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sexta-feira, 14 de maio de 2021

Complicações médicas na extensão de cílios podem ser evitadas

Créditos: Lash House
Oftalmologista Sérgio Shibukawa lança primeiro curso no Brasil aos profissionais desse setor


Assim como em qualquer procedimento estético, pode ocorrer efeitos inesperados na extensão de cílios, e em tempos de pandemia é muito importante que os profissionais estejam preparados para dar suporte à distância.

O procedimento conquistou a preferência das brasileiras para deixar o olhar mais marcante e feminino, além de ser muito prático. Mas, existem alguns riscos como alergias, irritações e até problemas oculares mais sérios que podem ser prevenidos por profissionais capacitados.

Pensando nisso, o oftalmologista Sergio Shibukawa lançou, recentemente, um curso online dividido em quatro módulos com aulas simples e didáticas para profissionais da área estética com o tema “Complicações médicas na Extensão de Cílios”.

Com valor acessível de R$97,50 o Dr. começou a vender os cursos onlines para complementar a renda neste período difícil. Em apenas dez meses ele já faturou mais de R$100 mil reais em vendas com investimento inicial de R$8 mil reais.

Com base nas informações adquiridas no curso, os profissionais podem prevenir serias complicações. São aulas simples e didáticas para todas as profissionais que realizam a extensão de cílios. “Foi realizado um estudo da literatura mundial de todos os trabalhos referentes às complicações na extensão de cílios para elaborar esse conteúdo. Reunimos de forma simples as principais informações que as lashs precisam saber", afirmou o especialista.

 

 

Dr. Sergio Shibukawa - médico oftalmologista, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, formado pela Faculdade de Medicina do ABC. Possui residência médica pela Universidade de Mogi das Cruzes, com subespecialização em córnea e doenças externas pelo Hospital Oftalmológico de Sorocaba (Hosbos). Mesmo com o longo tempo de formado, não deixa de se atualizar em congressos médicos, hospitais escola e artigos científicos, costuma ler bastante. Além disso, viu sua carreira subir de nível quando atendeu o locutor de rodeios Marco Brasil, que trouxe famosos de todos os lugares, entre eles: Val Machiori, Major Olímpio e uma grande leva de sertanejos como a cantora Yasmin Santos.

 

Instagram: @drsergioshibukawa

 

Saúde bucal em dia aumenta chance de sobrevivência em casos de intubação por Covid-19

Os altos índices de mortalidade em casos de intubação por Covid-19 preocupam a sociedade brasileira. Uma pesquisa realizada pela BBC News Brasil revela que 80% dos procedimentos realizados por causa da doença em 2020 resultaram em morte.

Os motivos nem sempre são explicados somente pelo vírus. Há casos em que o quadro clínico é agravado por algum outro fator com potencial de levar a óbito, principalmente uma infecção não dimensionada. Neste caso, o perigo pode já estar morando na boca do paciente.

O alerta é feito pelo cirurgião-dentista André Luiz Pataro, doutor (PhD) e mestre em Odontologia e especialista em Periodontia. “A boca é a porta de entrada de muitas bactérias e vírus, inclusive a Covid-19. No processo de ventilação mecânica, o tubo é introduzido exatamente a partir dessa via. Se houver qualquer infecção no local, a chance de ela ser transportada pelo tubo até o pulmão é enorme, e isso pode ser fatal”, explica.

A Academia Americana de Periodontia (AAP) também já comprovou por meio de estudos que problemas gengivais podem estar associados a complicações mais graves da Covid-19. Pataro esclarece que o problema não está na decisão de intubação nessas circunstâncias, mas, antes de tudo, no cuidado do paciente com a própria saúde bucal.

“Nós, brasileiros, temos o hábito de evitar as idas periódicas ao dentista para a prevenção bucal, e esse comportamento pode influenciar na expressão de casos mais graves de Covid-19, incluindo a necessidade de intubações. Agora, mais que nunca, a prevenção bucal é um passo importante para diminuir complicações causadas pela Covid-19”, salienta o cirurgião-dentista.

Outra medida necessária para conter os óbitos provocados por infecção deve partir dos hospitais públicos e privados. Segundo o Conselho Federal de Odontologia (CFO), existem hoje em todo o país cerca de apenas 2 mil dentistas hospitalares, número muito aquém da demanda diante da quantidade de internações nas UTIs por causa do novo Coronavírus.

“O atendimento na UTI é feito por uma equipe multidisciplinar, mas são poucos os hospitais que dispõem de um dentista nessas equipes. É ele que pode avaliar o quadro infeccioso da boca do paciente e, juntamente com a equipe de saúde multidisciplinar, avaliar os menores riscos de agravamento do paciente, ou vir a cuidar do mesmo após uma intubação de emergência”, conclui André Luiz Pataro.

Sendo assim, pensando-se em manutenção da saúde como um todo, com ou sem infecção por Covid-19, a prevenção da saúde bucal é fundamental para o equilíbrio e saúde sistêmica.

 



Fonte: André Luiz Pataro - doutor (PhD), mestre e graduado em Odontologia pela UFMG. Também é professor adjunto pela Faculdade Arnaldo e autor de artigos publicados em revistas internacionais de impacto. É membro da Sociedade Brasileira de Periodontia e autor do livro “Guia do Dentista – os caminhos para a realização profissional”.

 

19 de maio - Dia Nacional de Combate a Cefaleia

Dor de cabeça também é sinal de alerta para Covid-19 


 

O calendário da saúde brasileiro destaca o 19 de maio como Dia Nacional da Cefaleia. Nesta data, em especial, instituições médico-científicas, como a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe) buscam caminhos diferenciados para alertar os cidadãos sobre a doença que atinge 15% dos brasileiros (cerca de 32 milhões).


Atualmente, é uma das manifestações neurológicas que acendem sinal vermelho para o Covid-19. Especialistas apontam o crescimento numérico de pacientes acometidas pelo novo coronavírus que recorrem a atendimento unidades de saúde com queixa de dores fortes de cabeça, mesmo após adoção de analgésicos.


Dados parciais da pesquisa “Manifestações Neurológicas da Covid-19 em Pacientes Internados”, desenvolvida no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco e em outros três do Recife, apontam que 64% dos pacientes apresentaram dor de cabeça, enquanto alterações (diminuição ou perda) do paladar afetaram 40% das pessoas e as alterações do olfato, 38%.


Nota-se que nem sempre cefaleia por Covid-19 vem acompanhada de outros sintomas, como febre, cansaço e problemas respiratórios. Diminuição de força em membros ou confusão mental são sintomas que pedem rápida avalição médica.

Pandemia e hábitos

 

Outra particularidade destes tempos de pandemia e de isolamento social é o aumento de crises de cefaleia. A neurologista Célia Roesler, diretora da SBCe, membro ABN e International Headache Society, explica as origens do fenômeno:

"Há mudanças de hábitos alimentares, sono desregulado, ingestão de alimentos mais calóricos e redução de atividades físicas. Sem falar do estresse, do sentimento de incerteza e da angústia de ficar o tempo todo em casa".

Fator incapacitante

 

A cefaleia é mais prevalente entre as mulheres em razão dos hormônios. Independentemente de sexo, impacta a qualidade de vida, causando incapacidade, desconforto e dificultando atividades diárias simples. Aliás, é a 6º doença mais incapacitante do mundo, a despeito das inúmeras alternativas de tratamento.


O tipo tensional de cefaleia e a enxaqueca são as formas mais comuns de episódios esporádicos. Não negligenciar qualquer tipo de dor de cabeça nem sair tomando analgésicos sem consultar um médico especialista são atitudes indispensáveis para evitar que se torne um incômodo crônico.

Classificação.


“Toda dor de cabeça é uma cefaleia”, pontua Célia Roesler. “Existem mais de 200 tipos de cefaleias, divididas entre primárias e secundárias”.


São classificadas como primárias as que a própria dor de cabeça é a doença, como a enxaqueca, a cefaleia em salvas e a do tipo tensional. Vale um parêntese para a enxaqueca, a mais popular das cefaleias primárias. Diagnosticá-la exige uma anamnese completa para entender o histórico do paciente, não é possível só com exames ", explica Dra. Célia.


Já as cefaleias secundárias são sintomas de outras doenças” sinusite, disfunção temporomandibular, refração visual, aneurisma, tumores etc.



Gatilhos


São desencadeantes da dor, por exemplo, o excesso ou privação do sono, jejum prolongado, dieta desequilibrada, pular refeições, estresse físico e mental, vida sedentária e as oscilações hormonais em mulheres. Entre elas, é comum cefaleia associada a dores em pré, intra, ou na pós-menstruação. As enxaquecas podem, em certas situações, começar na menarca - primeira menstruação - e apenas melhorar na menopausa.



Tratamentos


“O indivíduo que tem a sua vida pessoal, social e profissional prejudicadas pelas dores de cabeça e que precisa tomar analgesico mais do que duas vezes na semana, deve procurar um especialista para fazer um diagnóstico e o tratamento corretos. Ninguém precisa se acostumar com a dor. A enxaqueca tem tratamento e pode melhorar muito se houver cumplicidade médico-paciente, para indicar e seguir o tratamento mais adequado”, indica Célia Roesler. 


Crises ainda podem melhorar com psicoterapia cognitiva comportamental, acupuntura, yoga, atividades físicas regulares, horários de sono regulares e dieta equilibrada. São métodos que, quando aliados a cuidados medicamentosos, contribuem para ganho de qualidade de vida”.

  

São Paulo inicia a vacinação de pacientes oncológicos, mas há restrições. Tire suas dúvidas

Pessoas com câncer que tenham entre 50 e 59 anos e façam uso de medicamentos imunossupressores, tenham realizado tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses e/ou que sejam portadores de neoplasias hematológicas já começaram a ser imunizadas



O Estado de São Paulo anunciou uma nova fase da vacinação contra a Covid-19 e incluiu no grupo liberado para ser imunizado a partir desta semana pessoas imunossuprimidas, classificadas de acordo com o Programa Nacional de Imunização (PNI). A notícia, contudo, gerou dúvidas entre a população. Isso porque desde o anúncio do início da vacinação no país, feito em dezembro de 2020, a lista de comorbidades sofreu ajustes e atualizações, além de prever restrições a serem consideradas diante da falta de doses de imunizantes disponíveis que o país ainda enfrenta. Este é o caso de quem tem câncer, cuja inclusão nos critérios estabelecidos até o momento considera algumas especificidades descritas como pré-requisitos, o que está causando dificuldade no entendimento de quem efetivamente está contemplado nesta nova fase do programa.

Seguindo a classificação da PNI, São Paulo informa que passaram a ser vacinados na nova etapa, a partir de 12 de maio (terça-feira), a parcela da população com idade entre 55 e 59 anos considerada imunossuprimida: pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses; pessoas com neoplasias hematológicas; pessoas em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias. Além deles, completam essa relação de comorbidades os transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; aqueles que são HIV positivo (e CD4 >350 células/mm3); pessoas com doenças reumáticas imunomediadas; e pacientes que fazem terapia renal substitutiva (hemodiálise).

O governo estadual aponta ainda que, como forma de escalonamento, aqueles com idades entre 54 e 50 anos e que se encaixem nestes mesmos critérios também deverão passar a ser vacinados a partir desta sexta-feira (14 de maio) e os acima de 45 anos entram na relação de beneficiados em 21 de maio. Para receber as doses, as pessoas que integram esse grupo de prioridades por conta das comorbidades devem apresentar carta de autorização assinada por médico responsável e comprovante da condição de risco por meio de exames, receitas, relatório ou prescrição médica. Os cadastros previamente existentes em Unidades Básicas de Saúde (UBS) também podem ser utilizados. A expectativa é imunizar ao todo 900 mil indivíduos dentro desse recorte de perfil.

Para especialistas da área oncológica, esse primeiro passo para a priorização de quem luta contra tumores malignos deve ser celebrado. Porém, ainda é preciso avançar mais no olhar para quem tem câncer e para a falta de uma programação mais criteriosa.

"Essa ausência de uma agenda que se mostre mais abrangente, considerando um contingente mais amplo de pacientes e de forma mais específica, nos preocupa. O que incomoda é a falta de perspectiva para os pacientes com câncer de outras faixas etárias em tratamento ativo e aqueles que atualmente estão seguindo outras linhas terapêuticas não mencionadas no documento atual", comenta Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas.

O médico liderou um estudo que mostra que pacientes oncológicos têm taxa de mortalidade por covid-19 mais alta em comparação à população em geral e até outros perfis de comorbidades. A pesquisa, publicada no início de 2021 pelo Journal of Clinical Oncology (JCO), comprova que a letalidade entre brasileiros com câncer contaminados pelo novo coronavírus atingiu um índice seis vezes superior ao de outros grupos. Em alguns casos, como de leucemia e câncer de pulmão, a situação se mostra pior. A mortalidade geral por complicações de Covid-19 foi de 16,7%, sendo que, em modelos univariados, os fatores associados à morte após o diagnóstico de contaminação pelo coronavírus foram tratamento em um ambiente não curativo, tabagismo atual ou anterior, comorbidades coexistentes e câncer do trato respiratório.

"Graças aos avanços da ciência e da medicina, contamos atualmente com um arsenal de alternativas de cuidado para assegurar acima de tudo a qualidade de vida no combate ao câncer. O ponto central do debate, todavia, é que para cada um desses pacientes a imunização contra a Covid é essencial para que sigam suas rotinas em segurança", frisa Bruno Ferrari.

Para ajudar a sanar as dúvidas dos pacientes oncológicos sobre quem pode ou não receber a dose do imunizante de acordo com o calendário atual, e como será o processo, esclarecemos a seguir as questões principais sobre essa nova etapa da vacinação contra a COVID-19:



Qual o perfil de paciente oncológico incluído no grupo de prioridades a ser vacinado neste momento?


Já estão sendo vacinados em São Paulo todos aqueles na faixa etária entre 55 e 59 anos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses; pessoas que façam uso de imunossupressores; e pessoas com neoplasias hematológicas. Entram ainda nessa categoria os transplantados de medula óssea.

O governo estadual informou ainda que aqueles com idades de 54 a 50 anos e que se encaixem nestes mesmos critérios deverão passar a ser vacinados a partir do dia 14/05 e, dando sequência ao escalonamento por idades, os acima de 45 anos estarão liberados para receber a vacina a partir de 21/05.



É seguro o paciente oncológico se vacinar contra a Covid-19?


Sim, as vacinas disponíveis atualmente são seguras para o paciente oncológico. A recomendação é de que, de toda forma, consultem seu médico antes sempre, pois ele pode considerar possíveis exceções e avaliar o melhor momento para a vacinação. Mas, em geral, não há problema e nem contraindicações para quem tem câncer.



Como faço para comprovar que sou paciente oncológico?


O PNI prevê a necessidade de comprovação da comorbidade, havendo exigência de atestar que a pessoa está dentro dos critérios e em condições de tomar a vacina. Os pacientes oncológicos devem apresentar comprovante da condição de risco por meio relatório e/ou prescrição médica devidamente assinados. Os cadastros previamente existentes em Unidades Básicas de Saúde (UBS) também podem ser utilizados. É preciso lembrar que, além dessa comprovação, é preciso atentar para os critérios de idade determinados e no momento da vacinação portar o CPF ou o Cartão Nacional de Saúde (CNS), também conhecido como Cartão Sus.

Para agilizar o processo no dia da vacinação, o Governo do Estado solicita que seja feito o pré-cadastro no site http://vacinaja.sp.gov.br/, onde também é possível ver quais são os postos de saúde mais próximos disponíveis.



Quando poderei me vacinar?


A data marcada em São Paulo para pacientes oncológicos considerados imunossuprimidos pelos critérios da PNI leva em conta que serão liberados para vacinação todos aqueles que se enquadram nestes pré-requisitos e, por enquanto, tenham idade acima de 45 anos. Para organizar melhor a vacinação e evitar aglomerações nos postos de saúde, foi definido um recorte de datas por grupo de idade para atender essa parcela da população: os acima de 55 anos tiveram a imunização liberada a partir de 12/05; os que têm entres 50 e 54 anos a partir de 14/05; e aqueles com mais de 45 anos a partir de 21/05.

Vale ressaltar que cada estado do país tem autonomia para definir a ordem e agendamento para vacinação das prioridades liberadas e que em alguns municípios também pode haver ajustes de agenda. É importante acompanhar atentamente o calendário de imunização da sua localidade.

 

Dia Internacional de Conscientização das Mucopolissacaridoses (MPS)

Estima-se que mais de 13 milhões de pessoas tenham alguma doença rara no Brasil

·         Existem entre 6 e 8 mil doenças raras no mundo, entre elas as Mucopolissacaridoses (MPS).

·         O 15 de maio marca o Dia Internacional de Conscientização das Mucopolissacaridoses. 

·         As MPS representam um grupo de doenças ultrarraras cujo diagnóstico em geral tarda muitos anos.

·         A Casa Hunter promove ações de conscientização e lança games para explicar a jornada do paciente.  


Imagine que você tem um filho pequeno e que, à medida em que ele cresce, começam a ser observadas algumas diferenças no desenvolvimento em comparação com outras crianças. Você passa em médicos especialistas, faz uma série de exames, mas o diagnóstico final demora de 4 a 5 anos e, ainda assim, os desafios são inúmeros. Essa é, em geral, a jornada dos pacientes com doenças raras.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem de 6 a 8 mil doenças raras no mundo; destas, apenas 4% contam com algum tipo de tratamento e 30% dos pacientes morrem antes dos cinco anos de idade. No Brasil, estima-se que 13 milhões de pessoas tenham alguma doença rara¹. 
 

Um exemplo são as Mucopolissacaridoses (MPS), doenças genéticas que fazem parte do grupo dos erros inatos do metabolismo. Nas MPS, a produção de enzimas responsáveis pela degradação de alguns compostos é afetada e o acúmulo destes no organismo do paciente, de forma progressiva, provoca diversas manifestações. 

Entre as consequências das MPS, podem estar: limitações articulares, perda auditiva, problemas respiratórios e cardíacos, aumento do fígado e baço e déficit neurológico.

A incidência das Mucopolissacaridoses é de cerca de 1 para cada 20 mil nascidos vivos². De acordo com a enzima que se encontra deficiente, a Mucopolissacaridose pode ser classificada em 11 tipos diferentes de MPS3.  

No Brasil, o tipo II, conhecido como Síndrome de Hunter, é o mais prevalente - são 0,48 para cada 100.000 nascidos vivos², com uma média de 13 novos casos ao ano. Ocorrendo quase exclusivamente pessoas do sexo masculino, a MPS II, sem o tratamento adequado, pode causar a morte do paciente já na segunda década de vida. 

De acordo com dados da Rede MPS, entre os anos 1982 e 2019, foram diagnosticados 493 pacientes com a MPS tipo II, e essa doença pode ganhar um novo aliado no diagnóstico com a aprovação do Projeto de Lei que visa a ampliar as doenças que devem fazer parte do Teste do Pezinho realizado no âmbito do SUS.  

Diagnóstico - Assim como nas demais doenças raras, as MPS são de difícil diagnóstico, uma vez que há múltiplos sintomas e muitos são comuns a outras patologias. O diagnóstico correto e precoce das MPS é fundamental para propiciar uma melhor qualidade de vida aos pacientes. Um teste do pezinho ampliado poderia detectar mais de 50 doenças, permitindo seu tratamento precoce e trazendo mais qualidade de vida aos pacientes. 

Tratamento - A MPS não tem cura, mas com tratamento adequado é possível controlar a doença e aumentar a expectativa de vida do paciente. Segundo o geneticista e professor do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Dr Roberto Giugliani, a Terapia de Reposição Enzimática (TRE) foi um importante avanço no tratamento das MPS, embora tenha algumas limitações, como o fato de não penetrar no sistema nervoso.  

“Novas enzimas capazes de cruzar a barreira sangue-cérebro permitem tratar as manifestações neurológicas a partir de uma enzima administrada na veia. A combinação dessas novas tecnologias de tratamento com o diagnóstico precoce, idealmente através do teste do pezinho, trará um ganho significativo na qualidade de vida dos pacientes com MPS”, explica Dr. Roberto Giugliani.  

Casa Hunter promove ações de conscientização e lança games para explicar a jornada do paciente. 

O dia 15 de maio é marcado pelo Dia Internacional de Conscientização das Mucopolissacaridoses e a data tem como objetivo dar mais visibilidade à doença e disseminar informações para familiares, cuidadores, sociedade em geral e para a comunidade médica. 

No Brasil, a Casa Hunter, ONG dedicada a apoiar pacientes que possuem doenças raras, em especial a MPS Tipo II, realizará a MPS Week, uma semana temática,  com eventos online e ações de conscientização para aumentar o conhecimento sobre essa enfermidade.  

“Nosso objetivo é aumentar o conhecimento a respeito da patologia, facilitando o diagnóstico e o tratamento dos pacientes. Somente dando visibilidade ao tema temos a oportunidade de advogar em favor dos pacientes”, explica Antoine Daher, presidente da Casa Hunter e da Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras, a Febrararas. 

Entre as ações organizadas pela Casa Hunter estão jogos virtuais desenvolvidos para mostrar o dia a dia de um paciente com MPS Tipo II, que de maneira lúdica, trazem informações sobre a doença.  

Na “Jornada do Paciente”, o jogador é imerso na história de uma família que busca um diagnóstico para o filho doente. Já os games no estilo "Escape", os participantes são desafiados a resolver enigmas e encontrar as pistas necessárias para chegar ao diagnóstico do paciente. Os games estão  disponíveis nos links https://app.infogo.com.br/264f97 e https://app.infogo.com.br/306a50 

Além disso,  durante a MPS Week serão realizados dois webinários com objetivo de auxiliar pacientes, cuidadores e familiares a lidarem com a nova realidade pós-diagnóstico e compartilhar as principais pesquisas em desenvolvimento sobre a MPS no Brasil, ambos no canal da Casa Hunter no YouTube 

Por fim, no dia 15, ainda às 18h30, a Dra. Dafne Horovitz (Coordenadora Clínica do Departamento de Genética Médica e Serviço de Referência em Doenças Raras da  Fiocruz), fará uma palestra sobre a MPS, também no canal do YouTube. 

Uma outra ação para a divulgação da patologia é a divulgação da campanha de conscientização da MPS nos pontos de ônibus da cidade de São Paulo, em parceria com a "Otima", empresa de mobiliário urbano que cedeu gratuitamente os espaços. 

A MPS Week conta com o patrocínio das empresas JCR do Brasil, Takeda, Biomarin, Regenxbio, Sigilon Therapeutics e Ultragenyx. O evento tem ainda o apoio da Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras, a Febrararas. 

 


Casa Hunter

https://casahunter.org.br/
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https://www.youtube.com/channel/UCo01hp8QRe0GUD1hlI0FgwQ
https://www.linkedin.com/company/24477404/admin/   

 

 Referências: 

1) Casa Hunder. Disponível em https://casahunter.org.br/o-que-e-doenca-rara/ 

2) Estudo ‘Updated birth prevalence and relative frequency of mucopolysaccharidoses across Brazilian regions’. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-47572021000100103&script=sci_arttext 

3) Rede MPS Brasil. Disponível em http://www.ufrgs.br/redempsbrasil/sobremps.php

 

Maio Cinza: um alerta para o câncer de cérebro!

Existem fatores, inclusive externos como a exposição à radiação ionizante, que aumentam risco para o desenvolvimento de tumores cerebrais

 

Maio é o mês de conscientização do câncer de cérebro, um tumor potencialmente grave por atingir o órgão responsável pelo controle de todas as funções do nosso corpo. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que no Brasil sejam diagnosticados 11.090 novos casos de câncer cerebral anualmente, sendo 5.870 homens e 5.220 mulheres neste ano. Atualmente, ocupa a décima posição entre os tumores mais frequentes nas mulheres brasileiras e a décima primeira posição entre os homens. Esses números tendem a ser muito maiores se forem considerados, também, os tumores benignos do sistema nervoso central. 

 

Segundo o médico David Pinheiro Cunha, oncologista e sócio do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia, o tumor no cérebro pode ter apresentações variáveis. “É frequente, nos benignos, o paciente permanecer assintomático por um período prolongado, isso porque o tumor cresce lentamente e o cérebro vai se adaptando. Podem ocorrer também sintomas focais, que são dependentes do local em que está localizado o tumor, podendo cursar com perda de força em alguma parte do corpo, alteração na visão, audição, fala e comportamento. Porém, vale ressaltar que as manifestações, na maioria dos casos, são inespecíficas como sonolência, náuseas, vômitos, crise convulsiva ou dor de cabeça”, explica. 

 

O neurocirurgião Victor Vasconcelos, CEO da Relevance Neurocirurgia, ressalta que, no sistema nervoso, a classificação de tumores benignos ou malignos pode não representar a real ameaça que a presença da lesão causa, uma vez que mesmo tumores benignos são capazes de gerar graves consequências à saúde, caso se localizem em áreas nobres do sistema nervoso. “Existem alguns fatores que aumentam o risco para o desenvolvimento de tumores no cérebro, como a exposição à radiação ionizante, histórico familiar de câncer e doenças genéticas, condições que afetam a imunidade (em pacientes com AIDS ou uso de medicamentos imunossupressores) e presença de outro câncer (em especial melanoma, mama e pulmão). Outras condições são frequentemente estudadas, mas ainda necessitam comprovação quanto ao risco de desenvolverem o câncer cerebral como o uso excessivo de celulares, substâncias tóxicas utilizadas na indústria e agricultura (como arsênio ou chumbo), proximidade com redes de alta tensão, uso de aspartame em adoçantes e a infecção por alguns tipos de vírus”, aponta. 

 

De acordo com o Dr. David, no que se refere à agressividade, os tumores benignos – que apresentam crescimento lento – podem ser acompanhados por exames de imagem periódicos ou tratados com cirurgia com altíssimas chances de cura. “Já os tumores malignos apresentam crescimento rápido, presença de sintomas e necessitam de tratamentos mais agressivos. Dentre os tumores malignos, o glioblastoma multiforme é o que apresenta menores chances de cura, apesar do avanço do tratamento nos últimos anos”, explica.

 

Com relação à prevenção, o Dr. Victor conta que algumas medidas podem ser tomadas, como evitar a exposição à radiação ionizante e às substâncias tóxicas. “No entanto, alguns fatores de risco não dependem do comportamento do indivíduo, como os relacionados ao histórico familiar e a presença de outras doenças. Diante disso, o papel do diagnóstico precoce se torna uma das principais armas para prevenir o dano da doença. A identificação do quadro numa fase inicial é fundamental para a implementação do correto tratamento, o que pode determinar a capacidade de controle ou até a cura do paciente e reduzir muito a chance de sequelas neurológicas. Até o momento, contudo, não há benefício comprovado de recomendar exames de triagem para pessoas que não apresentem sintomas sugestivos dos tumores cerebrais nem uma das condições de risco supracitadas”, afirma o neurocirurgião.

 

Então, quando devo me preocupar com uma dor de cabeça? “A cefaleia, conhecida como dor de cabeça, é o sintoma mais comum do câncer de cérebro, acontecendo em 33 a 71% dos casos.  Porém, nem todo quadro de cefaleia é sugestivo de tumor cerebral; se for um sintoma diário e persistente ao longo de dias, com intensidade crescente e mais comum à noite ou ao acordar, é um sinal de alerta. Deve também ser sempre investigada quando acompanhada de sinais e sintomas, como vômitos recorrentes, crises epilépticas, sonolência excessiva, confusão mental, deficiência gradual da movimentação ou da sensibilidade de alguma parte do corpo e dificuldades de fala e da visão”, explica o oncologista Dr. David. 

 

Equipe completa e tecnologia: boa chance de cura

 

A boa notícia é que a maioria dos tumores cerebrais podem ser curados. É importante que o tratamento seja individualizado e realizado por uma equipe completa composta por neurocirurgião, oncologista, radioterapeuta, patologista e radiologista. “De uma forma geral, a cirurgia é o principal tratamento. Atualmente, diversas tecnologias foram incorporadas na neurocirurgia, como monitorização intra-operatória e métodos minimamente invasivos, possibilitando a diminuição do risco de sequelas no ato cirúrgico. A associação de radioterapia e quimioterapia geralmente é necessária nos tumores mais agressivos, considerados de alto grau. No entanto, em outros casos, o tumor pode não ser eliminado completamente e o paciente pode ter que conviver com o tumor. O acompanhamento nesses casos deve visar sempre minimizar os sintomas causados pela lesão, a fim de promover a melhor qualidade de vida possível”, afirma o neurocirurgião.

 

Ambos profissionais reafirmam que, apesar dos avanços nas técnicas de tratamento, o diagnóstico precoce ainda é a principal arma para aumentar as chances de cura e reduzir as sequelas. “Por isso, a importância do Maio Cinza, que tem como objetivo conscientizar a todos sobres os sintomas que devem ser investigados. Mesmo durante o período de pandemia, importante lembrar que a COVID-19 não é a única vilã!”, finaliza Dr. David.

 

 



David Pinheiro Cunha - oncologista com residência em Oncologia Clínica pela Unicamp. Graduado em medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas) e residência em Clínica Médica pela PUC Campinas. Possui título de especialista em Oncologia Clínica pela Associação Médica Brasileira – AMB/SBOC. Realizou observership no serviço de Oncologia em Northwestern Medicine Developmental Therapeutics Institute, Chicago, Illinois, EUA. É membro da Diretoria Científica da disciplina de cancerologia da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC). É membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO). É sócio do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia e atua na Oncologia do Radium Instituto de Oncologia, do Hospital Santa Teresa e do Hospital Madre Theodora.

 

Victor Vasconcelos - neurocirurgião oncológico do Radium Instituto de Oncologia, Centro Infantil Boldrini e do Grupo Relevance Neurocirurgia. Coordenador do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital e Maternidade Madre Theodora e de equipe do Hospital e Maternidade Santa Teresa.  Formação: neurocirurgião e Mestre pela Unicamp. Especialização em Neuro-oncologia pelo Hospital Sírio Libanês. Fellow em Neuro-oncologia Johns Hopkins Hospital (Maryland – EUA) e em Cirurgia endoscópica mimimamente invasiva de crânio pela Ohio StateUniversity (OHIO – EUA). Membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.

 

Como evitar possíveis infecções hospitalares?

 Infectologista explica quais são as medidas necessários a serem adotados durante cirurgias ou procedimentos invasivos

 

O número de infecções hospitalares no Brasil é de 14%, segundo um levantamento realizado em 2019 pelo Ministério da Saúde. Para evitar esse tipo de problema, é necessário um controle e monitoramento dos procedimentos invasivos realizados em pacientes. Por isso, no dia 15 de maio, é celebrado o Dia Nacional de Controle das Infecções Hospitalares.

A data, instituída em 2008, tem como intuito conscientizar não só os profissionais da saúde, como também a população no geral, da importância de cuidados de higienização na hora de realizar cirurgias ou procedimentos invasivos. Segundo o infectologista do Hospital Anchieta de Brasília, Victor Bertollo, existe uma gama de infecções. "Podemos defini-las como uma infecção adquirida em ambiente hospitalar ou devido a algum procedimento de saúde", explica.


As infecções


Bertollo fala que problemas relacionados à ventilação mecânica são as mais comuns. "Em pacientes entubados, a ventilação mecânica pode desencadear uma pneumonia". As infecções de corrente sanguínea também são causadas por dispositivos invasivos que são colocados, por exemplo, no interior de grandes veias de pacientes", aponta. "Essas, estão relacionadas a cateteres venosos centrais e acessos", complementa. Outro tipo de infecção causada por materiais hospitalares é a infecção urinária, que pode ser causada pela presença de sondas na bexiga.

O especialista destaca ainda que podem ocorrer infecções cirúrgicas ou pós-cirúrgicas, que se manifestam depois da alta do paciente. "Essas aparecem no local ou no órgão em que foi realizada a cirurgia", acrescenta. Ele também informa que as próteses podem ocasionar uma contaminação "no momento do ato cirúrgico ou por disseminação de outras infecções que o paciente venha a ter".
O infectologista ressalta que além destas infecções mais comuns, podem haver outras infecções de transmissão intra-hospitalar. "É mais comum com vírus respiratórios. Se não forem feitos os cuidados adequados, como o isolamento dos casos suspeitos, podem ocorrer surtos de doenças causadas por vírus respiratórios, ou até por outros agentes, como a própria tuberculose ", explica.



Como prevenir

O principal cuidado de prevenção diz respeito às práticas de controle de infecção hospitalar, segundo Bertollo. "Recomenda-se, por exemplo, que o uso de dispositivos invasivos seja pelo menor tempo possível, além de uma manipulação e técnica de limpeza desses equipamentos adequada", diz.

Ele ainda frisa que é importante o uso controlado de antibióticos, para evitar a infecção de bactérias multirresistentes. "Usar esses medicamentos demasiadamente pode gerar uma resistência antimicrobiana, levando a infecção por superbactérias", esclarece o infectologista. Caso o paciente seja infectado por essas bactérias multirresistentes, o tratamento se torna mais difícil e complexo, sendo necessário o uso de antibióticos de tratamento endovenoso, de amplo espectro, específicos, e às vezes até mesmo com maior toxicidade, dependendo da situação do paciente.

A criação de Comitês de Controle de Infecção Hospitalar também é imprescindível para a diminuição de infecções hospitalares. "Esses comitês são criados justamente para estabelecer os protocolos de prevenção de infecção hospitalar bem como o treinamento do corpo técnico", esclarece Bertollo. O infectologista destaca como melhor e mais eficaz medida de prevenção de infecção hospitalar o ato de lavar as mãos adequadamente. "É importantíssimo que a lavagem das mãos seja realizada nos cinco momentos preconizados pela Organização Mundial da Saúde", afirma.

De acordo com o médico, é imprescindível que o profissional lave as mãos antes de contato com o paciente; antes da realização de procedimento; após risco de exposição a fluidos biológicos; após contato com o paciente e após contato com áreas próximas ao paciente, mesmo que não tenha tocado o paciente. Cuidando direta ou indiretamente do paciente. "Se todos profissionais dentro de um ambiente hospitalar respeitarem e aderirem a todos os protocolos de controle de infecção, o risco de infecções hospitalares reduzirá significativamente", complementa o infectologista, do Hospital Anchieta de Brasília.

Ele conclui: os pacientes podem ainda auxiliar na redução do risco de transmissão ao cobrar dos trabalhadores da saúde que realizem adequadamente os procedimentos de lavagem de mãos, cuidados com curativos e manipulação de dispositivos invasivos", relata Dr Victor Bertollo.


Para onde vão as máscaras utilizadas na prevenção do coronavírus?

A pandemia do novo coronavírus está demandando novos lockdowns em diversos estados brasileiros. Além de higienizar as mãos e evitar o contato com o rosto, o uso de máscaras também é obrigatório em locais públicos. Vale lembrar que as máscaras são descartáveis e devem ser desprezadas após o uso. Mas é preciso estar atento para saber como e onde descartá-las.

Como se trata de material infectado, as máscaras usadas não podem e nem devem ser dispensadas no lixo comum. Descartá-las em local adequado é fundamental para evitar o risco de contaminação. "As máscaras cirúrgicas usadas pela população como forma de proteção, são classificadas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos como material infectante do Grupo A. Isto é, contém microrganismos capazes de originar algum tipo de contaminação por bactérias, vírus entre outros tipos de agentes infectantes. E portanto, precisam ser descartadas seguindo normas técnicas sem causar danos ou riscos à saúde pública, minimizando os impactos ambientais e utilizando procedimentos específicos de engenharia para o confinamento destes", explica Rafael Zarvos, fundador da Oceano Gestão de Resíduos, empresa responsável pelo descarte responsável do lixo doméstico.

O especialista alerta que, ao descartar as máscaras no lixo comum, o cidadão, ao contrário de fazer a sua parte, acaba infectando o meio ambiente. "A consequência do descarte inadequado é que este resíduo infectado acabará sendo levado para um aterro inapropriado para receber este tipo de material", acrescenta. Nestes casos, o indicado é enviar as máscaras às empresas que fazem coleta e gestão de resíduos domiciliar para garantir que o material terá o destino correto.

 


Oceano Resíduos


Rafael Zarvos - empresário carioca e defensor do meio ambiente, fundou em junho de 2019 a Oceano Gestão de Resíduos como uma forma de ajudar a população no descarte de lixo poluente de maneira correta e contribuir com a diminuição de agentes poluentes nos mares e rios. A empresa faz a gestão de resíduos e coleta inteligente, responsável pela correta destinação do lixo produzido no dia a dia. O foco é principalmente nos chamados micropoluentes, substâncias de uso comum em nosso dia a dia que constituem uma ameaça emergente à qualidade de águas, rios, lagos, reservatórios, mares e oceanos, uma vez que inexiste tecnologia para remoção destas substâncias provenientes de esgotos sanitários e hospitais, com coleta domiciliar e planos adequados para cada necessidade.


As oportunidades criadas pela pandemia


Ninguém imaginou que a pandemia iria tão longe. Em março do ano passado, o comércio varejista, as indústrias, as empresas de serviços e as entidades patronais de representação setorial estavam em pânico ao pensar que poderíamos ter restrições e confinamento além de 60 dias, o que representaria queda expressiva no faturamento. Mais de um ano se passou e temos um cenário mundial completamente modificado.

O momento trouxe novos comportamentos de consumo e a necessidade de adaptação e adequação das operações das indústrias, do varejo e serviços. Como consequência, muitas tendências surgiram. A inovação, a tecnologia, o pensamento sistêmico, a valorização das relações pessoais e comerciais e a ajuda mútua criaram uma nova realidade, a partir de novas rotas pessoais e comerciais. Neste momento de tantas incertezas e indefinições, alternativas são estudadas para manter a operação do mercado nesses atuais e oportunos tempos. Como em época de guerra, em que a crise impulsiona a criatividade e a adaptação dos povos às descobertas e inovações, levando a economia a grandes saltos, estamos novamente nos deparando com oportunidades. Para percebê-las, é preciso levantar a cabeça e enxergar o novo modus operandi, que deixou de ser tendência e se tornou realidade. E o momento é agora, não há tempo para protelar.

Imposto pela pandemia, o modelo de trabalho em home office é um caminho sem volta. Estamos nos adaptando às reuniões online, que podem ser realizadas de qualquer lugar. O mundo está aprendendo a realizar seu trabalho por meio de eventos digitais com soluções e respostas mais rápidas do que o trabalho presencial nos permite obter. Houve perda da socialização? Certamente, mas a hora é de adaptação e descobertas. Foi possível observar que os recursos tecnológicos permitiram a ampliação do conhecimento e a aproximação entre culturas e pessoas, extrapolando as divisas territoriais.

 Das grandes corporações aos médios e pequenos negócios, todos precisam ter agilidade. Não podemos fazer a gestão desta transição com as mesmas referências conceituais que tínhamos antes de entrar neste “desfiladeiro”. É preciso “abrir a caixa” e compreender como a sobrevivência passará por novas concepções e estratégias. Segundo o The Economist, em artigo publicado em 16 de novembro de 2020 sobre as tendências para 2021, mesmo com toda limitação provocada pela pandemia “empresas que não investem ao menos 10% em novas tecnologias irão desaparecer”. A tradicional organização terminou em 2020. O mundo enxerga 2021 como um novo começo. Um renascimento. É preciso ampliar a visão, afinal, o mundo continuará girando. Novas formas de operacionalizar os resultados da empresa deixam de ser tendências e passam a ser aplicadas. Organizações e entidades não podem deixar de falar com seus diversos interlocutores e com o mercado. Definitivamente, ficou claro que é preciso trazer soluções para as diversas necessidades de seus clientes.

 


Giovani Mendonça - Diretor da Cria-Me (empresa de soluções em projetos e eventos)


Preparem-se para muito ESG em 2021

O começo de ano é sempre uma incógnita para todos. Muitos planejamentos de atividades, metas com números e orçamentos financeiros. Mas, este ano, em particular, o foco será um pouco diferente. É um período de muito cuidado e as pessoas anseiam pela recuperação econômica e social do Brasil e do mundo.

Para os planejadores e financistas de plantão, o trabalho de avaliar o macroambiente, o mercado e as variáveis incontroláveis nunca foram tão difíceis como agora. Para se ter uma ideia, no ano passado haveria um crescimento ou pelo menos uma melhor condição de produção e vendas. E para a nossa surpresa, um fator incontrolável e não orçado apareceu, causando um movimento nunca antes passado no nosso mundo globalizado.

Mas a ideia não é colocar aqui as imensas manobras que as empresas, executivos e empreendedores tiveram que fazer para sobreviver. Mas sim os “saberes” que tivemos para este ano trabalharmos com muito afinco.

Na temática do desenvolvimento sustentável houve um crescimento de empresas preocupadas em aprender sobre os inúmeros tópicos que compõe este tema. Segundo o Pacto Global Rede Brasil, a rede do nosso país comparado com as outras foi a que mais cresceu de signatários em 2020 para os “Dez Princípios do Pacto Global” chegando a 1.100 organizações.

Este movimento foi lançado em 2000 pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan. O Pacto Global busca empresas que alinhem as suas estratégias de operações e desenvolvam ações que contribuam para a melhora dos desafios que compõe a sociedade. Os 10 princípios universais do Pacto que as empresas se comprometem estão nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção. Sendo hoje a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo.

O ESG (Environmental, Social and Governance) ou ASG (Ambiental, Social e Governança), em português, ganhou destaque nos principais jornais e sites de notícias do país, colocando as questões Ambientais, Sociais e de Governança como um foco de atenção principalmente para os investidores. E este novo modelo mental de gerar valor começa a entrar nas estratégias de negócios das grandes empresas, pois os acionistas entenderam que estes conjuntos de indicadores precisam fazer parte das entregas, além da lucratividade. Os riscos associados a estas três letrinhas podem derrubar grandes empresas e esvaziar o valor da marca em alguns segundos nas bolsas, se não bem cuidado.

Muitos fundos com carteira de ações de empresas, que se preocupam com estes temas começaram a mostrar que não é só por “ajudar” o meio ambiente ou as pessoas, como alguns executivos classificam esta área pejorativamente, mas sim uma forma de ter mais controle, menos riscos e estar de acordo com a missão, visão e valores que ficam muito bem nas entradas de suas organizações.

A B3 anunciou a sua carteira ISE B3 no final do ano de 2020 e que começa a vigorar a partir de 4 de janeiro até o final do ano de 2021. Desde que foi criada em 2005, esta carteira mostrou uma rentabilidade de +294,73% contra +245,06% do Ibovespa. Nesta carteira só entram empresas que mostram os seus indicadores por meio de um questionário (e são auditados) que comporta 7 dimensões: Econômico–Financeiro, Geral, Ambiental, Governança Corporativa, Social, Mudança do Clima e Natureza do Produto.

Gerar valor não somente para os clientes, acionistas ou executivos, mas também para a sociedade em geral, para os funcionários e todos os outros públicos de relacionamento, os famosos e importantes stakeholders. No Fórum Econômico Mundial do ano passado, este novo movimento foi chamado de Economia ou Capitalismo dos Stakeholder.

Mas a jornada para trazer estes indicadores, que ficam muito bonitos em fotos, relatórios de sustentabilidade ou em projetos pontuais, ainda é longa. É preciso sair da teoria dos planejamentos e ir para a prática do dia a dia. Grandes bancos começam inclusive a colocar profissionais especialistas nestas temáticas em sua “bancada” de conselheiros na governança da empresa. Outros não estão mais financiando projetos e empresas que possam ter “problemas” com o ESG. Ou seja, o setor financeiro, que popularizou estas três letras para economizar os termos sustentabilidade corporativa ou desenvolvimento sustentável, está tentando mostrar que se adapta para esta nova realidade.

E a sua empresa, também já está se preparando neste ano para a grande jornada das temáticas do ESG?

 


Marcus Nakagawa - professor da ESPM; coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS); idealizador e conselheiro da Abraps; e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida. Autor dos livros: Marketing para Ambientes Disruptivos e 101 Dias com Ações Mais Sustentáveis para Mudar o Mundo (Prêmio Jabuti 2019).

www.marcusnakagawa.com, www.blogmarcusnakagawa.com;

@ProfNaka


Cai número de formalizações do MEI no primeiro trimestre

Entre atividades que apresentaram queda estão as de cabelereiro e transportes por aplicativos


Pela primeira vez em cinco anos, o número de formalizações de microempreendedores individuais (MEI), no primeiro trimestre, sofreu uma queda. Se comparado com o mesmo período do ano passado, houve uma redução de 3%. Em 2020, esse número apresentou um incremento de 13% em relação a 2019. As informações constam de levantamento feito pelo Sebrae com base em dados da Receita Federal.

“Essa queda pode refletir um impacto do recrudescimento da pandemia. No ano passado, acompanhamos sucessivos aumentos no número de formalizações que podem ser atribuídos ao desemprego, mas o início desse ano mostrou um arrefecimento. Inclusive em atividades que sempre estiveram entre as que mais tinham formalizados nos últimos anos”, comenta o presidente do Sebrae, Carlos Melles. Em 2020, foram registrados 2,6 milhões de novos MEI, o maior número registado nos últimos cinco anos.

Dentre as atividades com maior número de formalizações, apenas 9 apresentaram crescimento. Segmentos como o de cabeleireiro, manicure e pedicure, além das atividades auxiliares dos transportes terrestres não especificadas anteriormente, que incluem os motoristas de aplicativos registraram forte redução. Ambas tiveram queda de aproximadamente 33%.

De acordo com o presidente do Sebrae, essas atividades, tradicionalmente, eram algumas das que mais formalizavam nos últimos anos. “As medidas de restrição que estão sendo adotadas pelos governos para conter a pandemia acabam prejudicando, principalmente, atividades que precisam da presença física dos clientes. Além disso, no início da pandemia houve um grande crescimento no número de formalizações, o que pode explicar também essa queda”, pontua Melles.

A atividade que teve o maior incremento no primeiro trimestre foi a de comércio varejista de bebidas, com um crescimento de mais de 51%, e confirma uma tendência que vinha sendo verificada desde o início da pandemia. Assim como a segunda atividade, que foi a de  preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo, não especificados anteriormente, com aumento de aproximadamente 23%, seguida pelo de transporte rodoviário de carga, exceto de produtos perigosos e mudanças, que apresentou um crescimento de 21,56%.


Semana MEI

O Brasil já conta com mais de 11,3 milhões de MEI ativos e, com o intuito de capacitar esses empreendedores e outros que pretendem começar um negócio, o Sebrae realiza mais uma edição da Semana do MEI, entre os dias 10 e 14 de maio. A iniciativa busca promover e disseminar o conhecimento sobre essa figura jurídica que se tornou a maior porta de entrada para o empreendedorismo no Brasil. A semana do MEI conta com programação diversificada, com o objetivo de auxiliar os potenciais empresários ou quem já possui o próprio negócio a superar a crise, se adaptando a esta nova realidade - mesmo que passageira, reestudando processos empresariais e recriando uma nova realidade de empreendedorismo.


Impactos do engajamento do paciente no atendimento à saúde

Há mais de um ano, desde que se alastrou pelo mundo, a pandemia do Coronavírus exigiu mudanças gigantescas para que pudéssemos combater seus efeitos. Neste período, na área da saúde, além da necessidade de adequação para atender os casos crescentes de contaminação pela Covid-19, também foi preciso elaborar estratégias para que pacientes acometidos por outras doenças pudessem ser atendidos de forma segura e sem sobrecarregar ainda mais o sistema. Assim, acompanhamos uma deslocalização do cuidado aos enfermos, na qual a telemedicina surgiu como agente transformador e operou como engrenagem valiosa para que os atendimentos pudessem contornar barreiras físicas e sanitárias.

Essas mudanças fizeram com que o conceito de saúde digital se amplificasse para além das paredes dos hospitais. Os dispositivos móveis trouxeram mais proximidade entre médico e paciente, além de mais controle da saúde por meio de registros digitais. Dados sobre peso, alimentação, frequência cardíaca e rotinas de atividades físicas já podem ser quantificados diariamente por meio de aplicativos e uso de prontuário médico ou pessoal de saúde, que reúne as informações do indivíduo e facilita o trabalho dos médicos. Além disso, a aplicação da inteligência artificial na análise destes dados, facilita o monitoramento e identificação de riscos à saúde, trazendo maior grau de automação no cuidado, ao mesmo tempo em promove o enfoque na singularidade do paciente. 

Ou seja, com o avanço da digitalização do paciente, que sempre foi um elemento crítico, espera-se um papel ainda mais ativo dos mesmos em relação aos cuidados com a sua saúde. Muitos deles chegam ao atendimento já com alguma opinião formada sobre os sintomas apresentados e buscam um olhar consultivo do médico para tratar o problema. Além disso, o cuidado não necessita mais de um local específico, como o consultório, para ser efetivo; smartphones, wearables, conectividade e todo este emaranhado de tecnologias nos permite transformar o sistema de saúde de um modelo assistencial episódico para um modelo assistencial contínuo. Assim, em vez de esperarmos a busca pelo sistema de saúde apenas em alguns momentos da vida nos quais o indivíduo precisa de ajuda, estaremos continuamente ao lado das pessoas provendo a melhora de seu bem-estar. 

Esse acompanhamento dos dados de saúde, ao ser integrado a plataformas que se conectam a outros agentes do setor, permite ainda que façamos intervenções mais assertivas. Isso porque o monitoramento é capaz de detectar sintomas, que podem ser avaliados e tratados com antecedência. Trata-se de uma forma inovadora de compartilhar e administrar informações de saúde (sejam pessoais, de um grupo ou população) com toda a cadeia responsável pela sua qualidade de vida, focando na medicina preventiva, no monitoramento de doenças crônicas e no estímulo de hábitos saudáveis para promover mais longevidade.

Apesar dos desafios, algumas iniciativas já operam com sucesso ao redor do mundo. A campanha Choosing Wisely, por exemplo, é um projeto da American Board of Internal Medicine Foundation (ABIM Foundation) para estimular profissionais de saúde e pacientes a conversarem sobre o uso correto e no momento adequado de exames diagnósticos e intervenções, evitando procedimentos desnecessários ou que podem levar a danos à saúde do paciente. A ideia é compartilhar informações baseadas na melhor evidência científica disponível e avaliar o que é necessário ou não para proporcionar um cuidado mais seguro e eficaz. A iniciativa também encoraja os pacientes e familiares a conversarem com seus profissionais e entre si sobre a necessidade, riscos e alternativas de determinada conduta.

Outro exemplo é a PatientsLikeMe, uma enorme comunidade de pacientes que colaboram de forma integrada para a gestão de saúde e trocam de dados sobre suas experiências. Por meio dessa plataforma conectada, milhares de pessoas compartilham informações sobre saúde, sintomas e tratamentos, com o objetivo de gerar conhecimento. Nela, os dados fornecidos pelos próprios pacientes são coletados e quantificados, ajudando a entender as influências de diferentes estilos de vida, dados sócio-demográficos, condições e tratamentos na saúde de uma pessoa. Desta forma, além da perspectiva dos pesquisadores, profissionais de saúde e das diversas instituições que atuam na área, também podem ouvir as “vozes dos pacientes". 

De fato, a prática médica apoiada pelas tecnologias digitais pode facilitar a melhora de indicadores de saúde, como foi evidenciado pelo Dr. Richard Milani, chief clinical transformation officer da Ochsner, que identificou um melhor nível de controle pressórico, assim como maiores níveis de ativação, no processo de engajamento nos cuidados de saúde de um grupo de pacientes que foi exposto a tecnologias de apoio. Os resultados foram observados e analisados em relação a outro grupo que estava sob cuidados de saúde usuais.

Esses projetos demonstram como um ecossistema digital pode ajudar os profissionais de saúde a ter uma presença mais contínua na vida dos pacientes por meio da tecnologia. Observamos que a tendência é que as consultas e a rotina de cuidados saiam de uma abordagem episódica e que haja mais proatividade dos sistemas de saúde, identificando de forma mais célere situações que requeiram atenção diferenciada. Da mesma forma, iremos migrar para um cenário híbrido entre consultas presenciais e remotas, no qual a telemedicina ajudará a entender em quais casos o atendimento presencial realmente agrega valor ao cuidado dos nossos pacientes.

 



Kleber Araújo - chief medical information officer (CMIO) da MV.

 

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