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terça-feira, 11 de outubro de 2016

Dia Mundial da Visão: prevenção desde a primeira infância à terceira idade




  • 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados
  • Para cada faixa etária, cuidados específicos devem ser tomados

Celebrado neste ano em 13 de outubro, o Dia Mundial da Visão tem como objetivo conscientizar o público sobre a prevenção e o tratamento dos diversos problemas que podem acometer os olhos e a necessidade de acompanhamento médico especializado desde o nascimento. Isso porque 80% dos casos de deficiência visual poderiam ser evitados ou tratados se as pessoas fossem com frequência ao oftalmologista.

Nossos olhos são responsáveis por cerca de 80% das informações que chegam a nós, possibilitando que a luz emitida pelos objetos seja transformada em uma imagem nítida na retina, para ser traduzida ao cérebro. Dessa forma, o cuidado com a visão deve ser observado desde cedo.

Recém-nascidos e primeira infância

Logo após o nascimento, é necessária a limpeza do bebê como um todo, inclusive a região externa dos olhos. Obrigatória por lei, a aplicação do nitrato de prata, na forma de colírio, acontece para exterminar quaisquer patógenos advindos do canal do parto e que possam infectar os olhos.

Outra medida importante é a realização do teste do reflexo vermelho (teste do olhinho), no qual o médico observará através de um oftalmoscópio o reflexo da luz emitida pelo aparelho na retina. Quando se observa um reflexo forte e similar, nos dois olhos, temos um exame normal, mas se algum dos olhos não emitir o reflexo da luz, provavelmente apresenta alguma alteração como, por exemplo, catarata ou problemas retinianos.

“Uma avaliação de rotina com um oftalmologista é recomendada dentro dos primeiros meses de vida, de preferência entre 4 e 8 meses, e a partir de então, a cada ano. Entretanto, nos primeiros dias, é importante que os responsáveis observem se o bebê apresenta lacrimejamento intenso e constante, fotofobia (sensibilidade intensa mesmo com luminosidade normal), olhos com pouco brilho ou com a córnea “embaçada/acinzentada”, e falta de interesse pelo ambiente que o rodeia. Estes sintomas podem ser resultado de glaucoma congênito e devem ser observados pelo menos até os dois anos de idade”, comenta o Dr. Fabio Pimenta de Moraes, especialista em oftalmopediatria e estrabismo do H.Olhos – Hospital de Olhos Paulista.

Ainda na primeira infância, entre os seis meses até os 5 anos, período de maior desenvolvimento visual, o alerta é para o estrabismo. A doença é caracterizada pelo desequilíbrio na função dos músculos oculares e causa um desalinhamento dos eixos visuais. O tratamento envolve corrigir algum grau de refração, o uso de tampão e deve acontecer logo que for percebido, às vezes logo nos primeiros meses. Além disso, em alguns casos, métodos cirúrgicos podem ser empregados após o primeiro ano de vida.

“Se não for corrigido, o estrabismo afetará o desenvolvimento correto da visão, privando a criança da capacidade de visão binocular (3D) e pode impedir seu desenvolvimento completo, gerando a ambliopia (olho preguiçoso). É essencial ressaltar que aos 7 anos o sistema visual estará completamente formado e perderemos a chance de proporcionar uma melhor visão à criança estrábica”, diz o Dr. Fabio.

Em fase de crescimento

Entre os 8 e os 14 anos, os erros de refração, como a miopia (dificuldade para enxergar objetos distantes) e a hipermetropia (embaçamento da visão) são os problemas oculares que normalmente acometem as crianças e pré-adolescentes. Os erros de refração devem ser corrigidos sempre que limitarem a capacidade visual dos indivíduos, pois podem levar a um desenvolvimento incompleto da visão, causar dificuldade para o aprendizado, trazer insegurança e propensão de se machucarem em quedas ou acidentes.

“É essencial uma consulta ao oftalmologista ainda na fase pré-escolar. Se constatado o erro de refração, as consultas devem realizadas a cada seis meses, pois pode haver uma tendência do grau da miopia e/ou da hipermetropia evoluir ao longo dos anos. A estabilização geralmente acontece por volta dos 21 anos, com o fim da etapa de crescimento”, destaca o médico.

À medida que a idade chega

A partir dos 40 anos, a pessoa pode desenvolver glaucoma, que, quando não tratado, pode levar à cegueira irreversível. A doença é caracterizada pelo aumento da pressão ocular, o que provoca lesão nas fibras do nervo óptico, levando ao comprometimento visual. Visitas anuais ao oftalmologista para controle da pressão ocular e da condição do nervo são essenciais para detectar precocemente qualquer alteração e iniciar o tratamento o quanto antes.

A partir dos 50 anos, os cuidados com os olhos devem ser redobrados. Nessa idade, as pessoas ficam sujeitas a doenças como a catarata – opacificação do cristalino (lente natural do olho), que resulta em uma diminuição progressiva da visão. Apesar de levar à cegueira, é uma situação reversível que pode ser corrigida por meio de cirurgia.

Outras doenças que podem ocorrer nessa fase da vida são a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) e a Retinopatia Diabética (RD). A DMRI afeta a região principal da retina chamada mácula e é progressiva, podendo levar à perda da visão central. Entretanto, é importante ressaltar que o tratamento não visa a recuperação da visão, mas sim evitar a progressão da doença. Já a RD, trata-se da manifestação do diabetes nos vasos sanguíneos da retina e é uma das grandes causas de cegueira no mundo. Exames de retina como fundoscopia, retinoscopia indireta e retinografia, devem ser feitos regularmente por pacientes diabéticos para detectar precocemente a doença, e o tratamento inclui o controle da Diabetes e pode necessitar de fotocoagulação a laser, para controlar o sangramento dos vasos da retina, de vendo começar de imediato para evitar a progressão.

“A visita anual ao oftalmologista é fundamental, sejam crianças, adultos ou idosos. Esperamos que o Dia Mundial da Visão ajude a conscientizar cada vez mais as pessoas sobre a importância e os cuidados que devem ser adotados com os olhos. Grande parte das doenças oculares pode ser prevenida, controlada, curada e até mesmo evitada”, finaliza o Dr. Fabio.


Hospital de Olhos Paulista


Mitos e verdades da trombose



 Caracterizada pela formação ou desenvolvimento de um coágulo sanguíneo, doença pode ser evitada a partir de hábitos saudáveis simples e acompanhamento médico


A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), por meio do Comitê de Trombose e Hemostasia, tira as principais dúvidas sobre o coágulo sanguíneo responsável por causar obstrução e inflamação na parede do vaso, conhecida pelos médicos como trombose venosa profunda.

1.É possível prevenir a trombose? VERDADE. Além do acompanhamento médico, qualquer pessoa pode tomar medidas de prevenção. Muitas delas podem ser incorporadas no cotidiano. Algumas das dicas são: exercitar-se ou fazer pequenas caminhadas regularmente; controlar o peso; evitar o cigarro; movimentar as pernas durante longos períodos sentada; usar meias elásticas no caso de insuficiência venosa, sempre com orientação médica.

2. Apenas mulheres têm a trombose. MITO. A incidência de trombose é igual nos dois sexos quando não estratificado por faixa etária. Quando é avaliada apenas a faixa entre 20 a 40 anos, a incidência é um pouco maior nas mulheres exatamente pela maior exposição a fatores de risco, como os anticoncepcionais e gestações. 

3. Anticoncepcional é uma das principais causas. MITO. Existe uma correlação do uso dos anticoncepcionais com o tromboembolismo venoso. O aumento do risco relativo de trombose associado a estes é de duas a sete vezes maior quando comparamos mulheres da mesma idade que usam verso aquelas que não fazem uso. O vilão da história é o estrógeno, que interfere no equilíbrio da coagulação favorecendo a formação de trombose.

4. Dor é um dos sintomas. VERDADE. Os membros inferiores são os locais mais comuns de trombose e os principais sintomas são o edema (inchaço), a vermelhidão, a dor e o calor local, além de dor nas pernas.

5. Exame de imagem é essencial para o diagnóstico. VERDADE. É imprescindível a realização de um método de imagem sempre quando há suspeita clínica para confirmar e localizar o coágulo.

6. Gestantes podem desenvolver trombose. VERDADE. O corpo da mulher passa por uma série de mudanças durante a gravidez. O organismo se prepara para a situação do parto, aumentando as substâncias pró coagulantes no sangue. O resultado é um risco seis vezes maior de trombose durante a gestação. No período de pós-parto, durante aproximadamente 40 dias, esse risco chega a ser 15 vezes maior.

7. Existem fatores de risco. VERDADE. Entre os fatores relacionados à trombose arterial e venosa estão antecedentes familiares de eventos trombóticos, tabagismo, aterosclerose, hipertensão arterial; e no caso da venosa, antecedentes familiares de eventos trombóticos, idade, cirurgias gerais, trauma, câncer, uso de contraceptivos orais, terapia de reposição hormonal, entre outros.





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