Pesquisar no Blog

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Entenda os danos causados pela inalação de desodorante



Menina de 7 anos morreu depois de participar de desafio; segundo médico, o uso provoca asfixia


 A morte de Adrielly Gonçalves, de 7 anos, que teve uma parada cardíaca após ter inalado uma grande quantidade de desodorante aerosol, fez com que a família da menina desse início a uma campanha nas redes sociais. Os pais da criança querem alertar as pessoas sobre os perigos de ações irresponsáveis divulgadas na web.

A inalação de desodorante pode provocar, entre muitos outros danos, asfixia, explica o pneumologista Renato Calil. O médico, do Hospital Caxias D’Or, afirma que o desodorante pode funcionar como outras drogas inalatórias, como o lança-perfume e o loló. Ele acrescenta que a prática de inalar o desodorante não é nova e que vem se tornando comum principalmente entre crianças e adolescentes da região Nordeste do país.

- O spray é composto por álcool, alumínio e gases, como o isobutano. O problema é que esses gases se juntam mais facilmente aos glóbulos vermelhos, responsáveis por transportar o oxigênio pelo corpo. Os gases, então, são transportados no lugar do oxigênio o que provoca a asfixia.


Dependência e problemas renais

Calil reforça que a morte e a perda de consciência são as consequências mais agudas e graves da inalação do desodorante, mas há outros efeitos nocivos ao organismo se o consumo for de longo prazo. É possível desenvolver dependência, ansiedade e irritabilidade, ter uma parada cardíaca e problemas renais.

A inalação desses gases também está ligada ao desenvolvimento de câncer de mama a longo prazo por conta do alumínio. A inalação pode levar ainda a uma lesão cerebral irreversível, com a destruição de neurônios:

- Ao inalar, mesmo pela boca, os gases entram no pulmão e se ligam em questão de minutos aos glóbulos vermelhos. Se isso é feito em um ambiente mais fechado, com um saco plástico na cabeça, por exemplo, pode matar em minutos. A pessoa perde a consciência, desmaia e falece por uma parada cardiorrespiratória. Alguns segundos já representam um risco.


Veja cinco 'jogos' recentes que assustaram pais,
antes do 'desafio do desodorante'


Baleia Azul

O "desafio do desodorante", que matou uma menina de 7 anos, reacende o debate sobe esse tipo de "jogo". O da Baleia Azul foi o mais recente a se espalhar pelo Brasil, em 2017. Só existe em grupos fechados nas redes sociais. Em 50 dias, os participantes devem fazer desafios diários, entre eles automutilação. O último desafio é se suicidar.

Desafio da asfixia


Pouco antes do "jogo da Baleia Azul" se espalhar pelo Brasil, em 2017, o "jogo da asfixia" já preocupava: consiste em se enforcar até desmaiar, para experimentar sensações fortes. Um brasileiro de 13 anos, chamado Gustavo Ritter, chegou a morrer durante o desafio, em outubro de 2016. Houve mortes também nos EUA e no Canadá.

Planking


Este "desafio" levou à morte um homem na Austrália em 2011. Ele caiu do sétimo andar de um prédio, enquanto tentava fazer o "jogo". As pessoas são desafiadas a ficarem de bruços, com o corpo completamente reto, em alguma superfície estreita, com apoio somente na região do abdômen.

Desafio da canela em pó


Em 2016, o "desafio" da canela em pó, no qual o participante tenta engolir um punhado do ingrediente, puro, e ficar ao menos um minuto sem beber água, começou a chamar atenção. No mesmo ano, um grupo de pediatras americanos escreveu um artigo para o periódico científico "Pediatrics" alertando sobre os riscos.

Desafio do gás Hélio


Muitos vídeos na internet estimulam pessoas a inalarem gás Hélio, falarem com voz fina e tentarem não rir. Esse "desafio" é menos nocivo do que os anteriores, mas não deixa de ter riscos: pode levar a desmaios — porque o Hélio toma o lugar do oxigênio no corpo, o que faz falta às células — e causar queimaduras.






Ana Paula Blower






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados