Apesar de bonita, tal atitude pode comprometer a saúde da
criança
Apesar de ser muito
fofo enrolar o bebê em uma manta como na foto ao lado ou prender suas
pernas firmemente, principalmente nesta estação do ano no Brasil, o
inverno, o ato pode ser perigoso para a saúde dele.
Segundo o ortopedista
pediátrico David Nordon, a ação pode comprometer o quadril da criança.
“Pode ocorrer a displasia do quadril, que é quando ele sai totalmente do
lugar ou fica ‘frouxo’, instável”, afirma. Segundo ele, em populações onde
existe o hábito comum de se enrolar o bebê, como esquimós e italianos, a
incidência de displasia aumenta consideravelmente”.
De acordo com o
médico, isso ocorre porque a posição que o bebê fica, com as pernas juntas,
força o quadril mais frouxo para fora, promovendo a displasia e, em última
análise, a luxação. “É o mesmo que acontece quando são usados carregadores de
nenês de forma errada”, alerta.
No Brasil, de acordo
com diversos estudos, a incidência de displasia gira entre 0,2% a 1,7%,
envolvendo quadril luxado e subluxado (instável).
Em um quadril
normal, a cabeça do fêmur, que se compara a uma bola, fica firmemente encaixada
no acetábulo, o osso da bacia, que funciona como um soquete. Em crianças com
displasia, o acetábulo (o soquete) fica raso e não consegue segurar a
cabeça do fêmur (a bola).
Nordon explica que existem
alternativas para evitar o problema. “Há certos ‘charutinhos’ especiais, os
wraps ou sacos de dormir, que, mesmo deixando os braços
envolvidos, têm bastante espaço para o nenê mexer as pernas, evitando que a
displasia ocorra”, diz.
Portanto, toda a
atenção faz-se necessária para que o bebê não apresente este problema, que pode
comprometer sua saúde e qualidade de vida. “Quanto mais tempo o bebê ficar
nesta posição, maior o risco”, finaliza o ortopedista pediátrico David Nordon.
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