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terça-feira, 26 de maio de 2020

O mundo melhor em que você acredita não virá sozinho


A questão é: qual é o seu sentimento? Vamos sair desta crise melhores ou piores do que estávamos? Algumas acreditam que a solidariedade, praticada agora por muitos, permanecerá e nos ajudará a voltar melhores do éramos e outros acreditam que ficaremos mais egoístas e que teremos mais desigualdade e violência.

Não vale ser pessimista. Pois não acreditar que vamos superar tudo isso é o primeiro passo para cruzar os braços e não lutar.  Negar que não haverá um amanhã, neste momento, chega a ser um sentimento egoísta. As pessoas positivas, que acreditam, terão mais trabalho e lutarão sozinhas. E no final, se der certo, será bom para todos. Mesmo para aqueles que só contribuíram com a esperança.

Para ser mais justo com eventuais críticas ou autocríticas, vou focar esta matéria no mundo corporativo, especificamente no mercado de live marketing, no qual trabalho e sou empresário; portanto, vou falar a partir do meu local de fala, das dores legítimas de quem tem passado por toda esta crise, vendo a minha, assim como tantas outras agências, com seus escritórios fechados, porém trabalhando como nunca, renegociando eventos cancelados ou adiados, fazendo contas para sobreviver e tentando reinventar o negócio para continuar existindo nos tempos pós-covid-19.

É claro que podemos criar este futuro a nosso favor e garantir que o retorno seja melhor para todos. Mas para que isto aconteça mais rápido temos que participar ativamente do processo de transformação. Precisamos ter consciência de nosso poder de influência e agir a partir da nossa baia no escritório, da nossa família, do nosso grupo de amigos, ou seja, das pessoas que nos cercam.

Só ações afirmativas transformam. Por isso também é importante ter consciência de como é a cara do Brasil de verdade que precisamos incluir na economia. E, a partir do nosso mundo corporativo, abrir espaço para as diferenças, criando ambientes seguros para que elas possam se manifestar, influenciar a estratégia do negócio e nos proteger com suas diferentes percepções da realidade.

Não vamos conseguir sair destas melhores, mais humanos e justos mantendo nossa fácil e passiva condição de simpáticos à causa. Para garantirmos a transformação dos ambientes de trabalho em locais mais igualitários, mais justos e com menos assédio, precisamos nos transformar em agentes de mudança e termos a coragem de nos manifestar sempre que alguma coisa estiver no caminho contrário aos princípios de valor que acreditamos.

Esta é a nossa oportunidade de virar a chave, de parar de funcionar a partir do paradigma da escassez e passar a enxergar o mundo a partir do paradigma da abundância. Precisamos acreditar que tem para todo mundo, pois é o caminho mais rápido para reconstruir um mercado mais justo, produtivo e forte. Somos mais mulheres que homens, mais negros que brancos, quase um quarto de nós tem alguma deficiência física. Mas definitivamente não nos parece um problema que essa imensa maioria não esteja representada no mundo corporativo.

Como empresário, e mesmo com todo acesso à informação que tenho, fico surpreso e indignado em saber que quase a metade dos brasileiros ativos está excluída do mercado formal de trabalho. Convivemos diariamente com quase 50 milhões de brasileiros (46 milhões já cadastrados) praticamente invisíveis aos nossos olhos. E, se não conseguimos enxergar, não nos importamos. Se não nos importamos, não nos esforçaremos para incluir.  Nós fomos educados a pensar o mundo pela escassez.

Se nos organizarmos para incluir essas 50 milhões de pessoas na economia, teremos mais consumidores para reerguer o mercado e mais cidadãos contribuindo socialmente. Isso é abundância.

Vamos colocar de forma mais simples. As grandes metrópoles sofrem diariamente com o trânsito, que chega a tirar das pessoas de 2 a 4 horas produtivas por dia. Alargamos avenidas, criamos novos viadutos, implantamos rodízio de veículos e nada resolve o problema dos engarrafamentos. Isso é pensamento baseada na escassez.  A crise que estamos passando já nos mostrou que boa parte dos trabalhadores, principalmente aqueles que lotam as avenidas com seus carros particulares, consegue trabalhar com eficiência em casa, ou de alguma outra forma remota.

Então por que devemos trabalhar todos nos mesmos dias da semana, ou entrar e sair nas mesmas horas do dia? Isso é escassez.

Temos 5 dias por semana e 24 horas por dia para otimizar os recursos de infraestrutura urbana de transporte. Isso é pensar com abundância.  A questão aqui não é dobrar o investimento escasso em mais estradas e viadutos – nem espaço físico mais temos para isso. Precisamos, a partir das necessidades das pessoas, reorganizar o uso do espaço coletivo das ruas e avenidas da cidade.

Sob pressão, fomos educados a achar que não terá para todo mundo, então, diante de crises regionais como a greve dos caminhoneiros, ou globais como a covid-19, corremos para comprar mais do que precisamos, estocando sem necessidade mercadorias tão necessárias a outras pessoas. Ao tirar os produtos de circulação, elevamos os preços e excluímos ainda mais as pessoas, principalmente as mais carentes e necessitadas. E assim, seguimos sem pensar, girando a roda da escassez, sem perceber que seremos nós os próximos a serem excluídos.

No mundo corporativo, no mercado de live marketing, por exemplo, é comum ver grandes empresas globais obrigarem suas agências a faturarem seus serviços em 90 ou 120 dias. Ou seja, o elo mais frágil do negócio, para ter direito ao trabalho, precisa ter alto capital e financiar toda a operação da grande empresa. Como é possível um negócio ser bom para ambos os lados, quando um dos lados tem que pagar antes e só receber 3 ou 4 meses depois? Isso é escassez.

Portanto, a questão aqui é: como queremos sair desta crise? Entendo que a resposta é: melhores. Então, a partir de todo o aprendizado que tivemos, do que gostamos ou não de ver, temos que reorganizar nossa atitude, para construir o mundo melhor que queremos. E o caminho para isso passa pelas necessidades das pessoas. Se colocarmos o ser humano no centro, no foco da criação das soluções, certamente teremos mais chances.

Por isso é tão importante desenvolvermos primeiro uma cultura de diversidade e inclusão no mundo corporativo. Todos os colaboradores de uma empresa precisam entender que, se estiverem conectados à realidade e protegidos por diferentes pontos de vista, eliminarão os pontos cegos e tomarão as decisões corretas para a rápida recuperação dos negócios.

O ser humano é plural, e não singular. E assim somos todos: colaboradores, clientes e parceiros. Por isso não cometa o erro de pensar em um futuro melhor, sem estar em sintonia com os principais interessados: as pessoas. E é por isso que cada vez mais temos que abrir espaços e abraçar as diferenças. E se alguém ainda tiver dúvida e insistir nesta recorrente pergunta, de por que temos tanto que falar em Diversidade e Inclusão, é só responder: porque isso é a vida real, simples assim.




Ronaldo Ferreira Júnior - conselheiro da Ampro (Associação das Agências de Live Marketing) e sócio-fundador da um.a #diversidadeCriativa, empresa especializada em eventos, campanhas de incentivo e trade - uma@nbpress.com.


Qual a diferença entre limpeza, higienização, sanitização, desinfecção e esterilização?


A Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional esclarece dúvidas sobre estes procedimentos


Com a pandemia do novo coronavírus, surgem diversas dúvidas a respeito de como efetuar a higienização adequada dos ambientes e quais os procedimentos mais indicados, justamente pela limpeza ser uma das principais maneiras de conter a proliferação do vírus. Neste contexto, o químico Miguel Sinkunas, Conselheiro da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp) e Thiago Lopes, membro do Conselho Técnico da Abralimp, trazem orientações a respeito e explicam as diferenças entre os conceitos de limpeza, higienização, desinfecção, sanitização e esterilização.

De acordo com eles, limpeza é a remoção da sujeira de superfícies. Se utilizar um produto químico no processo convencional de limpeza, com esfregação e enxágue, há uma redução de até 60% de microbiologia. Somente a limpeza não é o suficiente para eliminar vírus e bactérias.

O processo de desinfecção de um ambiente consiste no uso e na aplicação de um desinfetante de uso geral, produto que busca eliminar das superfícies 99,999% dos germes, bactérias e vírus, assim como o Sars-CoV-2, causa do Covid-19, reduzindo-os a níveis não patogênicos, com um tempo médio de contato de 10 minutos.


Já a higienização, explica Sinkunas, corresponde ao processo que envolve a limpeza seguida da desinfecção. “Quando se fala em realizar uma higienização, você pode entender que a pessoa está fazendo uma limpeza, retirando as sujidades do ambiente, e que na sequência irá aplicar desinfetante, realizando uma desinfecção”, explica. 


A sanitização, por sua vez, é mais apropriada à indústria alimentícia e prevê o uso de sanitizantes específicos, que eliminam níveis de componentes microbiológicos. Esse processo não se aplicaria ao dia a dia, pois obedece a regras diferentes da desinfecção.


Esterilizar um ambiente significa efetuar a eliminação total de germes, inclusive seus esporos, por meio de processos físicos ou químicos bastante agressivos e restritos. É um processo utilizado em situações em que é necessária a máxima segurança, como em salas cirúrgicas de hospitais ou em locais de biossegurança, com a eliminação total dos microrganismos.

Para ambientes residenciais e empresas em geral, os especialistas recomendam o processo de higienização, ou seja, uma limpeza seguida de desinfecção.

4 dicas para controlar o estoque do seu comércio durante a pandemia


O serviço de entregas - delivery - têm garantido o funcionamento de bares, pizzarias e restaurantes durante a pandemia. A Rappi, empresa colombiana de entregas, já calcula um crescimento de cerca de 30% no número de pedidos na América Latina. Por isso, manter os insumos dos estabelecimentos em dia pode evitar prejuízos, diminuir despesas e aumentar os lucros durante a crise. 

De acordo com Leonardo Almeida, CEO da Menu - aplicativo que abastece restaurantes conectando os principais distribuidores e indústrias do mercado foodservice com os estabelecimentos -, o controle de estoque está ligada a gestão financeira do estabelecimento. “Embora pareça ser uma tarefa básica, é muito importante, pequenos e médios comércios que não realizam um controle eficaz podem gerar impactos nas vendas e na produtividade do negócio. Devido ao isolamento social, essa organização se tornou ainda mais fundamental, evitando desperdícios e perda de dinheiro”, explica.

O especialista listou 4 dicas importantes para ajudar comerciantes com a gestão do estoque de alimentos: 


1. Divida os insumos do estoque em grupos

Um restaurante lida com vários tipos de insumos. Os laticínios, por exemplo, são perecíveis e podem ser perdidos facilmente por fatores como a mudança da temperatura na qual estão refrigerados. Outros, como arroz, farinha e óleo, não exigem refrigeração e têm uma durabilidade maior. Por isso, é essencial dividir os insumos em grupos, conforme as características que você preferir. No caso de uma pizzaria, é possível separar queijo, ingredientes da massa e recheios. “Outras classificações possíveis são itens perecíveis e não perecíveis, assim como a durabilidade (curta, média ou longa), os insumos similares devem ficar fisicamente próximos uns dos outros. Isso facilita a armazenagem e organização do espaço,” comenta. 

2. Use um local adequado para o armazenamento dos insumos 
O local onde os alimentos são armazenados tem influência direta sobre a sua qualidade e durabilidade. Locais com alta incidência solar e infiltrações, por exemplo, aceleram o apodrecimento e o surgimento de mofo em frutas e legumes. Vale a pena investir em um espaço adequado para não ter perdas de insumos ou problemas com a vigilância sanitária. Ele não deve ter problemas estruturais, como rachaduras, alta incidência de raios solares nem muito úmido. Todos esses fatores diminuem consideravelmente a sua vida útil.

3. Reabasteça de forma inteligente

O principal benefícios do reabastecimento é uma gestão melhor dos custos e evita também compras erradas ou desnecessárias. Produtos sazonais, ou seja, que vendem mais em um determinado período, devem ser adquiridos de forma inteligente e comprados com base na demanda existente. Por outro lado, é ruim ter falta de produtos e, com isso, perder vendas. Logo, dar prioridade à compra dos produtos mais populares é uma boa forma de evitar que isso aconteça. 


4. Use a tecnologia a seu favor

Utilize a tecnologia para automatizar algumas das tarefas mais repetitivas e burocráticas do controle de estoque. Para aumentar a velocidade dos processos nesse setor e ter mais precisão neles, empregue um sistema informatizado que consiga assumir parte das responsabilidades dos colaboradores. Na Menu, por exemplo, é possível comprar insumos direto com fornecedores e distribuidores, comparar preços e receber as entrega chegas em até 48 horas. A  plataforma da startup possui uma tecnologia integrada à logística que ajuda no processamento de pedidos, até a gestão de estoque e transporte.

"Novo normal" para os profissionais liberais: consequências e oportunidades geradas pela pandemia


A pandemia de coronavírus tirou o mundo do ciclo contínuo e, aparentemente, infinito de nossas vidas e nos trouxe para dentro de nossas casas, impossibilitados de continuarmos na “roda da vida” como no período anterior à crise. E essa alteração de comportamento e de consumo trouxe inúmeras novidades para muitos mercados e muitos segmentos, prometendo uma retração mundial de 3% do PIB, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em outras palavras, neste ano teremos menos dinheiro em circulação (consumo) do que no ano anterior.

O “novo normal” se refere exatamente ao novo modo de consumir e de trabalhar nos mais diversos mercados e segmentos. Sem sombras de dúvidas, algumas mudanças e adaptações são passageiras. Outras, significam um marco e uma nova forma definitiva de pensar, consumir e operar. Segundo uma pesquisa realizada pela Bain&Company, há 4 grandes grupos de segmentos impactados pela crise: aqueles que tiveram aumento de demanda na crise e que continuará com consumo promissor; aqueles em que a demanda aumentou mas deve se estabilizar no longo prazo; aqueles que tiveram queda de demanda na crise mas que prometem ter um pico subsequente; e aqueles que tiveram queda de demanda e que, aparentemente, vão ter uma recuperação mais lenta.

Os diversos profissionais liberais, aqueles com especificidade técnica elaborada e que podem exercer seu trabalho de forma livre, e que possuem o poder de suas decisões estratégicas, estão envolvidos em pelo menos 3 destes 4 grandes grupos de segmentos. No grupo de segmentos que tiveram aumento de demanda na pandemia e que prometem continuar em alta a longo prazo estão os profissionais de saúde (como nutricionistas, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, educadores físicos), professores e teleprofissionais liberais. 

Os profissionais de saúde estão sendo requisitados, muito impulsionados pela crise de saúde mental e física decorrente da crise, além dos atendimentos médicos que já ocorriam anteriormente. O mundo percebeu a real importância de algumas necessidades negligenciadas anteriormente, que se referem a nossa saúde mental e espiritual.

Os professores estão sendo recompensados pelas suas iniciativas no ambiente online, e o mesmo vale para todos aqueles profissionais liberais que conseguirem entregar seu valor para o cliente/paciente de forma virtual, os chamados “teleprofissionais liberais”.

Sejam médicos, advogados, psicólogos, coaches, professores ou educadores, o profissional que fizer uma rápida transformação digital em seu modelo de negócios sairá na frente e beberá água limpa. Isto porque conseguirá aproveitar algumas boas oportunidades na crise e mais: após a crise, provavelmente os clientes e pacientes terão uma nova forma de consumir que preze pela qualidade de vida, conforto e redução de deslocamentos desnecessários.

Uma boa dica para este tipo de profissional liberal é entender muito bem sua relação de valor entregue, preço e custos, além de fazer esta transformação digital o mais breve possível, conforme já foi citado. Pensando nos mercados que estão com baixa demanda durante a crise mas que prometem ter um grande pico de consumidores no período, logo após a pandemia passar, podemos citar os profissionais de setores de beleza. Devido às restrições e ao distanciamento social, muitos desses profissionais sofreram um grande impacto.

Entretanto, muitos consumidores voltarão aos salões e aos estúdios no período subsequente. A dica para este tipo de profissional é praticar a empatia, usando as redes sociais e a tecnologia para se manter em contato com os clientes, nutrindo um relacionamento forte e criando cada vez mais autoridade em seu mercado. Além disso, de nada adianta aumentar a autoridade se não houver capacidade de atendimento no período pós-pandemia. Então, fazer um planejamento estratégico adequado, balanceando muito bem os investimentos em marketing e em capacidade operacional é primordial. Um “novo normal” de consumo pode surgir quando falamos dos clientes deste tipo de mercado, principalmente ligado à frequência do consumo de alguns tipos de serviço, como corte de cabelo e unhas, por exemplo.

Quando falamos dos mercados mais impactados pela crise, ou seja, que tiveram grande diminuição na demanda e que parecem demorar mais na recuperação, devemos citar os profissionais liberais que trabalham com eventos e nos setores imobiliários. Isto porque nem mesmo o especialista com mais informações no mundo conseguiria, com alguma exatidão, passar as projeções destes mercados. São segmentos que podem passar por transformações imensas, tanto na forma como o cliente consome, até no valor percebido. Estes profissionais podem enfrentar períodos com grandes necessidades de reinvenção, com um “novo normal” bem diferente.

A pandemia trouxe um “novo normal” para um “novo mundo”. E há oportunidades e desafios em todas as atividades e profissões. O profissional liberal tem, a seu favor, a possibilidade de decidir, em muitas ocasiões, para qual caminho seguir. E, sem sombra de dúvidas, com empatia e coragem, os tempos podem ser de boas oportunidades.





Victor Corazza Modena - professor de Pós-Graduação na IBE Conveniada FGV, nas seguintes disciplinas de Empreendedorismo, Gestão Financeira & Contabilidade Geral, Negociação & Conflito. É fundador da empresa No Final das Contas.


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