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sábado, 1 de agosto de 2020

Na luta contra a Covid-19, suinocultura no Brasil deve crescer e bater recordes

Mesmo em meio à pandemia de coronavírus, produção deve aumentar de 4 a 6,5% e exportação pode ser 33% maior em relação a 2019


Em 2020 o Brasil deverá exportar, pela primeira vez, 1 milhão de toneladas de carne suína, de acordo com dados divulgados recentemente pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Esse número reflete um aumento de 33% em relação ao ano passado, além da cadeia da carne suína ter uma produção prevista de 4,25 milhões de toneladas, um crescimento entre 4% a 6,5% se comparado com 2019.

Com esses números, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, a cadeia pode comemorar com boas previsões o Dia Nacional da Suinocultura, em 24 de julho. O Brasil é o quarto maior produtor da carne suína e também o quarto maior exportador do mundo, segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). Quase 40% das exportações brasileiras vão para a China, seguida de Hong Kong com 16%.

Para que a expectativa dos bons números se concretize é preciso tomar alguns cuidados, já que os riscos de contaminação pelo coronavírus não diminuíram.

Segundo o médico-veterinário Odemilson Donizete Mossero, presidente da Comissão Técnica de Saúde Animal e vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), a suinocultura brasileira, como os outros setores do agronegócio, sofreu o impacto inicial provocado pela pandemia, em razão de fatores como queda dos preços ao produtor e incertezas.

“No entanto, diante desse cenário obscuro, medidas assertivas passaram a ser adotadas pelos órgãos governamentais, pelas entidades representativas e pelos produtores. O setor prima pela segurança sanitária dos plantéis, com medidas de biossegurança rigorosas, que, somadas a outros fatores, permitem maior produtividade e o oferecimento de produtos seguros ao mercado nacional e internacional”, avalia Mossero.


Riscos para a cadeia

A zootecnista Paola Moretti Rueda, da Comissão Técnica de Bem-Estar Animal do CRMV-SP afirma que uma preocupação do setor é o alastramento da pandemia de Covid-19 pelo interior do Brasil, o que pode afetar os trabalhadores que lidam com os animais, seja na granja ou no frigorífico. Cidades do Sul do País, que concentram a produção nacional de suínos, já sofrem com as conseqüências da doença.  

“Quando as pessoas adoecem nas granjas, os animais podem ficar sem limpeza das baias, fornecimento de alimentação e água, bem como de cuidados médico-veterinários. Já quando trabalhadores do frigorífico adoecem, o mesmo precisa ser fechado para conter a disseminação e os suínos ficam na granja, crescem demais e o abate é dificultado. Pode haver, ainda, o desabastecimento de ração e medicamentos”, destaca Paola.


Luta contra a Covid-19

Por essas questões, ressalta Mossero, o próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), juntamente com o Ministério da Saúde e Ministério da Economia, entre tantas medidas legais e orientativas, publicou a Portaria Conjunta nº 19/20. “Seguindo fielmente as regras, todo o segmento conseguirá se fortalecer na medida em que contribui para com a redução do risco de propagação do vírus em toda a cadeia produtiva.”

Segundo a ABPA, há um compromisso do setor em atuar pela saúde dos colaboradores, com implantação de estratégias em todo o setor produtivo, já em março, no início da pandemia do novo coronavírus. As empresas do setor frigorífico têm seguido a legislação e também o protocolo setorial validado pelo Hospital Albert Einstein e que estabelece uma série de medidas protetivas, como:

- Proteção buconasal (máscara cirúrgica), faceshield e outros, além dos habituais uniformes, luvas, máscaras e outras camadas de proteção;

- Barreiras laterais, impedindo contato entre os colaboradores na linha de produção;

- Afastamento de todos os colaboradores identificados como grupo de risco;

- Intensificação das ações de vigilância ativa e o monitoramento da saúde;

- Adoção de medidas contra aglomerações em restaurantes, transportes e outras áreas;

- Reforço da rotina de higienização de todos os ambientes dentro e fora dos frigoríficos, várias vezes ao dia.

 

Instrução Normativa de bem-estar animal em suínos

A zootecnista Paola Rueda conta que, na primeira quinzena de julho, a ABCS e a Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos também protocolaram junto ao Mapa uma manifestação de apoio para a publicação da Instrução Normativa de suínos em nível de granja. A minuta da norma, já passou por consulta pública. “O Brasil carece de normativas específicas e isso auxiliaria a termos uma hegemonia na produção.”

Para Paola, o Brasil precisa preparar a produção para atender os mercados mais exigentes em termos de bem-estar, pois são os que melhor remuneram. “As pandemias surgem pelo excesso do uso de recursos naturais e por baixa imunidade dos animais, o que, na maioria das vezes, está ligado ao estresse crônico de sistemas de produção que não colocam o animal como centro do processo produtivo”, finaliza.


Estação Quarentenária de Cananéia

De acordo com Mossero, a suinocultura definitivamente é um setor que tende a crescer, neste e nos próximos anos, contribuindo com o fornecimento de alimentos de qualidade para Brasil e seus clientes externos. Isso deve acontecer devido à alta tecnificação e aos controles rígidos, que trazem confiança e transparência nos processos e mostram quão sério é o setor nos cuidados com a sanidade e biossegurança.

“Podemos destacar a adoção pelo Brasil da política de importação de suínos vivos sob controle 100% oficial, utilizando a Estação Quarentenária de Cananeia. É o único quarentenário oficial do País, cujas medidas sanitárias rígidas permitem avaliar as condições de saúde dos animais já na entrada, antes da internalização dos futuros reprodutores. Os animais somente são liberados após testes laboratoriais e a inspeção clinica”, explica.


O setor em números

- 4,117 milhões de toneladas produzidas em 2019

- 4º maior produtor mundial

- 4º maior exportador mundial

- 16% da produção exportada

- US$22,2 bilhões é o PIB da cadeia de produção

Fonte : Associação Brasileira dos Criadores de Suínos




Sobre o CRMV-SP

O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com mais de 39 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.


sexta-feira, 31 de julho de 2020

OSCAR DO MUNDO PET ACONTECE NO DOMINGO, 02/08

Primeira edição do prêmio promovido pelo Guia Pet Friendly revelará os vencedores em evento virtual, pelas redes sociais


                           Ella - Guia Pet Friendly

Faz tempo que os pets participam da vida de seus tutores e são considerados parte da família. O movimento pet friendly, de locais que aceitam animais de estimação, desde 2015 cresce com rapidez nas principais capitais brasileiras. Na realidade, no mundo.

O Guia Pet Friendly, da jornalista e fotógrafa Cris Berger, é a plataforma mais completa do setor com aplicativo, blog, três livros impressos (e esgotados), cinco e-books, curso e coluna em um jornal de grande circulação em São Paulo. Apaixonada por esse universo e atenta ao mercado, criou o prêmio "Melhor Pet Friendly" prêmio "Melhor Pet Friendly", composto por 13 categorias divididas em gastronomia, hospedagem, parque, shopping e especiais. 


"O mundo pet merecia ter o seu próprio prêmio. Com as devidas proporções, é claro, queremos ser o Oscar do mundo pet friendly e, com isso, incentivar mais locais a aceitarem os pets e os que já aceitam, melhorarem ainda mais seus serviços", afirma Cris.

Os 60 locais que concorrem ao prêmio fazem parte do e-book "60 Locais Preferidos da Ella", CEO pet do Guia Pet Friendly, em comemoração ao seu aniversário de 6 anos. O prêmio teve dois tipos de voto: o popular, que aconteceu pelo Instagram do Guia Pet Friendly, e do júri, formados por cães jurados. "A interatividade pela rede social foi impressionante. A votação da melhor hospedagem Serra & Interior, pelo voto dos leitores, teve 1.500 comentários, relata a criadora da premiação e mãe da Ella, a cachorrinha que está sempre ao seu lado.

O resultado dos votos dos cães jurados da primeira edição vai acontecer no domingo 2/8 às 20h pelo IGTV do Guia Pet Friendly @guiapetfriendlydecrisberger. "Achamos que não era hora de fazer um evento e gerar aglomeração, portanto, criamos um vídeo com oito minutos de duração onde buscamos simular uma entrega de prêmios. Os vencedores receberão pelo correio uma plaquinha para ser pendurada na parede e mostrar aos clientes que seu estabelecimento é aprovado e eleito pelos pets, que hoje já são vistos como potenciais e fofíssimos consumidores.

Para seguir o Guia Pet Friendly e acompanhar as novidades:
Blog www.guiapetfriendly.com.br
Instagram @guiapetfriendlydecrisberger
Facebook facebook.com/guiapetfriendlydecrisberger 


Como o "novo normal" pode afetar o emocional das crianças com a volta às aulas

Enquanto governos e autoridades da saúde e educação de todo o país vêm discutindo o retorno às aulas e medidas de segurança que devem ser adotadas, pais e educadores refletem sobre como deve ficar o emocional das crianças com uma possível volta das atividades presenciais.

Para a psicóloga Talitha Nobre, do grupo Prontobaby, toda mudança repentina pode causar desconforto maior que uma mudança gradativa.

"É importante começar a retomar a rotina da criança gradativamente antes do retorno efetivo, com horários de dormir, de acordar e de fazer as refeições, tentando aproximar ao máximo da rotina escolar. Isso fará com que ela sinta menos a mudança", avalia.

Esse processo requer adaptação e pode gerar sentimento de angústia. Para saber o que fazer se o emocional do seu filho alterar, a psicóloga dá dicas a seguir. Confira:


Depois de tanto tempo em isolamento sem sair de casa, como fica o emocional das crianças agora com um possível retorno das aulas presenciais?

Todo e qualquer processo de mudança é desconfortável em alguma medida até mesmo para nós adultos. Para as crianças não é diferente e requer uma adaptação. Ele pode gerar um sentimento de angústia, ainda que a mudança seja para um cenário que já era conhecido, como a escola e o reencontro com os amigos e professores. É como um retorno às aulas após as férias escolares, mas é claro que o período de pandemia potencializa essa angústia, já que no caso de férias escolares, a criança não é submetida a um isolamento social.


Na escola, com o distanciamento social do protocolo de segurança, como a falta das brincadeiras coletiva pode afetá-las?

É difícil prever como será a reação das crianças diante do novo protocolo de segurança, mas acredito que todos serão afetados por esse "novo normal". Somos seres sociáveis, eles estão em uma fase de construção da sua estrutura psíquica, de troca com o outro, então não tenho dúvidas de que será um processo difícil. Os pais e professores terão um grande desafio e serão determinantes na readaptação dessas crianças. Acho fundamental a presença de um psicólogo escolar para acompanhar esse processo e auxiliar em como conduzir. 



Como perceber se a criança está psicologicamente abalada com essa situação? O que fazer nesses casos?

A criança abalada psicologicamente normalmente demonstra através da mudança de comportamento. Costuma ficar mais sensível e pode apresentar distúrbios de humor, como insegurança, tristeza, resistência em fazer atividades rotineiras e irritabilidade. Ao perceber algum desses comportamentos, é importante conversar com a criança antes do retorno, envolvendo-a nesse processo dia a dia, fazendo com que ela possa planejar o cenário de retorno, por exemplo, conversando como será legal rever os colegas. Outro ponto importante é começar a retomar a sua rotina gradativamente antes do retorno efetivo, como os horários de dormir, acordar, a alimentação, tentando se aproximar ao máximo da rotina escolar. Isso fará com que ela sinta menos a mudança. Toda mudança repentina pode causar desconforto maior que uma mudança gradativa.


Quando o acompanhamento psicológico é necessário?

O acompanhamento psicológico é sempre um benefício a todos que se submetem a essa experiência, já que esse é um espaço de fala e melhor elaboração das nossas emoções. Ele se torna fundamental quando os pais percebem que a criança está em sofrimento psíquico, que pode se apresentar por fortes mudanças no comportamento e humor, como por exemplo, distúrbios alimentares, no sono, comportamentos de tristeza constante, ou mudança abrupta no comportamento. O acompanhamento de um psicólogo, seja no contexto escolar ou particular, pode ser importantíssimo nesse processo de mudança, até porque não voltaremos a um estado anterior.

 

Da Conferência Internacional da Associação de Alzheimer 2020: os fatores de risco para Alzheimer podem ser mensuráveis em adolescentes e adultos jovens

CHICAGO /PRNewswire/ -- Os fatores de risco para a demência de Alzheimer podem ser aparentes desde a adolescência e na faixa dos 20 anos, de acordo com uma nova pesquisa divulgada na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer® (AAIC®) 2020.

Entre os fatores de risco, muitos dos quais são desproporcionalmente aparentes em afro-americanos, estão os fatores da saúde cardíaca, como a pressão alta, o colesterol alto e o diabetes, e fatores sociais como a qualidade da educação. De acordo com o relatório de fatos e números da doença de Alzheimer da Associação de Alzheimer, os afro-americanos mais velhos têm duas vezes mais chances de ter Alzheimer ou outras demências do que os brancos mais velhos.

"Ao identificar, verificar e agir para combater os fatores de risco de Alzheimer que podemos mudar, podemos reduzir novos casos e, mais adiante, o número total de pessoas com Alzheimer e outras demências", disse Maria C. Carrillo, Ph.D., diretora de ciência da Associação de Alzheimer. "Pesquisas como essa são importantes no tratamento das iniquidades em saúde e no fornecimento de recursos que possam ter impacto positivo na vida de uma pessoa".

"Esses novos relatórios da AAIC 2020 mostram que nunca é cedo ou tarde demais para agir no sentido de proteger a memória e a habilidade de pensar", disse ela.

A Associação de Alzheimer está liderando o estudo dos EUA para proteger a saúde do cérebro por meio da intervenção no estilo de vida para reduzir riscos (US POINTER), um estudo clínico de dois anos para avaliar se as intervenções no estilo de vida que visam simultaneamente muitos fatores de risco protegem a função cognitiva em adultos mais velhos em risco de declínio cognitivo. O US POINTER é o primeiro estudo desse tipo a ser realizado em um grupo grande e diversificado de norte-americanos nos Estados Unidos.


Juventude afro-americana sob risco mais alto de demência


Em uma população de mais de 714 afro-americanos no estudo de envelhecimento saudável em afro-americanos (STAR), Kristen George, Ph.D., mestre em saúde pública pela Universidade da Califórnia, Davis, e colegas descobriram que pressão alta e diabetes, ou uma combinação de múltiplos fatores relacionados à saúde do coração, são comuns na adolescência e estão associadas à pior cognição no final da vida. Os participantes do estudo foram adolescentes (n = 165; 12 a 20 anos), adultos jovens (n = 439; 21 a 34 anos) e adultos (n = 110; 35 a 56 anos). A idade média na avaliação cognitiva foi de 68 anos.

A cognição foi medida usando testes presenciais de memória e função executiva. Os pesquisadores descobriram que, nesta população de estudo, ter diabetes, pressão alta ou dois ou mais fatores de risco para a saúde cardíaca na adolescência, idade adulta jovem ou meia-idade estava associado à cognição significativamente pior na vida adulta. Essas diferenças persistiram após contabilizar idade, sexo, anos desde que os fatores de risco foram medidos e escolaridade.

Antes desse relatório, pouco se sabia sobre se os fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV) desenvolvidos antes da meia-idade estavam associados à cognição tardia. Essa é uma questão importante, uma vez que os afro-americanos têm risco mais alto de fatores de risco para DCV em comparação com outros grupos raciais/étnicos, da adolescência à idade adulta.

Segundo os pesquisadores, essas descobertas sugerem que os fatores de risco para DCV na adolescência influenciam a saúde cerebral tardia em afro-americanos. Os esforços para promover estilos de vida saudáveis para o coração e o cérebro não devem incluir apenas adultos de meia idade, mas também adultos e adolescentes mais jovens que podem ser especialmente suscetíveis ao impacto negativo da saúde vascular precária no cérebro.


IMC em adultos jovens associado ao risco de demência tardia


No que os autores afirmam ser o primeiro estudo a divulgar o assunto, o índice de massa corporal (IMC) mais alto na idade adulta (20 a 49 anos) foi associado ao risco mais alto de demência tardia.

Sabe-se relativamente pouco sobre o papel do IMC no início da vida em relação ao risco de Alzheimer e outras demências. Os cientistas estudaram o total de 5.104 idosos de dois estudos, incluindo 2.909 do estudo de saúde cardiovascular (CHS) e 2.195 do estudo de saúde, envelhecimento e composição corporal (Health ABC). Do total da amostra, 18% eram negros e 56% eram mulheres. Usando dados agrupados de quatro coortes estabelecidas que abrangem o curso da vida adulta, incluindo as duas do estudo, os cientistas estimaram o IMC a partir dos 20 anos de idade para todos os idosos do CHS e do Health ABC.

  • Para as mulheres, o risco de demência aumentou com o IMC mais alto na idade adulta. Comparado às mulheres com IMC normal no início da idade adulta, o risco de demência foi 1,8 vezes mais alto entre as que estavam acima do peso e 2,5 vezes maior entre as que estavam obesas. As análises foram ajustadas para IMC de meia-idade e final da vida.
    • Não foram encontradas associações entre o IMC na meia-idade e o risco de demência entre as mulheres.
  • Para os homens, o risco de demência foi 2,5 vezes mais alto entre os obesos no início da idade adulta, 1,5 vezes mais alto entre os que estavam acima do peso na meia-idade e 2 vezes mais alto entre aqueles que estavam obesos na meia-idade, em modelos também ajustados para o IMC do final da vida.
  • Tanto para mulheres quanto homens, o risco de demência diminuiu com o IMC mais alto no final da vida.

Adina Zeki Al Hazzouri, Ph.D. da Universidade de Columbia, e colegas descobriram que o IMC alto na idade adulta é um fator de risco para demência no final da vida. Os pesquisadores sugerem que os esforços para reduzir o risco de demência podem precisar começar mais cedo na vida, com foco na prevenção e tratamento da obesidade.


A qualidade da educação infantil influencia o risco de demência


Em um grupo diversificado de mais de 2.400 pessoas acompanhadas até os 21 anos, a educação de alta qualidade na infância foi associada ao melhor desempenho da linguagem e memória e menor risco de demência tardia. Os resultados foram um pouco diferentes entre homens e mulheres, e entre negros e brancos no estudo.

O estudo incluiu 2.446 homens e mulheres negros e brancos, com 65 anos ou mais, participantes do Projeto de envelhecimento de Washington Heights/Inwood Columbia, que frequentaram a escola fundamental nos Estados Unidos. A variável de qualidade escolar baseada em medidas históricas incluiu: idade obrigatória para matrícula escolar, idade mínima para o abandono escolar, duração do ano letivo, proporção aluno-professor e frequência do aluno.

As pessoas que frequentaram a escola em estados com educação de menor qualidade tiveram declínio mais rápido na memória e na linguagem quando adultos mais velhos. Mulheres e homens negros e mulheres brancas que frequentaram escolas em estados com educação de qualidade mais alta estavam menos propensos a desenvolver demência. Segundo os cientistas, os resultados foram explicados, em parte, porque as pessoas que frequentam escolas de qualidade superior acabam tendo mais tempo de estudo.

Justina Avila-Rieger, PhD, pesquisadora de pós-doutorado do Irving Medical Center da Universidade de Columbia, e colegas afirmam que as descobertas fornecem evidências de que o risco de demência no final da vida e a função cognitiva são influenciados pelas políticas educacionais estaduais do início da vida.


Sobre a Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC)

A Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC) é o maior encontro mundial de pesquisadores de Alzheimer e outras demências. Como parte do programa de pesquisa da Associação de Alzheimer, a AAIC funciona como um catalisador para gerar novos conhecimentos sobre demência e promover uma comunidade de pesquisa vital e colegiada.

Sobre a Associação de Alzheimer 


A Associação de Alzheimer é uma organização voluntária mundial de saúde dedicada aos tratamentos, apoio e pesquisa da doença de Alzheimer. Tem como missão liderar o caminho para acabar com a doença de Alzheimer e todas as outras demências, acelerando a pesquisa global, promovendo a redução de riscos e a detecção precoce e maximizando a assistência e o apoio de qualidade. Visite o site alz.org ou ligue para 800 272-3900.

  • Kristen George, PhD, MPH, et al. Cardiovascular risk factors in adolescence and adulthood and late-life cognition: Study of healthy aging in African Americans (STAR). (Financiador(es): Instituto Nacional de Envelhecimento dos EUA)
  • Adina Zeki Al Hazzouri, PhD, et al. Association of early life BMI with dementia risk: Findings from a pooled cohort analysis. (Financiador(es): Instituto Nacional de Envelhecimento dos EUA)
  • Justina Avila-Rieger, et al. Relationship between state-level administrative school quality data, years of education, cognitive decline, and dementia risk. (Financiador(es): Instituto Nacional de Envelhecimento dos EUA)

 

FONTE Alzheimer’s Association


Demanda represada durante a pandemia satura agendamento para procedimentos de Fertilização In Vitro

Depois de cinco meses de isolamento social recomendado pelo OMS (Organização Mundial e Saúde), unido o desejo intenso que algumas mulheres têm de engravidar, fez a procura por agendamentos em clínicas de reprodução humana dispararem – o número já é duas vezes maior do que os outros anos.  São pacientes interessadas em programar seus procedimentos para o período pós-pandemia. De acordo com o ginecologista responsável pela Clínica Matrix, especializada fertilização in vitro, a quantidade de mulheres que pretendem realizar o sonho de engravidar ao término da pandemia está acima da média normal. No ano passado, esse tipo de procedimento já contou com um aumento de 2% em comparação a 2018 e nos últimos cinco anos, esse crescimento foi de 23%.

Para o médico, esse aumento pelo interesse em engravidar se deve ao represamento de FIVs adiadas durante o período da quarentena e, ainda, por pacientes que e sentiram incentivadas a não postergar sonhos, após passarem por períodos de conflitos internos, durante o isolamento. “Pela análise que fizemos, trata-se de uma demanda reprimida pela pandemia do novo Coronavírus, unida a pacientes que não correm contra o relógio biológico feminino e que se sentiram encorajadas e incentivadas a conquistar a tão sonhada gestação, após um período tão difícil e conflituoso como o de isolamento social que, na maioria das vezes, estimulam a mudança”, analisa o médico.

O relatório anual 2020 da Anvisa sobre produções de embriões mostra que o número de ciclos de fertilização in vitro vem crescendo no Brasil ao longo dos anos. De acordo com o relatório, no ano passado foram realizados 43.956 ciclos de fertilização, o que representou um crescimento de mais de 800 ciclos em relação ao ano anterior e 23% em relação aos últimos cinco anos. O estado de São Paulo foi o que mais realizou ciclos, chegando a 21.162 - 48% do total do país. Entretanto, para esse ano, havia um receio de que esse movimento clássico pudesse ser afetado pela pandemia do novo Coronavírus, já que, desde que a pandemia começou no Brasil, no último mês de março, a Sociedade Brasileira Reprodução Humana (SBRH) recomentou realizar apenas procedimentos de fertilização que não pudessem mais esperar e que não oferecessem riscos à paciente. “Inicialmente, isso provocou uma certa tensão que, passadas algumas semanas, deu lugar a um cenário mais animador para médicos e pacientes”, destaca o Dr. Moura. A possibilidade da chegada de a vacina do novo Coronavírus é outro fator que proporciona uma visão muito otimista para esse setor.


Método e crescimento durante a pandemia

Um processo que aumenta a preservação da fertilidade e que não foi abalado pela pandemia do novo Coronavírus é o de congelamento de óvulos e embriões.  De acordo com o médico, a procura pela criopreservação, como é chamado esse método, aumentou durante a pandemia.  “São mulheres que quiseram garantir a possibilidade de engravidar, independente do que a pandemia poderia alterar em suas vidas – elas querem conquistar esse sonho”, destaca o médico”.  O documento da Anvisa aponta que, em 2019, foram congelados 99.112 embriões para uso em técnicas de RHA, 11,6% a mais do que em 2018 (88.776). Os estados que mais congelaram embriões foram São Paulo (52.160), Minas Gerais (8.463) e Rio de Janeiro (7.823).


Telecuidado pode auxiliar o desenvolvimento de bebês com risco biológico

Estudo da UFSCar elabora e analisa protocolo que ajuda os pais neste momento de isolamento social

 

Uma pesquisa de doutorado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia (PPGFt) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), busca voluntários para analisar um protocolo de telecuidado direcionado aos pais de bebês de risco, que tiveram alguma complicação no parto ou pós-parto. Durante a pandemia de Covid-19 esses bebês, muitas vezes, não têm acesso ao atendimento presencial especializado e a atuação dos pais pode ser um diferencial importante no desenvolvimento deles.


O estudo é realizado por Camila Gâmbaro Lima, sob orientação de Nelci Adriana Cicuto Ferreira Rocha, docente do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da UFSCar. De acordo com Lima, o protocolo desenvolvido avalia todas as características dos bebês de maneira remota (utilizando ferramentas como WhatsApp, Skype, telefone e formulário online) e, a partir disso, são elaboradas orientações específicas para cada um. "São orientações passadas aos pais por meio de uma cartilha, e eles realizam as atividades com seus filhos por 30 minutos, de três a cinco vezes por semana", descreve ela.


De acordo com a pesquisadora, bebês com algum tipo de atraso no desenvolvimento são mais suscetíveis a melhoras quando submetidas a tratamentos nos primeiros meses de vida. "Mas, neste momento de distanciamento social, muitos deles estão sem acompanhamento, o que diminui a possibilidade de avanços, para um desenvolvimento pleno", diz ela. O objetivo da pesquisa, portanto, é verificar se o protocolo a distância tem efeitos positivos sobre o desenvolvimento motor, a participação e a interação entre pais e filhos.


Além disso, Lima afirma que, mesmo quando o isolamento social não se fizer necessário, esse tipo de protocolo online poderá ser importante. "O instrumento permitirá o acesso a orientações para famílias que vivem afastadas, que não têm possibilidade de transporte até centros de Fisioterapia e com dificuldades de contato com os profissionais da Saúde", completa a doutoranda.


Para realizar a pesquisa, estão sendo procurados para avaliação bebês (entre 0 e 12 meses), com casos de prematuridade ou internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), uso de oxigênio ou entubação, ou que tenham passado por reanimação cardiorrespiratória, além de seus pais. Os interessados em participar da pesquisa com seus filhos devem entrar em contato com Camila Lima pelo WhatsApp (11) 95783-8540 ou pelo e-mail
gambarocamila@gmail.com. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 31256620.5.0000.5504).


Renovação do ar é fundamental para combater doenças respiratórias

Sala de aula
(Freepik)


Tipo de atividade que é desenvolvida no ambiente pode exigir que o cuidado seja ainda mais intensificado

 

A necessidade de um adequado fluxo de renovação do ar em ambientes fechados é fundamental para qualquer edificação. Alguns tipos de estabelecimentos, no entanto, exigem um cuidado ainda maior.

O debate sempre foi importante do ponto de vista de saúde pública. No entanto com a propagação da COVID-19 nunca foi tão importante o cuidado com adequadas instalações de climatização. Um dos grandes problemas foi o massivo uso do equipamento tipo Split que não promove sozinho a renovação do ar. Quando há uma instalação desse tipo, é importante que sejam adicionados equipamentos auxiliares que fazem a retirada do ar do ambiente e renovação do mesmo.

Entre os diversos tipos de estabelecimentos, alguns pela sua natureza exigem atenção redobrada. É o caso de academias ou centros esportivos

“São ambientes que exigem uma renovação maior de ar porque ali são praticadas atividades intensas e as pessoas transpiram mais. É preciso diluir esses contaminantes emitidos pelo corpo”, explica o diretor da Qualidade do Ar da Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (ASBRAV), Mário Henrique Canale.

Ambientes administrativos e comerciais como escritórios também exigem um cuidado. No ambiente escolar, o erro mais comum do passado eram salas de aula fechadas e cheias de alunos tornando o ar interior insalubre com níveis de CO2 elevados.

“Os espaços de ensino exigirão um cuidado muito forte com esse aspecto. Além da prevenção da propagação da COVID-19, há uma prevenção de todas as outras doenças transmissíveis pelo ar. Essa recomendação é para todos níveis, desde o berçário até faculdades. Há estudos que mostram um ganho de até 16% no rendimento escolar, quando o ar interno é tratado com adequada renovação de ar”, reforça Canale.



 

Marcelo Matusiak


Quarentena: o risco para a saúde das pernas no home office

Especialista explica que pessoas que estão trabalhando em casa devem adotar algumas medidas para evitar problemas na circulação do sangue nas pernas


Em razão do isolamento social recomendado pelas autoridades de saúde de todo o mundo devido à pandemia do novo coronavírus, a maior parte das empresas, especialmente companhias alocadas em escritórios, adotou o home office como solução de trabalho aos funcionários nesse período. O formato, que já era conhecido, mas ganhou força em meio à necessidade de distanciamento social, ajuda a prevenir a propagação da Covid-19, mas o trabalhador deve ficar atento com a saúde das pernas, uma vez que, em grande parte das vezes, fica sentado em frente ao computador por um período muito longo.

Segundo o médico Gustavo Solano, especialista em Cirurgia Vascular e parceiro da SIGVARIS GROUP, empresa suíça líder em acessórios de compressão graduada, ficar muito tempo parado em uma mesma posição, seja em pé ou sentado, pode prejudicar a circulação venosa nas pernas. "Há o risco do agravamento de doenças vasculares, porque a posição dificulta o retorno do sangue venoso, favorecendo o aparecimento de dor e edema nas pernas". A ativação da circulação sanguínea local é essencial para prevenir doenças venosas, como varizes e trombose. É importante que quem está trabalhando em casa tenha em mente que é preciso fazer alguns intervalos ao longo do dia para se movimentar, a fim de prevenir os sintomas citados (dor e inchaço), assim como casos de tromboflebites, trombose venosa profunda e piora das varizes e microvarizes em casos mais avançados", diz.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que as doenças cardiovasculares est]ao entre as maiores causas de morte prevenível no planeta, por isso, especialistas elencam dicas importantes para manter a saúde das pernas:

§ Levante do banco, cadeira ou poltrona e caminhe um pouco: a natureza de nosso corpo é estar em movimento, portanto, é essencial se levantar sempre que possível e caminhar. O movimento ajudará a manter a circulação ativa. 



§ Movimente-se, mesmo sentado: mesmo sentado, é muito importante se exercitar para evitar a sensação de cansaço nas pernas. Movimentar os tornozelos pode aliviar o desconforto. 



§ Use meias de compressão graduada: a compressão graduada, além de promover conforto e bem-estar, auxilia no direcionamento correto do fluxo venoso e linfático. Com isso, não ocorre o acúmulo de sangue na região inferior das pernas, permitindo uma nítida melhora na circulação. 



§ Adote hábitos saudáveis: além de evitar o fumo e a ingestão de bebidas alcoólicas, mantenha uma alimentação balanceada e beba água com frequência, para manter o organismo mais saudável.



 

SIGVARIS GROUP


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Mioma é segunda maior causa de cirurgia em mulheres

Febrasgo alerta que, ao menos, 50% das mulheres em idade fértil apresentam a doença

 

Desafio para mulheres, em todo o mundo, mioma é um tumor uterino benigno que atinge, ao menos, 50% delas ao longo da fase reprodutiva. Assintomático em metade dos casos, o mioma tende a se manifestar por meio de fortes dores abdominais, sangramentos (que podem ser confundidos com aumento do fluxo menstrual) e aumento do volume abdominal. Por trás desses sintomas aparentemente comuns está uma doença que, somente no Brasil, resulta em cerca de 300 mil cirurgias anuais para remoção do útero, segundo o Ministério da Saúde.

 

Especialistas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) apontam que, comumente, o mioma se manifesta em mulheres de 35 a 50 anos. Em mulheres de ascendência negra, há uma tendência de a doença surgir mais precocemente – a partir de 25 anos. De acordo com sua localização, o mioma pode se relacionar a quadros de infertilidade e aborto, maior sangramento e menor resposta a tratamentos medicamentosos. 

 

O ginecologista Dr. Mariano Tamura, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Endoscopia Ginecológica da Febrasgo, comenta que parte do impacto da doença advém do comprometimento da mulher ser mãe. “O mioma é encontrado em 10% a 15% dos casais com infertilidade. Dentre eles, é a causa fundamental da infertilidade em 5% dos casos”.

 

Diagnóstico e tratamento


A formação dos miomas está associada aos hormônios progesterona e estrogênio. Deste modo, seu desenvolvimento ocorre gradualmente a partir da adolescência e vida adulta. Pesquisas apontam, contudo, que anticoncepcionais hormonais não influem no surgimento da doença. Fatores genéticos estão comumente associados ao problema – sendo mais recorrentes em mulheres com mães e irmãs que tiveram. Dentre as causas ambientais, nota-se maior predisposição à doença em meio a mulheres com sobrepeso e obesidade.


O Dr. Tamura explica que os miomas são diagnosticados por meio de avaliação da história clinica da paciente, exames clínicos e exames de imagem – como ultrassonografia e ressonância magnética. O tratamento é individualizado, variando de acordo com cada caso. Como ainda não há um método preventivo ou que identifique previamente os quadros que apresentarão manifestação mais agressiva, o tratamento tende a buscar o controle dos sintomas, como forma de preservar o útero e possibilitar a gestação. Segundo ele, cerca de 20% das mulheres que fazem tratamento apresentam recidiva da doença, em até cinco anos. 

O tratamento também pode ocorrer por meio cirúrgico. Neste caso, há a miomectomia (retirada só do mioma) e a histerectomia, a remoção parcial ou total do útero. “A histerectomia não prejudica a vida sexual, hormonal, nem impacta a saúde da bexiga e intestino. Contudo, fecha um ciclo na vida da mulher ao não possibilitar que ela desenvolva uma gravidez. Por isso, esse método é indicado quando a paciente está de acordo e deseja essa solução definitiva. Hoje a histerectomia é a segunda cirurgia de médio e grande porte mais realizada em mulheres, em todo o mundo. É importante que se discuta alternativas quando há essa possibilidade clínica”.


Agosto Branco: como a medicina mudou a perspectiva do câncer de pulmão

Descoberta de mutações contribuíram para evolução do diagnóstico e tratamento de uma das neoplasias mais incidentes do Brasil

 

Agosto é o mês da campanha de prevenção e conscientização do câncer de pulmão. Desde 1985, a doença é considerada a mais incidente e com a maior taxa de mortalidade em todo o mundo. Entretanto, essas taxas vêm diminuindo, especialmente, pelas iniciativas contra o tabagismo¹ e o investimento em pesquisa e desenvolvimento, que trouxeram importantes descobertas sobre subtipos do câncer e novas perspectivas de diagnóstico e tratamento.

Como a doença é de difícil prevenção e rastreamento, uma vez que os sintomas geralmente não ocorrem até que o câncer esteja avançado¹, na última década, o grande passo da ciência para o câncer de pulmão foi entender que, além dos tipos definidos pelas células presentes no tumor, há ainda os subtipos definidos por mutações que predizem a agressividade e a evolução da doença.

"Essas informações moleculares são essenciais para nós que combatemos não apenas o câncer, mas também a falta de tempo e as necessidades não atendidas pelos protocolos de tratamento atuais. Muitos pacientes chegam em estágios avançados e ficam sem resposta ou saem do consultório sem perspectivas médicas. A medicina personalizada traz uma opção de tratamento mais preciso, com mais chances de sobrevida para o paciente, além do conhecimento clínico que é aplicado na prevenção e no diagnóstico", explica Dr. Luiz Henrique Araújo, médico oncologista e pesquisador do Instituto Nacional do Câncer (INCA), do Instituto COI e assessor médico do laboratório Progenética.

O avanço deste tipo de abordagem trouxe uma nova perspectiva de diagnóstico para pacientes que não encontravam na medicina uma resposta para seu tipo e subtipo de câncer de pulmão. Um exemplo é a pesquisa clínica do primeiro inibidor de molécula do KRAS G12C, que está sendo investigado como tratamento para uma variedade de tumores sólidos com a mutação KRAS G12C, especialmente no câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC).

"A medicina personalizada está sendo aplicada no câncer há pouco mais de uma década, e a maior evolução deste período foi entender que o que achávamos que eram casos "raros" ou "específicos", são situações relacionadas a mutações ainda não reconhecidas no diagnóstico. Isso demonstra a importância de estudarmos os subtipos e tratar cada paciente como único para mudar o curso da doença, especialmente no Brasil, onde estamos avançando cada vez mais no combate ao câncer de pulmão", esclarece o especialista.

Para entender o impacto desta potencial descoberta para os pacientes brasileiros, pesquisadores estão analisando os dados nacionais do KRAS G12C e identificaram que, de um total de 4.842 pacientes com CPNPC que passaram pelo teste genético de KRAS, assim como outras mutações como BRAF, EGFR, NRAS, entre 2017 e 2019, 20,9% dos casos tinham KRAS mutado, sendo 6,9% KRAS G12C .

O KRAS é um dos oncogenes mais frequentes e os esforços para desenvolver terapias direcionadas para este tipo de câncer não foram bem-sucedidas até aqui, porém, com avanço tecnológico dos últimos anos - que possibilitou o desenvolvimento de ferramentas específicas, já é possível entender mecanismos moleculares, definir indicadores de doenças (conhecidos como biomarcadores), assim como classificar indivíduos de acordo com suas prováveis respostas a tratamentos.


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