Pesquisar no Blog

terça-feira, 27 de abril de 2021

Caso do menino Henry: Um alerta para a identificação da violência

O caso do menino Henry Borel, de 4 anos, vítima de violência intrafamiliar retrata uma narrativa triste e violenta que ocorre todos os dias com muitas crianças no País.


Números divulgados na imprensa sobre agressão contra crianças destacou os altos números sobre a violência, mostrando uma realidade extremamente preocupante. Nos últimos 10 anos, 2.083 crianças de até 4 anos morreram vítimas de agressão.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), com apoio da equipe da 360° CI, considerando crianças e adolescentes entre o nascimento e 19 anos, esse número chega a pelo menos 103.149. O levantamento feito em 2019 mostra que, todos os dias, foram notificados, em média, 233 agressões de diferentes tipos (física, psicológica e tortura) contra crianças e adolescentes.

Os dados extraídos pela Sociedade Brasileira de Pediatria do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), mantido pelo Ministério da Saúde (MS) constataram que, em grande parte dessas situações, a violência ocorre no ambiente doméstico ou têm como autores pessoas do círculo familiar e de convivência das vítimas.

Na publicação feita na quarta-feira (14), no site da SBP, a presidente, Luciana Rodrigues Silva, destacou a exposição das crianças a uma maior incidência de violência doméstica e, consequentemente, aumento do número de casos letais diante da necessidade de distanciamento social, incluindo o fechamento de escolas, para conter a pandemia do novo coronavírus.

Ao acompanhar a história de Henry, é possível entender que o menino deu alguns sinais de que algo estava errado, teve mudanças de comportamento e até chegou a comentar com a babá sobre as agressões. Neste sentindo, escola também tem um papel fundamental, muitas vezes são os professores e profissionais da educação que notam comportamentos, hematomas ou outros sinais de violência e levam a denúncia ao conselho tutelar.

No atual cenário, onde se tem discutido 'homeschooling' na Câmara do Deputados, o caso de Henry evidencia que a proteção e os cuidados com a criança e o adolescente não podem ficar restritos apenas aos pais. A participação do Estado é fundamental para garantir a proteção e os direitos, como assegura o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Constituição Brasileira, no artigo 227 .


Violência deve ser discutida na escola

Educar para prevenir é a principal discussão apontada pelo 'Eu Me Projeto' , um projeto criado para que as crianças com e sem deficiência aprendam que seus corpos pertencem a elas e devem ser respeitados. Através de uma cartilha, as ensinam a reconhecer e se proteger de abusos e agressões com linguagem simples e ilustrações de fácil compreensão.

O Projeto incentiva que esse assunto seja discutido na sala de aula, desde a pré-escola. Assim, não só as famílias, mas também os educadores podem conversar e ensinar às crianças sobre o que fazer em caso de violência. A cartilha ensina a criança a conhecer o seu corpo, entender que ele deve ser cuidado e protegido, e que ninguém pode tocá-lo de uma forma que ela não goste, que a machuque ou a deixe com vergonha.


Crianças com deficiência

O Eu Me Protejo evidencia uma realidade ainda mais complexa, a de crianças com deficiência que acabam sendo vítimas ainda mais fáceis de agressão e abuso, como explica a jornalista e mestre em Estudos da Deficiência, Patricia Almeida, coautora do projeto Eu Me Protejo.

"Infelizmente a criança com deficiência é a vítima ideal. São muitas vulnerabilidades juntas - ninguém se preocupa em educá-la para se proteger contra a violência de uma maneira que ela consiga entender. Se ela não fala, não consegue relatar a agressão e quando consegue, as pessoas não acreditam porque não é uma "testemunha confiável". Além do mais, como muitas vezes ela requer apoio de alguém para ir ao banheiro, por exemplo, é difícil perceber o que é cuidado e o que é abuso. Muitas vezes, ela nem sabe que está sendo abusada. É necessário ensinar que a violência está errada, muitas crianças são criadas nesse meio e acham que isso é normal, aí entra o papel fundamental da escola, explica Patricia.

A violência doméstica é a primeira maior causa de violência cometida contra crianças no Brasil, como explica a psicóloga Neusa Maria, fundadora do projeto Renascer contra a violência doméstica e coautora do Projeto Eu Me Protejo. E, se tratando de crianças com deficiência, ela se potencializa.

"Até mesmo pela invisibilidade social e marcadores que estigmatizam, elas estão sujeitas a todos os tipos de violência, física, sexual, psicológica, verbal, maus tratos como privação de higiene e de alimentação. Ser uma criança com deficiência intelectual já é um fator de risco para a violência doméstica e outras violências. Por isso, falar sobre violência e deficiência é muito importante, precisamos correlacionar, pensar de forma interseccional. Essa articulação precisa ser priorizada com urgência para que as crianças com deficiência, que sofrem cinco vezes mais violência, possam ter acesso aos seus direitos, esclarece Neusa.

A profissional reforça ainda que, o momento atual de pandemia é um fator de risco, e essas crianças ficam ainda mais vulneráveis. Junto com outros fatores, como as redes de apoio, creches, escolas e instituições fechadas, mais tempo dentro de casa, situações estressantes dos pais e cuidadores, conflitos familiares, questões psicológicas, dificuldade de lidar com as crianças e com outros afazeres, irritação, agressividade, ansiedade e falta de paciência inserem essa criança em um contexto de risco ainda maior, gerando uma explosão de violência, onde a condição da criança também é um limitador para que ela possa ter acesso à ajuda.

"Nós, a sociedade precisamos entender que essa é uma responsabilidade nossa, lutar por uma intervenção e integração dos serviços através de uma ação coletiva e efetiva, que seja articulada com todos os outros setores, assegurando a essas crianças proteção ao invés do contexto de agressão que elas estão inseridas. Por isso, precisamos que elas tenham acesso ao atendimento integral e os seus direitos fundamentais devem ser garantidos e instituídos, só assim, conseguiremos diminuir o ciclo de violência e não silenciar essas crianças", reforça Neusa.


Sinais que a criança apresenta

A psicóloga explica que os danos psicológicos são inúmeros e os principais sinais que a criança começa a dar são relacionados à mudança comportamental. Ela fica agressiva, nervosa, aumenta o tom de voz para falar, bate nos objetos, tende a ficar introspectiva, chora, não consegue dormir, tem medos frequentes, cai o rendimento na escola, perde ou aumenta o apetite e há casos em que a criança perde muito peso. A criança passa a ter um atraso no comportamento e começa a apresentar dificuldade para ações, atividades cotidianas e básicas.

Cabe a nós, adultos, a responsabilidade de falar com as crianças sobre o assunto e utilizar materiais didáticos, como a cartilha do Projeto Eu Me Protejo, levar e propor a discussão no ambiente escolar desde a pré-escola e, assim, ensinar a criança como se proteger e denunciar uma possível agressão ou abuso.

 


Thaissa Alvarenga - fundadora da ONG Nosso Olhar e comanda o blog Chico e suas Marias


A luta contra a violência doméstica tem que ser diária

Por dia, pelo menos cinco mulheres foram mortas ou vítimas de violência doméstica e familiar durante o ano de 2020. Este é o triste resultado revelado pelo levantamento da Rede de Observatórios de Segurança, que atua no monitoramento da violência nos estados de São Paulo, Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro. Lamentavelmente, a pandemia da Covid-19 fez piorar as agressões por conta da maior convivência entre agressores e vítimas por 24 horas no mesmo ambiente. 

E exatamente para combater essa violência e a aceleração destes números cruéis, resolvi atuar e desenvolver um projeto para ensinar os direitos fundamentais das mulheres, garantidos pela Constituição Federal, contra as agressões, sobre igualdade de gêneros e o respeito as mulheres. 

Tudo começou em 2009, através de palestras que faziam parte de um projeto voltado para crianças e adolescentes, apresentado junto às escolas municipais de São Vicente, onde os alunos do Ensino Fundamental I ouviam sobre a Constituição Federal, seus direitos fundamentais - momento que abria espaço para falar sobre igualdade de gêneros e o quanto é importante respeitar as mulheres. Em 2018 comecei a participar com maior ênfase na causa de combate à violência contra mulheres, foram várias palestras, não só para mulheres, mas também para homens, pois minha ideia sempre foi atingir a sociedade em geral, afinal a violência contra a mulher não existe por causa da vítima, mas por causa do agressor. 

E depois desse período de troca de informações e experiências, resolvi desenvolver uma cartilha - https://linktr.ee/AdvogadacomProposito -  que explica de forma didática as várias questões que envolvem a violência contra a mulher, como o ciclo da violência, os tipos de violência e também os canais para buscar ajuda. 

O objetivo de quem trabalha na linha de frente no combate à violência contra a mulher é proteger e salvar vidas, além de disseminar informações para diminuir todos os riscos das vítimas de violência doméstica e familiar. Pois a agressão contra uma mulher, normalmente, reflete nos filhos e demais familiares. 

Importante destacar que, em geral, a mulher, antes de ser vítima do crime de feminicídio, sofreu violência psicológica, lesão corporal ou ameaça. Muitas procuram ajuda da polícia, faz boletim de ocorrência, mas retornam pra casa, pois não tem outro destino. Entretanto, outras milhares não sabem quais são os seus direitos e os canais que podem ser utilizados em situações graves.

Não tenho dúvidas que uma mulher mais consciente de seus direitos e que tenha o respaldo das autoridades e da informação, pode salvar sua vida. 

Toda mulher deve entender que nada, nem ninguém, independente do cenário e da condição que se encontre, tem o direito de roubar o direito ao respeito e dignidade de uma mulher. Toda mulher deve criar coragem de se reconhecer num relacionamento abusivo e denunciar seu agressor. Temos que agir sempre para barrar a violência doméstica e contra a mulher.

 


Mayra Vieira Dias - advogada, sócia do escritório Calazans e Vieira Dias, ativista no combate à violência contra a mulher e líder dos projetos @advogadacomproposito e @justiceirasoficial


Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho: qual a importância?

Como surgiu o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho?


A definição dessa data foi em decorrência de uma explosão em uma mina de carvão localizada na Virginia, nos Estados Unidos, em 1969. Nesse acidente, 78 trabalhadores mineiros morreram e um número expressivo ficou ferido. Mas foi somente em 2003 que a OIT estipulou a data como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho.

A escolha foi em memória às vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Como esse caso da explosão da mina ganhou bastante notoriedade na mídia, a definição dessa data representa a oportunidade de reflexão sobre a relevância da adoção de práticas em defesa da saúde dos trabalhadores.

No Brasil, foi realizado um importante evento para chamar a atenção da sociedade para um futuro de trabalho seguro e saudável. Assim, em 2019, por meio da
Lei nº 11.121/2005, a data ficou conhecida como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.


Qual a importância da data?

O Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho é visto como uma oportunidade de divulgar campanhas e difundir informações sobre o tema. É preciso destacar que o trabalhador tem direito a um ambiente de trabalho seguro e saudável. Isso deve ser respeitado em todos os cargos e segmentos, visto que é uma conquista assegurada por lei.

Nesse dia, são celebrados eventos centrados em diferentes propostas favoráveis à conscientização dos trabalhadores e empregadores. O foco dessas campanhas é a atenção aos riscos de acidentes no trabalho, sobretudo, em locais insalubres e que afetam a integridade do trabalhador.

Portanto, o que antes era considerado um dia de luto pela morte dos mineiros estadunidenses, desde 2003, foi transformado em um dia de luta em defesa da vida e dos direitos das classes trabalhadoras. Assim sendo, a data objetiva estimular o cumprimento da legislação, a fim de tornar o ambiente laboral cada vez mais seguro e saudável.


O que caracteriza o adoecimento ocupacional? 

Diferentemente do acidente de trabalho — que é relacionado aos aspectos físicos — o adoecimento ocupacional pode ser entendido como qualquer alteração biológica ou das funções orgânicas que comprometem o estado de saúde mental, emocional ou físico resultante do exercício do trabalho. Há várias formas de adoecimento ocupacional e que podem se desenvolver por diferentes influências.

Esse quadro ocorre como consequência da exposição a riscos ambientais, químicos, físicos e biológicos. Mais do que nunca, a liderança deve priorizar medidas preventivas, sobretudo, que estejam alinhadas ao enfrentamento da pandemia de Covid-19. Um artigo publicado no site Scielo destacou a necessidade de ações mais eficazes para lidar melhor com os impactos sanitários nas empresas.



Como prevenir acidentes de trabalho?

Todas as lideranças empresariais devem ter em mente a importância de implantar ações práticas para amenizar situações da rotina laboral que põem em risco a integridade de seus colaboradores. Nessa perspectiva, selecionamos algumas estratégias que poderão ser úteis ao alcance desses objetivos. Veja quais são!

 

Invista em equipamentos de qualidade  


Um dos passos mais relevantes para evitar acidentes de trabalho é investir em equipamentos de proteção adequados à necessidade da função. A atenção ao uso dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI) é um requisito básico para manter a empresa em conformidade com a legislação e preservar a saúde de seus aliados.
  
 

Faça manutenção em máquinas e equipamentos     

 
É certo que a tecnologia promove facilidades que ajudam a flexibilizar diferentes soluções para os espaços corporativos. No entanto, o cuidado com o controle funcional das máquinas sempre estará a cargo dos profissionais responsáveis pela manutenção dos equipamentos.

Evite apressar o trabalho
Manter a organização, fazer um bom planejamento e seguir um cronograma são passos cruciais para trabalhar com tranquilidade, além de ajudar a cumprir prazos e metas. Isso evita a necessidade de trabalhar sob pressão e elevar o risco de provocar acidentes que poderiam ser evitados.

 

Qual a relação da data com a saúde mental?

Há uma intrínseca relação entre
saúde mental e condições de trabalho. Recentemente, o Ministério da Saúde (MS) divulgou informações e estatísticas que alertam para a necessidade de buscar soluções mais eficazes nesse sentido. Segundo o Órgão, os distúrbios mentais — e do comportamento — ocupam o terceiro lugar no ranking das causas de incapacidade para o trabalho.

Além disso, tais problemas representam 9% dos custos com auxílio-doença e afastamento permanente, que é a aposentadoria por invalidez. Os números comprovam que a
depressão é a principal causa de concessão de auxílio-doença não associado a acidentes de trabalho. Os índices ultrapassam 30% do total de desligamentos.

Antes, quando se falava em acidente laboral, as referências eram os quadros típicos relacionados às tarefas comuns exigidas no trabalho. Hoje, o foco são as condições que afetam a saúde mental dos trabalhadores, o que torna o dia 28 de abril uma data oportuna para divulgar campanhas preventivas e a importância de intervenções como a
terapia em grupo.

Carga horária excessiva, pressão pelo cumprimento de metas e conflitos de hierarquia são as causas mais comuns de desordens mentais que geram absenteísmo e afastamento do trabalho. Em outras palavras, é como se os desajustes mentais e emocionais fossem acidentes que os olhos não podem ver, mas que são igualmente preocupantes.

Por fim, é possível concluir que a celebração do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho representa um emblema na luta pela atenção aos direitos de condições de trabalho mais saudáveis. Aproveitar a ocasião para discutir essa temática é essencial para promover conscientização e assegurar maior segurança aos profissionais em exercício.
      


Daniel Nascimento - técnico da Segurança do Trabalho do Hospital Santa Mônica

 
    

Evasão escolar, uma questão para além dos muros da escola


Alimentação, vestuário, material didático e transporte. Itens básicos como esses são a ponta do iceberg das razões que podem ser decisivas para evitar que uma criança abandone a escola. No Brasil, a evasão escolar acontece mais vezes do que seria aceitável. Um dia, os livros e cadernos se fecham e, com eles, fecham-se também as portas de vários futuros possíveis. Em 2020, enquanto a pandemia galopava e empilhava prejuízos para a saúde, a economia e a dignidade humana, quatro milhões de estudantes brasileiros abandonaram escolas e universidades, de acordo com pesquisa C6 Bank/Datafolha.

Embora esse problema tenha crescido significativamente, a evasão escolar é uma realidade com a qual a Educação brasileira lida há muito tempo. Diante das profundas desigualdades que compõem nossa sociedade, é preciso olhar para essa questão de um ponto de vista mais amplo. Ainda que as políticas públicas educacionais tenham avançado rumo a uma maior equidade no acesso à escola, as políticas de permanência seguem frágeis. A escola não nega e nunca se eximiu dessa realidade, mas é preciso considerar o papel de toda a sociedade no enfrentamento das inúmeras mazelas envolvidas nesse cenário, na pandemia ou fora dela.

O Brasil precisa encarar que, ainda hoje, na segunda década do século XXI, alunos abandonam a escola porque recai sobre eles a responsabilidade de contribuir ou até mesmo garantir a sobrevivência da família. Essa é a fria realidade e as perspectivas para o futuro próximo apontam para um horizonte de aumento da pobreza, conforme sinalizado por estudos.

Cada livro que se fecha e cada aluno que evade encerram um universo de vivências que só a escola pode proporcionar àquele estudante. E, antes de questionar o que a instituição tem feito para evitar que isso aconteça, devemos nos perguntar de que maneira as esferas da sociedade – sejam políticas, econômicas, sociais, de saúde, dentre outras -, têm contribuído para o desenho desse triste cenário. O abandono da Educação é sintoma de uma sociedade adoecida, sintoma de que as coisas não vão bem. Se um menino sai da escola para trabalhar, essa história fala sobre uma condição de miséria. Se ele sai porque sofre violências, essas não são fatos isolados, mas um reflexo do que acontece nos ambientes em que ele vive. O que acontece dentro da escola e desencadeia a evasão dessas crianças é sintoma do que está acontecendo nos demais espaços.

A escola precisa de apoio e estrutura para que possa garantir a permanência com qualidade desses alunos. O trabalho realizado dentro dela disputa com todas as preocupações com as necessidades básicas para a sobrevivência de alunos e familiares. Sem acesso a alimentação, segurança, moradia, e saneamento básico é simplista demais afirmar que um aluno não permanece na escola estritamente por questões acadêmicas. A permanência com qualidade permeia ainda todas as questões de ordem pedagógica dentro do ambiente escolar. Materiais didáticos de qualidade, formação continuada de professores, currículos escolares ajustados à demanda contemporânea e clima escolar são alguns dos pontos em que cabem ação e reflexão da comunidade escolar.

De quem é o prejuízo quando um aluno abandona a escola? Em primeiro lugar, certamente dele mesmo, visto que perde acesso a um de seus direitos mais fundamentais. Mas a própria sociedade também é afetada porque cada livro que se fecha é uma possibilidade a menos de reflexão sobre as questões de ordem social, filosófica e cultural do país. Quando uma nação não consegue dar acesso ao mínimo que suas crianças poderiam ter, há uma fragilidade na construção de um projeto de país. Não se trata apenas do saber acadêmico, mas da troca entre pares, da convivência com pessoas que compartilham o mesmo espaço- ainda que com vivências diversas - e que também promovem a aprendizagem, no dia a dia, de saberes e competências essenciais.

A escola é espaço de formação acadêmica, mas, sobretudo, humana. Olhar para a evasão não é olhar para um problema da escola, mas para uma questão que transborda e permeia toda a sociedade. A todos nós, ficam as questões: Como é possível promover mudança? Como minhas escolhas individuais e coletivas são parceiras da Educação? Se o problema da evasão escolar transborda os muros das escolas e recai sobre todos nós, qual é o meu papel diante desse cenário?




Angela Biscouto - consultora pedagógica do Sistema de Ensino Aprende Brasil.

 

Saldo de um ano de pandemia: reclamações contra instituições financeiras disparam

Ocorrências envolvendo o crédito consignado ficaram em primeiro lugar, com aumento de 179% nos registros em relação a 2019 


O saldo do primeiro ano de pandemia de Covid-19 não foi bom para o consumidor brasileiro, especialmente os clientes de bancos. Um levantamento inédito feito pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) em dois canais que atendem consumidores – Consumidor.gov.br e Banco Central – mostra uma explosão de reclamações sobre os serviços financeiros. As ocorrências envolvendo o crédito consignado ficaram em primeiro lugar, com um aumento de 179% nos registros em relação a 2019. 

Na plataforma do Consumidor.gov.br o aumento foi de 441% sobre a ocorrência classificada como “Cobrança por serviço/produto não contratado/não reconhecido/não solicitado”. No ranking do Banco Central houve aumento de 56% nos registros de reclamações sobre as operações classificadas como “Oferta ou prestação de informação sobre crédito consignado de forma inadequada”.  

"Os abusos praticados durante a pandemia demonstram o desrespeito ao consumidor, principalmente no contexto da crise sanitária e econômica sem precedentes que nos assola. A população sofre com a crise,  com a diminuição de  renda e com o isolamento social. Nesse momento, torna-se mais necessária a atuação de instituições financeiras responsáveis", critica a economista e coordenadora do programa de Serviços Financeiros do Idec, Ione Amorim.  

 O comparativo das reclamações registradas na plataforma Consumidor.gov.brsomente sobre os serviços financeiros classificados como “Bancos, Financeiras e Administradoras de Cartão” apresentou um crescimento de 69%: foram 320.887, em 2020, ante 189.849 registros, em 2019. Somente as cinco reclamações mais frequentes dessas instituições (124.457) respondem por 51% do total em 2020.

Um terço do total dos registros correspondem a operações com crédito consignado (88.246 registros).  

Plataforma consumidor.gov.br - Ranking de reclamações dos bancos  

Fonte: Consumidor.gov.br / Elaboração: Idec


O ranking de reclamações do Banco Central, que concentra apenas queixas sobre instituições financeiras, apresentou um aumento de 72% com 84.825 registros, em 2020, ante 49.275, em 2019. Entre mais de 100 tipos de reclamações procedentes,  as cinco  ocorrências com mais registros responderam por 51% dos registros do ano, um total de 43.483. 

As reclamações registradas no Banco Central evidenciam os principais desafios enfrentados por consumidores no ano passado. Além das ocorrências envolvendo o crédito consignado – 17% dos registros, houve reclamações de “irregularidades, sigilo e segurança envolvendo cartões de crédito”, com  11%; e  “irregularidades, sigilo e segurança envolvendo operações de crédito”, com 10% dos registros. Neste último ponto, aliás, houve um aumento expressivo de registros em relação a 2019 (+132%), o que pode ser explicado pela falta de clareza nas medidas de renegociação de crédito anunciadas pelos bancos. 

Banco Central - Ranking de reclamações procedentes dos bancos

(*) Irregularidades relativas à integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços relacionados…

Fonte: Banco Central – Ranking de Reclamações / Elaboração: idec 


O levantamento realizado nas plataformas Consumidor.gov.br e do Banco Central, confirmou uma tendência também registrada internamente no Idec. Mesmo com o aumento do valor dos planos de saúde e com a saúde como preocupação central durante o ano de 2020, pela primeira vez as reclamações de serviços financeiros superaram as de saúde (20,9%) e atingiram 22,6% das queixas. Em 2019, a saúde tinha 23,8% das reclamações de associados do Instituto e serviços financeiros ocupavam a segunda colocação com 18,5%. 

No Idec, a principal queixa contra bancos foi “dificuldade para renegociar ou parcelar dívidas” (14,4%). Em seguida vieram “falta de informação” e “cálculo de juros ou saldo devedor de cartões de crédito'', com 8,6% cada. A ausência de informações também aparece como preocupação dos estudos do Guia dos Bancos Responsáveis (GBR), uma iniciativa internacional, liderada pelo Idec no Brasil. 

Os bancos, por exemplo, deixam de informar sobre a existência de contas bancárias sem tarifas e permanecem reajustando suas taxas de serviços para valores acima da inflação em sucessivos 10 anos, conforme analisa pesquisas do Idec.

Na última avaliação do GBR, divulgada em fevereiro deste ano, ficou evidenciado que, apesar de terem as políticas escritas sobre direitos do consumidor, percebe-se que na prática pouco se faz para garantir que elas saiam do papel. Associada a essa condição, a ausência de fiscalização contribui para a continuidade dos abusos praticados. Por exemplo, a pesquisa explicita que apesar de sete dos noves bancos avaliados objetivarem menos reclamações nas ouvidorias, apenas um deles de fato possui uma meta mensurável para alcançar isso. 


Falta de comprometimento dos bancos

Os impactos da pandemia com isolamento social, perda e redução de renda e dificuldade de diálogo com os bancos estão refletidos nos dados. As medidas de socorro financeiro anunciadas no final de março de 2020 não foram suficientes e não definiram as regras. Cada instituição adotou critérios próprios dificultando a vida dos consumidores de ter acesso ao próprio banco com a redução das agências e atendimento via call center, restringindo o acesso apenas aos canais digitais.    

Assim, os registros apresentaram um crescimento de práticas abusivas recorrentes e representam um total desrespeito aos consumidores num momento de muita vulnerabilidade. Nas três bases de dados observou-se que as reclamações se concentraram em operações de crédito e cobranças indevidas de serviços e tarifas. As questões envolvendo crédito estão diretamente associadas à situação de vulnerabilidade da pandemia, pois muitas instituições financeiras assediaram os consumidores com produtos e serviços, sobretudo com concessão de crédito. 

"O aumento no volume de reclamações é consequência da ausência de uma política pública estruturada para combater os abusos dos bancos e maior fiscalização, principalmente na oferta de crédito. Muitas renegociações foram abusivas e houve oportunismo de achar que todos os idosos aposentados e pensionistas estavam em busca de mais crédito, com ampliação da margem de 5% do crédito consignado. E assim, houve a realização de muitas operações não solicitadas. É importante que os consumidores estejam atentos às negociações firmadas através de contratos", conclui Amorim.  


Saiba os principais erros e as dificuldades na hora de recrutar profissionais para a área financeira

Claudio Lasso, que atua no mercado de consultoria e auditoria contábil há 15 anos, diz que essa falha na contratação pode prejudicar os resultados da organização

 

Nem sempre as empresas contratam o funcionário certo para a vaga em um processo seletivo. E uma contratação errada pode gerar consequências desastrosas. Na área financeira não é diferente.  

O principal erro que uma empresa pode cometer na hora de procurar profissionais para a área financeira (do estagiário ao diretor) é não analisar profundamente o perfil desejado. 

"Essa falha pode resultar na atração de candidatos não qualificados e, em longo prazo, naturalmente vai prejudicar os resultados da organização", explica Claudio Lasso, contador e CEO da Sapri Consultoria.  

O empresário, que atua no mercado de consultoria e auditoria contábil há 15 anos, diz que ao mesmo tempo que profissionais de RH enfrentam desafios no processo de recrutamento e seleção, destaca-se a dificuldade em encontrar profissionais que se enquadrem no perfil desejado. 

O profissional fez uma pesquisa que apontou que uma parcela significativa dos entrevistados tem muita dificuldade em atrair pessoas com as habilidades técnicas necessárias e que estejam alinhadas com os valores da empresa. Ele elenca as principais dificuldades apontadas: 

-Encontrar pessoas que, além de ter capacidade de se relacionar, sejam também assertivas para fechar uma venda 

-Encontrar candidatos com aderência ao perfil da vaga 

-Encontrar profissionais com conhecimento da área em questão e da região de atuação 

-Encontrar profissionais com estabilidade, escolaridade (superior cursando) e com experiência no segmento da empresa

 -Encontrar um candidato com o perfil alinhado ao negócio e aos valores da organização 

Claudio faz uma série de perguntas que servem como uma reflexão. Através dessa análise é possível evitar erros e superar dificuldades.  

Quanto você dedica de tempo para analisar o perfil ideal do profissional de vendas que sua empresa realmente precisa? 

Será que a falta dessa análise não é o que está causando essa dificuldade em atrair e encontrar profissionais alinhados ao perfil da vaga e aos valores da organização? 

Será que a alta frequência de candidatos com perfil inadequado pode estar relacionada à falta de entendimento e de alinhamento das informações da vaga na hora de divulgar o perfil desejado? 

"Se após refletir sobre esses pontos, você ainda sentir a necessidade de aprofundar seu conhecimento nas áreas de contratação e treinamento, sinta-se à vontade para entrar em contato com a nossa equipe. Teremos enorme prazer em recebê-los para um café", completa.


O cliente (continua) a ter sempre razão e é melhor as empresas ficarem atentas

Divulgação
O relatório CX Trends 2021, que analisa a quantas anda a experiência do consumidor, aponta que 74% das pessoas deixariam de comprar de uma marca por conta de uma única experiência ruim que venham a ter com a mesma. Outros números levantados pelo estudo apontam que, em 2020, 84% dos consumidores experimentaram novos canais de comunicação com as marcas. O atendimento via WhatsApp aumentou 118%, via chat 133% enquanto as redes sociais experimentaram um crescimento de 151%. O que não significa que o bom e velho telefone tenha sido aposentado. 

De acordo com o CEO da PhoneTrack, Marcio Pacheco, mais de 40% das buscas mobile no Google são por negócios locais e 70% dessas buscas terminam em uma ligação a partir do momento que o consumidor decide efetivar uma compra. "O número de ligações após pesquisa no Google aumentou 139% nos últimos anos. E apesar desse aumento, as empresas ainda não se conscientizaram de que não podem descuidar desse canal. Investe-se muito na transformação digital, mas é preciso também manter uma boa cobertura para o atendimento telefônico", afirma Pacheco.

Levantamentos realizados pela PhoneTrack mostram que pelo menos 20% dessas ligações são ignoradas e, em alguns segmentos, o número de consumidores que ficam sem atendimento pode chegar a 60%. Quando 88% dos consumidores afirmam que o CX (Customer Experience) virou prioridade, segundo o CX Trends, é melhor não deixar o cliente falando sozinho.

 

A tecnologia redefinindo diferentes tendências no mercado

Em linhas gerais, não é de hoje que a evolução da tecnologia está presente na medicina em diferentes frentes. Isso não só no tocante profissional, como também na análise que o paciente tem sobre alguns métodos e processos decorrentes desse avanço.  Por isso, pensando no global, batemos nessa questão do despertar da prática para uma melhoria da saúde, fazendo essa vistoria quando a relação da tecnologia sempre será de prover a evolução e contribuir para prognósticos mais positivos e cada vez menos invasivos.

Quando conduzimos nosso olhar para o mercado da estética, o polo de produção tecnológica no Brasil ainda é pequeno. Cerca de 90% dos aparelhos que estão presentes nas clínicas e hospitais são de fora, prevalecendo países como EUA, Israel, alguns da Ásia e Europa. 

Aqui no Brasil, se formos analisar os três últimos anos - curto espaço de tempo, percebemos grande entrada da tecnologia no universo da dermatologia. Entendemos que essa evolução vem de vários fatores, mas um deles está relacionado ao aumento da naturalidade para o nosso organismo. Os procedimentos injetáveis e alguns cirúrgicos, antes facilmente escolhidos como melhores alternativas de protocolo entre médicos e, até mesmo, como opções dos pacientes,  começaram a ser questionados. 

De fato, técnicas que ultrapassam uma linha espontânea, já não são tão bem quistas ou tão procuradas como antes. Isso porque, estamos conseguindo quebrar diferentes “tabus” da estética e também utilizamos mais opções capazes de realçar a naturalidade dos traços de cada pessoa. E, é neste quesito que o mercado tem total apoio da tecnologia. 

Não faz muito tempo, que foi identificado que a naturalidade é algo mais assertivo quando o indivíduo compactua com a presença de métodos e tecnologias não invasivas em seu organismo. Esse “querer se transformar” a qualquer custo, é algo que hoje, com o apoio de profissionais da área, que pontuam um protocolo de tratamento mais natural por meio da tecnologia e o despertar para a qualidade emocional, não se sustenta mais. 

O futuro mostra as consequências que às vezes podem ser drásticas. Então, o caminhar da beleza mais harmônica é o respeito do bem-estar de cada um. Isso se faz tendência.


Inclusão da tecnologia 

Outro ponto que vem sendo desconstruído e também é resultado da entrada da tecnologia no mercado estético aqui do Brasil é a chegada dessa oportunidade para mais classes sociais como a C e D. 

Antes, tratamentos estéticos, por terem um valor muito expressivo, não eram tão consumidos pelas classes mais baixas, mas esse novo conceito de somar a tecnologia muda todo o propósito e ajuda na expansão do acesso no mercado da estética.

Um público que também se destaca muito são as pessoas com mais de 50 anos. Temos cerca de 55 milhões de brasileiros nessa faixa, o que representa 25% da população, podendo chegar em alguns anos a 30%. É para esse público que a tecnologia na estética também evolui e se prepara. 

E, assim seguimos, entendendo que o mercado da beleza conectado com a tecnologia move nosso bem-estar e qualidade de vida. Os dois estão cada vez mais ligados com a missão de atender a autoestima de forma saudável.

 


Rafael Fleming Francisco - Diretor Comercial da MedSystems


Saúde mental é uma das grandes preocupações das empresas em 2021

Dado foi constatado em relatório do Great Place to Work. Movimento Abril Verde tem o objetivo de reduzir os agravos à saúde do trabalhador e mobilizar a sociedade para a prevenção das doenças ocupacionais


A saúde mental do trabalhador é uma das grandes preocupações das organizações para o ano de 2021, especialmente considerando as diversas transformações ocorridas nesses ambientes devido à pandemia do novo coronavírus. O Relatório Tendências de Gestão em 2021, produzido pelo Great Place to Work (GPTW), apontou que o assunto “saúde mental” ficou em 5.º lugar entre os principais temas de gestão a serem trabalhados no ano de 2021. O relatório está na sua terceira edição e tem como objetivo medir a “temperatura” de alguns assuntos do contexto corporativo. 

Entre as doenças mentais que podem estar relacionadas ao trabalho estão a depressão, a ansiedade, as dependências de álcool e outras drogas e a Síndrome de Burnout − um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema relacionada ao trabalho de um indivíduo. Juntas, essas doenças e síndromes estão entre as principais causas de afastamento do trabalho no Brasil, segundo a Previdência Social, além de outras enfermidades como as que afetam o pulmão, problemas de visão e auditivos, dermatoses, problemas na coluna, e talvez os mais conhecidos: LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Em setembro do ano de 2020, o Ministério da Saúde divulgou uma lista atualizada com doenças do trabalho por meio da Portaria 2309, de 28 de agosto de 2020. Na atualização, foi incluída a covid-19 como doença relacionada ao trabalho. 

O professor do curso de graduação de Psicologia da FAE Centro Universitário, Edgar Pereira Junior, chama a atenção para o fato de que grande parte das organizações não estão preparadas para lidar de maneira satisfatória com os problemas relacionados à saúde mental dos colaboradores. Ele analisa que aquelas que estão mais preparadas o fazem por meio da assistência – o que também é importante, mas não é suficiente, já que esse respaldo não influencia nas causas das doenças. “Claro que ações de assistência, corretivas, são necessárias. Mas o ideal é trabalhar com a prevenção e com diagnósticos preventivos contínuos dos trabalhadores. Atuar na saúde mental envolve um nível de investigação muito maior”, avalia o professor.

Um primeiro e grande passo para as empresas que desejam sair na frente no enfrentamento das questões de saúde mental é pensar em ações educativas e de prevenção. Criar canais de comunicação abertos para que os funcionários possam se expressar e pensar no tema, setores na empresa em que eles tenham a oportunidade de encontrar soluções para as suas queixas – que muitas vezes não são relatadas abertamente por serem consideradas tabus na sociedade atual. “O ideal seria termos equipes que possam fazer diagnósticos permanentes. Mas, se não temos, pelo menos é necessário que as lideranças estejam mais preparadas para a escuta, a empatia, para o acolhimento”, ressalta Edgar. 

Eventos, cartilhas, manuais e campanhas que abordem saúde mental também podem integrar ações que certamente surtirão bons resultados. “Fala-se tanto hoje em habilidades comportamentais, mas muitas vezes não se mostra ao trabalhador como ele pode adquirir e manter essas habilidades”, observa o professor.

Os gestores devem também se atentar para alguns sinais dentro das empresas que indicam problemas com saúde mental entre os colaboradores, como, por exemplo, um ambiente de trabalho que não é saudável, com jornadas exaustivas, falta de recursos para o desenvolvimento das atividades, pouca autonomia dos funcionários, falta de reconhecimento, comunicação não transparente e até assédio. “Isso tudo reflete o despreparo de algumas lideranças. Ainda que a saúde mental seja considerada um tabu cultural, a organização deve investir em ações que gerem bons resultados naquele ambiente. Aquele pensamento antigo, de que o trabalhador é substituível, não existe mais”, comenta o professor. 

O relatório do GPTW mostrou ainda que a maior parte dos gestores acreditam que as doenças mentais têm tanto participação de genes quanto de estressores do meio como relações complexas de trabalho. Segundo o estudo, a maioria também acredita que cuidar da saúde mental dos colaboradores prevê identificar as fontes de estresse e atuar sobre as causas com o objetivo de promover um ambiente de trabalho mais saudável. A investigação do GPTW levantou ainda outras grandes preocupações das empresas para o ano de 2021, entre elas: comunicação interna (1.º lugar), mudança de mindset da liderança (2.º lugar), flexibilização do trabalho (3.º lugar), transformação digital (4.º lugar), entre outras.

 

Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho

O Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, celebrado em 28 de abril, foi instituído por iniciativa de sindicatos canadenses. A data foi escolhida em razão de um acidente que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, em 1969. No Brasil, em maio de 2005, foi promulgada a Lei n. 11.121, criando o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. 

Segundo o Movimento Abril Verde, dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgados em 2013 dão conta de que 2 milhões de pessoas morrem por ano por conta de doenças ocupacionais no mundo. 

Já o número de acidentes de trabalho fatais ao ano chega a 321 mil. Neste panorama, a cada 15 segundos, uma pessoa morre por conta de uma doença relacionada à sua atividade laboral. De acordo com os dados da OIT, o Brasil é o 4.º colocado no ranking mundial de acidentes fatais de trabalho. São quase 4 mil mortes/ano no país em decorrência de acidentes ocupacionais.


Como a tecnologia está definindo o futuro do varejo?

O varejo possui um papel vital para a economia do Brasil – responsável pela geração do maior número de empregos formais no país e, ainda, por impactar cerca de 47% do PIB nacional. Mesmo diante da devastadora crise gerada pela pandemia, o setor foi um dos poucos que se sobressaiu e apresentou um enorme crescimento em meio às janelas de oportunidade possibilitadas graças à tecnologia.

Com a necessidade de isolamento social e dos comércios fecharem suas portas, a única opção para que pudessem continuar atendendo a demanda de seus clientes foi se redescobrir em meio ao mundo digital. Por mais que muitos não estivessem preparados e, muito menos soubessem as melhores estratégias a serem tomadas, a pandemia exigiu uma mudança drástica e imediata. Até o momento, os resultados acabaram sendo mais positivos do que muitos esperavam.

Segundo um estudo feito pela McKinsey, esse cenário global impulsionou, em apenas 90 dias, mudanças no comércio eletrônico e no comportamento que deveriam acontecer ao longo dos próximos 10 anos. Como resultado, dados divulgados pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em parceria com a Neotrust, mostraram um crescimento de 68% nas vendas de 2020 quando comparado com 2019. Dentro desse número, somente o e-commerce elevou o faturamento do setor de 5% para 10% em poucos meses.

Por mais que essa inserção tecnológica não tenha sido uma escolha, mas uma necessidade de adaptação, não podemos negar que acabou agregando muito para o crescimento do setor. Com as vendas online, os varejistas conseguem ter uma maior abrangência de suas vendas sem as implicações de uma loja física – sem falar na redução significativa de gastos com o espaço.

Em um mercado cada vez mais tecnológico, a tendência é que a preferência por serviços online tenda a aumentar, e as empresas não podem fugir desse cenário. As compras online agora dominam o panorama do comércio e, independente do porte da empresa, é preciso se adaptar, entender as necessidades dos clientes, onde se encontram e, principalmente investir em soluções tecnológicas eficientes que os atendam da melhor forma possível.

Em 2021, as vendas online tendem a continuar em crescimento. Um estudo feito pela E-bit|Nielsen, empresa de mensuração e análise de dados, demonstra que em 2021 as vendas online tendem a continuar em expansão. A previsão é de que o e-commerce deva crescer 26%, atingindo um faturamento de R$110 bilhões.

Agora, é importante relembrar que muito além de investir na digitalização e inserção do mercado, o varejo também deve se preocupar em oferecer a melhor experiência de compra possível. Afinal, a competitividade do mercado aumentou, e conquistar a fidelidade dos clientes pode se tornar mais difícil com um maior leque de opções.

É preciso encontrar novas e mais versáteis estratégias para alcançar e conquistar os clientes. Simples ações como uma entrega barata e eficiente no dia seguinte à compra, programas de fidelidade e até mesmo provadores virtuais onde você pode experimentar roupas em casa, podem fazer toda a diferença.

Manter um relacionamento próximo e personalizado com os clientes é o grande segredo para o sucesso do setor varejista nesse mercado tecnológico. As perspectivas são muito positivas se lembrarem de garantir a melhor experiência do cliente, além do foco em seus lucros.

 

 

Marcos Guerra - Superintendente do Comercial e Marketing na Pontaltech, empresa de tecnologia especializada em comunicação omnichannel.

 

Pontaltech

https://www.pontaltech.com.br/


Pearson dá dicas para profissionais +50 continuarem se aperfeiçoando

 Maria Filomena Brandão, gerente editorial de portfólio e coordenadora da Pearson Clinical, traz recomendações que podem ajudar não só a manter a saúde emocional como a mental


Quase 55 milhões de brasileiros têm mais de 50 anos, número que corresponde a 25% da população atual do Brasil, segundo dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística). A estimativa, de acordo com o órgão, é de que até 2040, metade da força de trabalho tenha mais de 50 anos e, em 2050, pessoas a partir dos 60 anos passem de 30%.

São homens e mulheres cada vez mais ativos, que vêm buscando qualidade de vida e movimentando a economia. Somente no ano passado foram gerados pela Economia Prateada (referência aos cabelos grisalhos) cerca de R 1,8 trilhão, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Locomotiva, empresa especializada em pesquisas.

"A atualização constante e a busca por conhecimentos são fundamentais para quem, independente da idade, deseja ascender na carreira, se recolocar no mercado ou simplesmente ajudar a construir uma sociedade mais", afirma Maria Filomena Brandão, gerente editorial de Portfólio e coordenadora da Pearson Clinical Brasil, braço da multinacional britânica voltado para a busca por soluções de saúde mental.

É diante deste cenário promissor, que a especialista traz cinco dicas importantes que ajudam a equilibrar a saúde emocional e mental desses profissionais. Confira a seguir:

• Aprender e compartilhar

Em um mundo em constante transformação e com surpresas todos os dias, aprender é preciso. Uma dica é escutar os mais jovens e aceitar que muitas vezes eles sabem mais e podem ensinar. Além disso, aproveitar e aprender com cursos e palestras disponíveis na internet é uma ótima pedida. Interagir com colegas de trabalho e demais profissionais que possam agregar conhecimento é fundamental. Não se feche no casulo; a interação é a melhor maneira de aprender, ensinar e fazer um bom networking.

Compartilhar o que se sabe com outras pessoas e com as novas gerações é uma maneira de se colocar à disposição do aprendizado. É entender que quanto mais se ensina, mais se aprende. Seja um mentor, oriente e compartilhe conhecimento e experiências, mas também esteja aberto ao novo.


• Mantenha a mente aberta

Se manter aberto a novos conhecimentos, novas possibilidades e oportunidades, ser flexível, aceitar as mudanças, as transformações e se estruturar para conseguir aprender e acompanhar o que de novo há em sua área é fundamental. Experiência não é fazer sempre o mesmo, mas sim aprender novas maneiras de fazer diferente para ganhar eficiência e qualidade sobre o que já faz e aprimorar suas habilidades.

Seja flexível e disponível para as novas iniciativas, novos projetos, novas estratégias e adapte-se aos novos desafios independentes da idade.


• Aperfeiçoamento constante

Busque todo tipo de aperfeiçoamento. Para além de novos conhecimentos, é preciso se reciclar sempre. Novas ferramentas, novos processos e novos conhecimentos devem ser encarados para que estejam sempre atualizados dentro da área que atua e na função que exerce.

Recicle suas qualificações, amplie habilidades, as plataformas digitais nos ajudam com uma gama imensa de podcast, vídeos, textos, artigos, livros, revistas e outros tipos de conteúdos, além de cursos em universidades, workshops e os programas de treinamento que a maioria das empresas oferecem para seus colaboradores.


• Aposte em aprender e usar novas tecnologias

Fique atento às novas tecnologias, aos novos recursos, aplicativos e demais programas digitais. O mundo exige que se tenha abertura para aprender a usar todas tecnologias que são oferecidas. É só não ter medo e vontade de aprender. Peça ajuda a quem tem mais conhecimento. Eles se encantam com o aprendizado e interesse de quem tem 50+.

• Use e abuse das mídias sociais

Atualmente, as empresas estão buscando nas redes sociais bons profissionais. Um exemplo disso é o LinkedIn, principal rede profissional do mundo. Então, é importante ampliar a participação nesse tipo de plataforma. Tome cuidado quando for criar um perfil. Tenha em mente que é comum empregadores conferirem as redes sociais dos candidatos e dos próprios colaboradores na rede. As empresas estão de olho nas postagens, podendo validar um currículo e habilidades ou derrubá-lo por publicações inadequadas.

Acompanhar as redes sociais que focam no perfil profissional é uma maneira das pessoas se atualizarem. Por meio de artigos, por exemplo, é possível mostrar habilidades, conhecimentos, além da oportunidade de compartilhar ideias, experiências e opiniões.


Acompanhar as redes sociais que focam no perfil profissional é uma maneira das pessoas se atualizarem. Por meio de artigos, por exemplo, é possível mostrar habilidades, conhecimentos, além da oportunidade de compartilhar ideias, experiências e opiniões.

 


Pearson

 http://br.pearson.com


O barato que não sai caro

 Seguro de cargas é fundamental para evitar dores de cabeça com incidentes como o ocorrido em abril no Canal de Suez


“O barato sai caro”. Nunca este ditado popular foi tão apropriado para o momento recente do comércio internacional. No final do mês de março, o supernavio Ever Given encalhou provocando o bloqueio do Canal de Suez e causando causou enormes transtornos em uma das principais rotas do transporte marítimo mundial. Foram mais de 400 navios parados por seis dias na entrada do estreito que divide a África do Oriente Médio até a conclusão da operação de desencalhe da embarcação.

Thomas Raad, trader de commodities e sócio da Raad International Trading, informa ser importante sempre fazer seguros da carga independentemente de qual tipo ela seja ou para qual destino ela vai. “Pode encarecer um pouco o transporte, mas o dia que se faz necessário, o seguro acaba sendo a coisa cara mais barata que existe no mundo”, brinca.

Segundo o trader, a recomendação para o importador é sempre colocar a carga no seguro. “Se uma empresa está importando do Brasil e levando para a China ou Dubai, por exemplo, deve segurar a mercadoria porque é um valor muito insignificante em relação ao total, entre 1% e 2%”, estima.

Raad cita um caso anterior ao problema ocorrido no Canal de Suez de um importador do Líbano, que quando a carga chegou ao porto, o piso do contêiner estava todo molhado e o café que ele importou pegou mofo, tendo perda total do produto. E não tinha seguro. “Foi um dinheirão jogado fora e não adianta reclamar porque essas empresas donas dos navios são multibilionárias e não fazem nada, não adianta nem tentar processar”, adverte.

Entre os principais impactos causados pelo incidente para as operações de comércio internacional que envolvem o transporte marítimo, o frete da China quintuplicou, segundo Raad.

Embora o incidente tenha ocorrido na região, Raad afirma que o Oriente Médio não deve sofrer um impacto grande nos preços tanto de produtos quanto de fretes em função dos operadores marítimos utilizarem outras rotas. “Depende dos operadores de transporte marítimo e donos de navios. São várias rotas que podem ser feitas, por exemplo, uma operadora pode preferir ir para a Espanha primeiro ou para a Itália para depois ir para o Oriente Médio. Já outra pode preferir ir para a África primeiro para depois subir”, exemplifica.

 



Thomas Raad - Nascido nos Estados Unidos, atualmente vive no Brasil. Fluente em árabe, inglês e português, cursou Administração de Empresas com ênfase em Comércio Exterior e desde os 24 anos atua como trader de commodities, sendo especialista na exportação de café e outros alimentos e especiarias. Sua trading company, Raad International Trading, já exportou produtos como café, arroz, pimenta do reino, derivados de milho, gergelim, açaí, carvão vegetal e amêndoas de cacau. Além de negócios no Brasil, já exportou café da Colômbia e Vietnã e orégano do Peru. Para mais informações, acesse Raadint.com e pelo Instagram, Youtube, Linkedin e medium pelo nome @thomasraad


Posts mais acessados