Cirurgia de correção deve ser realizada antes dos 6 anos
A ptose, ou queda da pálpebra, é uma condição comum e relativamente conhecida quando se trata de pessoas adultas, podendo se desenvolver naturalmente pelo envelhecimento ou por causa de traumas e tumores. Porém, o que muita gente não sabe é que ela pode ser congênita, ou seja, existir desde o nascimento.
Nestes
casos, se trata de uma má formação do músculo que levanta a pálpebra, podendo
obstruir parcialmente ou totalmente o campo de visão, o que é prejudicial para
o desenvolvimento do olho afetado. Segundo doutor André Borba, especialista em
oculoplástica pela Universidade da Califórnia, o tratamento é cirúrgico, o que
pode ser de difícil aceitação para os pais, porém é importante realizar esta
correção antes dos seis anos para que a criança não desenvolva novos problemas,
como a ambliopia, também conhecida como vista preguiçosa, que pode afetar a
pessoa durante toda a vida.
“Quando
há desenvolvimento da visão de apenas um dos olhos, perde-se a noção de
profundidade, e em casos mais graves, a visão do olho com ptose palpebral
torna-se deficiente, comum para quem lida com a condição”, alerta doutor André.
Mas
sendo assim, é fácil identificar uma ptose no bebê, já que a pálpebra caída é
bem evidente? Nem sempre. O especialista esclarece que por vezes a queda pode
não ser muito significativa, e ocorrer tanto nos dois olhos quanto em um só,
então também é bom observar se a criança está fazendo um esforço desproporcional
para enxergar. “Os sinais são uma inclinação grande da cabeça e fazer muita
força para elevar as sobrancelhas”, complementa.
Por
mais que a condição possa causar pânico na maioria dos pais, a cirurgia precoce
garante mais benefícios quando realizada com pouca idade. “Quanto mais cedo for
diagnosticada a ptose e realizada a cirurgia, menos chances existem de danos à
visão,” aconselha. “Em geral, os bebês têm olhos muito expressivos e atentos,
então a principal dica é se atentar a qualquer assimetria ou mudança neste
quadro”, finaliza.
Dr.André Borba – Médico Oftalmologista e Cirurgião Oculoplástico,
especialista em Cirurgia Reconstrutiva e Estética das Pálpebras e Via Lacrimal,
com doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP). Revisor
científico da Pan-American Journal of Ophthalmology dos EUA. Membro titular
da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular (SBCP) e membro
titular da Sociedade
Portuguesa de Medicina Estética (SPME).
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