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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Marketing de álcool em filmes populares duplica nas últimas duas décadas



 Aumento de inserções das marcas de álcool em filmes  para crianças preocupa estudiosos


Novas pesquisas mostram que as inserções das marca de álcool, em filmes populares, de todas as classificações, quase duplicaram nas últimas duas décadas, mas o aumento foi particularmente maior em filmes indicados para crianças. Os pesquisadores, que apresentaram essas descobertas na Reunião de Sociedades Acadêmicas Pediátricas de 2017, em San Francisco, descobriram que as marcas de álcool presentes nos filmes fazem, muitas vezes, com que os jovens bebam mais.

“Crianças e jovens olham para estrelas de cinema como modelos. Para as empresas de álcool, quando uma estrela consome uma certa bebida, essa marca se liga a todas as características que os jovens admiradores veem no ídolo. Por isso, não é surpresa que as marcas comumente exibidas nos filmes sejam as marcas mais anunciadas e as mais consumidas entre menores de idade”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

Analisando os 100 filmes com as receitas brutas de bilheteria mais altas dos EUA, a cada ano, durante o período de estudo de duas décadas, os pesquisadores determinaram que a inserção das marcas de álcool aumentou anualmente, em média, de  5% ao ano a 92% em geral.

Outras descobertas do mesmo estudo:

·         O uso de álcool foi retratado em 87% (1.741) de todos os filmes, em geral. Marcas específicas de álcool apareceram em 44% (867) deles;

·         Os personagens beberam álcool em 85% (1.108) de todos os filmes indicados para crianças durante o período de estudo;

·         As marcas de álcool apareceram em 41% (533) dos filmes indicados para crianças durante o período de estudo;

·         Apenas três marcas de álcool (Budweiser, Miller e Heineken) representaram quase um terço (33%) de todas as inserções, com a Budweiser aparecendo na maior quantidade de filmes indicados para crianças (15%).


“O álcool continua a ser a droga de escolha entre os jovens, responsável por 4.300 mortes nos Estados Unidos a cada ano, entre pessoas menores de 21 anos. Esta pesquisa sugere que a crescente exposição ao ‘marketing do álcool’ em filmes, a cada ano, é preocupante, porque  tem sido repetidamente associada  a maiores taxas de consumo de álcool”, diz Chencinski.






Moises Chencinski




Os malefícios do álcool para o feto



O consumo de álcool por mulheres grávidas pode causar inúmeros problemas de saúde no bebê, mas um deles, a síndrome alcoólica fetal (SAF), certamente é a mais perigosa. “Ela leva a criança a apresentar várias alterações em diferentes órgãos do corpo, inclusive faciais, bem como desordens de comportamento, que não têm cura. Como os efeitos do álcool duram toda a vida, a solução está na profilaxia, ou seja, se estiver grávida, não beba, e se beber, não engravide. Tolerância zero para álcool na gravidez”, adverte Conceição Aparecida de Mattos Segre, pediatra e coordenadora do Grupo de Estudos Sobre os Efeitos do Álcool no Feto da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

“É preciso salientar ainda que a SAF completa é apenas o que poderíamos chamar de ‘a ponta de um Iceberg’, pois a cada caso da síndrome completa há, pelo menos, 10 casos da síndrome parcial que somente vai ser percebida com o crescimento da criança”, explica a médica. Ou seja, o bebê pode ter apenas um dos problemas citados ou vários.

Segundo Conceição Segre, não há quantidade conhecida de consumo de bebida alcoólica durante a gravidez que seja segura para o bebê. No corpo da gestante, o álcool entra na circulação sanguínea, atravessa a placenta e chega ao líquido amniótico (fluido que envolve o embrião) e ao feto.

O diagnóstico da SAF não é fácil e é basicamente clínico. “Há uma tríade de sinais característicos da SAF que podem ser reconhecidos ao nascimento: dismosfirmos
faciais como pálpebras pequenas, ausência de filtro nasal, a parte vermelha do lábio superior muito fina, a deficiência de crescimento e as alterações do sistema nervoso central”, explica a pediatra.

“Os danos para o sistema nervoso central são os mais importantes e os que apresentam consequências mais graves. Ocorre atrofia cerebral, o que significa a presença de microcefalia. Além disso, há várias outras alterações estruturais, como alterações na forma e/ou no tamanho, diminuição do volume dos gânglios basais, que são as estruturas do corpo relacionadas ao movimento, desenvolvimento defeituoso ou incompleto do cerebelo e do hipocampo”, informa.

O diagnóstico precoce da SAF é fator determinante para o futuro desenvolvimento
dessa criança. “Ela deve ser assistida por equipe multiprofissional e, além disso, é necessária adaptação das escolas, com capacitação dos professores em relação à doença, pois elas apresentam problemas sociais, emocionais, cognitivos e de comportamento. Os pais ou cuidadores responsáveis também necessitam de apoio psicossocial por toda a vida”, explica.

As crianças com a síndrome se tornam adultos com problemas de saúde mental em 95% dos casos, e ainda apresentam outras complicações como: confinamento em prisões, em centros de tratamento de drogas ou álcool e em instituições para doentes mentais (55%), problemas com a lei (60%), comportamento sexual inadequado (52%), incapacidade de viver de forma independente (82%), dificuldades no emprego (70%), e abuso de álcool e drogas (em mais de 50% dos doentes do sexo masculino e 70% do sexo feminino).

A SAF é 100% atribuída ao álcool e, portanto, totalmente evitável. O conselho da especialista é simples: grávidas não podem beber e se as mulheres quiserem fazer uso do álcool, não devem engravidar.





Zootecnista Renato Zanetti dá dicas sobre como lidar com as mordidas dos cães filhotes




Renato é especialista em comportamento animal e pioneiro em aplicar o conceito de enriquecimento ambiental para cães em grupos

Que os cães gostam de morder mesmo que por brincadeira não é segredo para a maioria das pessoas, mas o que poucos sabem é o real motivo dessas mordidas. É mais comum o filhote ter esse tipo de comportamento, além de ser um algo natural dos cães, as mordidas aliviam as sensações desagradáveis na gengiva, relacionada ao nascimento e trocas de dentes. Mas, muitas vezes a mordida é estimulada pelos próprios tutores principalmente em brincadeiras que se mede a força.

“É comum identificar comportamentos de mordidas em filhotes recém desmamados, mas neste período, os cães ainda estão com seus irmãos e sua mãe, muitas vezes, não perceptível aos futuros tutores. Na troca dos dentes de leite (em torno do 3º a 4º mês), as atividades de morder se intensificam, quando os dentinhos começam a nascer, causando certo desconforto na gengiva. Este comportamento não está relacionado a raça, pois faz parte do repertório natural dos cães”, afirma Renato Zanetti, zootecnista e especialista em comportamento animal da Dog Solution.

Apesar de engraçado, esse comportamento pode acarretar alguns problemas para os donos  e se tornar algo intolerável como destruição de objetos da casa, certas mordidas machucam a pele dos tutores, pois os dentes dos filhotes são fininhos e perfurantes, e o filhote pode aprender que morder é uma forma de atrair a atenção das pessoas.

Segundo o zootecnista Renato Zanetti, existem estratégias que podem coibir esse comportamento:

1) evitar que o cão tenha acesso a objetivos que não podem ser mordidos;

2) nunca estimular brincadeiras nas quais o cão tenha a opção de morder os tutores;

3) oferecer brinquedos específicos para esta situação.
Se o cão não tem acesso a objetos proibidos, se não consegue morder braço e mão das pessoas e tem objetos específicos para saciar sua necessidade de destruir coisas, o problema está resolvido.


Para iniciar o treino é necessário quatro passos:

1) impedir que o cão tenha acesso a objetos que não devam ser mordidos (chinelo, controle remoto, pé da cadeira, etc);

2) oferecer objetos que podem ser mordidos pelo cão (brinquedos próprios, ossinhos de nylon, etc);

3) educar o filhote para que ele saiba quais são os objetos permitidos para serem mordidos;

4) supervisionar as atividades do filhote, permitindo mais chance de acerto.

Para Renato, o enriquecimento ambiental ajuda nesse processo. “Tornar o ambiente mais rico é oferecer opções de escolha ao filhote. Se ele tem opção de explorar mais o ambiente (e isto pode ser até mesmo um apartamento pequeno), se há condições do filhote gastar seu tempo praticando atividades opostas à destruição (jogos cognitivos, forrageio, passeio, brincadeira com bolinha, por exemplo) e se há estímulos tanto físico, quanto mental, o cão terá menos oportunidades e interesse em morder objetos não permitidos ou a própria mão do tutor”, finaliza.




Dog Solution





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