Preocupação, veio à tona com o longo período de distanciamento
social no qual as crianças tiveram de ficar por um tempo muito maior em casaPrática de esportes é fundamental
(Marcelo Matusiak)
A obesidade é um dos distúrbios nutricionais mais prevalentes
entre crianças e adolescentes, em todos os países. A obesidade tem origem
multifatorial e resulta da associação de fatores genéticos e ambientais. A
pediatra e nutróloga integrante do comitê de nutrologia da Sociedade de
Pediatria do Rio Grande do Sul, Claudia Hallal Alves Gazal, ressalta que entre
os fatores de risco modificáveis para o aumento dos casos de obesidade infantil
nos últimos anos, estão as modificações do estilo de vida das famílias e da
sociedade incluindo a inatividade física, a alimentação não saudável,
modificações nos padrão do sono, entre outros.
“É importante ressaltar que devemos prevenir a ocorrência da
obesidade infantil identificando crianças mais vulneráveis. O pediatra deve monitorar
as curvas de crescimento desde o nascimento com intuito de identificar
precocemente modificações no ganho de peso e índice de massa corporal (IMC)”,
afirma.
Durante muitos anos, houve um esforço para que as crianças
permanecessem menos tempo em frente às telas, porém no cenário do
distanciamento social este cuidado ficou prejudicado.
“A recomendação segue para evitar exposição a “tela” para
crianças com menos de 2 anos de idade e nas crianças maiores restringir a no
máximo 2 horas por dia. Esta ideia baseia-se na associação com obesidade,
padrão sono irregular, piora nos hábitos alimentares além de retardo
desenvolvimento linguagem e cognitivo. Com a necessidade do distanciamento
social, a exposição a “telas” deve ser monitorada para não exceder estas
recomendações. Isto é possível através da manutenção de rotina saudável de
acordo com a faixa etária da criança e adolescente”, completa.
Entre os cuidados a serem estabelecidos está a inclusão de
horários estabelecidos para refeições (incluindo desjejum), horários para
atividades recreativas de acordo com faixa etária (lazer ativo – jogar bola,
andar bicicleta, dançar, pular corda, “amarelinha” entre outras), horários para
atividades de leitura em livros impressos, horário para os estudos escolares, horários
para uso de “telas” e, também, horário para dormir garantindo um adequado tempo
e qualidade do sono. A diminuição na duração do sono é associada ao
desenvolvimento da obesidade. Crianças de 1 a 5 anos precisam cerca de 10 a 14
horas por dia, dos 6 aos 13 aos cerca de 9 a 11 horas por dia enquanto
adolescentes devem dormir de 8 a 10 horas por dia.
Alimentação
Alimentação saudável (Marcelo Matusiak) |
Para que seja seguida esta regra é fundamental o engajamento dos
pais ou cuidadores para um planejamento da alimentação semanal da família. Nas
compras de mercado ou feiras incluir alimentos in natura ou minimamente
processados que serão consumidos nas refeições através de preparações caseiras!
Como feijões, lentilhas, arroz, carnes, ovos, leite, legumes, verduras e frutas
da estação.
Já os alimentos processados são adicionados geralmente sal ou
açúcar ou outra substância de uso culinário aos alimentos in natura para
torná-los duráveis e mais agradáveis ao paladar. O consumo destes alimentos
deve ser limitado pois os métodos de processamento utilizados na fabricação
alteram de modo desfavorável a composição nutricional.
Os alimentos ultraprocessados feitos em geral por indústrias de
grande porte envolvem diversas etapas e técnicas de processamento e muitos
ingredientes, incluindo sal, açúcar, óleos e gorduras e substâncias de uso
exclusivamente industrial. Estes ingredientes dão cor, sabor, aroma, textura e
durabilidade o que diminui geralmente o custo. Estes “alimentos” devem ser
evitados na alimentação infantil pois alteram o paladar e podem levar a um
hábito alimentar desfavorável.
Forma prática de distinguir alimentos ultraprocessados é consultar a lista de
ingredientes, a presença de um número elevado de ingredientes (frequentemente
cinco ou mais) e de ingredientes com nomes pouco familiares, não usados em
preparações culinárias caseiras.
Fatores de Risco:
Crianças vulneráveis:
Pais obesos
Prematuros
Pequeno para a idade gestacional (PIG)
Grande para idade gestacional (GIG)
Interrupção precoce do aleitamento materno
Diabetes gestacional materna
História familiar de diabetes
Alimentação e merenda escolar inadequada
Ansiedade materna, mãe jovem
Marcelo Matusiak
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