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domingo, 25 de agosto de 2019

Como cuidar da pele no inverno


 Especialista dá dicas de mudanças simples na rotina que diminuem os efeitos de desidratação e envelhecimento cutâneo


O inverno este ano traz dias de frio intenso e outros de calor, além do clima secos característicos desta época do ano e a pele acaba sofrendo as consequências destas mudanças climáticas. Perda da elasticidade e brilho, poros fechados, eritemas, descamações, rugas finas e até inflamação são sintomas comuns no inverno. Eles ocorrem porque o clima seco promove uma evaporação rápida. Além de desidratar, esse processo diminui certas reações do organismo, prejudicando a produção de colágeno e elastina, proteínas fundamentais para a saúde da pele.

Quem explica esse processo é o farmacêutico e vice-presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Ademir Valério. “Há também maior concentração de poluentes no ar nesta época. Em contato com a pele, os radicais livres do ar reagem com os ácidos graxos presentes na pele e promovem a desorganização molecular da barreira cutânea. É como se aparecessem buracos por onde a água escapa”, revela.

Para cuidar da pele em uma situação tão adversa, há substâncias à base de emolientes e umectantes que podem auxiliar na fixação da água nas camadas da pele e prevenir o envelhecimento. “Os silicones e os óleos vegetais de uva, gérmen de trigo, coco e macadâmia, por exemplo, têm a função de reforçar a barreira cutânea, impedindo que a pele perca mais água do que o necessário”, explica Ademir. Essas substâncias não deixam um residual oleoso e podem ser preparados de acordo com as necessidades de cada pessoa nas farmácias de manipulação.

Além disso, há cuidados simples que todos podem tomar para minimizar os efeitos do frio, do tempo seco e da poluição.


Banho

·                     Evite água quente e com muito sabonete, pois isso retira a pouca gordura que permanece na pele na estação mais fria e que serve como proteção natural da pele (manto lipídico). O banho ideal é com água morna. Em caso de mais de um banho por dia, use sabonetes em apenas um dos banhos, e, se não tiver feito exercícios físicos, apenas ensaboe as áreas de dobras (axilas, virilhas e nádegas) e pés.

·                     Para lavar a pele do rosto, use água fria e não use esponjas.

·                     À noite, limpe a pele do rosto antes de dormir com sabonetes para peles sensíveis ou espumas de limpeza menos abrasivas, preferencialmente produtos especialmente preparados para sua pele e com controle de pH.


Hidratação

·                     Invista numa boa hidratação da pele pelo menos uma vez ao dia, preferencialmente após o banho. Ao escolher um hidratante, verifique a composição e seus princípios ativos. O ideal é consultar um especialista que mande preparar o produto certo para o seu tipo de pele. Esse especialista pode optar por hidratantes com ureia, vitamina C e E, ácido hialurônico, pantenol, ceramidas, aquaporine e óleos vegetais com toque seco ou mais oleoso, conforme sua necessidade, reforçando a reserva natural de água na pele, restaurando a hidratação, elasticidade e maciez.

·                     Além do rosto, lembre-se de hidratar colo, mãos, pés, joelhos e cotovelos.


No dia a dia

·                     Use também um protetor labial, já que os lábios sofrem muito com o frio.

·                     Evite ambientes com ar condicionado, que retiram a umidade do ar e ressecam ainda mais a pele.

·                     Tome bastante líquido, pois a hidratação da pele se dá tanto por vias internas quanto externas.

Além dos cuidados básicos, é possível aproveitar a menor incidência de sol durante o outono e o inverno para realizar tratamentos faciais para manchas, rugas, marcas de expressão e de acne com peelings.






Ademir Valério – Vice-presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) - O farmacêutico é especialista em manipulação magistral alopática e em homeopatia, pós-graduado em administração de empresas pela FAAP e proprietário de farmácia com ampla experiência no setor magistral. O profissional foi Conselheiro Federal Suplente no CFF 2008/2011, Presidente da APFH – Associação Paulista de Farmacêuticos Homeopatas - Gestão 2003/2005, Presidente da Anfarmag – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais – Gestão 2011 - 2013 e 2013 – 2015 – e presidente do Conselho de Administração da Anfarmag – Gestão 2016 – 2017.



Anfarmag


terça-feira, 28 de maio de 2019

Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) responde as principais dúvidas sobre medicamento manipulado



“Medicamento manipulado é igual ao da drogaria?”; “É mais natural?”; “É mais barato?”; Tem o mesmo efeito?”. Basta alguns minutos no balcão de uma farmácia de manipulação para ouvirmos essas e tantas outras perguntas. Para solucionar estas dúvidas Marco Fiaschetti, farmacêutico e diretor executivo da Anfarmag responde um bate bola sobre o assunto.


O medicamento manipulado é igual ao de drogaria? Mito ou verdade?

Verdade. Os medicamentos manipulados devem obrigatoriamente possibilitar ao indivíduo os mesmos resultados que qualquer outro medicamento.


O medicamento manipulado é mais natural que o de drogaria? Mito ou verdade?

Mito. A origem da matéria-prima do medicamento manipulado é a mesma de qualquer outro laboratório, e a tecnologia empregada na farmácia permite que sejam preparados todos os tipos de formulações: de hormônios a homeopáticos, de antibióticos a suplementos nutricionais, de corticoides a probióticos. Os produtos fitoterápicos (também conhecidos como “naturais”), portanto, são apenas mais uma das inúmeras especialidades que a farmácia de manipulação brasileira prepara.


O medicamento manipulado é mais barato? Mito ou verdade?

Mito. Há inúmeras situações que o medicamento manipulado pode sair mais caro, como no caso dos genéricos. Em muitas outras, pode significar economia devido à eliminação de sobras e do desperdício, já que o paciente paga apenas pela quantidade exata para o período do tratamento.  O paciente e o médico sempre devem avaliar a melhor relação custo-benefício de cada escolha, já que o fator decisivo para optar pelo produto manipulado é a necessidade de personalização da fórmula, que permite que cada pessoa adquira o produto na dose exata para a necessidade de seu organismo.


O medicamento manipulado não precisa de receita? Mito ou Verdade?

Mito. O medicamento manipulado precisa de prescrição que somente o médico ou outro profissional de saúde qualificado, como farmacêutico, dentista, nutricionista e veterinário, pode prescrever. Como os manipulados são preparados especificamente para um indivíduo, torna-se obrigatória a apresentação da receita.


Qualquer pessoa pode abrir uma farmácia de manipulação? Mito ou verdade?

Mito. Toda farmácia de manipulação é um estabelecimento de saúde e conta com pelo menos um farmacêutico à disposição da população. Esse é o profissional mais habilitado para tirar dúvidas sobre a forma correta de uso dos medicamentos e sobre os riscos de interação e efeitos colaterais. 


Qualquer medicamento pode ser manipulado? Verdade ou Mito. Por quê?

Verdade. Salvo algumas exceções, praticamente todos os medicamentos podem ser preparados nas farmácias de manipulação, pois esses estabelecimentos trabalham com tecnologia e têm acesso a milhares de matérias-primas que permitem o preparo de medicamentos para todas as especialidades médicas: pediatria, dermatologia, reumatologia, geriatria, nutrologia, ortopedia, cardiologia, entre tantas outras. A farmácia também prepara formulações para dentistas, nutricionistas e até médicos veterinários.


Tem o mesmo efeito? Verdade ou Mito. Por quê?

Verdade. Os medicamentos manipulados devem obrigatoriamente possibilitar ao indivíduo os mesmos resultados que qualquer outro medicamento.


É mais indicado para alérgicos? Verdade ou Mito. Por quê?

Verdade. Sendo informadas de que o paciente é alérgico a determinadas substâncias, a farmácia de manipulação tem condições de preparar formulações totalmente personalizadas isentas desses alergênicos, garantindo o bem-estar do paciente.


É mais indicado para pessoas com intolerâncias a aromatizantes, conservantes, corantes, glúten ou lactose? Verdade ou Mito. Por quê?

Verdade. Sempre que necessário, a farmácia pode preparar formulações livres de substâncias que gerem intolerância em algumas pessoas, como lactose, glúten, corantes, aromatizantes e conservantes.


Pode ser feito em cápsulas menores? Verdade ou Mito. Por quê?

Verdade. Algumas pessoas, como crianças, idosos e pacientes especiais têm dificuldade de engolir comprimidos convencionais. Existem vários tamanhos de cápsulas disponíveis, e a farmácia de manipulação pode facilitar o tratamento desses pacientes preparando o mesmo produto em cápsulas menores.


Pode ser feito em forma líquida, como solução, suspensão ou xarope? Verdade ou Mito. Por quê?

Verdade. Uma das principais vantagens do produto manipulado é que um mesmo medicamento pode ser apresentado em diferentes formas farmacêuticas (pastilhas, gomas, géis de uso interno ou externo, cremes, loções, xampus, xaropes, soluções e suspensões), buscando o que é mais adequado para cada pessoa.


É verdade que o produto manipulado é artesanal? Verdade ou Mito. Por quê?

Mito. Quem chega à recepção de uma farmácia de manipulação não imagina tudo que está por trás do balcão: processos, sistema de garantia da qualidade, tecnologia empregada, rastreabilidade desde a compra da matéria-prima até a entrega do produto final ao consumidor e supervisão do farmacêutico em todas as etapas. A farmácia muitas vezes é o estabelecimento de saúde mais próximo e acessível para a população. Conhecê-la é um direto do cidadão, que deve sempre conversar com o médico, dentista, veterinário ou nutricionista sobre as vantagens de optar pelo produto manipulado caso a caso.





Marco Fiaschetti – Diretor Executivo da Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais) - O farmacêutico articulista, palestrante, docente e consultor é especialista em marketing farmacêutico e diretor executivo da Anfarmag. Formado pela Unesp como farmacêutico em 1984, o profissional especializou-se em marketing de varejo pela FIA-USP e ESPM, pós graduou-se em marketing de negócios pela IPEP e em 2010 fez mestrado em marketing farmacêutico na Unesp.
Anfarmag - Entidade sem fins lucrativos a Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais www.anfarmag.org.br.


terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Álcool e medicamento: uma mistura que requer cuidados nas festas de fim de ano


Vagner Miguel, farmacêutico da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais, tira as principais dúvidas sobre o assunto

 Bridgesward por Pixabay


Dezembro já chegou e, com ele, as confraternizações de fim de ano, os happy hours com os amigos, o Natal e o ano novo. Com muita frequência, essas comemorações envolvem o consumo de bebida alcoólica. A principal dúvida que surge para quem está tomando medicação é: será que posso beber? E o anticoncepcional, será que perde o efeito? Quais serão as consequências da interação da bebida com o antidepressivo? 

Para sanar essas e outras questões, Vagner Miguel, farmacêutico da Anfarmag – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais –, explica que as consequências da interação entre álcool e medicamentos dependem de vários fatores. Entre eles está a composição do medicamento, o organismo do paciente e a quantidade de álcool ingerida. Por isso, de forma geral, a recomendação é evitar misturar álcool com medicamento. O principal órgão prejudicado é o fígado, que metaboliza, por meio das enzimas que produz, o álcool e grande parte dos medicamentos, ficando sobrecarregado. O álcool também afeta especialmente o sistema nervoso central, que comanda nossas ações, alterando substancialmente as capacidades cognitivas estruturais e comportamentais.

Como a bebida altera o metabolismo, o tempo de eliminação do medicamento será alterado, podendo ocorrer antes ou depois do previsto, com possibilidade de prejudicar o tratamento. Aumenta a gravidade quando são utilizadas drogas para tratar problemas neurológicos e psiquiátricos, pois o álcool em geral potencializa o efeito dessas substâncias. “Antidepressivos agem diretamente no sistema nervoso central. Inicialmente, as bebidas alcoólicas aumentam o efeito do antidepressivo, deixando a pessoa mais estimulada; porém, após passar o efeito da bebida, os sintomas da depressão podem aumentar. Já quando os ansiolíticos são misturados ao álcool aumenta o efeito sedativo, deixando a pessoa inabilitada para conduzir um veículo por exemplo, além de uma maior probabilidade de efeitos adversos graves, a exemplo de coma e insuficiência respiratória”, explica o farmacêutico. 

As mulheres que tomam anticoncepcional devem conversar com o médico para usar um método contraceptivo complementar, já que, com a bebida, o efeito pode cair até pela metade. Vagner alerta: “Os anticoncepcionais podem ter tempos variados de permanência no organismo antes de serem eliminados, com duração que varia entre 12 a 24 horas ou mais, dependendo da substância, e isso gera riscos, já que a mulher pode achar que está protegida e ter atividade sexual sem preservativo.”

A mistura de antibióticos e álcool, por sua vez, pode causar desde vômitos, palpitação, cefaleia, hipotensão, dificuldade respiratória até a morte. “Esse tipo de reação seria mais comum com as substâncias metronidazol; trimetoprima-sulfametoxazol, tinidazole e griseofulvin. Já outros antibióticos – como cetoconazol, nitrofurantoína, eritromicina, rifampicina e isoniazida – tampouco devem ser tomados com cerveja e afins pelo risco de inibição do efeito e potencialização de toxicidade hepática”, diz o especialista. 

Vagner completa explicando o efeito com analgésicos e antitérmicos. “O efeito do álcool pode ser potencializado e a velocidade de eliminação do medicamento do organismo será maior, diminuindo seu efeito. Nos casos mais graves, o uso do álcool com paracetamol pode danificar o fígado, uma vez que ambos são metabolizados nesse órgão. Já a mistura com ácido acetilsalicílico pode causar, em casos extremos, hemorragia estomacal, pois ambos irritam a mucosa estomacal”

“Portanto, na dúvida, a regra é: não misturar álcool com nenhum tipo de medicamento”, finaliza o farmacêutico.  A medicação não pode ser desculpa para faltar a reunião de amigos, afinal, o mais importante nestas festas é o carinho, a atenção e a comemoração por terem passado mais um ano juntos e felizes. 

Vagner Miguel - Gerente Técnico e de Assuntos Regulatórios da Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais), farmacêutico, palestrante e docente. Formado pela Unesp como farmacêutico em 1985, o profissional pós graduou-se em Gestão pela Trevisan e em Engenharia Farmacêutica Cosmética pelo Instituto Racine. 



Anfarmag - Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais


sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Álcool e medicamento: uma mistura que requer cuidados nas festas de fim de ano


Vagner Miguel, farmacêutico da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais, tira as principais dúvidas sobre o assunto



Dezembro já chegou e, com ele, as confraternizações de fim de ano, os happy hours com os amigos, o Natal e o ano novo. Com muita frequência, essas comemorações envolvem o consumo de bebida alcoólica. A principal dúvida que surge para quem está tomando medicação é: será que posso beber? E o anticoncepcional, será que perde o efeito? Quais serão as consequências da interação da bebida com o antidepressivo?

Para sanar essas e outras questões, Vagner Miguel, farmacêutico da Anfarmag – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais –, explica que as consequências da interação entre álcool e medicamentos dependem de vários fatores. Entre eles está a composição do medicamento, o organismo do paciente e a quantidade de álcool ingerida. Por isso, de forma geral, a recomendação é evitar misturar álcool com medicamento. O principal órgão prejudicado é o fígado, que metaboliza, por meio das enzimas que produz, o álcool e grande parte dos medicamentos, ficando sobrecarregado. O álcool também afeta especialmente o sistema nervoso central, que comanda nossas ações, alterando substancialmente as capacidades cognitivas estruturais e comportamentais.

Como a bebida altera o metabolismo, o tempo de eliminação do medicamento será alterado, podendo ocorrer antes ou depois do previsto, com possibilidade de prejudicar o tratamento. Aumenta a gravidade quando são utilizadas drogas para tratar problemas neurológicos e psiquiátricos, pois o álcool em geral potencializa o efeito dessas substâncias. “Antidepressivos agem diretamente no sistema nervoso central. Inicialmente, as bebidas alcoólicas aumentam o efeito do antidepressivo, deixando a pessoa mais estimulada; porém, após passar o efeito da bebida, os sintomas da depressão podem aumentar. Já quando os ansiolíticos são misturados ao álcool aumenta o efeito sedativo, deixando a pessoa inabilitada para conduzir um veículo por exemplo, além de uma maior probabilidade de efeitos adversos graves, a exemplo de coma e insuficiência respiratória”, explica o farmacêutico.

As mulheres que tomam anticoncepcional devem conversar com o médico para usar um método contraceptivo complementar, já que, com a bebida, o efeito pode cair até pela metade. Vagner alerta: “Os anticoncepcionais podem ter tempos variados de permanência no organismo antes de serem eliminados, com duração que varia entre 12 a 24 horas ou mais, dependendo da substância, e isso gera riscos, já que a mulher pode achar que está protegida e ter atividade sexual sem preservativo.”

A mistura de antibióticos e álcool, por sua vez, pode causar desde vômitos, palpitação, cefaleia, hipotensão, dificuldade respiratória até a morte. “Esse tipo de reação seria mais comum com as substâncias metronidazol; trimetoprima-sulfametoxazol, tinidazole e griseofulvin. Já outros antibióticos – como cetoconazol, nitrofurantoína, eritromicina, rifampicina e isoniazida – tampouco devem ser tomados com cerveja e afins pelo risco de inibição do efeito e potencialização de toxicidade hepática”, diz o especialista.

Vagner completa explicando o efeito com analgésicos e antitérmicos. “O efeito do álcool pode ser potencializado e a velocidade de eliminação do medicamento do organismo será maior, diminuindo seu efeito. Nos casos mais graves, o uso do álcool com paracetamol pode danificar o fígado, uma vez que ambos são metabolizados nesse órgão. Já a mistura com ácido acetilsalicílico pode causar, em casos extremos, hemorragia estomacal, pois ambos irritam a mucosa estomacal”

“Portanto, na dúvida, a regra é: não misturar álcool com nenhum tipo de medicamento”, finaliza o farmacêutico.  A medicação não pode ser desculpa para faltar a reunião de amigos, afinal, o mais importante nestas festas é o carinho, a atenção e a comemoração por terem passado mais um ano juntos e felizes.

Sobre o profissional: Vagner Miguel é Gerente Técnico e de Assuntos Regulatórios da Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais), farmacêutico, palestrante e docente. Formado pela Unesp como farmacêutico em 1985, o profissional pós graduou-se em Gestão pela Trevisan e em Engenharia Farmacêutica Cosmética pelo Instituto Racine.






Anfarmag -  Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais


segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Carnaval - Anticoncepcional e bebida alcoólica uma combinação segura?


Vagner Miguel, farmacêutico da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais, tira as principais dúvidas sobre medicamento e álcool



Os bloquinhos já estão nas ruas, os ensaios das escolas de samba a todo vapor  e o carnaval cada dia mais perto. Com muita frequência, essa diversão envolve o consumo de bebida alcoólica. A principal dúvida que surge para quem está tomando medicação é: será que posso beber? Mas o que a maioria esquece é que o anticoncepcional do dia a dia também é uma medicação. Será que perde o efeito após uma bebedeira?

Para sanar essas e outras questões, Vagner Miguel, farmacêutico da Anfarmag – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais –, explica que as consequências da interação entre álcool e medicamentos dependem de vários fatores. Entre eles está a composição do medicamento, o organismo do paciente e a quantidade de álcool ingerida. Por isso, de forma geral, a recomendação é evitar misturar álcool com medicamento.

As mulheres que tomam anticoncepcional devem conversar com o médico para usar um método contraceptivo complementar, já que, com a bebida, o efeito pode cair até pela metade. Vagner alerta: “Os anticoncepcionais podem ter tempos variados de permanência no organismo antes de serem eliminados, com duração que varia entre 12 a 24 horas ou mais, dependendo da substância, e isso gera riscos, já que a mulher pode achar que está protegida e ter atividade sexual sem preservativo.”

Para grande parte dos medicamentos o principal órgão prejudicado é o fígado, que metaboliza, por meio das enzimas que produz, o álcool, ficando sobrecarregado. O álcool também afeta especialmente o sistema nervoso central, que comanda nossas ações, alterando substancialmente as capacidades cognitivas estruturais e comportamentais.

Como a bebida altera o metabolismo, o tempo de eliminação do medicamento será alterado, podendo ocorrer antes ou depois do previsto, com possibilidade de prejudicar o tratamento. Aumenta a gravidade quando são utilizadas drogas para tratar problemas neurológicos e psiquiátricos, pois o álcool em geral potencializa o efeito dessas substâncias. “Antidepressivos agem diretamente no sistema nervoso central. Inicialmente, as bebidas alcoólicas aumentam o efeito do antidepressivo, deixando a pessoa mais estimulada; porém, após passar o efeito da bebida, os sintomas da depressão podem aumentar. Já quando os ansiolíticos são misturados ao álcool aumenta o efeito sedativo, deixando a pessoa inabilitada para conduzir um veículo por exemplo, além de uma maior probabilidade de efeitos adversos graves, a exemplo de coma e insuficiência respiratória”, explica o farmacêutico.

A mistura de antibióticos e álcool, por sua vez, pode causar desde vômitos, palpitação, cefaleia, hipotensão, dificuldade respiratória até a morte. “Esse tipo de reação seria mais comum com as substâncias metronidazol; trimetoprima-sulfametoxazol, tinidazole e griseofulvin. Já outros antibióticos – como cetoconazol, nitrofurantoína, eritromicina, rifampicina e isoniazida – tampouco devem ser tomados com cerveja e afins pelo risco de inibição do efeito e potencialização de toxicidade hepática”, diz o especialista.

Vagner completa explicando o efeito com analgésicos e antitérmicos. “O efeito do álcool pode ser potencializado e a velocidade de eliminação do medicamento do organismo será maior, diminuindo seu efeito. Nos casos mais graves, o uso do álcool com paracetamol pode danificar o fígado, uma vez que ambos são metabolizados nesse órgão. Já a mistura com ácido acetilsalicílico pode causar, em casos extremos, hemorragia estomacal, pois ambos irritam a mucosa estomacal”

“Portanto, na dúvida, a regra é: não misturar álcool com nenhum tipo de medicamento”, finaliza o farmacêutico.  A medicação não pode ser desculpa para faltar a reunião de amigos, afinal, o mais importante nestas festas é o carinho, a atenção e a comemoração por terem passado mais um ano juntos e felizes.






Vagner Miguel - Gerente Técnico e de Assuntos Regulatórios da Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais), farmacêutico, palestrante e docente. Formado pela Unesp como farmacêutico em 1985, o profissional pós graduou-se em Gestão pela Trevisan e em Engenharia Farmacêutica Cosmética pelo Instituto Racine.


Anfarmag - Organização sem fins lucrativos a Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais



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