Pesquisar no Blog

segunda-feira, 16 de março de 2015

Arlete Salles alerta para câncer de mama avançado em campanha da FEMAMA




Sensibilizada com o câncer de maior incidência entre as brasileiras, sem contar o câncer de pele não melanoma, a atriz global decidiu abraçar a causa e se engajar na campanha nacional de conscientização “Para Todas as Marias - Direitos Iguais no Tratamento do Câncer de Mama” (www.paratodasasmarias.com.br/www.facebook.com/paratodasasmarias). A iniciativa visa garantir o direito igualitário ao tratamento para o câncer de mama avançado no Brasil.
Em um trecho do vídeo publicado na página oficial da campanha, Arlete explica que “além de enfrentar o problema, a mulher tem que lutar por tratamento igualitário, justo no momento mais crítico da doença, quando ela está mais fragilizada do que nunca”.  O portal conta também com uma petição pública on-line http://goo.gl/ZgFydB, na qual a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) convoca e incentiva o público a envolver-se com o tema. Para 2015, o INCA prevê 57 mil novos casos de câncer de mama no Brasil.

 

Whatsapp vira ‘antídoto’ contra picada de cobra




 Aplicativo auxilia atendimento às vítimas de acidentes com animais peçonhentos encaminhadas ao hospital Vital Brazil, do Instituto Butantan

O Instituto Butantan, unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e um dos maiores centros de pesquisa biomédica da América Latina, decidiu usar o Whatsapp como aliado no tratamento de vítimas de acidentes com animais peçonhentos, a exemplo de cobras, escorpiões e aranhas, que dão entrada no seu Hospital Vital Brazil.
O aplicativo está sendo usado por um grupo de pesquisadores do Butantan para reconhecer e identificar os animais e espécimes, verificando se realmente são peçonhentos e auxiliando, assim, a equipe médica do Vital Brazil na conduta a ser adotada.
Foram selecionados biólogos com experiência em diversas áreas do Instituto Butantan para a análise das imagens de animais encaminhados ao hospital Vital Brazil diariamente.
Muitas pessoas, ao darem entrada no hospital do Instituto, levam consigo os animais que as atacaram, para reconhecimento e identificação. Em outros casos, bombeiros que ajudam no resgate e remoção das vítimas também levam os animais para o Vital Brazil.
 A partir do envio da imagem ao grupo de biólogos do Butantan, o tempo médio de resposta tem sido de três a seis minutos.
“Com o grupo, nós tivemos um grande avanço no atendimento às vítimas de acidentes que trazem o animal ao hospital ou uma foto dele para a identificação, principalmente para os casos que exigem uma confirmação rápida para a ação médica”, destaca Carlos Roberto de Medeiros, diretor-médico do hospital Vital Brazil do Instituto Butantan.
             Acidentes no verão
 O período mais quente e chuvoso do ano é também o de maior atividade dos animais peçonhentos, o que ocasiona o aumento de acidentes. No ano de 2014, foram notificados no Estado de São Paulo quase 20 mil casos, segundo a Divisão de Zoonoses do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde.
Em caso de acidentes, recomenda-se lavar o local da picada apenas com água e sabão; dar bastante água à vítima para manter a hidratação e procurar serviço médico o quanto antes.

A inércia do Estado na busca da acessibilidade às pessoas com deficiência




É de fácil constatação o desrespeito às pessoas com deficiência física e mobilidade reduzida que, embora tenham seu direito assegurado, deparam-se constantemente com rotas inacessíveis, barreiras arquitetônicas, obras oriundas de projetos deficientes e diversos outros empecilhos que levam a concluir pela inexistência da acessibilidade.
Segundo estudos do Censo Demográfico 2010 do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população do Brasil é composta por mais de 190 milhões de pessoas, das quais mais de 45 milhões são pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Saliente-se que mais de 23% da população não tem acesso aos edifícios e logradouros públicos/privados, assim como aos meios de transporte coletivo em sua plenitude.
Assim, entende-se que este grupo, 23% da população brasileira, sofre limitações não apenas físicas (inerentes à sua deficiência ou redução de mobilidade) como também estruturais, impedindo/limitando o desenvolvimento de suas atividades diárias, como: saúde, lazer, estudo, trabalho e demais. 
O direito de acesso das pessoas com deficiência física aos edifícios e logradouros públicos, assim como aos meios de transporte coletivo encontra-se assegurado na Constituição Federal de 1988.
Observa-se, que o direito ao acesso, embora previsto, estava condicionado a lei posterior sancionada apenas no ano 2000 - Lei Federal nº 10.098/00. Ou seja, foram necessários 12 anos para que uma lei meramente instrumental viesse a estabelecer normas e critérios genéricos para promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida.
Como se não bastasse os 12 anos de espera, transcorreram outros quatro anos para que o Poder Executivo fixasse os prazos silentes na Lei Federal, com o Decreto Regulamentar nº 5.296/04, ficando estes compreendidos entre 12 e 120 meses a contar da data de publicação do Decreto.
Espantosamente, resulta-se mais de duas décadas para elaboração e regulamentação de uma lei básica, cujo objetivo consiste única e tão somente, em garantir direito fundamental para determinado grupo de cidadãos brasileiros.
Não obstante, passado o lapso temporal para adoção dos ajustes e adaptações necessários, tanto o Poder Público como Privado, não o fizeram ou o executaram de maneira bastante precária. 
Exemplo deste descaso aconteceu em caso recentemente noticiado na mídia nacional no qual um advogado, que exerce suas atividades profissionais no Rio Grande do Sul, foi impedido de comparecer a duas de suas audiências, pois estas aconteceriam no segundo andar do Fórum de São Francisco de Paula, prédio construído na década de 60 e desprovido de qualquer acessibilidade.
Com efeito, não se pode olvidar dos generosos prazos trazidos no Decreto regulamentar nº 5.296/04, que entrou em vigor aos 02 de dezembro de 2004, sendo totalmente inadmissível a omissão daqueles que não se adaptaram e, principalmente, do Poder Público, que tem o poder e dever de exigir o cumprimento da lei, determinando a adaptação do local.
Diante deste triste contexto, verificando-se a falta ou limitação do acesso aos edifícios e logradouros públicos e privados, compete à população o exercício da cidadania, formalizando reclamações no próprio órgão ou estabelecimento (público/privado), denunciando as irregularidades por meio de representação ao Ministério Público ou propondo ação judicial cabível, na busca incessante da utópica isonomia constitucional. 

Erica Uderman - advogada associada do escritório Lapa & Góes e Góes Advogados Associados, atuando nas áreas do Direito Empresarial, Cível e das Relações de Consumo e pós-graduanda em Direito Administrativo pela UCAM/RJ.

Para onde vamos?




Uma sociedade entre a salvação e o engodo

As manifestações populares do último domingo (15), denunciam o mal-estar que acomete a sociedade brasileira e parece apontar para uma única causa: o desgoverno. Não é por outro motivo que a palavra de ordem mais ouvida foi “fora Dilma!”. De fato, vencedora em uma disputa eleitoral acirrada como há muito tempo não se via, a presidente cometeu o crime de, após eleita, agir em sentido contrário ao que anunciou durante a campanha, parecendo seguir a máxima maquiaveliana de dizer o que o povo quer ouvir, mas fazer o que for necessário quando no governo.
Em certo sentido, é compreensível a manifestação popular tendo como foco exclusivo a presidente e o seu partido. O PT, que emplacou o quarto mandato consecutivo no governo, fez fortuna na oposição. Sua marca principal foi a denúncia do patrimonialismo e a defesa da cidadania, sobretudo, dos interesses ligados ao chamado Brasil moderno, urbano e industrial. No poder, entretanto, se ligou ao atraso e fez pacto com o estamento político tradicional, frustrando a possibilidade de ruptura acalentada com a vitória do primeiro Lula.
O denunciante dos “trezentos picaretas com anel de doutor” soube construir as condições para governar acomodando interesses arcaicos e modernos, num jogo de cooptações em que o novo ficou hipotecado ao que deveria negar. Assim, longe de realizar a ruptura prometida, Lula e o seu partido aprofundaram a privatização do público e a degeneração da ordem republicana, marcada entre nós por sua secular fragilidade.
É óbvio que Lula e o PT, apesar de se articularem com estamento político tradicional, não deixaram de lado a interlocução com os setores subalternos. Estes foram beneficiados, de fato, com políticas redistributivas que garantiram o acesso de muitos de seus membros ao universo do consumo. Num certo sentido, a lógica patrimonialista encontrou em Lula o personagem ideal para encarná-la, o que nos remete a Raymundo Faoro, quando lembra, em “Os Donos do Poder”, o conselho de Alvaro Paez ao Mestre de Avis: “Senhor, fazei por esta guisa: Dai aquilo que vosso não é, e prometei o que não tendes, e perdoai a quem vos não errou, e ser-vos-á mui grande ajuda para tal negócio que sois posto”.
Ao se render à lógica patrimonialista, o PT optou por um caminho inconciliável com a sua condição de ator do moderno e se tornou mais um elo de nossa corrompida tradição republicana, segundo a qual o poder tem dono e este não é o povo do Estado.  É compreensível, assim, que hoje, com Dilma à frente do governo, colha a insatisfação popular. Nesta lógica em que joga o jogo, o Partido dos Trabalhadores convive com a necessidade de satisfazer parceiros de estamento e remediar o sofrimento dos “de baixo”, coisa difícil em uma conjuntura de crise econômica e apetites vorazes.
Em se tratando da voracidade dos apetites é que podemos afirmar que Dilma e o PT catalisam algo maior do que o descontentamento popular com o governo e o partido. Nessa sociedade da informação, fragmentada em múltiplos interesses, faltaram lideranças verdadeiramente republicanas capazes de articular um projeto de destino comum. Tudo o que foi feito nos últimos anos se resumiu ao estímulo do consumismo desenfreado, sem vínculo com qualquer utopia unificadora.  Neste paraíso utilitarista, em que o governo e as próprias lideranças sociais permitiram que se resumisse a noção de sucesso de um governo, a apatia política desagua na confusão de palavras de ordem - no “nós contra eles” - e no terreno perigoso dos mitos totalitários. Afinal, numa sociedade de consumidores, a solidariedade e a felicidade humanas passam longe da grande política e do seu tempo particular. O que se busca é a salvação. E essa sempre degenera em engodo. Vide a viagem redonda do PT.
Os próximos dias dirão para onde vamos.


Rogerio Baptistini - sociólogo e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Posts mais acessados