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domingo, 30 de abril de 2017

Asma e alergias: Previna-se dos vilões de inverno



Especialista do Hospital Dia do Pulmão (HDP) lista cuidados para combater doenças respiratórias em temperaturas baixas. 


Sem aviso prévio, o frio chegou. E com ele, aparecem as típicas alergias desta época do ano. Durante os dias de outono e inverno a umidade do ar fica alterada e as bactérias, ácaros e os vírus que ocasionam as doenças respiratórias ficam propícios a se proliferarem, atingindo facilmente mais pessoas. Por isso, a Asma Brônquica, popularmente conhecida como Bronquite Alérgica, a Rinite e outras alergias, são lembradas para combate e prevenção nos dias 3 e 7 de maio – Dia Mundial de Combate à Asma e Dia Nacional de Prevenção à Alergia, respectivamente.

A Asma consiste no estreitamento de canais de ar dos pulmões, os chamados brônquios, o que dificulta a respiração, causando tosse seca, chiado e sensação de aperto no peito. É uma doença que pode surgir desde a infância e que não tem cura, mas possui tratamento que, na maioria dos casos, permite vida normal, evitando as crises e gravidades. Segundo o pneumologista do Hospital Dia do Pulmão, Mauro Kreibich, a inflamação crônica das vias aéreas tende a piorar quando há exposição aos alérgenos respiratórios. “Por isso a importância de lembrar as duas datas e de conscientizar as pessoas portadoras de Asma para que haja cuidado redobrado durante as baixas temperaturas”, frisa.

As características genéticas e ocorrências familiares variam de caso para caso, assim como os sintomas podem ser mais fortes ou mais leves em diferentes indivíduos. No entanto, Kreibich explica que em mais de 50% das situações os agentes que se manifestam no ar, como poeira e mofo, assim como as doenças infecciosas, como resfriados e gripes, são os principais inimigos dos asmáticos. 

“É preciso estar atento aos sintomas e agravamentos, a mudanças de temperatura e outros elementos aerodispersíveis (pós, poeiras, gases e produtos químicos) são outros fatores que geram preocupação para quem sofre de Asma, pelo fato das vias respiratórias mais sensíveis”, ressalta.


Cuidados e prevenção

Para evitar que as alergias e, consequentemente, as crises de Asma se desenvolvam neste período é importante realizar algumas medidas de prevenção. Confira as dicas do pneumologista a seguir.

– Se alimentar adequadamente com verduras, legumes e frutas. Além disso, beber muita água todos os dias. Isso deixará o organismo bem hidratado e com a imunidade mantida, auxiliando para que os vírus e as bactérias não comprometam o organismo;

– Manter as mãos sempre limpas para impedir contaminações. Lave-as com água e sabonete antisséptico ou com álcool em gel. Se precisar usar lenços, dê preferência aos descartáveis;

– Manter a casa limpa, livre de sujeiras e poeiras, e as janelas abertas, para que os cômodos tenham ventilação adequada;






Ar seco, típico do Outono, ocasiona mais doenças respiratórias e nos ouvidos




Dra. Tanit Ganz Sanchez, presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ), explica quais são as principais doenças nos ouvidos durante o Outono e o que dever ser feito para evitá-las


O ar muito seco, comum do Outono, e misturando com as variações de  temperaturas provoca muitas doenças respiratórias em crianças, adultos e idosos. Como por exemplo, as Otites, que são infecções virais ou bacterianas que provocam dor de ouvido, perda de audição e, às vezes, até zumbido.
Pesquisas mostram que 90% das crianças têm pelo menos uma otite até os dois anos de idade e o pior: quando a otite fica grave, o tímpano pode perfurar de tanta secreção acumulada; nesses casos, começa a vazar pus pelos ouvidos, aumentando a perda auditiva.


Profa  Dra. Tanit Ganz Sanchez, Otorrinolaringologista, com doutorado e livre-docência pela FMUSP, presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ), explica como ocorrem essas Otites e os seus tipos: “As otites médias costumam ser complicações de gripes e resfriados, ou seja, de problemas que primeiro acometem o nariz e a garganta. Como ha uma ligação entre os ouvidos (tuba auditiva), os vírus ou bactérias podem passar para o ouvido e causar a otite. Existem dois tipos de Otites: a do inverno, chamada de Otite Média e a do Verão, chamada de Otite externa”


Entenda porque o nariz é tão atingido com as mudanças de temperatura: 


Segundo a Dra. Tanit Ganz Sanchez também fundadora do Instituto Ganz Sanchez, primeiro centro de diagnóstico e tratamento de zumbido na América Latina, o nariz fica ruim nessa época por dois três motivos:

A temperatura:  O frio diminui os movimentos dos pelos que ficam dentro do nariz. Com isso, eles deixam de expulsar os agressores naturais do meio ambiente e a defesa do corpo fica prejudicada, pois eles não conseguem expulsar os agentes irritantes tão bem como antes.

Falta de umidade suficiente: Com o ar seco, diminuiu a hidratação normal das mucosas (revestimento interno do nariz, da boca e dos ouvidos). Assim, essa mucosa sofre uma irritação e começa a produzir muco. Esse muco no nariz provoca a rinite e a sinusite, já na garganta provoca a faringite e nos ouvidos, a otite. Por isso as infecções costumam chegar juntas.

Amplitude térmica: São as grandes mudanças de temperatura que ocorrem no mesmo dia ou de um dia para o outro, ou seja, a temperatura pode até ou mais que 10 graus. Esse choque térmico também pode fazer com que as implicações das vias respiratórias apareçam rapidamente.


Como proteger sua família das doenças respiratórias:

Como as doenças respiratórias Oites, Rinites, Sinusites, Faringites e Amigdalites costumam piorar no inverno, aDra. Tanit lista algumas dicas simples e práticas para proteger a família:  

- Colchão: vale a pena forrar e expor ao sol frequentemente.

- Travesseiro: sempre forrados e lavados a cada 15 dias; evite aqueles que são feitos de penas de aves ou de ervas.

- Roupas de cama: orienta-se a lavagem com água quente (>70ºC) e cobri-las com colcha. Troque cobertores por edredons porque acumulam menos poeira e agressores do nariz.

- Guardar objetos que acumulem pó, como bichos de pelúcia, livros e brinquedos. Quanto menos mobília no quarto nessa época, melhor.

- Carpetes: precisam e muita manutenção: aspirar regularmente com filtro de ar HEPA (High Efficiency Particulate Air) e usar acaricidas. Por isso, o melhor é evitar os carpetes e usar pisos de cerâmica, vinil ou madeira.

- Cortinas: também juntam muito pó. Se possível, evitar usá-las ou lavá-las a cada 15 dias.

- Outros: infelizmente, os pelos de animais domésticos como cães e gatos são fontes constantes de doenças respiratórias, além da fumaça de cigarros, mesmo quando somos fumantes passivos, ou seja, estams no mesmo ambiente em que outras pessoas fumam. Sempre que possível, use filtros ou desumidificadores de ar.






Profa  Dra. Tanit Ganz Sanchez - Otorrinolaringologista com doutorado e livre-docência pela USP, Diretora-Presidente do Instituto Ganz Sanchez, Presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ), Criadora da Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido (Novembro Laranja) e do Grupo de Apoio Nacional a pessoas com Zumbido (GANZ). Assumiu a missão de desvendar os mistérios do zumbido e é pioneira nas pesquisas no Brasil, sendo reconhecida por sua didática, objetividade e compartilhamento aberto de ideias. É especialista em Zumbido, Hiperacusia, Misofonia, Fonofobia e Distúrbios do Sono. 




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