Uma das principais tendências no mercado de
trabalho hoje é a promoção da diversidade e da inclusão no ambiente
corporativo. Falamos tanto sobre esse tema, mas nem sempre tratamos da
diversidade de pensamento; não é verdade? As empresas e lideranças mais
estratégicas já têm se apropriado desse aspecto e, consequentemente, obtido
resultados fascinantes. Além disso, as gerações mais novas estão chegando,
ocupando cargos de chefia e reivindicando mudanças na gestão de pessoas.
Diante desse novo cenário, é importante ter em
mente que houve um tempo em que era muito frequente as empresas exigirem
profissionais de faculdades de primeira linha ou que tivessem participado de
algum programa no exterior. Agora isso não é mais válido, até porque novas
ideias surgem de todos os níveis, sejam hierárquicos sejam sociais. É preciso
que os gestores estejam atentos a isso, uma vez que quanto maior for o nível de
diversidade de uma equipe, mais ampla será a gama de ferramentas e informações
para resolver problemas de forma eficaz.
Portanto, proporcionar diversidade aos times dentro
das empresas é muito importante, porém não é tarefa fácil. Um dos maiores
desafios da sociedade e, consequentemente, das corporações é administrar a
multiplicidade de pensamento. Afinal, quase ninguém gosta de ser questionado.
Nas últimas eleições no Brasil, isso ficou muito claro com a enorme
polarização, cada qual com suas certezas e verdades. Para garantir a
pluralidade, é fundamental saber ouvir, ter empatia e, sobretudo, mente aberta
para mudar sempre que necessário. É exatamente neste momento que se configura a
bela oportunidade de traçar novos caminhos.
Como diria a ex-senadora de Nova Iorque, Hillary Clinton, “o
que temos que fazer é encontrar uma maneira de celebrar a nossa diversidade e
debater nossas diferenças, sem fraturar as nossas comunidades”. Assim, é
necessário que o líder reúna o máximo de competências e habilidades para
gerenciar times cada vez mais multidisciplinares. Se, antes, as respostas
vinham sempre dos líderes, hoje isso já não é algo recorrente. Especialmente em
um mundo “VUCA”, ou seja, volátil, incerto, complexo e ambíguo, todos participam
das decisões, com sugestões sobre o business, o mercado, as tendências e o
que pode ser mudado.
Os líderes da atualidade deixaram de lado o ego
para criar conexão e empatia; trocaram respostas por perguntas, uma vez que
ninguém sabe tudo. Além disso, esse tipo de atitude proporciona um ambiente
mais colaborativo. Todavia, cabe ao gestor envolver o máximo de pessoas
possíveis para, juntos, descobrirem e construírem novas propostas e projetos.
Desta forma, é instaurada uma liderança envolvente, com uma escuta ativa e com
engajamento, o que propicia um senso de equipe mais profundo para que todos
compartilhem a solução de problemas.
Por fim, a grande relevância da diversidade no
ambiente empresarial reforça outro ponto fundamental: a necessidade de mudança
no currículo das escolas e no modus operandi da educação pelos pais.
As crianças precisam ser apresentadas a uma pluralidade de pensamento, sem
juízo prévio sobre o que é certo ou errado. Ou seja, um conteúdo a ser sempre
questionado, construído e remodelado. Afinal de contas, assim é a vida.
David Braga - CEO e headhunter da Prime Talent,
empresa de busca e seleção de executivos de média e alta gestão, que atua em
todos os setores da economia na América Latina, com escritórios em São Paulo e
Belo Horizonte.
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