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segunda-feira, 9 de julho de 2018

O uso do Botox ultrapassa a área estética e contribui para o tratamento de doenças


Segundo tratamento não cirúrgico com maior procura no Brasil


Rosácea é o nome da doença que vem sendo muito discutida atualmente devido ao caso do goleiro da seleção brasileira, Alisson Becker. Atingindo cerca de 10% da população mundial, -- comum em adultos com idades entre 30 e 50 anos – a enfermidade possui entre seus principais tratamentos o uso do Botox. Assim como ela, outras doenças como a acne, cicatrizes e a hiperidrose também podem ser tratados por meio da aplicação da toxina botulínica.

Sendo o segundo tratamento não cirúrgico com maior procura no Brasil, -- de acordo com dados divulgados pelo censo 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica -- o Botox é obtido a partir de uma bactéria intitulada como Clostridium botulinum. Ao atuar como um forte agente neuroparalisante, a substância interrompe a ação entre o nervo motor e o músculo, e acaba por neutralizar a força da musculatura. Dessa forma, o Botox contribui para a eliminação de rugas e marcas de expressões, pois as mesmas são consequências da contração muscular.

A dermatologista Monalisy Rodrigues explica que ao longo dos anos, a toxina botulínica foi alvo de várias pesquisas científicas que revelaram seu grande potencial terapêutico tanto na área estética, como no âmbito da saúde, ao possibilitar o tratamento de doenças. “Atualmente, o Botox é aplicado no tratamento de doenças oftalmológicas, neurológicas, odontológicas, fisiátricas, ortopédicas e urológicas, mas seus benefícios dermatológicos vêm crescendo muito nos últimos anos. Hoje, o uso da toxina ultrapassa o cuidado com a aparência e atinge a saúde da pele”, ressalta.

Monalisy explica que na rosácea, por ser uma doença inflamatória crônica, o Botox atua como um recurso anti-inflamatório e regulador do fluxo sanguíneo nos pequenos vasos localizados na área afetada. “A toxina ameniza o aspecto avermelhado da pele, a irritação e o incômodo causados pelas pápulas e pústulas que surgem na região das bochechas, queixo, testa e nariz”, ressalta a dermatologista.

No tratamento da acne, a substância contribui para a diminuição da inflamação e reduz a oleosidade da pele. “A ação do Botox nos nervos, impede a proliferação exacerbada de microrganismos na pele e altera o funcionamento das glândulas sebáceas, causando a redução das secreções no rosto”, esclarece.
  
Quanto à melhora de cicatrizes na pele, Monalisy Rodrigues aponta que a toxina botulínica pode ser usada tanto na prevenção quanto na redução deste tipo de lesão. Sendo assim, o Botox – em menor quantidade e de forma mais superficial – pode ser aplicado antes da realização de um procedimento cirúrgico, pois ajuda a reduzir a tensão local e auxilia na cicatrização da pele suturada, como também na recuperação de cicatrizes avermelhadas. “Sem a movimentação ocasionada pela contração muscular, a cicatriz não se alonga, e isso impede a formação de bordas grandes e duras ao redor da lesão. No caso de cicatrizes já formadas e de tom avermelhado, a toxina opera na redução da formação de vasos sanguíneos, pois os mesmos estimulam o aumento destas marcas. A aplicação do Botox em cicatrizes tem um índice de eficiência de 60% a 70%, durando cerca de seis a sete meses”, explica.

A Hiperidrose é caracterizada pela transpiração excessiva em áreas específicas do corpo, como as mãos, pés, axilas, face e couro cabeludo. Essa condição está presente em cerca de 3% da população mundial e pode impulsionar o surgimento de problemas psicológicos e sociais. O distúrbio pode ser tratado por meio do uso de desodorantes antitranspirantes, remoção das glândulas sudoríparas, lipoaspiração a laser na área das axilas, cirurgia do nervo simpático principal (simpatectomia) ou pela aplicação da toxina botulínica. “Por não ser invasivo e de fácil recuperação, a aplicação do Botox vem sendo a terapêutica mais utilizada no tratamento da hiperidrose. Ao ser aplicado no local afetado pelo problema, a substância bloqueia a liberação do suor pelas glândulas sudoríparas na área, sem aumentar a transpiração em outros lugares do corpo”, argumenta.

Por fim, a dermatologista afirma que mesmo com todos estes benefícios, a toxina botulínica deve ser aplicada somente após uma consulta e avaliação médica.  “O Botox continua sendo estudado em vários centros de pesquisa com o objetivo de ter um tempo de ação mais prolongado, assim como para se tornar alternativa de tratamento de outras doenças”, conclui.


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