Sintomas que os pais devem se atentar nas crianças e que podem ser de algum câncer infantil Divulgação Inca |
Sintomas são parecidos com de várias outras enfermidades.Famílias com grande incidência de câncer ou doenças hereditárias podem fazer o aconselhamento genético pré-natal
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que para 2021 sejam diagnosticados no Brasil 8.460 novos casos de câncer infanto-juvenis (4.310 em garotos e 4.150 em garotas). Esses valores correspondem a um risco estimado de 137,87 casos novos por milhão no sexo masculino e de 139,04 por milhão para o sexo feminino. O câncer infantojuvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo.
Para chamar a atenção ao assunto, em 2002 foi criado o Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, pela organização Childhood Cancer International e simboliza uma campanha global para conscientizar sobre o tema e expressar apoio às crianças e adolescentes e suas famílias. Assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Porém, em torno de 80% deles podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados, por isso a importância de que a família esteja atenta e busque tratamento adequado já no início.
Os tumores mais frequentes na infância e na
adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem
o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático). Também acometem
crianças e jovens o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso
periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de
tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo
(das células que originam os ovários e os testículos), osteossarcoma (tumor
ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
Sintomas
Segundo o Inca, os sinais do câncer pediátrico, muitas vezes, são
parecidos com os de doenças comuns entre crianças e adolescentes, então caso
persistam, precisam ser investigados por profissionais de saúde o mais breve
possível. Alguns sintomas são: palidez, manchas roxas, sangramento, dor na
perna, caroços e inchaços indolores, perda de peso inexplicável, aumento da barriga,
alterações nos olhos, dor de cabeça, fadiga, tontura, sonolência, vômitos pela
manhã com piora ao longo do dia, tosse persistente, sudorese noturna e falta de
ar.
Por isso, é importante o acompanhamento constante
com um pediatra. Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores
na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que,
geralmente, proporciona melhor resposta aos tratamentos atuais. Compreende três
modalidades principais (quimioterapia, cirurgia e radioterapia), sendo aplicado
de forma racional e individualizada para cada tumor específico e de acordo com
a extensão da doença.
Prevenção
A hematologista e hemoterapeuta pelo Inca, Maria Cunha Ribeiro
Amorelli (CRM 13.399), que atende na clínica AngioGyn, no centro clínico do
Órion Complex, em Goiânia, explica que em núcleos familiares nos quais se
percebe um aumento no número de casos de câncer ou tumores graves, raros ou
consanguinidade entre os pais, isto é, sejam parentes, é possível fazer o
aconselhamento genético pré-natal. “Nas famílias onde já se detectou uma
síndrome de hereditariedade do câncer, doenças genéticas herdadas ou raras está
indicado o aconselhamento pré-natal para que a família entenda e calcule os
riscos de surgimento da doença no seu filho.”
Ela, que também é especialista em hereditariedade
do câncer pelo Hospital Albert Einstein, salienta que já existe a possibilidade
de seleção do embrião para as famílias submetidas a reprodução assistida. “A
técnica é um sequenciamento de nova geração feito nos genes do embrião que
permite selecionar embriões que não possuam a mutação hereditária”, revela
Maria Amorelli.
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