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sexta-feira, 17 de março de 2017

É resfriado ou bronquiolite?



A pediatra Dra. Rafaella Calmon, do Portal Saúde4Kids, alerta que a doença se antecipou neste ano e os casos aumentaram antes da mudança da estação, quando são registrados os maiores índices em prontos-socorros


A proximidade da nova estação já é sinal de tensão para pais com filhos pequenos. É quando as temperaturas oscilam bruscamente e os bebês e crianças menores sofrem as consequências. De acordo com pediatra Dra. Rafaella Calmon, do Saúde4Kids, uma doença que eleva expressivamente o número de internações nesta época do ano em hospitais infantis é a bronquiolite. A patologia ocorre muito no primeiro ano de vida e os sintomas podem ser confundidos com os de um simples resfriado. E a médica alerta que neste ano os casos já se anteciparam e aumentaram consideravelmente em prontos-socorros infantis e consultórios. 

A pediatra explica que “bronquiolite é uma infecção do trato respiratório ocasionada por vírus, principalmente o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), mas sabe-se hoje que mais de 10 tipos de vírus podem causar esse quadro”. A Dra. Rafaella Calmon revela que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são cerca de 60 milhões de pessoas infectadas em todo o mundo por ano.
Para informar os papais, a pediatra comenta algumas dúvidas recorrentes e orienta:

Meu filho pode ter?
A maioria das crianças é infectada no primeiro ano de vida e todas as crianças serão expostas a estes vírus até o segundo ano de idade. Podendo recorrer durante toda a vida, mas causando sintomas respiratórios mais intensos na primeira exposição.

Quando pode acontecer?
Esses quadros são mais frequentes nas estações mais frias do ano e em regiões mais quentes ocorrem o ano todo de maneira mais regular. No Brasil, os picos de incidência variam de acordo com a região, mas sabe-se que a grande maioria dos casos acontecem entre os meses de abril e julho.

Como posso identificar?
Os quadros costumam iniciar como um “resfriadinho” comum: coriza, obstrução nasal, seguido de tosse que pode ser seca ou produtiva (tosse “cheia”). Algumas vezes acompanhado de rouquidão leve, falta de apetite, febre, vômitos e diarreia, dependendo do agente causador.

Quanto tempo isso dura?
Costuma durar de 5 a 15 dias de quadro com intensidade variável, sendo que a maioria das crianças não necessitam de internação, mas é a causa de uma demanda intensa nos prontos-socorros e clínicas pediátricas.

Meu filho pode pegar? Qual o risco?
Pacientes com maior risco de desenvolver quadros mais graves: prematuros, portadores de cardiopatia congênita, crianças com doença pulmonar crônica, imunossuprimidos, ou seja, com baixa imunidade como transplantados e em tratamento de câncer, assim como aquelas portadoras de doenças neurológicas. Porém, a maioria das crianças que internam com complicações do quadro são previamente saudáveis. Bebês abaixo de 3 meses de idade, mesmo saudáveis, têm mais risco de internação ou complicações.

Quando devo me preocupar?
O quadro costuma piorar entre o terceiro e quinto dia de evolução, tosse mais intensa e até crises de tosse e cansaço. É preciso ficar atento quando: cansaço muito intenso com respiração rápida, barriguinha “afundando” quando respira, a criança fica “molinha” mesmo sem febre e quando parece que a criança está muito pálida ou “roxinha” na boca, face ou pés e mãos.

Como trato?
O tratamento deve ser orientado pelo pediatra ou médico da família que atende a criança. Lavagem nasal com soro fisiológico e hidratação com grande oferta de líquidos sempre ajudam e são indicados desde os primeiros sintomas. O tratamento deve ser prescrito com orientação médica. Procure sempre o seu pediatra de confiança para orientações.

Posso prevenir?
Sim. Evite lugares cheios e fechados nos períodos de maior incidência. Não deixe pessoas resfriadas ou doentes visitarem o seu bebê, principalmente recém-nascido. Se alguém em casa estiver resfriado, intensificar a lavagem das mãos e estimular o uso de álcool gel. Para as mães que amamentam, caso tenham este quadro, as orientações são as mesmas e devem procurar amamentar usando máscara, mas o principal agente são as mãos, então, cuidado redobrado.



Dra. Rafaella Gato Calmon - médica pela Universidade Federal do Pará –UFPA-; pediatra pelo Hospital Infantil Darcy Vargas, cardiologista infantil pelo Incor-Universidade de São Paulo; com títulos de especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria e, em cardiologia infantil, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Também é mamãe dos gêmeos Bárbara e Rafael




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