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quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Redes sociais: espaço fértil para a indignação e a esperança

Há um inconformismo geral com o nosso cenário político atual, a indignação é generalizada e evidente em parcela significativa da população. Vivemos uma crise sanitária que, diante da má gestão do governo federal, potencializa todos os problemas sociais, que já eram graves. A mídia internacional, incluindo diversos meios de comunicação considerados conservadores, tem apontado o Presidente da República do Brasil como um dos piores gestores do mundo. Sim, já tivemos outras gestões questionáveis, mas nunca tão letais na história da democracia nacional.

O momento é de reflexão e é perfeitamente natural o comparativo com governos e representantes políticos que tiveram saídas mais audaciosas e concretas para a pandemia. E juntamente com a reflexão surgem as críticas, afinal, não temos saídas concretas do ponto de vista sanitário, de proteção à população e tão pouco da retomada do crescimento econômico pós pandemia. É absolutamente normal, dentro de modelos democráticos, que as pessoas exerçam sua liberdade e expressem seus posicionamentos, que nem sempre agradam aqueles que se encontram no poder.

Talvez o vetor mais utilizado para a propagação, divulgação e debate das questões que norteiam nossos espaços durante a pandemia seja a internet, em especial as redes sociais, que deixaram de ser meras ferramentas do cotidiano e passaram a ser nosso novo ambiente de sobrevivência e convivência. Vivemos uma era de grandes e rápidas mudanças, e isso não poderia ser diferente na política. A mesma rede social que elege e promove é capaz de rejeitar e criticar - ou seja, aquela classe política que aprendeu a usar as redes sociais em seu benefício, não consegue controlar o espaço virtual, e sofre as consequências de estar à frente do poder e ser incapaz de responder no espaço político com a mesma velocidade que responde um comentário em uma rede social. A política foi e é influenciada pelas redes sociais, mas a vida pública e a tomada de decisão não cabem em um “tweet” ou numa postagem.

Seguindo a ideia de que em solo fértil tudo cresce, desde erva daninha até árvore frondosa, observou-se nos últimos meses um movimento surpreendente de injeção de conteúdo intelectual, cultural e político fora dos tradicionais canais de comunicação. Este movimento, liderado por inúmeras pessoas comuns e influenciadores, são válvulas propulsoras para o surgimento de novas lideranças, de novas formas de participação na vida política, de novos formatos para debate. Em meio à nossa aflição política e da crise sanitária, vemos então esperança no protagonismo dos jovens influenciadores digitais que, em meio à pandemia, definiram por difundir, de forma criativa, conhecimento e debater política.

Além do aperfeiçoamento do uso das redes sociais, a autorreflexão, a organização, a conscientização, o amadurecido dos debates políticos, o empoderamento propiciado pela autonomia comunicativa das redes sociais gerou a ocupação dos espaços virtuais de forma livre e democrática. Pode ser apenas o início de uma nova onda de contestações, cooperação, articulações, empoderamento de minorias e despontar de novas lideranças, mas, é um bom início e um antídoto não só contra os valores e políticos que desejamos combater, mas também às decisões equivocadas que tanto nos afetaram.

*Texto inspirado pela obra do sociólogo espanhol Manuel Castells, Redes de Indignação e Esperança: movimentos sociais na era da internet.

 

Diana Karam Geara - mestre em Direitos Fundamentais e Democracia, é advogada sócia do Núcleo de Direito de Família e Sucessões do Escritório Prof. René Dotti.

 

Francis Ricken - mestre em Ciência Política e professor da Escola de Direito e Ciências Sociais da Universidade Positivo (UP).

 

 

 

Começa matrícula online da segunda chamada do Vestibulinho

Os convocados na segunda chamada do processo seletivo das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) devem fazer a matrícula online nesta quinta e sexta-feira (13 e 14 de agosto), desde que não seja feriado municipal na cidade onde a Etec está localizada. Para candidatos que se inscreveram em cursos técnicos (presenciais, semipresenciais e online) e de especialização técnica, o procedimento deve ser realizado no site da unidade na qual pretendem estudar. A matrícula para os convocados na modalidade EaD online deve ser realizada no portal do Grupo de Estudo de Educação a Distância (Geead) do Centro Paula Souza (CPS). As listas de convocação estão disponíveis nos respectivos sites.

Se as vagas não forem preenchidas após a segunda chamada, outras listas poderão ser divulgadas. Neste semestre, a mudança no processo seletivo se fez necessária para atender ao distanciamento social, recomendado pelo Governo do Estado de São Paulo e autoridades sanitárias.

 

Documentos para matrícula

A matrícula dos convocados em todas as modalidades dependerá do upload legível dos seguintes documentos básicos:

 

  • documento de identificação (RG ou RNE);
  • CPF;
  • foto recente de rosto.

 

Veja abaixo a relação de documentos adicionais, solicitados de acordo com cursos e situações específicas. 

Quem foi aprovado no Ensino Técnico deve fazer também o upload legível de um dos seguintes documentos: 

  • histórico escolar com certificado de conclusão do Ensino Médio, contendo as notas de Português e Matemática da primeira série deste ciclo;
  • declaração de conclusão do Ensino Médio, assinada por agente escolar da escola de origem, contendo as notas de Português e Matemática da primeira série;
  • declaração de que está matriculado a partir da segunda série do Ensino Médio. Neste caso, também é necessário enviar uma declaração escolar contendo as notas de Português e Matemática da primeira série.

 

Aqueles que são ou foram alunos da rede de escolas estaduais
de São Paulo, devem enviar o Boletim Escolar Digital contendo
as notas de Português e Matemática da primeira série do Ensino Médio e Boletim Escolar Digital, a partir da segunda série do Ensino Médio, para fins de comprovação da série que está atualmente matriculado – os boletins poderão ser obtidos no site da Secretaria de Educação.
 

Já os alunos das Etecs do CPS, além da declaração de conclusão do Ensino Médio ou da declaração de que está matriculado a partir da segunda série do Ensino Médio, poderão apresentar junto boletim online emitido no Novo Sistema Acadêmico (NSA) ou no Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (Siga). 

Candidatos que concluíram ou estão cursando o Ensino Médio por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) devem fazer o upload legível de um dos seguintes documentos: 

  • histórico escolar com certificado de conclusão do Ensino Médio;
  • declaração de conclusão do Ensino Médio firmada pela Direção da Escola de origem, contendo a data em que o certificado e histórico serão emitidos;
  • declaração de que está matriculado a partir do segundo semestre/termo da EJA; ou dois certificados de aprovação em áreas de estudos da EJA;
  • boletim de aprovação do Encceja emitido e enviado pelo Ministério da Educação (MEC);
  • certificado de aprovação do Encceja em duas áreas de estudos avaliadas, emitido e enviado pelo MEC;
  • documento(s) que comprove(m) a eliminação de no mínimo quatro disciplinas dentre elas duas obrigatórias, Português e Matemática.

 

Quem realizou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) até a edição de 2016, deve fazer o upload legível de um dos seguintes documentos: 

  • certificado ou declaração de conclusão do Ensino Médio expedido pelos Institutos Federais ou pela Secretaria da Educação do Estado correspondente.

Os candidatos ao curso técnico de Enfermagem devem acrescentar o upload de um dos seguintes documentos: 

  • histórico escolar com certificado de conclusão do Ensino Fundamental e declaração de matrícula na segunda série do Ensino Médio;
  • histórico escolar com certificado de conclusão do Ensino Médio;
  • declaração de conclusão do Ensino Médio assinada por agente escolar da escola de origem.

 

Finalmente, quem foi aprovado em curso de especialização técnica deve fazer ainda o upload legível do requerimento de matrícula fornecido pela Etec e de um dos seguintes documentos: 

  • histórico escolar com certificado de conclusão do Ensino Técnico regular ou equivalente conforme lista disponível na internet;
  • declaração de conclusão do Ensino Técnico equivalente assinado por agente escolar da escola de origem.

O candidato convocado receberá um e-mail para confirmação de matrícula.

Outras informações pelos telefones (11) 3471-4071 (Capital e Grande São Paulo) e 0800-772 2829 (demais localidades) e pelo site vestibulinhoetec.com.br

 

Sobre o Centro Paula SouzaAutarquia do Governo do Estado de São Paulo
vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Centro Paula Souza
(CPS) administra as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e as Escolas Técnicas
(Etecs) estaduais, além das classes descentralizadas – unidades que funcionam
com um ou mais cursos, sob a supervisão de uma Etec –, em cerca de 300 municípios paulistas. As Etecs atendem mais de 224 mil estudantes nos Ensinos Técnico, Integrado e Médio. Nas Fatecs, o número de matriculados nos cursos de graduação tecnológica supera 85 mil alunos.



"No futuro, o carro será um celular sobre rodas", indica professor FGV sobre os rumos do setor

Seguindo o exemplo de outras áreas, o setor automotivo também passa por uma grande disrupção. Segundo o professor da IBE Conveniada FGV, Antônio Jorge Martins, o tom principal dessa transformação está, principalmente, relacionado à área digital, surgindo a denominação de “transformação digital no setor automotivo”. “No futuro, o carro tende a ser um celular sobre rodas. Em decorrência da pandemia atual, dependendo do que se reserva para o futuro, o veículo irá se tornar um espaço de convivência das pessoas, que irão dividir seu tempo profissional e de lazer, com sua residência e seu escritório”, indica o especialista em cadeia automotiva.

Segundo o professor, essa transformação trata-se de uma revolução que atinge todo o setor automotivo, exigindo, dos vários executivos, funcionários e profissionais envolvidos na cadeia automotiva um novo ‘mindset’.

De acordo com o especialista, daqui a alguns anos, iremos nos deparar, de uma forma bem comum e frequente, com os carros autônomos, os chamados “carros robôs”, fazendo com que as pessoas possam tirar melhor proveito de suas locomoções. “O carro autônomo nada mais é do que um veículo 100% digital, onde prevaleça a conectividade plena de todas as funções existentes, prescindindo-se da presença de um condutor”, comenta.

Martins destaca, que no futuro, o carro será um local onde as pessoas poderão trabalhar ou se divertir com jogos eletrônicos. Os trajetos serão oportunidades para reuniões entre os passageiros ou um bate-papo descontraído entre amigos, além de ser um momento para o uso do celular com toda a tranquilidade, uma vez que não haverá a necessidade e preocupação de estar à frente de um volante dirigindo. “Testes com os carros robôs já acontecem em várias partes do mundo, sendo que brevemente veremos os veículos 100% autônomos circulando pelas cidades”, revela.

Ele ressalta, ainda, que os veículos robôs são classificados em cinco níveis, sendo que o último, dispensa, totalmente da presença e atuação humana ao volante. Entre as vantagens dessa alta tecnologia, o professor pontua a redução drástica do número de acidentes. Atualmente, cerca de 90% deles são causados pelo ser humano.

“Hoje, em termos mundiais, estamos no nível quatro, onde ainda se tem a assistência de um motorista para evitar qualquer tipo de dano, porém testes já estão sendo realizados para o alcance do nível cinco”, ressalta.

Além da redução no número de acidentes, ele pontua que a elevada conectividade dentro dos automóveis deixará a vida das pessoas com muito mais facilidades em relação aos dias de hoje.

“Cada vez mais se busca a conectividade entre as pessoas por meio do celular e, consequentemente, essas tecnologias digitais estão sendo embarcadas nos novos veículos. É nessa direção que o setor automotivo está caminhando”, finaliza o especialista da FGV.


O novo normal da educação: ensino a distância ganha espaço e se consolida no Brasil

 

Formato de ensino remoto tende a ganhar novas estruturações e ainda mais força na realidade pós-pandemia

 

Otimização do tempo, custos mais baixos, facilidade de acesso e autonomia no aprendizado são os principais atrativos que o uso da tecnologia como ferramenta para a educação proporciona. Apostar em modalidades de Ensino a Distância (EAD) é uma tendência que tem ganhado cada vez mais espaço nas últimas décadas, e se antes a parcela de estudantes adeptos deste formato já vinha em uma crescente significativa, a pandemia global da COVID-19 trouxe grande destaque e novas perspectivas para as alternativas de capacitação online. 

Repentinamente, toda a estrutura educacional do país, majoritariamente pautada no chamado ensino convencional, com um professor em frente as carteiras enfileiradas em uma sala de aula, precisou ser suspensa. A ausência de uma data ou período exato para o retorno seguro das atividades gerou a busca por uma alternativa que atendesse as necessidades do distanciamento social. A solução não exigiu grandes inovações, bastou lançar um olhar aos recursos já disponíveis e que vem sendo utilizados há tempos pelas instituições que oferecem cursos e metodologias de ensino a distância. Todo o sistema de educação brasileiro, público e particular, passou a executar seu conteúdo por vias digitais não presenciais, o que evidenciou essa configuração de ensino, suas vantagens e desafios, e as possibilidades de explorar plataformas online, como instrumento válido e efetivo de aprendizado para todas as faixas etárias e níveis de educação. 

Mas essa nova ótica aplicada ao ensino remoto terá consequências no futuro da modalidade EAD? Para Cristiano Venâncio, gerente de Educação do ISAE Escola de Negócios, instituição conveniada a Fundação Getúlio Vargas e considerada uma das principais escolas do segmento no país, as mudanças dependem de planejamento e abordagens interessantes para envolver os alunos. “ O que acontece geralmente nos cursos EAD é que o conteúdo é todo gravado, o que gera flexibilidade e autonomia, porém reduz a interatividade com o professor. Uma das inovações que podem expandir as possibilidades da experiência educacional a distância é reproduzir virtualmente o mesmo ambiente da sala de aula”, diz. Logo no início da pandemia, a escola de negócios lançou um projeto voltado a esta abordagem e registrou resultados extremamente positivos.

Intitulada “Sala Virtual”,  a ferramenta disponibilizada pelo ISAE Escola de Negócios, adotada em diversos cursos de graduação, mestrado e MBA, permite que a aula aconteça com todos os alunos online de forma simultânea. “Com muito estudo de mercado e utilizando tecnologias inovadoras, conseguimos criar um modelo de aprendizado onde a sincronicidade da relação aluno professor acontece em tempo real. A Sala Virtual traz todas as principais características da modalidade presencial, potencializando o processo de transmissão de conteúdo e dando os alunos uma oportunidade incrível para a manutenção da rotina de estudos”, comenta Cristiano Venâncio. A tecnologia apresenta amplos recursos para o desenvolvimento de trabalhos em grupos, dinâmicas, enquetes, compartilhamento de materiais, análise de casos, entre outros opções de interatividade. ”Estamos oferecendo toda nossa excelência em ensino, com os mesmos conteúdos, professores e certificações, de maneira prática, diferenciada e remota. Esta é sem dúvida uma das formas de quebrar o preconceito com a experiência de assistir aulas em casa e fazer a diferença no futuro desta modalidade de ensino”, complementa.

 

Ensino a distância gratuito

Se os atrativos do ensino a distância, como flexibilidade de horários, variedade de cursos e qualificações e a própria possibilidade de estudar em casa, ganhavam adeptos antes pela facilidade e conforto, em tempos de distanciamento social a ferramenta se tornou uma das principais aliadas ao enfrentamento da pandemia global do novo coronavírus, tanto no âmbito educacional, quanto como uma forma pessoal de tornar o período de reclusão mais proveitoso. O que fez com que muitas pessoas descobrissem possibilidades de adquirir novas formas de conhecimento online e melhor ainda, sem nenhum custo. 

“É possível oferecer ensino de qualidade online de forma gratuita, e essa talvez seja uma das mais relevantes tendências evidenciadas durante o período de pandemia e que será refletida no futuro”, afirma Cláudio Matos, um dos responsáveis pelo sucesso da startup Kultivi (www.kultivi.com), plataforma de ensino gratuita, que conta com mais de 80 cursos em diferentes áreas, como idiomas, empreendedorismo, medicina e voltados ao Enem e à OAB.  Mas como é possível gerar conteúdo sem custo para os estudantes? A lógica de funcionamento é simples. A plataforma da Kultivi é mantida pela venda de espaços publicitários para marcas parceiras, além da captação de recursos na iniciativa privada. “São empresas que querem desenvolver educação de qualidade no Brasil e atrelar sua marca a esse projeto”, explica o sócio fundador da Kultivi. 

Outra forma de manutenção do projeto está no apoio prestado por Pessoas Físicas e Jurídicas. Por meio da iniciativa chamada de “Apoia.se”, é possível que qualquer um contribua com o projeto. Mais da metade dos recursos doados (56%) é destinada aos profissionais, que são remunerados de acordo com o valor de mercado. “Desde que as autoridades de saúde passaram a recomendar o isolamento social, os recursos tecnológicos tomaram o protagonismo em diversas atividades do cotidiano e um número cada vez maior de pessoas tem recorrido a conteúdos de capacitação online para aproveitar o tempo e adquirir novos conhecimentos, e grande parte desses novos alunos com certeza manterão esse hábito no pós pandemia e a grande vantagem é não precisar pagar nada por isso”, completa Claudio Matos. 

 

Desafios e oportunidades do uso de tecnologias analíticas nas agências/assessorias de comunicação


O avanço das tecnologias da comunicação e da informação tem proporcionado às organizações e sociedade oportunidades e também desafios ligados ao surgimento de novas ferramentas. As empresas têm aproveitado esse boom tecnológico para criar novos produtos e serviços, pensando nos novos hábitos dos consumidores e na sociedade da informação e do conhecimento. Para criar estratégias assertivas, baseadas em dados, conceitos como Big Data e extração de dados têm ganhado o universo corporativo, fazendo parte da rotina de trabalho de profissionais de vários tipos de negócios.

 

Na Era do Conhecimento e da Informação, os dados se tornaram “ouro” para as empresas e negócios, criando novos mercados e gerando a necessidade de mudança organizacional e atualização digital também nas empresas de Comunicação, assim como outros setores. Com o avanço de tecnologias de armazenamento e análise automatizada, Big Data, Data Science e Inteligência Artificial, criou-se uma concorrência entre homens e máquinas no mercado de trabalho, cabendo aos profissionais de todas as áreas se apropriarem dessas ferramentas, atualizando-se sobre o seu uso para dominá-las, a fim de gerar valor para organizações, garantindo assim o seu espaço nesse meio competitivo e digital.

 

De acordo com dados da pesquisa Latin American Communication Monitor (LCM), organizada pela Euprera e Dircom, sobre Tendências na Comunicação Estratégica: Grande Dados, Automação, Engajamento, Influenciadores, Coaching e Competências, realizada em 17 países, com mais de 2.900 profissionais de comunicação, a América Latina apresenta um atraso global com o uso de Big Data nas empresas de comunicação, já que, segundo o estudo, apenas 17% das agências já implantaram a tecnologia.

 

O levantamento revelou também que quase metade dos entrevistados diz que faltam habilidades analíticas para lidar com Big Data (45%), demonstrando que os profissionais não possuem conhecimento da tecnologia, implicando na sua implementação nas empresas. Apropriar-se de ferramentas como Big Data Science e Data Science seria útil para a área, implicando em uma revolução para a profissão uma vez que os especialistas lidam com dados internos e externos das organizações para criar e manter relacionamentos, podendo fazer um bom uso disso, com análises em tempo real e na criação de estratégias baseadas nos dados que já têm.

 

Outra vantagem em inserir os recursos seria mostrar valor para as empresas, reforçando o papel estratégico da Comunicação para as companhias junto à alta administração e na tomada de decisões que impactam todos os públicos da organização. A Comunicação lida com resultados intangíveis, infelizmente no Brasil e em outros países, o principal problema que os profissionais enfrentam é o entendimento sobre qual a importância desse tipo de especialista nas empresas, qual é o escopo de trabalho e como podem contribuir para a gestão sustentável e impacto positivo nos negócios.

 

Com o armazenamento de dados e uma mineração das informações, os profissionais podem assumir o papel de consultor gerencial e estratégico e não apenas técnico, legitimando a profissão frente aos executivos, tornando-se parte da equipe do alto escalão das organizações e com um escopo de atuação mais independente e estratégico. Além disso, os dados proporcionam campanhas mais assertivas e monitoramento mais preciso auxiliando a revelar entre outras coisas o comportamento dos públicos de interesse, antecipando os profissionais de Comunicação às crises.

 

Ao que tudo indica com o avanço dessas tecnologias como Big Data, Data Science, Inteligência Artificial e o aumento da automação de várias profissões no futuro, o profissional de Comunicação também corre o risco de ser substituído por um software inteligente ou robô que mapeia os públicos de interesse, coleta dados, lê cenários, cria ações e campanhas, desenvolve conteúdos, tornando os humanos dispensáveis para as organizações. Em contrapartida os dados sozinhos não criam valor emocional com pessoas e os humanos ainda serão importantes para a criação de narrativas e ficções para gerar cooperação na aceitação de normas e hábitos na sociedade, gerando uma oportunidade para o profissional de Comunicação em relação ao uso dessas tecnologias.

 

Os profissionais devem se apropriar dessas ferramentas antes disso acontecer para com isso reverter a situação, estabelecendo bons relacionamentos tanto no ambiente físico como virtual, a partir da análise de dados que ajudarão a mapear com mais assertividades os públicos e a criar estratégias e narrativas com base no cruzamento de informações, provando o papel estratégico da Comunicação.

 

 



             

Janaina Cezar - jornalista e consultora de comunicação da Alfapress Comunicações.

 

6 passos para manter a empregabilidade em alta

Muito além da capacitação técnica, os aspectos comportamentais são destaque na empregabilidade em todas as áreas


A tecnologia pode ser uma importante aliada da escalada profissional. Intensificar os investimentos em especialização na área tem sido o caminho sugerido por muitas empresas para contornar as ameaças de um mercado que tem registrado índices recordes de desemprego. Porém, se tais investimentos forem feitos de forma isolada, sem que haja também um desenvolvimento de atributos comportamentais, o resultado certamente não será o esperado. 

Para atender esse novo momento e o processo de recrutamento do líder para o futuro com uma cultura digital, a FIND HR incorporou novas técnicas, com destaque para a ferramenta de análise comportamental Learning Agility. “Os líderes da atualidade devem perseguir a habilidade e vontade de aprender rapidamente, e aplicar esse aprendizado para performar com sucesso em novos papéis de liderança.” Diz Fabio Gabbay, sócio fundador. 

A seguir alguns dos aprendizados da FIND HR ao longo dessa jornada de décadas acompanhando a evolução das pessoas e das empresas, em especial no cenário recente, para uns; oportunidade, para outros; um caos. 

 

Passo 1 - Adaptabilidade e flexibilidade

A nova economia e a necessidade de agilidade para a tomada de decisão exigem colaboradores mais confiantes, flexíveis e autônomos, adaptáveis, portanto, às novas formas de trabalho.

 

Passo 2 - Aprendizado contínuo e apetite insaciável por mudança e inovação

O cenário atual é de um mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo). Profissionais e empresas devem focar em um aprendizado contínuo pautado pela inovação, cientes de que a única constante é a mudança e estabelecer prontamente um mindset digital.

 

Passo 3 - Comunicação e empatia

A recomendação é batida, mas especialmente em momentos de crise, um líder precisa se comunicar com eficiência e ter a empatia pelo seu time e por seu cliente. É fundamental que esteja estar aberto ao novo, às novas pessoas, aos novos negócios e às novas formas de se fazer a mesma coisa.

 

Passo 4 - Motivação e Propósito

A pandemia trouxe à tona um cenário inédito que evidenciou muitas ineficiências nas empresas. O sentimento de falta de pertencimento dos colaboradores e desengajamento entre as pessoas e empresas se manifestou de forma muito clara durante esse período de distanciamento. Por isso, para o colaborador é preciso ter um propósito alinhado com a empresa, mantendo-se altamente motivado e, consequentemente, incrementar sua proposição de valor em um ambiente cada vez mais colaborativo.

 

Passo 5 - Pensamento global e Atenção ao entorno

Líderes de sucesso pensam global. O que acontece do outro lado do mundo pode impactar diretamente os negócios da empresa e as ameaças de concorrência surgem de setores similares e adjacentes.  Vivemos uma era de interconexão e queda de fronteiras em que a reflexão sobre o ecossistema ao redor deve ser prática diária de todo e qualquer líder estratégico.

 

Passo 6 - Autoavaliação e feedback

A carreira é um trabalho constante de autoconhecimento. Quanto mais o profissional investir em sua autoavaliação sincera e souber claramente onde irá empregar mais valor no mercado, mais consciência terá sobre os seus pontos fortes e fraquezas, o que acarretará uma maior predisposição positiva ao feedback, e consequentemente uma carreira mais saudável e exponencial.

 




Fabio Gabbay - Sócio Fundador. MBA executivo em Gestão Estratégica e TI pela FGV em 2010 e graduado em Engenharia da Computação pela FEI em 2005, atua há 11 anos no mercado de R&S de TI. Antes da abertura da FIND HR em 2016, teve papel chave como Head de Divisão de TI em players de renome de R&S, além de deter experiência de campo como Especialista de TI e Arquiteto de Soluções em companhias consolidadas nos mercados de pagamentos digitais e tecnologia.

 


FIND HR

https://www.findhr.com.br/


Covid-19: ANS finaliza análise técnica e determina inclusão de teste sorológico no Rol de Procedimentos

 Cobertura da pesquisa de anticorpos IgG ou anticorpos totais passa a valer a partir da publicação no DOU, mediante critérios de utilização específicos

 

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu incorporar de forma extraordinária ao Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde o teste sorológico para detectar a presença de anticorpos produzidos pelo organismo após exposição ao novo Coronavírus. A decisão da Diretoria Colegiada, nesta quinta-feira (13/08), foi tomada após a ANS concluir análise técnica das evidências científicas disponíveis e promover amplo debate sobre o tema com o setor regulado e a sociedade.  

A medida passa a valer a partir de amanhã (14/08). O procedimento incorporado é a pesquisa de anticorpos IgG ou anticorpos totais, que passa a ser de cobertura obrigatória para os beneficiários de planos de saúde a partir do oitavo dia do início dos sintomas, nas segmentações ambulatorial, hospitalar e referência, conforme solicitação do médico assistente, quando preenchido um dos critérios do Grupo I e nenhum dos critérios do Grupo II destacados a seguir:

 

Grupo I (critérios de inclusão)

a) Pacientes com Síndrome Gripal (SG) ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) a partir do 8o dia do início dos sintomas

b) Crianças ou adolescentes com quadro suspeito de Síndrome Multissistêmica Inflamatória pós-infecção pelo SARS-Cov2 

 

Grupo II (critérios de exclusão): 

a) RT-PCR prévio positivo para Sars-Cov-2

b) Pacientes que já tenham realizado o teste sorológico, com resultado positivo

c) Pacientes que tenham realizado o teste sorológico, com resultado negativo, há menos de 1 semana (exceto para os pacientes que se enquadrem no item b do Grupo I) 

d) Testes rápidos 

e) Pacientes cuja prescrição tem finalidade de rastreamento (screening), retorno ao trabalho, pré-operatório, controle de cura ou contato próximo/domiciliar com caso confirmado

f) Verificação de imunidade pós-vacinal

 

Confira abaixo a descrição das condições que caracterizam Síndrome Gripal e Síndrome Respiratória Aguda Grave: 

 

Síndrome Gripal (SG): Indivíduo com quadro respiratório agudo, caracterizado por pelo menos dois (2) dos seguintes sinais e sintomas: febre (mesmo que referida), calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou distúrbios gustativos. Em crianças: além dos itens anteriores considera-se também obstrução nasal, na ausência de outro diagnóstico específico. Em idosos: deve-se considerar também critérios específicos de agravamento como sincope, confusão mental, sonolência excessiva, irritabilidade e inapetência. 

 

Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): Indivíduo com SG que apresente: dispneia/desconforto respiratório OU pressão persistente no tórax OU saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente OU coloração azulada dos lábios ou rosto. Em crianças: além dos itens anteriores, observar os batimentos de asa de nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência.

 

Participação social 

Em 24/07, a ANS promoveu uma audiência pública a fim de receber contribuições da sociedade civil e dos agentes regulados a respeito dos testes sorológicos. O evento contou com a participação de 146 pessoas representando diferentes categorias (sociedades médicas, órgãos de defesa do consumidor e entidades de ensino e pesquisa, setor regulado, entre outras), tendo sido contabilizadas, ainda 1.750 visualizações na transmissão feita pelo canal da ANS no YouTube. As contribuições efetuadas na audiência pública ofereceram mais subsídios para a equipe técnica da ANS embasar sua tomada de decisão.

 

Finalizado esse amplo processo de discussão e análise técnica, a Agência concluiu pela inclusão da pesquisa de anticorpos IgG ou anticorpos totais, com Diretriz de Utilização (DUT).

 

Sobre os testes para diagnóstico da Covid-19 

Os testes sorológicos são aqueles que objetivam detectar a presença de anticorpos produzidos pelo organismo após exposição ao vírus e podem ser realizados por meio das técnicas de imunofluorescência, imunocromatografia, enzimaimunoensaio e quimioluminescência. Os diversos testes sorológicos existentes apresentam sensibilidade e especificidade diferentes, que podem apresentar alto percentual de resultados falsos negativos. Por isso é importante observar o início dos sintomas e o período adequado para indicação de cada teste, além de serem interpretados com cautela e considerando a condição clínica do paciente. 

Já os testes que utilizam a metodologia RT PCR possuem a finalidade de identificar a presença do material genético do vírus. Neste tipo de teste, são utilizadas amostras de esfregaço nasal ou orofaríngeo, escarro ou líquido de lavagem broncoalveolar. O RT PCR é considerado padrão-ouro para diagnóstico laboratorial da Covid-19, e está incorporado ao Rol de Procedimentos da ANS desde 13/03. 

A ANS reforça que, no que tange à incorporação de procedimentos para diagnóstico e manejo do paciente com Covid-19, o conhecimento da infecção pelo vírus ainda está em fase de consolidação e, à medida que novas evidências forem disponibilizadas, as tecnologias e orientações sobre seus usos poderão ser revistas.

 

Transição para novo sistema de penhora on-line começa em agosto

 

 


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Procuradoria da Fazenda Nacional (PGFN) e o Banco Central lançam, no dia 25 de agosto, o Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud), nova plataforma virtual para magistrados dos cinco ramos do Judiciário solicitarem o bloqueio on-line de ativos de devedores com dívidas reconhecidas pela Justiça. O cronograma de implantação inclui a migração dos dados do Bacenjud, que, desde os anos 2000, viabiliza essas operações de cobrança e a automatização do Sisbajud no Processo Judicial Eletrônico (PJe).

 

O novo sistema que irá ao ar começou a ser desenvolvido no ano passado, a partir de um convênio entre o CNJ, BC e PGFN para o aprimoramento do rastreamento de ativos de devedores e penhora virtual de valores. O Bacenjud se transformou, ao longo dos anos, em uma importante ferramenta tecnológica para magistrados determinarem o rastreamento e o bloqueio de ativos de devedores com dívidas reconhecidas pela Justiça.

 

A importância da penhora on-line é dada pelos números. Somente no ano passado, os bloqueios para o pagamento de credores feitos pelo Bacenjud somaram R$ 55,9 bilhões, abrangendo cerca de 18 milhões de decisões judiciais. Do total bloqueado nas contas dos devedores, R$ 31,2 bilhões se transformaram em depósitos judiciais para o pagamento a credores.

 


Cronograma para preparação

 

De acordo com os juízes auxiliares da Presidência do CNJ Dayse Starling e Adriano da Silva, que integram a equipe de desenvolvimento do novo sistema, a substituição do Bacenjud pelo Sisbajud será feita entre os dias 24 de agosto, com a preparação dos dois sistemas para mudança, e 7 de setembro.

 

Após o lançamento oficial pelo CNJ, Banco Central e PGFN  no dia 25/8, terá início a fase de transição, concedendo um prazo para os tribunais realizem as adequações necessárias ao novo sistema, evitando descontinuar o rastreamento de ativos e pedidos de bloqueio.

 

Feitas as adaptações necessárias para que os tribunais tenham plenas condições de acesso ao novo sistema, o Bacenjud será retirado de atividade, em 4 de setembro, sexta-feira. Nos dias 5, 6 e 7 de setembro será feita a migração de dados entre os dois sistemas de forma que a partir de 8 de setembro o Sisbajud passará a operar de forma plena e com o Bacenjud inativo.


 

Maior celeridade

 

Com a substituição do Bacenjud pelo Sisbajud, os magistrados passarão a dispor de um sistema tecnologicamente mais atualizado e com capacidade de resposta mais célere e eficiente. Na atual fase dos aprimoramentos, o Sisbajud conterá com dois módulos: um de afastamento de sigilo bancário  e o outro para requisição de  informações sobre os devedores às instituições financeiras e penhora on-line de ativos.

 

No módulo da penhora on-line, os procedimentos de bloqueio de valores de devedores permanecerão os mesmos aplicados ao Bacenjud. Da mesma forma como ocorre atualmente com o Bacenjud, o Sisbajud foi estruturado para operar de forma integrada com o Processo Judicial Eletrônico (PJe), plataforma eletrônica patrocinada pelo CNJ para tramitação virtual de processos judiciais.

 

Além disso, o Sisbajud foi idealizado para também ser acessado pelos tribunais que não utilizam o PJe, por meio de interface web, bem como, para os tribunais que assim desejarem, de integração via API (Application Programming Interface) especialmente desenvolvida para essa finalidade.

 

 


Luciana Otoni
Agência CNJ de Notícias


Tembici e Catho se unem para oferecer locomoção gratuita a candidatos a vagas de emprego em SP

Em meio à pandemia, projeto social Bike Pra Entrevista visa garantir transporte individual e seguro, visto que 92% dos candidatos afirmam que participariam de uma entrevista presencial


Com a retomada gradual às atividades econômicas e a volta dos funcionários as sedes das empresas na capital paulistana, uma pesquisa realizada pela Catho com mais de três mil pessoas identificou que 52% dos candidatos a uma vaga de emprego receberam convites para entrevistas presenciais durante o isolamento social, desses 72% utilizaram meios de transportes coletivos como forma de locomoção e 92% afirmaram que não desistiriam de participar de um processo de contratação por ser presencial. 

Reconhecendo a importância de empresas colaborarem com a sociedade a lidar com os desafios trazidos pela pandemia, a Tembici, empresa líder em micromobilidade na América Latina, e a Catho, site de vagas de empregos, em parceria inédita desenvolveram o projeto “Bike para Entrevista” que tem como objetivo garantir transporte individual com modal seguro e gratuito para profissionais que estejam buscando uma nova inserção no mercado de trabalho, neste momento em que o distanciamento social ainda precisa ser praticado. 

A partir do dia 3 de agosto, o projeto dá aos cadastrados na plataforma da Catho, que sejam residentes da cidade São Paulo e que tenham entrevistas presenciais agendadas, acesso gratuito às bicicletas do Bike Sampa, operado pela Tembici, para realizarem seus deslocamentos. Os candidatos receberão gratuidade no plano diário, com duração de 45 minutos por viagem, para ir e vir das entrevistas com as laranjinhas e, para participar, devem se cadastrar no aplicativo ou site do Bike Itaú e inserir o código de desconto que será enviado por e-mail. 

“É fundamental que as empresas se engajem em ações de apoio à sociedade, neste momento. Com a reabertura gradual dos comércios, o mercado começa a se reaquecer e estamos felizes de ajudar na retomada da economia disponibilizando nossas bikes para que as pessoas possam comparecer às entrevistas. Além disso, a bicicleta atualmente é considerada o modal mais seguro para deslocamento e, por isso, reforçamos os processos de higienização dos nossos sistemas para que todos possam utilizar as laranjinhas com ainda mais segurança”, comenta Carolina Rivas, diretora de relacionamento da Tembici.

Para o gerente sênior de Marketing da Catho, Ricardo Morais, o projeto também é um viabilizador de oportunidades a uma parcela dos candidatos que não possuem renda alguma para irem às entrevistas. “A Catho é reconhecidamente uma empresa que cuida de seus clientes e, neste momento de flexibilização das medidas de isolamento, em que as entrevistas presenciais já acontecem, buscamos com o ‘Bike para Entrevista’ oferecer uma alternativa realista e que vá ao encontro das necessidades dos candidatos e uma delas é  justamente a locomoção segura e gratuita”.  

Um dos meios de transporte individual indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar o contágio e proliferação do novo coronavírus por também ser higiênico e não-poluente, a bicicleta é vista como uma das maneiras mais seguras de locomoção para 57% dos que procuram por empregos na capital, segundo levantamento feito pela Catho. 

Desde o início da pandemia, a Tembici reforçou todos os processos de higienização das estações e bicicletas compartilhadas de todas as cidades em que atua e com a reabertura gradual da economia, foram ampliadas as comunicações aos usuários sobre as recomendações de higiene individual, além das divulgações sobre as novas medidas que a empresa está realizando na limpeza dos equipamentos. Todos os dias as bicicletas são retiradas da estação pela equipe de logística e levadas ao centro de operações onde são lavadas com jato de cloro diluído em água. Ao serem devolvidas às ruas, as bikes e as estações ainda passam por higienização com álcool 70%. 

 

Gestores públicos com contas rejeitadas ou desaprovadas podem ser candidatos?

As eleições se aproximam a passos largos e os cidadãos começam a questionar e pesquisar quem poderá ser candidato. Esses questionamentos são mais candentes no interior, na medida em que os munícipes vivem intensamente a política local. Nessa cenário um dos pontos importantes é o da possibilidade ou não de um gestor público que teve suas contas rejeitas ou desaprovadas ser candidato nas eleições de 15 de novembro.

A Lei Complementar 64/90 traz o rol de inelegibilidade infraconstitucionais (legais) e dentre elas destacamos o inciso I, alínea “g”, do artigo 1º, que trata do impedimento de ser candidato decorrente da rejeição ou desaprovação das contas, senão vejamos:

“os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição.”

O eleitor apressado e desavisado irá afirmar que o gestor público, na condição de ordenador de despesas, que tiver suas contas rejeitadas pelo órgão competente, estará automaticamente inelegível e terá, caso impugnado o registro, obstaculizada sua candidatura. Isso procede? Evidentemente que não. Explico.

Suponhamos que um prefeito municipal teve sua conta desaprovada pela câmara municipal, que manteve o parecer de desaprovação do Tribunal de Contas, o qual apontou que o município aplicou abaixo do limite constitucional na educação. Esse fato por si só configuraria inelegibilidade?

Para aferir se o prefeito municipal está inelegível, nos termos do artigo 1º, I, alínea “g”, da Lei Complementar 64/90, há que examinar se todos os pressupostos caracterizadores do impedimento estão presentes. Quais são esses pressupostos: a) prestação de contas por parte do gestor público ordenador de despesas; b) rejeição das contas prestadas por vícios insanáveis; c) que o vício além de insanável configure ato doloso de improbidade administrativa e; d) haja decisão irrecorrível do órgão competente.

Portanto, o vício apontado deve ser insanável e configurar ato doloso de improbidade administrativa. O que vem a ser um vício insanável? Segundo o grande mestre José Jairo Gomes, em sua obra “Direito Eleitoral”, “Insanáveis, frise-se, são as irregularidades graves, decorrentes de condutas perpetradas com dolo ou má-fé, contrárias à lei ou ao interesse público, podem causar dano ou prejuízo ao erário, enriquecimento ilícito, ou ferir princípios constitucionais reitores da Administração Pública” e segue GOMES asseverando que “Além de insanável, a caracterização da inelegibilidade em apreço ainda requer que a irregularidade ‘configure ato doloso de improbidade administrativa”.

Porém, como funciona na prática a análise da rejeição das contas pela Justiça Eleitoral: Pode invadir a competência do órgão julgador das contas e rever o mérito da decisão? Pode valorar os fatos ensejadores d rejeição das contas e fixar, no caso concreto, o sentido das expressões “vício insanável” e “ato doloso de improbidade administrativa”?

Nos termos da súmula 41 do Tribunal Superior Eleitoral “Não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões proferidas por outros órgãos do Judiciário ou dos tribunais de contas que configurem causa de inelegibilidade”. Entretanto, conforme leciona GOMES, a Justiça Eleitoral, dentro de sua esfera de competência, tem “plena autonomia para valorar os fatos ensejadores da rejeição das contas e fixar, no caso concreto, o sentido da cláusula aberta ‘irregularidade insanável’, bem como apontar se ela caracteriza ato doloso de improbidade administrativa” e concluiu: “É que a configuração da inelegibilidade das irregularidades requer não só a rejeição das contas, como também a insanabilidade das irregularidades detectadas e sua caracterização como improbidade. Se a rejeição (ou desaprovação) das contas é dado objetivo e facilmente verificável (basta uma certidão expedida pelo Tribunal de Contas ou pelo órgão Legislativo), a insanabilidade e a configuração da improbidade requerem a formulação de juízo de valor por parte da Justiça Eleitoral, única competente para afirmar se há ou não inelegibilidade”.

Assim, respondendo a questão sobre a não aplicação do limite de gastos com a educação, há que se destacar que, por si só, não configura inelegibilidade, em que pese o Tribunal Superior Eleitoral, no REspe nº 24.659/SP, julgado em 27 de novembro de 2012, tenha reconhecido a insanabilidade relativa a insuficiência da aplicação do mínimo constitucional, uma vez que há que estar evidenciado que o gestor público agiu dolosamente com esse propósito, fato que configuraria ato de improbidade administrativa.

Outro ponto deve ser levantado. O prefeito pode ter agido dolosamente ao desrespeitar o limite de gastos com a educação, fato que caracterizaria vício insanável configurador de ato de improbidade, reconhecido pelo Tribunal de Contas, mas a câmara municipal, por dois terços dos vereadores, pode ir contra todas as evidencias e aprovar as contas do alcaide. Nessa hipótese não estará configurada a inelegibilidade prevista no artigo 1º, I, alínea “g”, da Lei Complementar 64/90, uma vez que não houve “decisão irrecorrível do órgão competente” rejeitando as contas.

Dessa forma, todos os atores envolvidos na análise da impugnação do registro de uma candidatura por rejeição ou desaprovação de contas de gestores públicos, devem ter muita ponderação e evitar juízos precoces.




Marcelo Aith - advogado especialista em Direito Público e Penal e professor convidado da Escola Paulista de Direito


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