Entre as mudanças realizadas pelas plataformas
estão o aumento ou fim do desconto na taxa de intermediação, a redução do
parcelamento sem juros nas vendas, o aumento do custo do frete, entre outras
O aumento de custos, que tem sido a maior
dificuldade para a retomada de metade dos empreendedores, de acordo com a 13ª
pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nos Pequenos Negócios, também
fez com que as grandes empresas de marketplace aumentassem as taxas e
reduzissem benefícios, o que tem gerado uma nova pressão para os
microempreendedores individuais (MEI) e donos de micro e pequenas empresas que
comercializam por meio dessas plataformas.
Entre as principais mudanças realizadas por parte
das plataformas de marketplace estão o aumento ou fim do desconto na taxa de
intermediação, a redução do parcelamento sem juros nas vendas, o fim ou redução
do subsídio ao frete, o aumento do custo do frete, a cobrança pela coleta,
armazenagem e retirada de produtos, o aumento do prazo de repasse do pagamento
e o fim da remuneração do dinheiro em conta. “É de suma importância que
varejistas que atuam nas plataformas ou pretendem iniciar as vendas por esse
meio estejam mais bem preparados para esse novo cenário”, comenta o gerente de
Competitividade do Sebrae, Cesar Rissete.
Com a chegada da pandemia, houve – segundo a
pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV)
– uma aceleração na digitalização das empresas. Atualmente, 74% dos pequenos
negócios atuam no comércio eletrônico, sendo que algumas delas comercializam
seus produtos e serviços por marketplace. Em maio de 2020, bem no início da
pandemia, esse percentual era de 59%. “Os empreendedores que encararam os
desafios para digitalizar suas vendas e optaram por essas plataformas precisam,
agora, encarar novos desafios, como tomar certos cuidados e ficarem atentos na
precificação de seus produtos e à manutenção ou aquisição de clientes, por
exemplo. Será necessário repassar alguns custos, mas essa ação deve ser tomada
com cautela, pois os consumidores também estão sofrendo com a inflação”,
comenta o gerente.
Rissete ainda ressalta que com o aumento da taxa de
intermediação e do frete, é preciso colocar esses novos custos na ponta do
lápis para não comprometer a margem de lucro. “É importante lembrar que no caso
de vender em mais de um marketplace, a precificação deve ser feita
individualmente, considerando as regras de cada um”, pontua. Ele destaca
que o Sebrae oferece uma série de capacitações gratuitas e on-line, que podem
ajudar os empreendedores a encararem esses novos desafios. “Capacitação e
planejamento são essenciais para o sucesso de um negócio, principalmente em um
momento como esse que vivemos”, alerta o gerente de competitividade.
Veja abaixo algumas dicas do Sebrae para amenizar
os impactos dessas alterações:
1. Promoções: Participe de promoções, mas considere
isso na margem: as campanhas promocionais oferecem grande visibilidade, por
isso vale a pena participar de todas que fizerem sentido. Em algumas, o
desconto é oferecido 100% pelo seller, em outras o marketplace divide esse
custo. Independente do modelo, é importante ter margem nos produtos para
conseguir participar.
2. Otimize os custos: Os custos subiram de forma
generalizada, o que acaba por pressionar o preço para o consumidor antes mesmo
de considerar os custos de vendas. Buscar a otimização desses custos é um
esforço que vale a pena para continuar competitivo. Organizar melhor as
despesas fixas e os processos, pode mostrar oportunidades de redução, bem como
pode ser o momento de negociar ou buscar novos fornecedores ou insumos.
3. Estude a demanda: estudar a demanda nos
marketplaces para planejar melhor o portfólio de produtos a ser comercializado,
bem como a quantidade e sazonalidade de compra ou produção, é indispensável. As
empresas costumam divulgar itens mais vendidos por e-mail, em lives e canais
como https://tendencias.mercadolivre.com.br/
4. Planeje o estoque: o controle de estoque ganha
mais importância em um momento em que os produtos não podem acabar, mas também
não devem sobrar. Planejar bem permite ter um fluxo de caixa melhor, bem como
evita os custos de coleta, armazenagem e retirada desnecessários. No caso de
optar pelo Fulfillment, o foco do envio de produtos para o centro de
distribuição dos marketplaces deve ser na curva A, ou seja, o que tem mais
giro.
5. Controle o fluxo de caixa: com o aumento no
tempo de repasse do dinheiro pelos marketplaces, é preciso considerar o capital
de giro necessário para suportar essa diferença e não se pego de surpresa com
boletos chegando e a conta zerada. O ideal é não precisar antecipar recebíveis
para evitar os juros cobrados.
6. Pense no comprador: como o comprador vai ter
menos parcelas sem juros, pode ser interessante avaliar a inclusão de produtos
mais baratos no portfólio e, também, a disponibilização de kits considerando um
ticket de valor mais baixo, deixando assim opções com o valor da parcela
próximo do atual.
7. Mantenha a reputação: ainda que os marketplaces
estejam reduzindo benefícios, ter uma reputação alta garante taxas diferenciadas
importantes para ter competitividade nas plataformas. Prestar um bom
atendimento e manter os prazos de entrega em dia são fundamentais para garantir
alguns diferenciais.
Alguns cursos gratuitos oferecidos pelo Sebrae que
ajudam os empreendedores:
Controle
de gastos no comércio
Fluxo
de caixa como ferramenta de gestão para o seu negócio
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