Coronavírus prejudicou
esse fluxo e estremeceu o mercado. Mesmo assim, a previsão do governo é de um
ingresso de US$ 60 bilhões no país em 2021
Prática recorrente nos países emergentes, o capital
externo muitas vezes chega pelas mãos de investidores estrangeiros. Fatia
importante do PIB, esse montante precisa ser atraído ano após ano de maneira
interessante tanto para quem reside no país quanto, é claro, para quem deseja
investir. Com a pandemia, esse mercado estremeceu: o coronavírus foi um dos
principais fatores para a retirada de investimentos estrangeiros no Brasil.
Estima-se que, só em janeiro de 2020, foram retirados R$ 15 bilhões da bolsa
brasileira, maior quantia desde a crise econômica de 2008.
Este choque problematizou ainda mais a economia do
Brasil e dos países emergentes que dependiam desse fluxo de capital para manter
o mercado ativo. Apesar das dificuldades, questões políticas e pautas de
congresso, o Brasil tem uma base consumidora muito grande. Porém, como esses
investimentos são de longo prazo, os investidores estão sempre olhando em um
horizonte de seis a dez anos para receberem o dinheiro de volta.
Rodrigo Cabernite, CEO da fintech
GYRA+, declarou que o certo é aproveitar as vantagens na hora de fazer a
captação: “O Brasil é muito complicado. Mas eu acho que a nossa autoestima é
baixa e nós tentamos complicar mais ainda do que é. Nós temos muita coisa boa
aqui no Brasil e cada um dos países, que concorrem conosco, tem algumas
vantagens e desvantagens”, afirmou ele.
Existem diversas formas para investir no Brasil, a
depender da classe de ativo. E todo este processo é muito positivo para o
empresariado brasileiro e principalmente para a população que utiliza os canais
digitais. Quem sofre com isso são os bancos, pois são competições novas em
nichos antes dominados por eles.
“Esse movimento já vem acontecendo há décadas. Não
acho que eles estão acabando, porque os bancos são muito grandes e ainda dão
muito lucro. Mas alguns segmentos, que eram tradicionais de banco, vão trocar
de dono. Quem vai consolidar isso no final da história ainda teremos que
esperar para saber”, afirmou Cabernite, ressaltando que as plataformas de tech
atualmente têm um papel muito relevante nos serviços financeiros do futuro,
talvez mais do que os bancos. “Será que no futuro o Santander vai ficar mais
parecido com o Nubank ou o Nubank mais parecido com o Santander?”, colocou
Cabernite.
E, se o futuro é digital, o Brasil tem que estar
preparado para isso. Apesar de sempre ter tido um mercado de crédito extenso,
mas muito concentrado, é perceptível que o cenário está mudando, principalmente
na área da tecnologia.
No ano de 2021, investimentos estrangeiros no
Brasil mais que dobraram em janeiro e fevereiro, sendo o melhor primeiro
bimestre em investimentos diretos desde 2018. A previsão do governo é de um
ingresso de US$ 60 bilhões no país em 2021. “Esse último ano de pandemia foi
ruim para todos, mas, se olhar os últimos quatro a cinco anos de mundo de startup
e fintech
no Brasil, foram incríveis. Foi muito bom e eu estou começando a enxergar novos
fundos vindo. Eu acredito que o Brasil seja um dos queridinhos dos investidores
internacionais dessa área”, finalizou Cabernite.
Nenhum comentário:
Postar um comentário