da rua para o ambiente interno climatizado. Porém, é possível amenizar esse choque térmico com alguns cuidados.

Uma primeira dica é hidratar-se muito bem. Além disso, optar por uma temperatura confortável mas sem exagerar no resfriamento de ambientes.

“ A troca repentina para ambientes de temperatura muito diferenciada pode gerar sintomas respiratórios, especialmente em pacientes portadores de doenças respiratórias crônicas. Deve-se evitar exposição a ar condicionado em temperaturas muito baixas, porque o ar frio costuma irritar mais o trato respiratório”, explica o pneumologista do Hospital Sapiranga, Leonardo Gilberto Haas Signori.

Quando há alteração repentina da temperatura, do quente para o frio, a pressão aumenta e pode ocorrer uma crise hipertensiva. Já no cenário oposto, do frio para o quente, o sangue fica mais espesso, as artérias se contraem e a pressão tende a cair.

 

Marcelo Matusiak

 

Bronzeamento artificial pode elevar riscos de câncer de pele: entenda

 Prática é semelhante à exposição solar em horários inadequados. Especialista comenta chances do aparecimento da doença através da técnica

 

O bronzeamento artificial é uma saída para quem quer ter resultados semelhantes à exposição solar - ficando com a pele mais dourada - sem a preocupação de uma tonalidade avermelhada. Mas, apesar da técnica ainda ser bastante utilizada, como é o caso de diversos influenciadores digitais, que têm divulgado os resultados nas redes sociais, é importante ficar de olho quanto aos riscos do câncer de pele.  

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença ultrapassa no Brasil a marca de 185 mil novos casos todos os anos - representando cerca de 33% dos tumores malignos registrados. A prática do bronzeamento artificial pode trazer diversos efeitos nocivos à saúde, sendo semelhante à exposição solar em horários inadequados, com a presença dos raios UVA e UVB. 

Apesar de serem proibidas pela Anvisa desde 2009, as câmaras de bronzeamento ainda continuam sendo oferecidas de maneira ilegal em algumas clínicas de estética. De acordo com um estudo da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer, a técnica pode aumentar em até 75% as chances do desenvolvimento de melanoma - tipo mais agressivo do câncer de pele.  

A Dra. Sheila Ferreira, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, explica ainda que dentro das cabines de bronzeamento artificial há uma alta intensidade de radiação ultravioleta. "Elas podem aumentar significativamente as chances do aparecimento do câncer de pele, causar o envelhecimento precoce cutâneo e proporcionar o surgimento de lesões".

 

Como identificar o câncer de pele 

Os primeiros sinais do câncer são as alterações na pele, bastante semelhantes a pintas ou manchas escurecidas, sejam elas novas ou de nascença, que se modificam com o tempo. "Geralmente, essas alterações são percebidas pelo próprio paciente e são fundamentais para a identificação de possíveis lesões malignas. Caso algum dos sinais seja notado, é importante procurar um especialista de modo que seja possível o diagnóstico e tratamento correto", acrescenta Sheila Ferreira.

 

Tipos de câncer de pele 

De modo geral, o câncer de pele pode ser dividido em dois subtipos: o câncer de pele não melanoma (carcinoma basocelular e espinocelular), mais frequente, e o melanoma, mais raro, porém, mais agressivo. 

Carcinoma basocelular (CBC) - aparece nas células basais, que ficam na camada superior da pele. As regiões afetadas com maior frequência são: rosto, couro cabeludo, pescoço, costas e ombros. Pode se parecer com lesões não cancerígenas, como a psoríase ou eczema. É considerado o tipo mais prevalente de câncer de pele; 

Carcinoma espinocelular (CEC) - costuma se manifestar nas células escamosas, presentes na camada superior da pele. Geralmente, aparece em áreas com sinais de dano solar, como rosto, orelhas, pescoço, couro cabeludo, entre outros, e tem aparência avermelhada - como se fosse uma ferida ou machucado. É o segundo tipo de câncer de pele mais comum; 

Melanoma - tipo mais raro e com maior índice de mortalidade. Possui a aparência de "pinta" ou "sinal" em tons acastanhados. Embora seja mais comum o surgimento em áreas expostas ao Sol, o melanoma pode surgir em qualquer região do corpo, inclusive nas palmas das mãos e plantas dos pés. Estes casos ocorrem mais comumente em pessoas de pele negra.
 

Apesar de um diagnóstico assustador, vale lembrar que quando é descoberto precocemente, as chances de cura podem chegar a mais de 90%. 

É possível ter um bronzeado com segurança?

Sim! Segundo Sheila Ferreira, a exposição ao sol deve ser evitada das 10h às 16h, momento do dia onde a incidência solar é mais intensa. Caso não seja possível, o recomendado é utilizar bonés e chapéus de aba larga, assim como o protetor solar.  

"Para um bronzeamento saudável é necessário ainda caprichar na alimentação, colocando no cardápio frutas e vegetais ricos em betacaroteno - como é o caso da beterraba, cenoura, mamão, entre outros - manter a pele hidratada e deixá-la descansar, fazendo pausas longe do sol para reduzir o risco de queimaduras e radiação solar", finaliza.

 

Micose: como evitar a doença que se intensifica no verão
Praia, piscina ou qualquer outro ambiente aquático compartilhado sem cuidados necessários com a higienização podem causar ou agravar doenças de pele como micoses
 

Verão em todo o país e férias. Uma combinação perfeita para quem pretende tirar aqueles dias de descanso a beira mar, clube ou locais com diversões aquáticas como parques.

É nesta época em que há uma maior incidência de micose e de outras infecções provocadas por fungos e parasitas. “A micose de unha, por exemplo, é facilmente proliferada em ambientes quentes e úmidos, já que permite o acúmulo de fungos na região causando infecção. Hábitos simples, como usar tênis em dias muito quentes ou não secar direito os pés, podem contribuir para a micose se instalar.”, afirma o dermatologista Dr. Werick França. 

O especialista ressalta que essas infecções causadas por fungos podem atingir pele, unhas e cabelos e existem diferentes tipos. O verão é a estação mais propícia porque os fungos se desenvolvem especialmente nas dobras do corpo em ambientes onde prevalecem o calor e a umidade. Nessa época do ano as pessoas costumam ficar com roupa de praia molhadas por mais tempo, garantindo assim o cenário ideal para que as micoses apareçam. 

Dr. Werick traz alguns tipos de micoses consideradas comuns nessa época do ano: pitiríase vesicolor, as tineas e a candidíase: 

Pitiríase versicolor: também conhecida como micose de praia ou pano branco. É causada por fungos do gênero Malassezia e tem evolução crônica e recorrente. Acomete mais comumente adolescentes e jovens. Indivíduos de pele oleosa são mais susceptíveis a apresentar esse tipo de micose. Apresenta-se clinicamente como manchas brancas, descamativas, que podem estar agrupadas ou isoladas, e normalmente surgem na parte superior dos braços, tronco, pescoço e rosto. Ocasionalmente, podem se apresentar como manchas escuras ou avermelhadas, daí o nome vesicolor. O tratamento deve ser feito com medicamentos antifúngicos tópicos e orais.

Tineas (tinhas): São doenças causadas por um grupo de fungos que vive à custa da queratina da pele, pelos e unhas. A tinea na pele manifesta-se como manchas vermelhas de superfície escamosa, crescimento de dentro para fora, com bordas bem delimitadas, podendo apresentar pequenas bolhas e crostas. O principal sintoma é coçeira. Acomete as dobras principalmente: virilhas e interdígitos por exemplo.

Candidíase: É a infecção pela Candida, que pode comprometer isoladamente ou conjuntamente a pele, mucosas e unhas. A Candida sp é um fungo oportunista, e dessa forma, existem situações que favorecem seu desenvolvimento, como baixa da imunidade, uso prolongado de antibióticos, diabetes e situação de umidade e calor. Pode se manifestar de diversas formas, como placas esbranquiçadas na mucosa oral, comum em recém-nascidos (“sapinho”); lesões fissuradas no canto da boca (queilite angular) mais comum no idoso; placas vermelhas e fissuras localizadas nas dobras naturais (inframamária, axilar e inguinal), ou podem envolver a região genital feminina (vaginite) ou masculina (balanite), causando coceira, manchas vermelhas e secreção vaginal esbranquiçada. No tratamento da candidíase, deve-se sempre considerar os fatores predisponentes, tentando corrigi-los. Antifúngicos tópicos e sistêmicos devem ser empregados sob orientação médica.

 

Areia de praia requer cuidado:

No caso das doenças provocadas por parasitas, o principal fator de risco é justamente andar descalço em áreas contaminadas por esses organismos. É o caso do bicho-de-pé, doença provocada pela pulga Tunga penetrans, que entra na pele e pode viver ali por semanas enquanto coloca seus ovos, já o bicho geográfico surge após o contato da pele com larvas de parasitas do gênero Ancylostoma.

 

Fique atento aos sintomas

As micoses de pele comuns costumam provocar lesões avermelhadas, coceira e eventualmente, descamações. A micose conhecida como “pano branco”, ou pitiríase versicolor, causada pelo fungo Malassezia furfur, costuma gerar lesões brancas ou castanhas no tronco (pescoço, tórax e abdome). Já a famosa frieira se apresenta com lesões descamativas e coceira entre os dedos dos pés. No caso do bicho-de-pé, a lesão costuma ser redonda com um ponto preto ao centro — o que indica a presença do inseto. Já o bicho geográfico é conhecido por marcas esbranquiçadas feitas pela movimentação das larvas embaixo da pele, gerando desenhos que lembram um mapa, que dá o nome da doença.

 

Tratamentos para micose de praia

Dessa forma, a maioria das micoses pode ser tratada com pomadas antifúngicas adquiridas nas farmácias, segundo o dermatologista. “É importante, porém, ficar atento à duração do tratamento. No caso de piora ou persistência do problema, é necessário retorno médico para reavaliação do caso. Vale o mesmo para as micoses de unha, que devem ser acompanhadas por um profissional”, afirma o dermatologista. Na suspeita de bicho-de-pé ou bicho geográfico, a recomendação é que um médico especialista ou de pronto atendimento seja procurado para avaliar as lesões e, se necessário, fazer a remoção dos parasitas por meio cirúrgico. Eventualmente, pode-se também receitar remédios de via oral. Para prevenir o surgimento da micose de praia é preciso evitar que se crie um ambiente propício à proliferação dos fungos. Para isso, tente tomar banho após sair da praia, remover as sobras de filtro solar; manter a pele sempre bem seca; evitar usar roupas úmidas por longos períodos; usar roupas confortáveis que deixem a pele respirar; evitar o acúmulo de suor e umidade excessiva em regiões como axilas, costas e virilha.

Contra as doenças provocadas pelos parasitas, o principal ponto de atenção é não andar descalço em solos que possam estar infectados, como areia por onde passaram animais domésticos (que podem contaminar o local por meio das fezes) e locais sujos ou com saneamento básico precário.

 

Cuidado com os olhos! Doenças oculares podem aumentar no verão

Divulgação
Oftalmologista dá dicas de cuidados nesta época do ano


O verão chegou! E com ele a preocupação com a proteção da nossa pele tende a aumentar a fim de evitar problemas dermatológicos. No entanto, é importante reforçar também o cuidado com os nossos olhos, uma vez que a estação mais quente do ano proporciona o surgimento de alguns problemas oculares. 

Entre as doenças mais comuns estão conjuntivite, pterígio e ceratite. Para evitar o contágio delas, a oftalmologista do CBV- Hospital de Olhos Camila Lopes Guimarães explica o que são essas doenças e dá dicas de como manter seus olhos saudáveis nessa época do ano. 

Segundo a especialista, a exposição aos raios solares e à água, seja de piscina, cachoeiras ou do mar, podem trazer consequências, especialmente para quem já utiliza óculos ou lentes de contato. Com isso, podem ocasionar incômodos com a claridade, distúrbio conhecido como fotofobia, alergias e também o desenvolvimento ou agravamento de doenças como o pterígio, a popularmente conhecida como “carninha no olho”, devido ao crescimento anormal do tecido que cobre a córnea.

Já a conjuntivite, doença mais comum do verão, trata-se de uma irritação ou inflamação da conjuntiva, membrana que recobre a parte branca do olho. Ela pode ser causada por alergias ou por uma infecção bacteriana ou viral e é altamente transmissível. A ceratite também é uma inflamação da córnea que pode ser provocada por uma lesão ou infecção originada por vírus, bactérias e fungos ou parasitas. Ela é adquirida por meio de contato com água ou uso de lentes de contato contaminadas e exposição excessiva à luz solar.


Previna-se

Entre as dicas dadas pela Dra. Camila para se prevenir das doenças oculares é fazer o uso constante de óculos de sol, protetor solar e evitar tempos longos debaixo do sol. Confira:

1.   Não saia de casa sem óculos de sol, mesmo em dias nublados

“O indicado é que o seu acessório tenha proteção UVA e UVB. Caso contrário, isso pode prejudicar e até auxiliar no desenvolvimento da fotoceratite, que é a queima da superfície dos olhos pelos raios solares”, explica. Ela lembra ainda que a armação dos óculos deve acompanhar a linha da sobrancelha e que a ponte deve ser ajustada corretamente a cada tipo de nariz, com isso protegendo a área dos olhos e região palpebral. 

2.           Atente-se à validade dos seus óculos

Dra. Camila explica que os óculos de sol também apresentam prazo de validade e precisam de substituição a cada dois anos, geralmente, dependendo do tempo de exposição solar e da qualidade do produto. “Ou seja, quanto mais tempo você ficar ao sol com os óculos, mais rápido eles ficarão desgastados. Isso acontece porque, com o tempo, a luz solar danifica o filtro UV das lentes”, esclarece a médica.

3.           Evite exposição prolongada ao sol

“Além de prejudicar os olhos, ficar muito tempo exposto ao sol é ruim para o corpo. Pode causar desidratação, queimaduras e até propiciar o desenvolvimento de câncer de pele”, afirma Camila. Para manter a saúde e os níveis bons de vitamina D, recomenda-se tomar 15 minutos de sol por dia, preferencialmente antes das 10h e depois das 17h. 

4.           Não se esqueça do protetor solar, inclusive nas pálpebras

A oftalmologista reforça que é necessário utilizar o protetor solar na área das pálpebras, principalmente em paciente com pós operatório recente de blefaroplastia, por exemplo, para que a cicatriz cirúrgica não pigmente.

5.           Use protetores físicos como bonés, chapéus e viseiras 

Por fim, alinhado aos óculos escuros, os protetores físicos são uma defesa a mais para seus olhos, evitando a incidência direta dos raios solares no rosto. 

 

Nós não somos reféns da nossa genética. Você sabe o porquê?


O manual de instrução do corpo é um conjunto de genes que formam o nosso genoma. São esses genes que determinam como o organismo funcionará, qual a cor e textura do nosso cabelo, qual a cor da pele e até quais doenças poderemos desenvolver ao longo da nossa vida. 

Dentre os genes que determinam doenças, existem pequenas variações que são chamadas de polimorfismos, que podem aumentar ou reduzir a chance do desenvolvimento de um câncer, por exemplo, ou de outra doença. Por isso, muitos testes genéticos foram e são desenvolvidos na tentativa de predizer o aparecimento de diferentes doenças. 

Os resultados desses testes já deixaram muitas pessoas preocupadas. Não são raras as vezes em que fazemos o exame e descobrimos que temos uma alta chance de ter uma determinada doença. Na sequência, os familiares acabam se submetendo ao mesmo teste e você pode perceber que toda a família tem predisposição. Mas aí você se pergunta: por que ninguém próximo a mim desenvolveu essa doença, se toda a família tem uma alta predisposição? 

A resposta para essa pergunta pode estar na epigenética. Mas, o que seria isso? A epigenética é um conjunto de alterações químicas que acontecem no nosso genoma. O que está escrito, lá por meio dos genes, não muda. Mas é como se epigenética fosse lá e escolhesse o que pode ou não pode ser lido no nosso manual de instrução. Está tudo escrito nos genes. Se essa escrita vai ler lida e compreendida é uma definição dada pela epigenética. 

A epigenética é algo que depende muito das nossas escolhas de vida. Vou dar um exemplo. O nosso estilo de vida define muitos dos eventos epigenéticos que inferem no nosso DNA, falando para que ele se expresse ou se silencie. 

Para pensar nisso, vamos falar sobre envelhecimento. Hoje nós sabemos que temos duas idades, certo? A idade cronológica e a idade biológica. Você não sabe a diferença entre a idade cronológica e a idade biológica? Vou explicar. 

A idade cronológica é contada a partir da sua data de nascimento, ou seja, quantas velinhas você soprou em todos os seus aniversários. Já a idade biológica é a idade que as suas células possuem. As suas células podem ter a mesma idade que você ou elas podem envelhecer mais rapidamente do que você. Sabe por quê? Porque a suas escolhas epigenéticas não foram adequadas. 

Nós temos um gene que produz uma enzima chamada de telomerase. Essa enzima produz os telômeros que protegem as pontas dos nossos cromossomos. Vamos por analogia para facilitar. Pense que o seu cromossomo é um cadarço. Os telômeros são aquelas pontinhas plásticas que impedem o cadarço de se desfiar e ainda facilitam para que o passemos por dentro dos furos do tênis. Então veja, se perdermos essas pontinhas plásticas o cadarço perde parte da sua função e também vai se desmanchar. Nas nossas células também é assim. Se os telômeros são perdidos, as nossas células perdem função e se tornam senescentes, ficam velhas, param de fazer suas funções e, por fim, elas morrem (se desmancham). 

Células com telômeros curtos, que estão se desmanchando, são células envelhecidas. Células envelhecidas significam que o seu corpo não está funcionando tão bem quanto ele deveria e aí as doenças, que são próprias do envelhecimento, começam a aparecer. 

Nós queremos ter vida longa e saudável, certo? Para isso, nós precisamos fazer escolhas epigenéticas que favoreçam a expressão de genes bons, como é o caso do gene que produz a telomerase. 

Quando nós ainda estamos dentro do útero das nossas mães, os genes da telomerase estão trabalhando muito bem, e é por isso que nós temos, ao nascimento, cerca de 15 a 12 mil pares de bases formando os nossos telômeros. Ao nascimento, nós temos entre 12 e 10 mil pares de bases. Essas bases vão sendo gastas ao longo da nossa vida e, quando atingimos cerca de 65 anos, o esperado é que tenhamos por volta de 4.500 pares de bases formando os nossos telômeros. Acreditava-se que o gene da telomerase era desligado após o nascimento e que essas bases não poderiam mais ser repostas. Mas hoje sabemos que não é bem assim. 

Independentemente da nossa idade, o gene que produz a telomerase está no nosso organismo. Mas ele está desligado e é por isso que essa enzima não é produzida ou é produzida numa quantidade tão pequena, que não é o suficiente para repor os nossos telômeros. Porém, hoje sabemos que podemos, por meio da epigenética, fazer escolhas que modificam a expressão desse gene, e assim podemos voltar a produzir telomerase, causando o realongamento dos telômeros. Sabe o que isso significa? 

Significa que podemos rejuvenescer as nossas células. Se rejuvenescermos as nossas células, indiretamente, estaremos rejuvenescendo o nosso corpo e assim podemos ser mais longevos. Para sermos mais longevos e para afastar o aparecimento de doenças, o ideal é que tenhamos 10 anos de idade biológica a menos do que a nossa idade cronológica. É simples. Se eu já soprei 50 velinhas nos meus aniversários, o desejado é que as minhas células tenham apenas 40 anos. Dessa forma, eu posso ter um envelhecimento saudável, ativo e livre de doenças. Mas como conseguir essa façanha? 

Aí voltamos às nossas escolhas. Para ter sucesso, temos que fazer escolhas corretas, que favoreçam a epigenética. Dentre elas estão a prática de exercício físico, a alimentação adequada e o modelo mental positivo. Assim, 70% do sucesso está em nossas mãos e podemos fazer essas escolhas já! 

A atividade física regular não é qualquer atividade. Os exercícios precisam ser de moderada a alta intensidade. Mas não estamos falando de atletas de alta performance. Estamos falando de atividade aeróbica e musculação, por exemplo. É preciso realmente suar a camisa. Para começar podemos ir aos poucos. Mas é muito importante que você tenha o acompanhamento de um profissional de Educação Física para aumentar a intensidade dos seus treinos, à medida em que você assume que essa escolha é para sempre na sua vida. 

A alimentação adequada trata-se de uma alimentação saudável, rica em verduras, frutas e proteínas (carnes). Nós precisamos evitar ao máximo os industrializados e processados. Devemos dar preferência para os carboidratos complexos/bons, como é o caso da batata doce e mandioca. Devemos evitar os açúcares e as farinhas brancas. 

A saúde mental é uma questão muito importante para alongar os nossos telômeros. Ter um modelo mental positivo é essencial. Assim, estarmos de bem com a vida, termos tempo para descansar, termos tempo para o lazer, são condições muito importantes para termos sucesso nas nossas escolhas e suas manutenções. Uma pessoa cansada, estressada, preocupada, terá dificuldades para manter as suas rotinas de prática de atividade física e alimentação adequada. 

Agora vem o X da questão. Como saber se todo o nosso empenho está dando certo? Para isso, nós temos os exames genéticos; não aqueles que simplesmente medem qual a porcentagem de chance que você tem de ter ou não uma doença. Estamos falando agora de um exame genético que não se preocupa somente com o nosso genoma, criado por pesquisadores de Mato Grosso do Sul. Ele determina a idade biológica por meio da aferição do comprimento dos telômeros, ou seja, ele faz uma medida indireta da atividade da sua telomerase. 

Se a telomerase está funcionando bem, os seus telômeros não vão se encurtar e podem até realongar. Esse teste é muito simples. Ele pode ser coletado por você mesmo em sua casa. Com uma lanceta, você coleta 10 gotinhas de sangue para extrair o DNA e já pode enviar para ser analisado. Em até 15 dias a pessoa receberá o laudo e poderá saber sobre a sua idade biológica. Se a sua idade biológica for muito maior que a sua idade cronológica, você precisa de auxílio também de um médico. Mas o bom é que nunca é tarde para começar e para rejuvenescer. Não é verdade? Aceita o convite?

 

Rodrigo Juliano Oliveira

 

As altas temperaturas influenciam a pressão arterial

As alterações climáticas agem diretamente sobre o funcionamento do corpo, o verão e as altas temperaturas são fatores que podem influenciar na pressão arterial, por exemplo. De acordo com o cardiologista Dionisio Yaya Chumpitaz, do hospital Santa Casa de Mauá, o calor busca equilibrar a temperatura corporal que leva a vasodilatação das artérias diminuindo a resistência oferecida por esses vasos para a passagem do sangue, resultando em queda da pressão.


Outro fator é a transpiração excessiva, pois como parte do sangue é formada por água, há queda do seu volume e do sangue que circula nas artérias e, consequentemente, da pressão.

Essa variação da pressão exige cuidados, especialmente em pacientes hipertensos que podem apresentar tonturas, sonolência, palpitação, dor de cabeça, ansiedade, dores no peito irradiada para o braço, costas ou queixo. As quedas repentinas na pressão aumentam o risco de resposta cardiovascular e quadros de infarto ou AVC – Acidente Vascular Cerebral. Quando a temperatura passa de 32ºC, a situação fica ainda mais grave para quem sofre com colesterol alto e hipertensão arterial. Ao observar os sintomas é aconselhável solicitar ajuda médica.
“Alguns estudos científicos constataram que temperaturas elevadas podem aumentar o risco de morte precoce por doenças cardiovasculares, especialmente nas pessoas com mais de 50 anos”, explica o cardiologista Dionisio Yaya Chumpitaz.

A pressão arterial precisa sempre estar controlada. Por isso, não deixe de tomar a medicação; evite roupas quentes; busque sempre ambientes frescos e evite a exposição ao sol; redobre os cuidados com a alimentação, priorizando comidas leves e evite o consumo excessivo de álcool e hidrate-se sempre.

“Mesmo com a probabilidade de a pressão cair, os hipertensos precisam estar alertas já que também é possível que a pressão aumente, uma vez que o organismo é sensível e tem reações vasculares mais intensas. Uma subida brusca de temperatura pode causar uma crise em quem já apresenta fatores de risco, aumentando inclusive o risco de infarto. É recomendado que os hipertensos tomem os remédios ao acordar. Durante o sono, os vasos relaxam, porém a pressão volta a aumentar ao despertar, explicando assim porque muitos infartos ocorrem no período matinal”, ressalta o médico.



Hospital Santa Casa de Mauá

Avenida Dom José Gaspar, 1374 - Vila Assis - Mauá - fone (11) 2198-8300.
 https://santacasamaua.org.br/

 

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