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quarta-feira, 14 de abril de 2021

Dia Mundial do Café: Chefs ensinam 5 receitas para fazer em casa

Fraldinha ao molho de café, pudim e drink estão entre os sabores para celebrar a data, lembrada nesta quarta-feira

 

Dia Mundial do Café é celebrado nesta quarta-feira, 14 de abril. O alimento é uma das paixões do brasileiro, que pode ser traduzida em números: Dados da  Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) divulgados no início de março último revelam que o Brasil segue sendo o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com uma diferença de 6 milhões de sacas. 

Para ajudar na missão de preparar receitas fáceis e rápidas em casa, com o café como protagonista, em contexto de pandemia, os chefs abaixo listaram ingredientes e o modo de preparo de cinco receitas doces e salgadas, incluindo um drink:

 

 

FRALDINHA GRELHADA COM MOLHO DE CAFÉ 

(Receita do chef Elízio Correa da Silva, do hotel Royal Tulip Brasília Alvorada)

 


 

INGREDIENTES:    

   

Salada           

 

Mix de folhas com hortelã 25 g   

Pepino conserva 10g          

Queijo muçarela de búfala  20g    

Melancia 20 g          

Tomate cereja 20g

Azeitona preta 10g 

Cebola roxa   10 g   

Cenoura ralada 15g 

Palmito conserva 20g         

Sal a gosto    

Suco de limão a gosto                    

Azeite a gosto                      

Pimenta moída a gosto      

 

 

INGREDIENTES PARA CHIPS:    

                

Batata doce roxa 60g          

Batata baroa 60 g

Cara 60g       

Batata doce   30 g   

 

 

INGREDIENTES PARA O MOLHO:  

          

Café nespresso Cápsula  (Metade)           

Mostarda ancienne 5g       

Queijo gorgonzola 10g       

Creme de leite 30g  

Manteiga 3g 

Cebola 3g      

Alho    2 g      

Caldo de legumes para dar o ponto                     

Fraldinha gril 500g                          

 

 

MODO DE PREPARO:                     

Corte os ingredientes da salada, misture em um bowl, tempere com sal, azeite, limão e a pimenta a gosto                       

Lamine as batatas e o cara, frite em óleo a 180 graus e reserve em papel toalha   

Prepare o molho, refogando primeiramente o alho, cebola e os demais ingredientes. Dê o ponto final com caldo de legumes e a manteiga                

Tempere a fraldinha com sal a gosto e grelhe em char broiler ou churrasqueira     

Monte o prato e decore com alho assado, alecrim frito e pimenta dedo de moça

 


PUDIM DE CAFÉ

(Receita do chef Ricardo Albuquerque, do hotel Golden Tulip Natal Ponta Negra)

 


  

INGREDIENTES:

 

Leite condensado – 395g

Ovos – 4 unidades

Café pronto sem açúcar – 200ml

Açúcar – 200g

 

Calda:

Açúcar – 200g

Café pronto – 100ml

 

MODO DE PREPARO DA CALDA:

Derreta o açúcar na panela, acrescente o café e dê o ponto de caramelo, coloque no fundo da fôrma e espere esfriar.

 

MODO DE PREPARO DO PUDIM:

Bata todos os ingredientes no liquidificador e coloque na fôrma já com o caramelo.

Envolva com papel alumínio e leve ao forno em banho-maria, por 70 minutos.

Forno  a 170 graus.

 

 

BOLO DE CAFÉ

(Receita do chef Diego Ademar Pento, do hotel Royal Tulip JP Ribeirão Preto)

 

 


 

INGREDIENTES:

 

04 ovos

2 xícaras de farinha de trigo

2 xícaras de açúcar

1 xícaras de leite quente

1 colher de sopa margarina

1 colher de sopa fermento

1 colher de sopa nescafé ou café solúvel

 

 

MODO DE PREPARO:

 

- Separe as claras das gemas (deixe as gemas na casquinha)

- Bata as claras em neve

- Após bater em neve, acrescente as gemas uma a uma

- Deixe bater bem. Enquanto estiver batendo, peneire nesta ordem: fermento, farinha de trigo e açúcar

- Depois de bem batidas as claras com as gemas, acrescente o leite fervendo com a manteiga derretida e o nescafé. Coloque lentamente os ingredientes peneirados, sendo por último o fermento.

- Unte as formas com manteiga e esfarinhe

- Coloque a massa nas formas e no forno a 140 graus, por cerca de 30 minutos

 

SUSPIRO:

 

01 copo de clara de ovos

½ kilo de açúcar

Raspas de limão

 


MODO DE PREPARO:

Leve uma panela ao fogo com as claras e o açúcar para aquecer, mexa constantemente até sentir que açúcar dissolveu. Coloque em uma batedeira, bata até o ponto de merengue (não cair da colher). Recorte um papel manteiga, coloque sobre o fundo da assadeira e monte as placas.

 

 

CREME DE CAFÉ

 

  INGREDIENTES:  

 

03 colheres de café solúvel

250 g de margarina cremosa

01 xicara de glaçúcar

1/2 lata de creme de leite gelado

01 colher de conhaque

 


Modo de preparo

- Bata o creme de leite em chantilly

- Bata a margarina com glaçúcar

- Dilua o nescafé no conhaque e acrescente no creme de margarina com glaçucar

- Acrescente este creme no chantilly batido e mexa delicadamente

 

 

MONTAGEM

- Uma camada de bolo de café umedecido com calda de café

- Creme de café

- Placa de suspiro

- Creme de café

- Uma camada de bolo de café umedecido com calda de café

 

- Cobertura: creme de café, decorado com grãos de café

 


FILÉ CAFÉ CASSIANO

(Receitas dos chefs Carlos Avelino e Cecílio Gomes, do hotel Golden Tulip São José dos Campos)

 



INGREDIENTES:

 

Filé Mignon 250g

Arroz branco 120g

Batata cozida em rodelas 180 g

Presunto 20g

Bacon 20 g

Cebola 20 g

Manteiga 20 g

Salsinha 15 g

 

 

MOLHO:

 

Banha   25g

Alho      15g

Cebola  20g

Vinho Tinto 25ml

Hortelã 15g

Caldo De Carne     30ml

Café Expresso   1 unidade

Creme de Leite                30ml

Pimenta do Reino 15g

Mel Saché 30ml

Sal          3g 

 

 

MODO DE PREPARO:

Numa frigideira, puxe a banha, grelhe o filé e reserve. Em seguida, coloque a cebola e o alho. Doure, adicione o vinho tinto, o caldo de carne, creme de leite, mel as folhas de hortelã, o café e deixe reduzir. Corrija o sal e a pimenta. Para a batata, puxe as rodelas na manteiga, acrescente o bacon, o presunto e a cebola. Salteie no prato brevemente Fatie o filé e coloque por cima de uma camada de batata. Coloque o arroz no meio e regue as fatias de filé, com bastante molho.

 

 

 

CAFÉ EXPRESSO

(Receitas do barman Cézar Melo, hotel Golden Tulip São José dos Campos)

 


O drinque aperitivo e refrescante promete complementar muito bem nosso filé, fazendo referência a um dos poemas do nosso grande poeta Cassiano Ricardo, de quem pegamos emprestado o nome para nosso restaurante”, diz o Bartender.

 

INGREDIENTES:

 

Whisky Black & White 50 ml ( 01 Uma Dose)

Drambuie Licor 25 ml (1/2 Dose)

Vermouth Rosso 40 ml (

Café Expresso 01 Unidade Ou Um Café Expresso

Angostura Bitter 15 ml

Casca De Laranja 01 Unidade

 

 

MODO DE PREPARO: 

Num copo Old Fashion, coloque gelo, o whisky,  o Vermouth Rosso, o licor Drambuie e Angostura. Mexa bem. Na coqueteleira, coloque o café e bata até fazer espuma. Despeje no drinque e decore com espiral de casca de laranja.



No Dia Mundial do Café, Divino Fogão ensina receita de pudim de café para fugir do tradicional

Pudim de Café

Divulgação/Divino Fogão

Ingredientes:


1 lata leite condensado             
400ml leite integral      
3 ovos  
1 colher (sopa) de café solúvel    
 

Calda     

             
6 colheres (sopa) de açúcar   

 

 

Modo de preparo:


Faça a calda de açúcar na própria forma de pudim. Vá girando a forma para que a calda fique em toda a volta da forma. Reserve.

Bata todos os ingredientes no liquidificador por alguns minutos. Coloque na forma caramelizada, tampe com papel alumínio e asse em banho-maria em forno médio por 45 minutos.
Espere esfriar, desenforme e serva.

 


Tempo de Preparo: 1 hora e 20 minutos

Rendimento: 8 pessoas

 

 

Fonte: Divino Fogão

www.divinofogao.com.br


No Dia Mundial do Café aprenda formas diferentes para desfrutar a bebida

Sterna Café compartilha receitas para comemorar o dia no conforto de casa

Hoje, 14 de abril, comemoramos o Dia Mundial do Ca

fé. Para celebrar a data, a rede de franquias Sterna Café separou duas receitas com combinações inusitadas e saborosas que agradam os diversos paladares. Tudo para que os amantes da bebida possam celebrar sem sair de casa. Confira!


Orange Coffee

 


Ingredientes:

 

250 ml de suco de laranja

50 ml de expresso

1 colher sopa de açúcar mascavo

Gelo

 

Modo de preparo:

Extraia o expresso da forma que achar mais fácil. Pode ser coado em filtro de papel ou pano caseiro ou, se desejar, por métodos especiais como Hario V60. Leve o café já coado e frio junto com o gelo e o açúcar ao liquidificador e bata até que gelo fique bem picadinho mais ainda presente. Adicione a mistura cuidadosamente ao suco de laranja. A bebida tem uma coloração alaranjada. Sirva num copo Long Drink com canudo, decore com laranja e aproveite.

 

 

Mocha Biscuit

 


Ingredientes:

     

50ml de cafe  

45g de bolacha Oreo

100ml de leite vaporizado

20g de chantilly       

10g de calda de chocolate  

 

 

Modo de preparo:

Em uma taça bill (taça para café ou similar) coloque 2 bolachas quebradas, adicione a calda, coloque o leite vaporizado e o espresso no centro, para que fique trifásico. Coloque um caracol de chantilly e decore com uma bolacha.

 


Rede Sterna Café

https://sternacafe.com.br/


Negligenciada, doenças de Chagas tem no diagnóstico precoce seu mais importante aliado

Moléstia de maior sobrecarga médico-social entre as parasitoses humanas mata mais de quatro mil pessoas por ano no Brasil. De 40 a 50% dos indivíduos infectados terão sequelas graves, o que inclui ataque no coração, esôfago e intestino


Em 14 de abril é celebrado o Dia Mundial da Doença de Chagas, data para dar visibilidade a uma das doenças tropicais mais negligenciadas, priorizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a World Heart Federation (Federação Mundial do Coração), de 6 a 7 milhões de indivíduos são afetados em todo o globo; 12 mil morrem a cada ano; apenas 1 em cada 10 pacientes são diagnosticados, e 75 milhões de pessoas que vivem na América Latina correm o risco de contrair a enfermidade, que foi descoberta há mais de um século, mas permaneceu amplamente ignorada.

A Federação Internacional das Associações de Pessoas Atingidas pela Doença de Chagas (FINDECHAGAS) ressaltou que, diante das dificuldades que a Covid-19 tem imposto à humanidade, as pessoas afetadas por Chagas, assim como outras doenças negligenciadas, têm se mostrado mais vulneráveis, por causa do estado de saúde e pela exposição ao novo coronavírus. Além disso, os programas de atenção aos serviços de saúde também reduziram sua capacidade de atender esses pacientes devido aos esforços feitos em resposta à pandemia.

Embora tanto no ano passado como neste a situação da Covid-19 não tenha facilitado a visibilidade da real situação das pessoas atingidas por Chagas, é importante destacar que a complexidade deste problema requer diferentes enfoques, além de integrar sua prevenção, sua atenção, seu controle e sua vigilância às atividades regulares dos sistemas de saúde.

“A celebração do Dia Mundial da Doença de Chagas é um feito conquistado pelo Brasil, com apoio importante da Fiocruz e que foi comemorado pela primeira vez no ano passado. Infelizmente durante a pandemia se tornou muito difícil realizar uma agenda para a data. Trata-se de um problema que pode ainda acometer cerca de 1,9 milhão a 4,6 milhões de brasileiros, muitos deles não diagnosticados, que podem cursar com insuficiência cardíaca e morte. Morrem pouco mais de 4 mil pessoas no Brasil por ano por complicações da doença de Chagas”, alerta o presidente do Departamento de Insuficiência Cardíaca (DEIC) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Evandro Tinoco Mesquita.

A doença de Chagas tem sido associada há muito tempo a populações rurais e vulneráveis e é caracterizada pela pobreza e exclusão, no entanto essa negligência e estigma social associado à infecção se apresentam como uma grande barreira para a triagem, diagnóstico, tratamento e controle eficazes.

 

Assassino silencioso

Ela é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e propagada principalmente por insetos triatomíneos, ou pela ingestão de alimentos contaminados. Se não for tratada, pode provocar problemas graves no coração e no sistema digestivo. Se apresenta em duas fases: uma aguda, que pode ou não ser sintomática, e outra crônica, manifestada de forma indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva.

A fase aguda, que dura em média dois meses, é a única altura em que a doença de Chagas pode ser diagnosticada; os sintomas são ligeiros ou ausentes. Posteriormente há uma fase crônica assintomática, que pode acompanhar o indivíduo de 10 a 30 anos. Na fase clínica crônica, 1 em cada 3 três pessoas infectadas contraem problemas cardíacos e do sistema digestivo, que podem provocar a morte.

Os sintomas variam durante as duas fases. Na primeira, os pacientes podem apresentar febre e alguns outros sinais de uma infecção aguda, como dor de cabeça, fraqueza, inchaço nas pernas e no rosto.

“A doença de Chagas tem mais de 120 anos de sua descoberta. Um único pesquisador, Carlos Chagas, foi capaz de perceber a existência de uma enfermidade que não era rara e acometia milhões de indivíduos; descobriu o agente transmissor e caracterizou como ela evoluía e acometia o ser humano. Foi uma conquista da história da medicina, mas que ainda existem lacunas do conhecimento”, afirma José Antonio Marin-Neto, professor titular de Cardiologia da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto e coordenador da nova diretriz sobre cardiopatia chagásica da SBC, que deve ser publicada ainda em 2021.

Em mais de um século, a patologia mudou radicalmente de representação social, se antes era endêmica e confinada a regiões rurais e países em desenvolvimento, hoje evoluiu e se tornou uma doença cosmopolita encontrada em quase todos os países de todos os continentes. Com a disseminação, despertou-se grande interesse por avanços no diagnóstico e no tratamento.

 

Prevalência e transmissão oral

Segundo Marin-Neto, é possível que existam nos Estados Unidos cerca de 300 mil indivíduos infectados por Chagas, um número significativo e que preocupa as autoridades sanitárias locais. No Brasil, esse número salta para até três milhões de doentes, e no mundo, estima-se que cinco a dez milhões de pessoas estejam acometidas pela doença.

“Essa estatística de prevalência é estimada. O principal mecanismo de transmissão é a picada de um inseto que suga o sangue do hospedeiro e vai infectar outras pessoas. Uma escala que não é controlada. Houve uma erradicação de algumas espécies de insetos hematófagos e foi contido parcialmente esse tipo de contaminação. Mas causas antrópicas, como o desmatamento na Amazônia, fazem com que outros insetos infectados entrem em contato com o homem. O desflorestamento é muito nocivo e tem esse tipo de efeito colateral também na doença de Chagas”, diz Marin-Neto.

Atualmente, ocorrem pequenos surtos da doença, especialmente quando indivíduos ingerem alimentos preparados em condições precárias, como açaí e caldo de cana, e acabam levando para dentro do organismo fezes do inseto contendo o Trypanosoma cruzi. A transmissão oral, quando o agente causador contamina o indivíduo através da boca e do esôfago, tem uma carga elevada de parasitos e torna-se mais grave, ou seja, trata-se de um aspecto que evidencia como a doença e suas vias de transmissão mudaram com o passar dos anos.

 

“Esse ano fazemos um alerta para transmissão oral da doença de Chagas, principalmente pela ingestão de açaí. Existem técnicas hoje que evitam a contaminação, o chamado branqueamento do açaí, mas a transmissão oral ainda é um problema que vem sendo amplamente pesquisado por colegas, sobretudo cardiologistas e infectologistas da região norte do Brasil. Estamos diante de um grave problema de saúde pública”, enfatiza Mesquita. 

O branqueamento dos frutos foi introduzido como controle ao protozoário Trypanosoma cruzi, que pode estar presente em fragmentos de barbeiros contaminados remanescentes da etapa de peneiramento, ou em suas fezes aderidas aos frutos. Nesta etapa, os frutos de açaí devem ser submetidos a tratamento térmico com água em temperatura de 80°C durante dez segundos e, logo após, resfriado em temperatura ambiente. Esse procedimento pode ser realizado de várias formas, assim o batedor de açaí deve encontrar a melhor opção para sua realidade, levando sempre em consideração a temperatura a ser alcançada e o tempo de imersão para efetividade da prática.


Ausência de diagnóstico

De acordo com o coordenador da nova diretriz sobre cardiopatia chagásica da SBC, um dos principais problemas relacionados à doença de Chagas é que muitas pessoas infectadas não têm diagnóstico. Com poucos sintomas e sem um rastreamento específico, é uma questão de saúde pública, especialmente na América Latina, mas não somente nela.

A doença de Chagas constitui a terceira entidade nosológica com maior expressão populacional de cunho global entre as moléstias infecciosas tropicais, após a malária e a esquistossomose. E, especificamente no hemisfério ocidental, representa a moléstia de maior sobrecarga médico-social entre as parasitoses humanas, como consequência direta de sua elevada morbimortalidade. Assim, é responsável por sete vezes mais anos de vida perdidos, ajustados para os inúmeros agravos incapacitantes de saúde sofridos antes da morte, em comparação com a malária.

Por sua característica de antropozoonose, dispondo de amplo reservatório de animais infectados, além do ser humano – e de extensa gama de vetores –, é virtualmente impossível erradicá-la completamente.

“Quando o indivíduo é contaminado ele passa por uma fase aguda, de poucas semanas e essa doença se auto limita. A pessoa pode não sentir nada ou sentir como se fosse uma pequena infecção, com febre e mal-estar. Posteriormente, ela passa à chamada fase crônica, quase sempre sem ter a fase anterior diagnosticada. Esses pacientes, após duas a quatro décadas, terão os problemas mais sérios, o que inclui ataque no coração, esôfago e intestino, entre outras agressões. No coração é onde existe o maior problema em termos de números: de 40% a 50% dos indivíduos que tiveram doença de Chagas terão sequelas mais graves”, fala Marin-Neto.


Ataque ao coração

Isso se dá porque a enfermidade provoca uma inflamação, que mata muitas das células cardíacas, responsáveis pela contração muscular, ou sejam, que fazem o coração trabalhar como uma bomba de sangue. Essas células ficam enfraquecidas e o músculo cardíaco comprometido, o que leva a trombose em vários pontos do organismo, aumentando a chance de o paciente vir a óbito.

Pelo avanço da doença ao redor do globo, é recente o interesse pelo desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento. Hoje só existem dois medicamentos que são considerados parcialmente efetivos contra o Trypanosoma cruzi e ambos são herança da década de 1960. Houve significativas tentativas recentes de pesquisas para consolidar novos recursos terapêuticos, que se demonstraram inferiores aos padrões daqueles dois remédios antigos.

O transplante de coração é um recurso final utilizado somente quando o órgão se torna absolutamente incapaz de funcionar. Para atacar o agente infeccioso não existem medicamentos, logo não se consegue erradicá-lo, por isso, na maioria dos casos, o protozoário consegue infiltrar o coração, lesionando as fibras responsáveis pelo movimento de contração e pela geração e condução da eletricidade cardíaca, destroçando o órgão.

Embora os resultados dos transplantes sejam positivos, isso ainda é restrito a determinados centros, isto é, são poucos os indivíduos que podem se beneficiar desse procedimento.


Nova diretriz

A descrição do ciclo evolutivo da doença de Chagas pelo cientista brasileiro Carlos Chagas, completou 100 anos em 2009 e para celebrar a data SBC elaborou uma diretriz acerca do diagnóstico e tratamento da cardiopatia chagásica, publicada em 2011 com o apoio das Sociedades Sul-Americana e Interamericana de Cardiologia.

A I Diretriz Latino-Americana para o Diagnóstico e Tratamento da Cardiopatia Chagásica foi produzida a partir de um corpo editorial formado por cardiologistas brasileiros e da América Latina.

“De 2011 para cá tem-se registrado múltiplos avanços em diagnósticos, prognóstico e na compreensão do estrago que é feito no coração pela doença de Chagas, principalmente passamos a compreender melhor os mecanismos e aplicar com mais eficiência o indicador sobre qual vai ser o destino daquele paciente. Em dez anos, houve avanços que fazem necessária a confecção de uma nova diretriz, novamente sob responsabilidade da SBC”, explica Marin-Neto. O documento deve ser disponibilizado até o fim deste ano.

O novo estudo objetiva avançar de maneira sistemática em questões de diagnóstico, uma vez que novos recursos metodológicos de imagem permitem enxergar com nitidez o coração. A ressonância magnética, por exemplo, permite desvendar se houve ou não destruição das células normais do músculo cardíaco e com isso, se houve substituição por um componente de tecido fibrótico. Essa fibrose não tem capacidade de contração, mas substitui o elemento que foi aniquilado pelo ataque inflamatório. A fibrose é um indicador de que o indivíduo pode morrer subitamente.

“Queremos com a nova diretriz também nortear o uso de métodos que sejam capazes de evitar desfechos súbitos. De 65% a 70% dos casos de óbito por doença de Chagas ocorrem por evento súbito, inesperado e muitas vezes sem aviso. Isso pode ser visto primeiro do ponto de vista diagnóstico e também podemos fazer um tratamento medicamentoso para evitar essa morte súbita, com a possibilidade de implantar um dispositivo que a controla, um cardiodesfibrilador implantável, que percebe quando o coração está entrando em ritmo que pode ser fatal, revertendo o quadro”, antecipa o cardiologista.

Para Marin-Neto, a maior dificuldade para o desenvolvimento de uma nova diretriz está na falta de literatura, ou seja, estudos que sejam específicos para a doença de Chagas. O que se faz muito ainda é extrapolar conceitos e tratamentos que sejam aplicáveis a pacientes com doenças semelhantes.


Covid-19

Em tempos de pandemia, Marin-Neto alerta que o paciente com doença de Chagas tem uma comorbidade indiscutível que estimula um estado inflamatório. Se o indivíduo infectado pelo Trypanosoma cruzi for acometido pela Covid-19, irá ocorrer um duplo ataque inflamatório ao organismo. Além disso, assim como a doença de Chagas, a Covid tem tendência a causar problemas de trombose em vários pontos de circulação.

“Esse paciente com certeza é vulnerável, tem uma tendencia a evoluir pior que se ele não tivesse comorbidade. Não há dados claros que demostrem, mas há evidências plausíveis para essa teoria”, finaliza o cardiologista.

 


SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA


Adesivo à base de cafeína pode ser um grande aliado no combate à depressão e à ansiedade

 Conclusão é de estudantes do Colégio Sesc São José, que fizeram uma pesquisa para criar o protótipo do adesivo dentro do Programa de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus


Grandes soluções para os problemas da humanidade só podem ser encontradas com muito estudo e investigação baseados na ciência. E os alunos do Sesc São José, em Curitiba (PR), estão contribuindo com ideias que podem se transformar em invenções muito úteis para a sociedade. Por meio do Programa de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus (o Sesc São José é uma das unidades do Bom Jesus), os estudantes da 3ª série Guilherme Stabel e Luiz Gustavo Misga estão propondo a criação de um adesivo transdérmico à base de cafeína que tem como objetivo minimizar os sintomas da depressão e da ansiedade. A pesquisa bibliográfica sobre o tema já foi concluída, e neste ano a equipe pretende elaborar o protótipo do adesivo.

Os estudantes iniciaram a investigação em 2019. Em 2020, a pandemia do novo coronavírus surgiu e fragilizou os planos da dupla, mas ainda assim se tornou um grande incentivo para que eles continuassem a pesquisar, já que os problemas de ansiedade e depressão ficaram mais evidentes na sociedade. Agora, os alunos querem produzir o protótipo do adesivo, pois não têm dúvidas dos benefícios. “Descobrimos que a cafeína pode atuar nos neurotransmissores do cérebro e aliviar os sintomas da depressão e da ansiedade”, explicou Guilherme. 

De início, eles pensaram em diversas possibilidades práticas, mas logo perceberam que a cafeína é uma matéria-prima acessível e relativamente barata, como explica a orientadora deles, Stephanie Todesco. “O primeiro passo foi a pesquisa bibliográfica, para entender como a cafeína atua. Agora, estamos na segunda parte do projeto, investigando como criar o adesivo. Mas precisamos pensar no custo e na viabilidade para que a ideia saia do papel”, explica a professora. Para fazer o primeiro molde, os estudantes terão os laboratórios do Colégio Bom Jesus à disposição, e depois pretendem partir para outros centros de pesquisa.

Guilherme contou que o trajeto para chegar ao adesivo foi longo. Eles pesquisaram algumas opções, até que decidiram por um modelo parecido com um curativo simples, daqueles que se usa comumente na pele. “Poderíamos fazer algo para ingerir, mas na pesquisa entendemos que os adesivos têm absorção mais rápida”, explicou. A cafeína seria armazenada em uma película na parte interna do curativo, que controlaria a dosagem a ser liberada no corpo da pessoa. “Queremos minimizar o stress de quem sofre com ansiedade e depressão, principalmente os estudantes que estão em fase de prestar vestibular, um período bem difícil”, comenta Guilherme. Segundo Luiz, o formato de adesivo foi escolhido se baseando na praticidade e nos impactos ao meio ambiente. “A película será feita de um material que não agrida o meio ambiente quando for descartada”, afirmou.

 

Iniciação científica é para a vida

Para os dois estudantes, ter a possibilidade de participar de pesquisas científicas, mesmo antes de entrar na faculdade, será decisivo para o futuro. “Na Iniciação Científica, entendemos como funcionam as pesquisas, que temos que ser pacientes, pois às vezes temos muita coisa na mão, mas no decorrer dos estudos muda tudo, e temos que persistir”, disse Luiz. 

Para Guilherme, pesquisar desde cedo no colégio auxiliará no futuro acadêmico e profissional, pois no projeto os estudantes tiveram a oportunidade de estudar a bibliografia sobre o tema, elaborar hipóteses e ideias de desenvolvimento. “A pesquisa me ajudou a escolher o curso da faculdade, que provavelmente será Medicina”, revelou Guilherme. 

Stephanie lembrou da importância de os estudantes conhecerem e entenderem cada vez mais a ciência, ainda mais em um momento em que algumas investigações científicas são desvalorizadas.  “Eles fizeram ciência no meio da pandemia, e tudo que desenvolveram só trouxe experiências enriquecedoras para eles”, afirmou.


Lentes de Contato exigem cuidados especiais


Especialista dá dica dos principais cuidados para que o uso não vire um pesadelo

 

As lentes de contato são uma ótima opção para quem possui distúrbios na visão e não quer ou não gosta de usar óculos. Práticas e discretas, elas podem ser consideradas a solução para muitas pessoas, mas também exigem muito mais cuidado e atenção. Com a higiene errada, ou a falta dela, elas podem ocasionar problemas sérios ou até mesmo levar à cegueira.

 

O uso de lentes de contato cresceu nas décadas de 80 e 90. Elas representam, hoje, um mercado vasto de opções. Portanto, se você as utiliza, é interessante conhecer os diversos modelos e indicações para, junto ao seu oftalmologista, escolher o que melhor se adapta às suas necessidades.

 

Após uma avaliação e consentimento do especialista, o primeiro e mais importante passo ao adquirir lentes de contato é informação. “O oftalmologista irá ensinar o uso adequado delas e o produto ideal para a higienização. Isso é muito importante pois o tipo de lente pode variar de acordo com o paciente.”, conta o oftalmologista Sergio Shibukawa.

 

Para evitar problemas, também é importante se atentar à durabilidade da lente. Atualmente existem as com duração anual, mensal e as diárias, que devem ser descartadas no mesmo dia.

 

Outro fator muito importante no cuidado das lentes é com o produto de limpeza, em hipótese alguma deve-se usar água ou qualquer outra substância. “Um exemplo muito comum é quando algumas pessoas guardam as lentes com água filtrada. Existe uma úlcera causada por acanthamoeba, um fungo perigoso que pode levar a cegueira”, relata Sergio.

 

O especialista ainda alerta sobre os riscos de se dormir com as lentes: “Quando fechamos os olhos para dormir, a oxigenação da córnea diminui. Dessa forma, a lente acaba ressecando e a pessoa corre o risco de formação de úlceras e infecções na córnea”.


Chocolate pode ser um aliado da saúde vascular

Especialista comenta os benefícios e malefícios de um dos doces mais queridos do Brasil


O chocolate é um alimento rico em carboidrato e gordura, em maior ou menor quantidade, dependendo do tipo. Ele fornece grande quantidade de energia, além de proporcionar sensação de bem-estar pela ingestão do açúcar. Por possuir cacau em sua composição, é rico em flavonóides, um antioxidante potente que auxilia em nossa saúde vascular.

 

Esses antioxidantes potentes possuem ação benéfica comprovada para a circulação do nosso corpo, mas isso não significa que comer chocolate aos montes seja benéfico. “Por ser rico em açúcar e gordura, ele também eleva o risco de diabetes mellitus e aumenta os níveis de colesterol ruim (LDL)”, conta a cirurgiã vascular, Fátima El Hajj.

 

Por conta disso, o indicado para ser consumido ao dia são no máximo 30g, mas isso vale apenas para pacientes que não possuem nenhuma restrição dietética. Além disso, não são todos os chocolates que são recomentados, pois a proporção de açúcar, chocolate e leite varia de acordo com o tipo.

Para quem não é fã do doce mais apreciado no mundo“,

 

alimentos como café, frutas vermelhas e alimentos cítricos ricos em vitamina C também possuem benefícios para a nossa saúde vascular”, finaliza a médica.

Conheça abaixo os tipos de chocolate e suas composições: -

 

-Chocolate ao leite: Não apresenta uma quantidade significativa de cacau e é rico em gordura e açúcar. Esses são inimigos da saúde vascular, pois estão relacionados com a obesidade e a diabetes mellitus. 

 

-Chocolate branco: Similar ao chocolate ao leite, com o agravante de não conter nenhum resquício de cacau em sua composição, ou seja, pode ser produzido apenas com óleos vegetais hidrogenados, cujo consumo resulta no aumento dos níveis do mau colesterol (LDL). 

 

-Chocolate amargo: As opções 70% de cacau são as mais saudáveis! O cacau atua na redução dos riscos de doenças vasculares, redução do mau colesterol (LDL) entre outros benefícios ao organismo. 

 

-Chocolate meio amargo: Geralmente com 40% de cacau, essa opção tem mais açúcar que a versão amarga, mas também traz benefícios antioxidantes. Aposte nas versões com avelã, nozes ou castanhas, que fornecem vitaminas e minerais importantes, que têm ação antioxidante e melhoram a circulação sanguínea. 


COVID-19 em gestantes: Nova ferramenta laboratorial pode ajudar na detecção precoce do vírus e diminuir o tempo das pacientes no hospital

 Considerado um dos maiores grupos de risco, gestantes precisam de diagnóstico preciso e acompanhamento médico para evitar possível progressão da doença

 

A disseminação do novo coronavírus continua alta no Brasil, seguida por milhares de casos de óbitos e complicações. Entre os grupos de risco que apresentam maiores chances de progressão da doença e devem seguir à risca as medidas preventivas estão as mulheres em período gestacional, especialmente as que se encontram após a 28ª semana de gravidez ou possuam idade mais avançada, sofram de obesidade ou outras doenças como diabetes e hipertensão. Nesses casos, havendo qualquer suspeita de contaminação, o diagnóstico precoce pode ser decisivo para frear a evolução do quadro.

"Muitas gestantes apresentam sintomas leves como febre, mal estar e tosse, parecidos com os de uma gripe. Porém, em casos de gestação a partir do terceiro trimestre, assim como a presença de comorbidades, os quadros podem se tornar graves, chegando a apresentar falta de ar, confusão mental, trombose, pré-eclâmpsia e parto prematuro. Por isso, ao sinal dos primeiros sintomas é preciso procurar ajuda médica para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento das condições de saúde", explica Dr. Sérgio Mancini Nicolau, médico ginecologista livre-docente da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo).

Nesse sentido, algumas ferramentas laboratoriais têm ajudado médicos e pacientes, com resultados rápidos e diagnósticos precoces. Recentemente, a multinacional alemã especialista em tecnologia para testes moleculares QIAGEN, apresentou à comunidade científica uma ferramenta laboratorial que permite a testagem de um painel respiratório da paciente, ao identificar qual dentre 22 principais agentes, entre bactérias e vírus, é o causador dos sintomas, incluindo o SARS-Cov-2, o novo coronavírus.

Na categoria de testes sindrômicos, o QIAstat-Dx auxilia na identificação de múltiplos patógenos simultaneamente, responsáveis por causar sintomas clínicos parecidos, como febre, tosse e dor de cabeça, o que facilita a conclusão do diagnóstico e o tratamento adequado para o quadro.

Voltado ao diagnóstico clínico e com registro ativo na ANVISA, o QIAstat-Dx realiza, de forma rápida e sem necessidade de manipulação, o diagnóstico direto de amostras de swab nasofaríngeo de pacientes com suspeita de infecção respiratória, e libera o resultado da análise em até uma hora. Sua tecnologia tem o potencial de diminuir o tempo de permanência da paciente no hospital, evitar internações desnecessárias e identificar pacientes que, dependendo da contaminação, precisam de isolamento ou demais medidas de controle da infecção.

"Essas ferramentas são de extrema importância para concluirmos o diagnóstico da paciente. Caso a infecção seja por bactéria, já iniciamos a administração de antibióticos. Se a paciente estiver contaminada pelo novo coronavírus, providenciamos seu isolamento e tratamento adequado. Os testes sindrômicos facilitam o trabalho da equipe médica e reduzem os efeitos colaterais dos medicamentos desnecessários", declara o médico intensivista do Hospital das Clínicas, Dr. Daniel Joelsons.


 

QIAGEN

www.qiagen.com/us/


Cirurgias eletivas x vacinação contra covid-19: especialista afirma que é preciso analisar casos separadamente

Associação Nacional dos Hospitais Privados aponta queda de mais de 32% em exames e consultas para esses procedimentos em 2020

 

Com a pandemia da Covid-19, o setor da saúde precisou focar a atenção em pacientes que contraíram a doença. Por isso, outros tratamentos acabaram ficando em “modo de espera”, entre eles as cirurgias eletivas, que são procedimentos marcados com data e hora para serem feitos. Por conta do contágio do coronavírus, muitas foram reagendadas. Após a elaboração das vacinas contra a doença, no entanto, muitas dessas cirurgias começaram novamente, mesmo em período de isolamento social e, então, surgiu a dúvida em pacientes e médicos: seria mais adequado aguardar a vacinação de todas as pessoas para depois reagendar e, efetivamente, realizar as cirurgias eletivas? 

Para o médico ortopedista especialista em quadril e membro da Sociedade Brasileira do Quadril, Edmar Simões da Silva Junior, que atua em Vitória (ES), cada circunstância deve ser observada separadamente na hora de tomar essa decisão tão importante. ‘‘Muitos quadros têm se agravado durante a pandemia, e merecem uma atenção especial’’, diz. ‘‘Por isso, é importante analisar cada caso individualmente, para que possamos analisar todos os riscos e benefícios envolvidos’’, completa o especialista. 

Mas, segundo o médico, é preferível, caso seja possível, aguardar uma estabilidade maior do sistema de saúde para retomar as cirurgias. ‘‘Acho necessário o retorno das cirurgias eletivas, mas é preciso conter o avanço da Covid-19. Só assim elas serão realizadas da maneira mais segura tanto para o paciente, quanto para os profissionais que irão atendê-lo neste processo’’, declara o ortopedista. 

De acordo com o Conselho Federal de Medicina, é preciso evitar a contaminação pela covid-19, mas também é necessário que os pacientes não pausem seus tratamentos por medo de ir ao hospital. "A Covid tem diferentes efeitos: tem o efeito dela em si e o efeito que ela gera naquelas condições que não estão sendo tratadas adequadamente pois os tratamentos estão sendo postergados", diz o CEO do Sabará Hospital Infantil de São Paulo, Ary Ribeiro.

 

Os números

Segundo a Associação Nacional dos Hospitais Privados, houve uma queda de 32% no agendamento e realização de exames e consultas para cirurgias eletivas no país em 2020. Nas últimas semanas, a média de mortes por covid-19 têm aumentado no Brasil. A vacinação também tem progredido no país, mas não na mesma velocidade de contágio da doença. De acordo com dados do Mapa da Vacinação Contra Covid-19 no Brasil, elaborado pelo Consórcio de veículos de imprensa, até o momento pouco mais de 9% da população brasileira já recebeu a primeira dose, enquanto desses, apenas 2,78% já estão imunizados com a segunda dose da vacina.


Saiba como aliviar os sintomas da Síndrome do Intestino Irritável

Presente em até 20% da população, desordem afeta a qualidade de vida e pode ser tratada com ajustes na alimentação


A Síndrome do Intestino Irritável (SII) está presente na vida de até 20% da população adulta brasileira, mas muitas pessoas ainda vivem com o desconforto sem serem diagnosticadas. Com sintomas que incluem dores, inchaço abdominal e episódios intercalados de constipação e diarreia, o distúrbio não é considerado uma doença, mas traz perda na qualidade de vida. "A síndrome causa uma desordem funcional no intestino, mas não provoca nenhuma alteração ou lesão que possa ser detectada em exames. É mais comum em mulheres e pode estar diretamente relacionada a momentos de estresse emocional. E embora não haja nenhum exame para comprovar a SII, é preciso procurar o médico para excluir a possibilidade de outras doenças", explica a nutricionista ortomolecular Claudia Luz, da Via Farma.

Após feito o diagnóstico por eliminação, é possível amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida por meio de algumas mudanças nos hábitos, principalmente na alimentação. "Já que a síndrome também pode ser agravada por gatilhos emocionais, em alguns casos também são indicadas abordagens terapêuticas para aliviar o estresse e a ansiedade, além de acompanhamento psicológico", pontua a nutricionista.


Cuidados essenciais

As causas da Síndrome do Intestino Irritável ainda não são completamente esclarecidas, mas acredita-se que sua origem seja multifatorial. "Além da alimentação e da questão emocional, a desordem também pode estar ligada a fatores genéticos e desequilíbrios na flora intestinal" explica Claudia. Por isso, o tratamento adequado deve contar com um acompanhamento multidisciplinar, que inclua o médico e também o nutricionista.

A mudança da alimentação é um dos fatores mais importantes, já que algumas escolhas na hora das refeições podem piorar os sintomas. "Estudos têm mostrado que dietas ricas em alimentos altamente fermentáveis, conhecidos no meio científico como FODMAPs, trazem pioras significativas nos quadros de SII. Por isso, uma das estratégias nutricionais indicadas é justamente reduzir o consumo desses alimentos", diz Claudia. O grupo dos FODMAPs é grande, e inclui desde alguns tipos de frutas até leite e derivados, leguminosas e carboidratos. De acordo com a especialista, a dieta para reduzir o consumo desses alimentos pode amenizar as crises intestinais, mas não deve ser feita por muito tempo e precisa do acompanhamento de um nutricionista.

Dentro do plano alimentar, é preciso priorizar as opções naturais, dando atenção especial à hidratação ao longo do dia. E na hora de temperar os preparos, também é importante dar preferência aos condimentos naturais, já que as versões industrializadas podem ser prejudiciais para a saúde do intestino e do organismo como um todo. Para potencializar os resultados de uma alimentação balanceada, a suplementação de probióticos também pode ser indicada pelo nutricionista e desenvolvida de forma personalizada em farmácias de manipulação. "O uso desse tipo de nutracêutico é muito eficaz no reequilíbrio da flora intestinal e no alívio de dores, distensões, constipação e diarreia. A cepa Saccharomyces cerevisiae (Bowell), por exemplo, conta com estudos que apontam a melhora dos sintomas nos primeiros 15 dias de uso", finaliza Claudia.


Aumento de procura por cannabis medicinal chama atenção para dificuldade de acesso no Brasil

Médica canabinóide aponta necessidade de produtos com qualidade farmacêutica para toda população


O crescente interesse pela cannabis medicinal tem trazido debates em vários âmbitos sobre a necessidade de acessibilizar o tratamento para todos os indivíduos. Apesar de ter sido regulamentada pesquisa, produção e comercialização de medicamentos à base de Cannabis no Brasil, aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em dezembro de 2019 e em vigor desde março de 2020, o acesso ainda é bastante limitado e restrito à elite. Mais de 30 países já regulamentaram o uso da cannabis para tratar pacientes com doenças como epilepsia refratária, Alzheimer, autismo, dor crônica, entre outras, seguindo as mais rígidas práticas para um medicamento de qualidade.

Com o cenário brasileiro, a realidade de muitas famílias é recorrer às associações que disponibilizam o óleo de cannabis a preços mais acessíveis, já que o produto importado pode custar cerca de R$ 1,5 mil. A justiça também tem autorizado o plantio individual para uso médico por meio de habeas corpus preventivos. Entretanto, alguns especialistas se preocupam com a qualidade desses medicamentos, que podem apresentar efeitos adversos ou serem ineficazes por não seguirem todos os padrões sanitários previstos pelas agências reguladoras. 

“As pessoas têm acesso a produtos mais baratos e sem controle de qualidade de grau médico. Independente da condição financeira do indivíduo, ele tem que ter acesso a um produto de qualidade, porque a cannabis medicinal é um medicamento que deve seguir todas as etapas necessárias para produção. Em cultivo ao ar livre e produções amadoras podemos ter contaminações provenientes do solo (fungos, bactérias, etc), agrotóxicos, e outros, além da impossibilidade de uma análise rigorosa de Controle de Qualidade, o que pode causar complicações. As boas práticas para fabricação de um medicamento seguro e eficaz incluem certificação do processo de gestão e garantia da qualidade, certificação das instalações e de todas as etapas necessárias, desde escolha do insumo até armazenamento e distribuição do produto final. O ponto essencial é a concentração estandardizada dos princípios ativos, que devem ser iguais em cada lote”, explica a Dra. Maria Teresa Jacob, médica que desenvolve medicina canabinóide. 

No último mês, o estado de Nova York decidiu regulamentar a produção, distribuição e venda de canabidiol (CBD), uma das substâncias da cannabis, visando uma maior cautela com possíveis produtos que não atendam aos padrões de qualidade, exemplo que pode ser seguido no Brasil. “Existe a necessidade de produtos com qualidade farmacêutica para toda população e não somente para uma parte privilegiada. O importante é ter medicamentos que passem por todas as etapas de controle necessários para que sejam seguros e eficazes”, completa Dra. Maria Teresa.

A especialista acredita que deveriam existir mais estímulos para que as indústrias passem a produzir o medicamento aqui, o que diminuiria o custo e traria o respaldo necessário para o uso medicinal mais acessível. “Para isso, tem que ter uma produção industrial com todos os testes necessários, desde a escolha da semente, tipo de plantio, irrigação com água purificada e estéril, colheita e tudo mais. A saúde é um direito garantido pela Constituição. Já existem laboratórios que estão fazendo testes de qualidade para a Anvisa autorizar a produção no país, o que, segundo eles, diminuiria cerca de 40% a 50% no custo em dólar para o paciente. Acredito que beneficiaria uma grande parte da população”, finaliza.

            Hoje, para a Anvisa emitir autorização sanitária de produtos de cannabis, as indústrias devem apresentar os seguintes itens:

  • Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE);
  • Autorização Especial (AE);
  • Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF);
  • Justificativa para formular o produto;
  • Controle de qualidade;
  • Notificações de efeitos adversos;
  • Concentração dos canabinóides.

 


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