Pesquisar no Blog

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Avenida Paulista terá ação de triagem visual gratuita no Dia Mundial da Visão



Para chamar a atenção da população brasileira quanto à importância dos cuidados com a visão, a Fundação Abióptica levará a Ação Olho Vivo a sete capitais brasileiras no próximo dia 13 de outubro, Dia Mundial da Visão. Em São Paulo, a ação acontecerá no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.

As outras capitais que recebem as ações são Rio de Janeiro, Curitiba, Goiânia, Brasília, Fortaleza e Belo Horizonte. A iniciativa consiste em realizar triagens visuais gratuitas para a população, com o objetivo de identificar possíveis problemas visuais e a consequente necessidade da visita a um oftalmologista.

Local - São Paulo: Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, 2073, entre 11 e 18 horas.

A iniciativa

Criada em 2014, a Ação Olho Vivo já atendeu gratuitamente mais de 3 mil pessoas em todo o país. A triagem é feita por meio da aplicação do Teste de Snellen, procedimento realizado por meio da leitura de uma tabela formada por letras de tamanhos diferentes, numa série de linhas, começando por tamanhos maiores e terminando em tamanhos menores. Caso a equipe de atendimento detecte alguma dificuldade de leitura, a pessoa será orientada a procurar um especialista. A Fundação Abióptica também distribuirá material informativo sobre as doenças oculares.

"O último Censo do IBGE, realizado em 2010, detectou que 36 milhões de brasileiros utilizam lentes corretivas.  Já as informações da OMS (Organização Mundial de Saúde) apontam que 50% da população mundial apresenta algum problema relacionado à visão. Trazendo esse dado à realidade brasileira, estima-se que haja um universo aproximado de 60 milhões de brasileiros que não usam lentes corretivas, sendo que boa parte dessas pessoas sequer sabe que precisa", ressalta Bento Alcoforado, Presidente a Abióptica.


Sobre a Fundação Abióptica - A Fundação Abióptica - Pelo Direito de Enxergar Direito - é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que tem como missão defender os direitos do cidadão - crianças, adolescentes, adultos e idosos - de enxergar direito. A entidade oferece capacitação profissional e oportunidade de emprego a jovens carentes, entre 16 e 19 anos, por meio do curso de Montador Óptico. Desde 2009, 117 jovens de escolas públicas e projetos sociais comunitários tiveram a oportunidade de se formar e iniciar a carreira profissional. Além da oportunidade de aprender uma profissão e de entrar no mercado de trabalho, os estudantes enxergam nessa iniciativa a possibilidade de transformação.





Ação Olho Vivo - São Paulo - Dia Mundial da Visão

Data: 13 de outubro, Quinta-feira
Local: Conjunto Nacional
Endereço: Avenida Paulista, 2073 - Consolação - SP
Horário: das 11 às 18 horas





Abuso sexual: Crianças e adolescentes são maioria e agressor está dentro de casa



Levantamento da ONG MaisMarias alerta para mudança de comportamento e demora na percepção da família.


Dados do Instituto Médico Legal levantados pela ONG MaisMarias, mostram que entre os anos de 2012 a 2015 as maiores vítimas da violência sexual em Curitiba são adolescentes de 12 a 17 anos, seguidas por crianças de 5 a 11 anos. O cadastro feito pela médica legista ginecologista Dra. Maria Letícia Fagundes, diretora da ONG e responsável por atender os casos de abuso sexual do IML de Curitiba, mostra que esta realidade quase não mudou desde 2012 – ano do primeiro levantamento feito pela ONG. Na maioria dos casos os agressores estão dentro de casa e a grande problemática quando se trata de crianças é conseguir as provas necessárias em boas condições para acusar o agressor.

“Não é de hoje que estes números nos assombram. O alerta que queremos dar aqui é para que as famílias fiquem mais atentas aos sinais que a criança dá e à mudança de comportamento. Pense que o agressor é do grupo de confiança desta criança e deste adolescente, e normalmente, faz ameaças. Então, até a família acreditar na vítima e de fato perceber que houve o abuso, na maioria das vezes já se passaram as 48 horas necessárias para a coleta das provas em bom estado para acusar o agressor. E aí sem provas o pior acontece: esta vítima indefesa retorna aos braços de seu agressor, retorna para casa”, lamenta a especialista.

Entre os exames solicitados pela polícia para confirmação de conjunção carnal (relação sexual com penetração na vagina), ato libidinoso (atos que implicam em contato do pênis com boca, vagina, seios ou ânus), cerca de 80% são para crianças e adolescentes nesta faixa etária.

No total, considerando os dados entre 2012 e 2015 foram 4.705 pedidos de exames para casos de conjunção carnal, sendo que desse número, 1.377 casos foram na faixa etária de 12 a 17 anos e 1.182 de 5 a 11 anos. O número de exames para atos libidinosos é ainda maior, 5.180 casos dentro do mesmo período. “Veja que deste total de conjunção carnal apenas 1.059 casos conseguiram ser provados positivos em resposta ao quesito. E, ao contrário que muitos possam pensar, como médica legista que atende a maioria destes casos, afirmo que essa quantidade de resultados positivos é baixa porque o sistema é falho em provar casos de abuso sexual, não temos hoje armazenagem e treinamento adequado nos hospitais e delegacias que fazem o primeiro atendimento. Eu, pessoalmente, tenho feito palestras em hospitais, cursos de medicina sobre a produção correta de provas, isto é, coleta e transporte adequados dos materiais colhidos na hora dos exames feitos nos hospitais”, denuncia a médica que trabalha no IML há 20 anos.

Outra situação que dificulta um número maior de exames positivos é que a maioria das vítimas é de crianças, pois até o familiar identificar o que houve, já passou mais das 48 horas necessárias. “Temos que ouvir mais as crianças e trazer de imediato para exames. Melhor errar pelo excesso do que perder de punir o agressor.

Culpabilização da vítima
Com esses dados a Dra Maria Letícia reforça sua afirmação de que grande parte dos agressores está em locais onde a criança deveria se sentir segura. Uma criança de 5 a 11 anos ou uma jovem de 12 a 17 está na escola, em casa, na casa de coleguinhas ou na família em sua maioria. “É aí que entra o combate à culpabilização da vítima e mostra como a cultura do estupro está enraizada nas famílias brasileiras, dentro de casa. Sei que é difícil para nós como sociedade admitirmos essa vergonha, mas só admitindo é que conseguimos mudá-la”, conclui a especialista.




 Dra. Maria Letícia Fagundes - Maria Letícia Fagundes é Médica formada pela Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná e pós-graduada pela USP, e atua há 30 anos como ginecologista. É também médica legista do IML há mais de 20 anos e atuante na Associação Paranaense dos Médicos Legistas, bem como faz parte da comissão de fundação da Ordem dos Médicos do Brasil. Em 2012 fundou a ONG MaisMarias para dar sua contribuição na conscientização da violência contra a mulher, criança e ao idoso. Por meio de palestras gratuitas, ela leva mais informação para a população sobre a Lei Maria da Penha e presta atendimento às vítimas e encaminhamento a profissionais parceiros da ONG.
“Como médica do Instituto Médico Legal faz parte do nosso dia a dia atender essas mulheres que são vítimas de agressão. Apesar de a Lei Maria da Penha estar em vigor desde 2006 para proteger a vítima, nem todos conhecem seus direitos e o que podem fazer para mudar essa realidade. Nosso objetivo é abrir o debate para conscientizar a população”.

Facebook.com/maismarias
Facebook.com/marialeticiafagundes
Instagram.com/ongmaismarias



Ministério da Saúde começa a vacinar meninos contra HPV em 2017



Imunização a partir de 2017 vai reduzir a propagação do vírus no país. Adolescentes de 12 e 13 anos, de ambos os sexos, vão receber ainda vacina contra meningite C para garantir a proteção e queda do número de casos. Economia gerada pela gestão permitiu a inclusão desse público 


O Brasil será o primeiro país da América Latina e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos em programas nacionais de imunizações. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, nesta terça-feira (11), em Brasília (DF). A partir de janeiro do próximo ano, o Ministério da Saúde passa a disponibilizar a vacina contra o HPV para a população masculina de 12 a 13 anos na rotina do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). A faixa-etária será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos os meninos com 9 anos até 13 anos.

“A inclusão dos adolescentes faz parte de um conjunto de ações integradas que o Ministério da Saúde tem realizado com o objetivo de conseguir mais resultados com os recursos financeiros já disponíveis. A ampliação da vacina é mais um avanço que conseguimos fazer, aproveitando essa redução de doses no grupo das meninas para ampliar a oferta também para os meninos. É muito importante a inclusão dessa faixa-etária. Precisamos estimular esta faixa a participar das mobilizações para vacinação”, destacou o ministro Ricardo Barros. 

A expectativa é imunizar mais de 3,6 milhões de meninos em 2017, além de 99,5 mil crianças e jovens de 9 a 26 anos vivendo com HIV/aids, que também passarão a receber as doses. Para isso, o Ministério da Saúde está adquirindo seis milhões de doses, ao custo de R$ 288,4 milhões. Não haverá custos extras para a pasta, já que neste ano, com a redução de três para duas doses no esquema vacinal das meninas, o quantitativo previsto foi mantido, possibilitando a vacinação dos meninos. Assim, o Ministério continua com a mesma determinação, que é de fazer mais com os mesmos recursos financeiros.

Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Adeilson Cavalcante, essa ação mostra a importância do Calendário Nacional de Vacinação para reduzir as doenças imunopreveníveis. "A ampliação do acesso à vacinação, que é uma ação da atenção básica, pode impactar na alta complexidade, com a redução dos casos de câncer. Além disso, essa estratégia vem ao encontro da decisão de tornar a gestão mais eficiente e fazer mais com os mesmos recursos", ressaltou. 

Já a ampliação da vacina contra meningite C para os adolescentes, de ambos os sexos, só foi possível a devido à economia de R$ 1 bilhão nos primeiros 100 dias do governo, a partir revisão de contratos e redução dos valores de alugueis e outros serviços. Parte desses recursos, R$ 227 milhões, está sendo investida na produção nacional da vacina pela Fundação Ezequiel Dias e, assim, na ampliação da oferta.

Foram adquiridas 15 milhões de doses, a um custo de R$ 656,5 milhões. O objetivo é reforçar a eficácia da vacina meningocócica C, uma vez que, com o passar dos anos, pode haver diminuição da proteção após a imunização, que acontece na infância. A vacinação será ampliada para adolescentes (sexo feminino e masculino) de 9 a 13 anos, gradativamente, entre 2017 e 2020. No próximo ano, serão incluídos adolescentes de 12 a 13 anos e, a cada ano, será acrescida nova faixa etária em ordem decrescente.

A meta é vacinar 80% do público-alvo, formado por 7,2 milhões de adolescentes. Além de proporcionar proteção aos adolescentes, a ampliação alcançará o efeito protetor da imunidade rebanho; ou seja, a proteção indireta das pessoas não vacinadas em decorrência da diminuição da circulação do vírus. O esquema vacinal para esse público será de um reforço ou uma dose única, conforme a situação vacinal.

“É muito importante que os pais tenham a consciência de que a vacinação começa na infância, mas deve continuada na adolescência. Pais e responsáveis devem ter, com os adolescentes, a mesma preocupação que têm com as crianças. A proteção vai ser muito maior se nós ampliarmos, cada vez mais, o calendário de vacinação da nossa população”, afirmou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, Carla Domingues.

Atualmente, essa vacina é ofertada no SUS para crianças, aos três, cinco e 12 meses. A média anual de cobertura é de 95%, tendo alcançado em 2015 o índice de 98,2%. A meningite, processo inflamatório das meninges - membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal - é uma doença considerada endêmica no Brasil. Em 2015, foram registrados 15,6 mil casos de diferentes tipos em todo o país.  A meningite C é o subtipo mais frequente da doença, e representa cerca de 60% a 70% dos casos de meningite. A doença é considerada grave e de rápida evolução. A vacina é a principal forma de proteção e é recomendada pelo Comitê Técnico Assessor de Imunizações e das Sociedades Brasileiras.

COMO SERÁ A OFERTA DA HPV - O esquema vacinal para os meninos contra HPV será de duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de HIV, é necessário apresentar prescrição médica.

Atualmente, a vacina HPV para meninos é utilizada como estratégia de saúde pública em seis países (Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico e Panamá). Portanto, o Brasil assegura a sétima posição e a vanguarda na América Latina. A vacina é totalmente segura e aprovada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A decisão de ampliar a vacinação para o sexo masculino está de acordo com as recomendações das Sociedades Brasileiras de Pediatria, Imunologia, Obstetrícia e Ginecologia, além de DST/AIDS e do mais importante órgão consultivo de imunização dos Estados Unidos (Advisory Committee on Imunization Practices). A estratégia tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. A definição da faixa-etária para a vacinação visa proteger as crianças antes do início da vida sexual e, portanto, antes do contato com o vírus. 

A vacina disponibilizada para os meninos será a quadrivalente, que já é oferecida desde 2014 pelo SUS para as meninas. Confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia para quem segue corretamente o esquema vacinal. Vale ressaltar que os cânceres de garganta e de boca são o 6º tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal são atribuíveis à infecção pelo HPV.

MENINAS DE 14 ANOS – Também a partir de 2017, serão incluídas na vacinação do HPV as meninas que chegaram aos 14 anos sem tomar a vacina ou que não completaram as duas doses. A estimativa que 500 mil adolescentes estejam nessa situação. Atualmente, a faixa etária para o público feminino é de 9 a 13 anos. Desde a incorporação da vacina no Calendário Nacional de Vacinação, em 2014, já foram imunizadas 5,7 milhões de meninas com a segunda dose, completando o esquema vacinal. Este quantitativo corresponde a 46% do total de brasileiras nesta faixa etária.

Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus. O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. 

Estimativas da OMS indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras do vírus, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18.  Em relação ao câncer do colo do útero, estudos apontam que 265 mil mulheres morrem devido à doença em todo o mundo, anualmente. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima 16 mil novos casos.

Para a produção da vacina contra o HPV, o Ministério da Saúde promoveu Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Butantan. A transferência está sendo feita de forma gradual e tem reduzido o preço ano a ano. Até 2018, a produção da vacina HPV deverá ser 100% nacional.



Camila Bogaz e Ana Cláudia Amorim
Agência Saúde


Posts mais acessados