Segundo especialista, essa alteração pode ser sinal de algum
tipo de doença mais grave, sendo importante o tratamento já na infância
É importante
sabermos que todas as pessoas podem apresentar diferença de comprimento entre
uma perna e outra. “Nos indivíduos que já pararam de crescer, uma diferença
de até 1,5cm é considerada normal”, explica o médico ortopedista
pediátrico Dr. David Nordon. Segundo ele, a diferença de membros entre os dois lados do corpo, maior que 1,5 cm,
se não tratada ainda na infância, pode comprometer toda a vida de uma pessoa,
já que pode ser sinal de alguma doença.
Quando se trata
de crescimento além do normal de uma das pernas, uma das possíveis causas é a Síndrome de Klippel-Trenaunay, doença rara que altera
ramificações de veias e artérias. Ela é caracterizada por: manchas cor-de-rosa
pelo corpo, varizes e hipercrescimento
ósseo e dos tecidos
moles, envolvendo, na maioria das vezes, apenas um dos membros. “As lesões
geralmente estão presentes desde o nascimento ou costumam se manifestar durante
a infância”, afirma o médico. Segundo ele, a
doença não tem cura, mas tem tratamento - na maioria das vezes, cirúrgico.
Outra possibilidade para o crescimento
além do normal de uma das pernas é a Síndrome de Proteus, doença também rara que causa o
crescimento exagerado da pele, gigantismo de mãos e pés (muitas vezes de um só
lado do corpo) e tumores subcutâneos, entre outros aspectos. “O tratamento pode
ser feito com cirurgias corretivas”, explica Nordon.
Agora, quando acontece o inverso, ou seja, quando há menor
crescimento de uma das pernas, por exemplo, isso pode ocorrer por alguns
fatores. Entre eles, o desenvolvimento menor do fêmur. “Neste caso, há
uma má formação com um fêmur diminuído ou inexistente”, diz o ortopedista
pediátrico. Ele informa que a alteração consegue ser descoberta por ultrassom,
já entre o segundo e terceiro trimestre de gestação e pode indicar a presença
de doenças como nanismo ou a rara doença dos ossos de cristal,
por exemplo. Também pode caracterizar apenas a falta de desenvolvimento do
fêmur, sem nenhum outro problema de saúde. “No tratamento pode ser
necessária a realização de cirurgias corretivas ao longo da vida, mas que
devem ter início já na infância”, alerta.
Outros problemas de menor crescimento de um dos membros
podem ser: o desenvolvimento deficitário da fíbula e deformidades em
geral causadas por doenças do metabolismo ósseo e doenças do
quadril. “É importante que os pais realizem todos os exames pré-natais, bem
como observem de perto o desenvolvimento da criança. O acompanhamento periódico com o ortopedista pediátrico é
tão importante quanto com o pediatra. O membro
menor provoca sobrecarga no membro maior e na coluna, gerando dores e um
desgaste mais precoce. Por isso, muita atenção com a
saúde de seu filho já que pode comprometer seriamente toda a vida dele”,
finaliza o médico ortopedista pediátrico David Nordon.
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