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quinta-feira, 8 de junho de 2023

Cirurgia bariátrica pode aumentar longevidade, afirma estudo

De acordo com o cirurgião especialista em cirurgia bariátrica, Dr. Fábio Rodrigues, a prolongação da vida está relacionado à redução das condições relacionadas à obesidade 

 

A cirurgia bariátrica é um procedimento médico utilizado para tratar a obesidade severa e baseia-se na redução do tamanho do estômago e/ou modificar o sistema digestivo para limitar a ingestão de alimentos. Essa intervenção tem como objetivo promover a perda de peso significativa, alterar o metabolismo através de alterações promovidas nos hormônios incretínicos, ou seja, hormônios intestinais, melhorando a saúde e qualidade de vida do paciente.

 

No entanto, de acordo com um novo estudo realizado por cerca de 40 anos com mais de 22.000 pessoas por um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos e publicado na revista científica Obesity, essa melhora na saúde do paciente pode se refletir em uma maior longevidade para o paciente.

 

Essa expansão deveu-se, principalmente, pela redução do risco relacionado a condições desencadeadas pela obesidade, como câncer, que teve mortes relacionadas a ele reduzidas em 43%, doenças cardiovasculares, com queda de 29% e diabetes, com redução de 72%.

Segundo o cirurgião especialista em cirurgia bariátrica, Dr. Fábio Rodrigues, o estudo reforça os benefícios da realização da cirurgia bariátrica, mas ressalta que para potencializá-los é fundamental contar com uma equipe multidisciplinar.

A cirurgia bariátrica traz tão bons resultados para a saúde e qualidade de vida do paciente, não apenas pela redução do peso em si, mas em como isso reduz uma série de outras condições. A obesidade está ligada a diabetes, hipertensão, AVC, câncer, depressão, entre outras, que podem reduzir drasticamente a expectativa de vida do paciente”.

 Mas é importante destacar que para melhor aproveitar os benefícios da bariátrica em todos esses âmbitos não basta apenas passar pelo procedimento e sim realizar um acompanhamento antes, durante e depois com o apoio de uma equipe multidisciplinar que irá ajudar a promover uma mudança completa de estilo de vida para garantir que a condição não retorne” Explica Dr. Fábio Rodrigues.

 

 

Doutor Fábio Rodrigues -  graduado em Medicina desde 2003, com especialização em cirurgia geral e bariátrica, além de pós-graduação em cirurgia minimamente invasiva. Atua como cirurgião da obesidade e das doenças metabólicas desde 2015 e já acumula mais de 1.500 cirurgias realizadas. Atualmente, além das cirurgias bariátricas, vem concentrando também seu foco na performance dos pacientes após a cirurgia. 

 

Compras online e parcelamento no cartão irão marcar o Dia dos Namorados em 2023, aponta pesquis

Levantamento nacional realizado pela fintech Koin mostra que 73% dos brasileiros irão comprar presentes na data comemorativa. Com valores entre R$ 200 e R$ 500, parcelamento é a opção de 8 em cada 10 brasileiros 



Os namorados estarão mais generosos este ano. É o que aponta a pesquisa sobre a intenção de compra e meios de pagamento realizada pela fintech Koin, para o Dia dos Namorados.

O levantamento, feito nas duas últimas semanas de maio, mostrou que 73% dos brasileiros pretendem comprar um presente para a ocasião, mais da metade (57,2%) gastarão entre R$ 200 e R$ 500, valor 36% maior do que gastaram em 2022.

O comércio online segue com força, assim como ocorreu no Dia das Mães. As compras serão concentradas no e-commerce para 58,4% dos brasileiros, contra 19,9% que ainda preferem realizá-las em lojas físicas.

O parcelamento é a opção escolhida por 87% dos brasileiros, que irão recorrer ao cartão de crédito (45,3%) e ao boleto parcelado (34,8%). “O boleto parcelado, ou compre agora pague depois, é um meio alternativo para quem não tem cartão de crédito ou não quer comprometer o seulimite. Essa flexibilidade financeira tem atraído mais brasileiros, e as fintechs têm se tornado grandes aliadas do consumidor. A opção de boleto parcelado online é muito forte no turismo e, agora, está se tornando cada vez mais presente no varejo”, explica Juana Angelin, COO da Koin.

Os namorados estão mais atentos as promoções este ano, tanto que 93,2% já estão de olho nos descontos antes da data. Entre as opções de presente, 28% apostarão em itens de vestuário, enquanto beleza e perfumaria serão a escolha de 26,7% dos respondentes. E em terceiro lugar está um novo smartphone, com 16,1% das respostas, e turismo, que será a escolha de 12,4% dos consumidores, que pretendem comemorar a data viajando.

 

Koin
www.koin.com.br


Migração para Portugal: saiba como fazer de forma legal e organizada

 Com o crescente interesse de brasileiros em migrar para Portugal, a advogada especialista em imigração e direito internacional, Ingrid Baracchini, esclarece sobre o processo legal e alternativas viáveis para aqueles que desejam estabelecer-se no país luso 



Segundo Ingrid Baracchini, a forma legal de imigrar para Portugal é por meio de um visto apropriado, disponível para diversas finalidades, como trabalho, estudo, empreendedorismo, investimento, entre outras. A advogada especialista em imigração destaca a importância de cumprir as exigências do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) a fim de garantir uma imigração legal e sem complicações.

"É essencial compreender as modalidades de visto disponíveis e selecionar aquela que melhor se enquadra no perfil e nas intenções do requerente. Cada caso é único, e é necessário avaliar cuidadosamente os requisitos específicos e a documentação necessária para assegurar uma imigração segura e dentro da lei", enfatiza a especialista.

Para facilitar o processo de entrada e permanência em Portugal, Baracchini recomenda que os brasileiros organizem seus documentos ainda no Brasil. Isso inclui obter um passaporte válido, comprovantes financeiros, comprovante de residência, atestados de antecedentes criminais e outros documentos relevantes. "A organização antecipada dos documentos é essencial para evitar contratempos e agilizar o processo de imigração. É importante estar atento às exigências atualizadas e contar com orientação especializada para garantir que todos os requisitos sejam cumpridos", orienta a advogada.

Para aqueles que desejam entrar no país luso com o objetivo de trabalhar, o visto de trabalho é uma opção a ser considerada. No entanto, a especialista destaca que o processo para obter esse tipo de visto pode variar em termos de tempo de espera e complexidade. "Embora o processo de obtenção do visto de trabalho não seja necessariamente fácil, com a devida orientação e assistência, é possível obtê-lo no Brasil. É fundamental contar com profissionais especializados que possam auxiliar no processo, garantindo que todos os requisitos sejam atendidos e a documentação correta seja apresentada", ressalta.

A aquisição de imóveis em Portugal como forma de se estabelecer em Portugal também é uma opção viável. No entanto, existem exigências mínimas que devem ser cumpridas para garantir uma imigração segura e legal. Baracchini enfatiza a importância de compreender esses requisitos e contar com profissionais especializados nessa área. "É crucial buscar aconselhamento adequado e compreender as exigências específicas para investir ou comprar imóveis em Portugal. A orientação de especialistas ajudará a tomar decisões informadas, garantindo que todas as etapas sejam realizadas corretamente e em conformidade com as leis locais", reitera.

Com o encerramento do programa Golden Visas, é natural que surjam questionamentos sobre alternativas para os brasileiros interessados em emigrar para Portugal. A especialista ressalta que existem opções viáveis, como a possibilidade de investir ou adquirir imóveis nos Estados Unidos. "Os Estados Unidos têm despertado interesse entre os brasileiros como uma alternativa ao encerramento do programa Golden Visa. É importante explorar todas as possibilidades e considerar as oportunidades que outros países oferecem, levando sempre em conta as particularidades de cada caso", finaliza Baracchini.


quarta-feira, 7 de junho de 2023

Baixo índice de doações de sangue coloca em risco transplantes, cirurgias e atendimentos de emergências

Enquanto 3,5 milhões de pacientes necessitam de transfusões, apenas 2% da população doa sangue; hospitais dependem de bolsas de sangue para salvar vidas

A medicina está em constante evolução, abrindo novos caminhos a todo momento. Seja por meio de transplantes de órgãos, cirurgias oncológicas ou atendimentos emergenciais, ela continua transformando a vida das pessoas ao redor do mundo. No entanto, há um aspecto que não muda: as equipes médicas dependem de doações de sangue para garantir o sucesso desses procedimentos complexos. Apenas no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 3,5 milhões de pessoas necessitam de transfusões sanguíneas anualmente. O número é alto se considerar que menos de 2% da população tem o hábito de doar sangue.

Um ato de solidariedade que se revela crucial para pacientes com doença renal crônica. As doações de sangue auxiliam no tratamento da anemia, uma condição característica da doença, e permitem que o rim seja transplantado com segurança. "É um procedimento complexo, que exige suturas cuidadosas de veias e artérias, além de resultar no sequestro de um grande volume de sangue ao conectar o órgão com o receptor. Portanto, durante cada cirurgia são necessárias cerca de duas bolsas concentradas de hemácias, juntamente com outros componentes, como o plasma", detalha o cirurgião Bruno Pimpão, chefe da equipe de transplante renal do Hospital Universitário Cajuru.

O Brasil desponta como um dos líderes mundiais em transplante de órgãos e retoma os índices pré-pandemia. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), apenas no período de janeiro a março deste ano, foram realizados cerca de 2 mil transplantes de órgãos, sendo mais de 1,3 mil deles relacionados ao rim. Dentro dessa operação, o Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), que atende exclusivamente pelo SUS, é referência no transplante renal. “A excelência da equipe de transplante torna possível que, em 95% a 98% dos casos, haja sobrevida do enxerto e do paciente ao longo do primeiro ano", afirma Alexandre Tortoza Bignelli, nefrologista e coordenador do serviço de transplante renal.


Fonte de esperança

O tratamento do câncer é uma das áreas da medicina que mais têm evoluído nos últimos anos. A inovação no clássico tripé de enfrentamento da doença, que inclui cirurgia, radioterapia e quimioterapia, reduz o volume de células cancerosas e pode remover completamente o tumor. Como uma das principais formas de tratamento, a cirurgia é necessária em 70% dos casos e, de acordo com um levantamento do Observatório de Oncologia, costuma ser indicada para 10 mil pacientes a cada ano no Brasil. A operação é complexa e depende da disponibilidade de bolsas de sangue para que seja realizada.

Mas muitas vezes o tratamento do câncer está na própria transfusão sanguínea. A transferência de sangue ou de um dos seus componentes é essencial, especialmente para pacientes com cânceres hematológicos, como as leucemias. "Trata-se de um tratamento suportivo para melhorar as condições clínicas do paciente, restaurando o transporte de oxigênio para os órgãos e tecidos bem como a capacidade de coagulação. Isso também contribui para que as cirurgias sejam realizadas sem comprometer a saúde do paciente", afirma Fernando Michielin, hematologista do Instituto de Oncologia do Paraná e do Hospital São Marcelino Champagnat.


Chamado à ação

A demanda por bolsas de sangue também se torna essencial para salvar vidas de pacientes que chegam a hospitais de referência no atendimento de traumatologia. No Hospital Universitário Cajuru, as vítimas de acidentes de trânsito correspondem a 12% da demanda do Pronto Socorro, resultando em uma necessidade de cerca de 100 bolsas de sangue a cada mês. "O paciente com traumatismo necessita de transfusão sanguínea de urgência para controlar hemorragias provocadas por fraturas e lesões graves", salienta José Arthur Brasil, coordenador do Pronto Socorro do hospital.

Doar sangue é um gesto simples que pode salvar até quatro vidas. Para fazer parte dessa corrente de solidariedade, a pessoa deve atender a alguns requisitos, como ter entre 18 e 65 anos, pesar acima de 50 quilos, estar em boa saúde, não usar medicamentos e não ter feito tatuagem, endoscopia ou colocado piercing nos últimos doze meses. No entanto, são apenas 14 doadores regulares de sangue para cada mil brasileiros e os estoques estão em constante estado de emergência. "É importante a execução de campanhas que estimulem a doação, para a manutenção dos estoques dos bancos de sangue em nível de segurança adequado", conclui Fernando Michielin.

 

Leucemia: entenda o câncer do sangue

Novos casos de leucemia podem chegar a 11.540 por ano até 2025 no Brasil. SBP divulga os principais sintomas e esclarece a relação da doença com a medula óssea


Estamos no mês da campanha Junho Laranja, de conscientização sobre anemia e leucemia, doenças do sangue. A leucemia é um tipo de câncer com origem nos leucócitos ou glóbulos brancos. A proliferação desordenada dessas células geralmente afeta a produção de outras células da medula óssea, como as hemácias, leucócitos normais e plaquetas. Com a doença, ainda que os leucócitos costumem estar em grande número, eles perdem a função de nos proteger, deixando o organismo suscetível a infecções. 

O número de casos novos no Brasil para cada ano do triênio de 2023 a 2025, pode chegar a 11.540, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O dado corresponde a um risco estimado de 5,33 por 100 mil habitantes. 

“A leucemia aguda é a mais grave e mais agressiva. Muitas vezes, após a quimioterapia, o transplante de medula óssea acaba sendo o tratamento mais importante, porque permite que as células sanguíneas sejam novamente produzidas e amadurecidas na medula óssea de maneira normal”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Patologia, Dr. Clóvis Klock. 

O médico patologista é um dos responsáveis pelo diagnóstico da leucemia, por meio da análise da biópsia de medula óssea, quando necessária no acompanhamento dos pacientes com a doença.

A diferença entre a leucemia aguda e crônica reside no fato de que a primeira progride rapidamente, produzindo células que não estão maduras e não conseguem realizar as funções normais, já a segunda geralmente progride mais lentamente e os pacientes possuem um número maior de células maduras. 

Os sintomas podem aparecer de forma gradual, por isso é preciso ficar atento a infecções recorrentes ou graves, febre com frequência, anemia que não melhora com tratamento ou sangramentos repetitivos sem causa aparente. “É de extrema importância ficar atento aos sintomas que aparecem no corpo e sempre consultar um médico”, afirma o presidente da SBP. Esse problema se agrava com a associação de problemas nas hemácias, como anemia, e nas plaquetas, que pode levar a quadros de sangramentos graves.


Anemia

A anemia é um distúrbio da produção das hemácias ou glóbulos vermelhos, que são responsáveis por transportar o oxigênio para todas as células do corpo. Portanto, a anemia costuma levar a sintomas relacionados ao cansaço generalizado, palidez de pele e mucosas, falta de disposição, dificuldade de aprendizagem e apatia. 

Ainda que a deficiência de ferro seja uma das causas mais comuns da anemia e que ela seja frequente na gravidez por conta mesmo da gestação, diversas outras causas podem levar à esta condição. Entre eles, estão fatores hereditários como a doença falciforme e as talassemias, estados específicos da vida, como durante o primeiro ano de vida, período menstrual e gestação, ou doenças que interfiram com a produção da medula óssea. 

A anemia pode estar associada a uma grande quantidade de doenças crônicas, podendo tanto diminuir a qualidade de vida, quanto progredir e levar até mesmo à morte, por isso, representa um sinal de alarme para diversas doenças mais graves, com destaque para o câncer. Em caso de sintomas, é imprescindível procurar um médico.


Sociedade Brasileira de Patologia - SBP

 

Dores nas costas: quando se preocupar e como aliviar?

Freepik
Fisioterapeuta explica que o desconforto na lombar interferir nas atividades diárias

 

Passar muito tempo sentado em frente ao computador com uma má postura, levantar objetos muito pesados ou realizar movimentos incorretos do corpo, são alguns dos possíveis motivos das dores nas costas. No entanto, existem circunstâncias que são mais graves e aumentam o risco do desconforto na lombar, fatores como sedentarismo, obesidade e tabagismo, e nesses casos, uma das recomendações é marcar uma consulta com um fisioterapeuta.

Existem várias causas que provocam dores nas costas, como doenças reumáticas, uso constante do celular, posição inadequadas ao realizar tarefas no trabalho e a lombalgia em mulheres grávidas. Pessoas que trabalham por muitas horas sentadas e sem pausa para se locomover ou fazer alongamentos podem estar mais propensas a sentirem esses desconfortos.

“Nenhum tipo de dor deve ser ignorado, pois, caso venha a se estender por um tempo, significa que pode indicar um problema. Desta forma os profissionais de saúde têm papel importante para avaliar, fazer as investigações e tratamentos pertinentes para minimizar ou eliminar o sofrimento do indivíduo”, explica a professora do curso de Fisioterapia da UNINASSAU Paulista, Vanessa Lapa.

A dor nas costas pode interferir nas atividades diárias, como o sono, causando dores intensas e crônicas. Elas podem também provocar alterações na sensibilidade e na força, mesmo sem movimento, se agravando quando a pessoa está deitada, tornando-se ainda mais difícil suportar. Para o diagnóstico, a radiografia pode ser útil, mas existem outros exames, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, que podem ser mais indicados para avaliar esse tipo de queixa.

A fisioterapia se mostra como forma eficaz tanto para prevenção, quanto para tratamento no incômodo na lombar, ampliando o movimento, força muscular, entre outros benefícios. Os recursos terapêuticos incluem manobras manuais, cinesioterapia, mobilizações articulares, fisioterapia aquática, osteopatia, entre outros, sempre obedecendo às orientações médicas. O objetivo é que o paciente possa realizar suas atividades diárias com a maior qualidade de vida, eliminando as dores.

“A má postura é uma das causas principal, e é importante orientar a sociedade como se sentar no ambiente de trabalho ou até mesmo em casa. Após a avaliação, o fisioterapeuta deverá definir o plano de tratamento com o objetivo de realizá-lo. Dentre as técnicas disponíveis, temos a Osteopatia, Pilates, alongamentos, mobilidades articulares, fisioterapia aquática, acupuntura e acupuntura auricular, tudo dependendo da indicação ou contraindicação. A importância que o corpo esteja sempre em movimento”, ressalta a fisioterapeuta.


Celular é o grande vilão das dores cervicais?

Quanto tempo você passa diariamente no celular? Para muitos, este dispositivo é essencial para diversas atividades do cotidiano, tornando-se mais do que apenas um hábito de diversão. Mas, por mais praticidade e lazer que traga, muito vem sendo associado sobre a relação de seu uso com a piora de dores cervicais, gerando uma ideia que deve ser desmistificada o quanto antes para a compreensão das verdadeiras causas destes incômodos.

Em uma pesquisa conduzida pela plataforma AppAnnie, foi identificado que os brasileiros se tornaram a população que mais passa tempo nos celulares, registrando a média diária de 5,4 horas. A cada ano, essa quantidade vem aumentando gradativamente, sendo utilizada como argumento para a piora das dores cervicais devido à maior flexão do pescoço observada nos indivíduos durante o envio de mensagens – tecnicamente conhecida como text neck.

Apesar de existirem diversos questionamentos sobre a influência desta postura inadequada com a crescente prevalência destas dores, não há, de fato, nenhuma comprovação científica deste impacto. É claro que a ciência evolui constantemente e novas provas surgem a todo o momento. Entretanto, não podemos, até o momento, afirmar que a inclinação do pescoço está diretamente associada ao aumento das dores cervicais, principalmente diante de tantas outras razões que, comprovadamente, são muito mais responsáveis por desencadear estes problemas.

No geral, existem diversas causas das dores cervicais que podem ser desencadeadas a partir de inúmeros comportamentos muito presentes no cotidiano da população. Deles, um dos mais frequentes vistos nos ambientes de trabalhos, como exemplo, diz respeito à má postura dos profissionais ao longo de seu expediente. Aqueles que passam muitas horas sentados – especialmente no home-office – certamente têm maior probabilidade de sentirem desconfortos e outros problemas semelhantes quando não se posicionam corretamente em seus assentos.

Paralelamente, a falta de exercícios físicos também é um fator altamente prejudicial à dor cervical. Segundo um estudo feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 47% dos brasileiros não se exercitam regularmente. Somos uma das nações com o maior índice de sedentarismo no mundo, o que resulta em problemas sérios para a saúde, inclusive da coluna.

Além disso, também tem sido cada vez mais compreendida a influência do estresse como gatilho para este problema. Afinal, em meio a situações preocupantes do dia a dia, tendemos a tencionar e contrair estes músculos, o que muito provavelmente poderá desencadear dores na região e em outras partes do corpo, assim como outros desconfortos incômodos para a manutenção da qualidade de vida. O problema é tão sério que estimativas da OMS mostram que cerca de 90% da população mundial sofre com este problema, sendo o Brasil o segundo país do mundo com maior índice de estresse, de acordo com a Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMA).

Contudo, não podemos ignorar que existem diversas outras causas e tipologias de dores cervicais que acometem pessoas de todas as idades – inclusive, desde a gestação, o que ressalta a importância de um diagnóstico precoce a fim de identificar o melhor tratamento conforme cada caso. No geral, é extremamente recomendado buscar a manutenção de exercícios físicos regularmente e, se necessário, sessões de fisioterapia como auxiliadoras – ambos, orientados por profissionais qualificados para evitar lesões ainda piores.

Seja qual for a dor enfrentada, um diagnóstico correto e precoce, alinhado a um tratamento adequado, sempre surtirá o melhor resultado possível, podendo, inclusive, evitar a necessidade de cirurgias corretivas para o paciente. É relativamente simples obter este diagnóstico e, quanto mais cedo se realizar consultas com especialistas, menores serão os riscos de evolução para problemas mais graves.

 

Dr. Carlos Eduardo Barsotti - cirurgião ortopedista especialista em cirurgias de coluna, e um dos poucos profissionais a realizar intervenções de alta complexidade, atuando na correção de escolioses de grau elevado, lordoses, cifoses e demais deformidades que afetam a coluna.
https://drcarlosbarsotti.com.br/

 

Combate à mortalidade materna requer ações de conscientização e atendimento multidisciplinar às gestantes

Práticas humanizadas voltadas ao planejamento familiar, pré-natal e ampliação do acesso à informação estão entre os principais fatores na redução de casos de óbito

 

Considerado um dos grandes desafios de saúde pública pelas  organizações mundiais, o combate à mortalidade materna está entre os principais compromissos assumidos pelo Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, referência em saúde da mulher, localizado em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro.

A instituição, gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, realiza uma série de práticas no atendimento às gestantes envolvendo as etapas de planejamento familiar, cuidado pré- natal e acesso à informação, que estão entre os fatores mais importantes na redução de óbitos destas pacientes.

De acordo com a pediatra e neonatologista Brunna Grazziotti Milanesi, gerente médica da unidade, essas ações e protocolos estabelecidos pela instituição estão alinhados aos objetivos definidos pelo Ministério da Saúde, que instituiu a data de 28 de maio como o Dia Nacional de Combate à Mortalidade Materna para reforçar a atenção e unir esforços dos setores da saúde e população em geral sobre o tema.

Vale destacar que, segundo os mais recentes dados preliminares do Ministério da Saúde, mapeados pelo Observatório Obstétrico Brasileiro, os casos de óbitos em gestantes registrados em 2021 tiveram aumento de 77% em relação a 2019, ano anterior à pandemia, com RMM (Razão de Mortalidade Materna) de quase 110 mortes a cada 100 mil nascidos vivos.      

Diante deste cenário, o Brasil assumiu a meta, junto às Nações Unidas, de reduzir a RMM para 30 mortes a cada 100 mil nascidos vivos até 2030.

Segundo a especialista, essa meta ainda não é a ideal, mas pode ser o começo para uma mudança importante no cenário brasileiro. “Mudar essa realidade requer um trabalho conjunto e contínuo de toda a sociedade”, salienta.


O combate à mortalidade materna no Hospital da Mulher Mariska Ribeiro

Brunna  destaca que, no Mariska Ribeiro, são realizadas, mensalmente, cerca de 640 consultas de pré-natal de alto risco, de pacientes referenciadas pela Atenção Primária com maior risco gestacional (para a gestante e para o bebê).

“Entre os principais motivos de encaminhamento para o alto risco estratégico da unidade estão os casos de gemelaridade, pacientes com comorbidades como diabetes, hipertensão, obesidade e pacientes com diagnóstico de doença hemolítica e doenças infectocontagiosas”, explica a médica.

A profissional frisa que também foram implementados protocolos assistenciais como de hemorragia pós-parto e sepse visando melhor qualidade assistencial e redução dos riscos.

Ela reforça a importância de contar com uma equipe multidisciplinar especializada, incluindo obstetra, enfermeiro obstetra, psicóloga, serviço social, endocrinologista e clínica médica para o atendimento dessas pacientes.

“Aqui na unidade a equipe do serviço social e psicologia possui um olhar atento para os casos de maior vulnerabilidade, realizando a busca ativa para atendimento em casos de alta à revelia, violência sexual e abortamentos, além de ficarem à disposição para possíveis demandas durante a internação da paciente”, cita. Segundo ela, esse cuidado humanizado e individualizado pode ser crucial na identificação e eliminação de riscos durante a gestação.

A especialista do CEJAM ainda conta que, para garantir o acesso à informação, todas as gestantes e sua rede de apoio podem realizar uma visita pelo hospital, guiada por um Enfermeiro Obstetra – Programa Cegonha Carioca / Visita Cegonha.

Também são oferecidas reuniões mensais pela equipe multidisciplinar que englobam assuntos como Aleitamento Materno, segurança no parto, direito da mulher e cuidados relacionados à mulher  e ao bebê.

“Com o esforço contínuo de todas as equipes, nos últimos 12 meses, não registramos nenhum caso de óbito materno na unidade”, comemora Brunna.




CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
cejam.org.br/noticias

Elon Musk tem autorização para testar chips cerebrais em humanos. Neurocientista explica as implicações da nova tecnologia

Segundo o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu, a tecnologia pode trazer diversos benefícios, mas é necessário ter cuidado com a sua utilização 

 

O bilionário da tecnologia Elon Musk deu mais um passo em direção ao desenvolvimento de novas tecnologias ao obter a autorização da FDA - Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, para a testagem de chips cerebrais da sua empresa “Neuralink” em humanos. 

O pedido já havia sido negado em 2022 por preocupações com a segurança do dispositivo, segundo informações elas estariam relacionadas à bateria que poderia apresentar um eventual superaquecimento e não esclarecimento sobre como a remoção seria feita sem danificar o tecido cerebral.

 

O que Elon Musk pretende com os chips cerebrais?


A Neuralink é uma empresa fundada em 2016 com o objetivo de desenvolver tecnologias para serem utilizadas em conjunto com o cérebro humano, projetando interfaces cérebro-computador através de eletrodos implantados na superfície cerebral e conectados a dispositivos externos.

 

Segundo Musk, o dispositivo pode trazer benefícios terapêuticos para diversas condições como paralisia, depressão e cegueira, além de interconectar o cérebro a supercomputadores e armazenar memórias.

 

As ambições do projeto trouxeram além de elogios, dúvidas e críticas, questionamentos éticos e legais acerca da viabilidade da sua utilização.

 

O que pode acontecer se os chips cerebrais forem para frente?


De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, as possibilidades para a nova tecnologia são positivas, mas é necessário ter cuidado com a forma como eles serão utilizados.

Eletrodos para neuroestimulação já são utilizados há algum tempo em cirurgias cerebrais, mas claro, eles possuem suas limitações, se a nova tecnologia que está sendo desenvolvida conseguir superar esses limites e trazer melhoras de qualidade de vida para pacientes que possuem doenças atualmente sem cura, uma pessoa que não enxerga, conseguir enxergar, uma pessoa que não move um braço, passar a movê-lo, são horizontes absolutamente positivos”.

O armazenamento de memórias é outro ponto muito importante que venho estudando e pode ser uma ferramenta importante para eternizar informações, seria muito interessante poder passar nossa história de vida, pelo menos após uma seleção, para as gerações futuras”.

Além disso, a possibilidade de conectar o cérebro a supercomputadores pode ajudar a intensificar habilidades cognitivas, permitindo ampliar as capacidades humanas e proporcionar novas descobertas como essa”.

Mas esse tipo de tecnologia deve ser trabalhada com muito cuidado pois ela pode violar um princípio da felicidade: A liberdade. No entanto, podemos notar uma preocupação do Elon Musk com o desenvolvimento de Inteligência Artificial, algo que, por exemplo, não notamos em Mark Zuckerberg, o que nos leva a crer que deve haver responsabilidade na forma como o projeto será conduzido, não haveria como ser feito de outra forma, não podemos ver os implantes como uma forma de roubar pensamentos”. Afirma Dr. Fabiano de Abreu. 

 

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues - Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Pesquisador e especialista em Nutrigenética e Genômica. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society e Triple Nine Society. Autor de mais de 200 artigos científicos e 15 livros.


Teste do Pezinho: Exame feito nos primeiros dias de vida rastreia mais de 50 doenças

 O teste salvou a vida do bebê Gabriel, de 1 ano, que nasceu com uma doença genética grave

 

Gabriel, hoje com 1 ano, é um bebê forte e que leva uma vida normal. Isso porque ele foi diagnosticado com uma anemia grave, uma deficiência no gene G6PD, graças ao teste do pezinho ampliado que fez nos primeiros dias de vida.

Ao nascer, Gabriel foi submetido ao teste do pezinho padrão e a doença não apareceu. O pediatra dele me aconselhou fazer o exame ampliado, capaz de detectar mais doenças. Eu fiz e, já no dia seguinte, recebi o resultado da deficiência no gene G6PD. Logo depois, Gabriel foi internado, muito mal, por causa da doença. O que salvou a vida dele foi eu ter o diagnóstico em mãos e fazer o tratamento certo. Em oito dias, ele saiu do hospital e seguimos com o tratamento em casa”, conta Marianne de Freitas Castellano, mãe do Gabriel.

A doença de Gabriel é genética, capaz de destruir os glóbulos vermelhos e o impede de tomar diversos remédios, como a dipirona, e comer alimentos com corante. “Sempre alerto as grávidas sobre a importância de fazer o teste do pezinho. Tenho dois filhos mais velhos, mas confesso que só me dei conta da importância do exame no nascimento do Gabriel. Ele salvou a vida do meu filho”, emociona-se Marianne.

 

Exame essencial para a saúde dos recém-nascidos

O teste do pezinho é um exame rápido, realizado por meio da coleta de gotas de sangue retiradas de um furinho feito no calcanhar do bebê. Também pode ser feito no braço do recém-nascido, mas a preferência pelo calcanhar tem um bom motivo: a região é rica em vasos sanguíneos.

“Para os bebês, este é um exame praticamente indolor. Foi escolhida uma área segura, na qual conseguimos sangue sem precisar encontrar uma veia. Com uma punção, é coletada uma quantidade muito pequena de sangue para um benefício muito grande”, explica o médico geneticista clínico dr. Gustavo Guida, do laboratório Sérgio Franco, pertencente à Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil.

O Dia Nacional do Teste do Pezinho, lembrado em 6 de junho, foi criado pelo Governo Federal para reforçar a importância do exame. Em 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) instituiu o Novo Programa Nacional de Triagem Neonatal, que deve ampliar o rastreamento de seis doenças para 53.

“Entre as 53 doenças detectadas pelo teste estendido, que já é realizado no serviço privado, estão patologias metabólicas, genéticas e infecciosas que podem causar alterações no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê”, alerta o dr. Gustavo Guida.

“São problemas graves, mas identificáveis precocemente por meio do exame, como as doenças hormonais hipotireoidismo congênito e hiperplasia adrenal; as metabólicas, como a fenilcetonúria e a doença da urina do xarope de bordo; e as hemoglobinopatias, como a anemia falciforme. Essas enfermidades não apresentam sintomas no nascimento e podem aparecer mesmo sem casos registrados na família. Se não forem tratadas cedo, podem causar sérios danos à saúde, inclusive deficiência intelectual grave e irreversível e até a morte”, esclarece o dr. Gustavo.

A data ideal para o exame é entre 24 horas de vida e o quinto dia do nascimento para bebês saudáveis. Recém-nascidos que precisem de internação em UTI devem fazer o teste nas primeiras horas de vida.



Nova técnica pode facilitar a descoberta de alvos terapêuticos e mecanismos de doenças

 Em estudo publicado na Science, time internacional de pesquisadores
descreve ferramenta que possibilitou encontrar mais de 800 interações
 até então desconhecidas entre proteínas e metabólitos. Trabalho pode facilitar
a busca de tratamentos para diferentes moléstias
(
imagem: Minutemen/Wikimedia Commons)
Estudo publicado na revista Science descreve uma técnica que pode facilitar descobertas relacionadas tanto a mecanismos de doenças quanto a possíveis tratamentos.


Batizada de MIDAS (sigla em inglês para diálise acoplada a espectrometria de massas para a descoberta alostérica sistemática), a metodologia permitiu detectar 830 interações consideradas de baixa afinidade entre proteínas e metabólitos (produtos do metabolismo das células), que dificilmente poderiam ser descobertas pelos métodos até então existentes.

“As diferentes vias metabólicas trocam informações entre si e se regulam, o que é muito importante para o metabolismo. No entanto, essas interações são de baixa afinidade, muito difíceis de se detectar com as técnicas usadas atualmente. É uma conversa muito sutil, como um cochicho”, ilustra Maria Cristina Nonato, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FCFRP-USP) e coautora do artigo.

A pesquisadora foi convidada a fazer parte do estudo por conta do seu trabalho – apoiado pela FAPESP – com a fumarase, uma enzima com potencial para ser alvo farmacológico contra parasitas como Leishmania e Trypanosoma<trypanossoma< i="" style="margin: 0px; padding: 0px; border: none;">. A proteína também tem relação com alguns tipos de câncer e doenças genéticas (leia mais em: agencia.fapesp.br/24367/).</trypanossoma<>

Segundo Nonato, as técnicas atualmente usadas foram desenvolvidas para captar interações dentro de uma mesma via metabólica, onde são muito mais evidentes ou esperadas. A MIDAS tem uma sensibilidade maior e pode encontrar mesmo as interações inesperadas, que passariam despercebidas por outras metodologias.

A MIDAS é baseada numa técnica bioquímica clássica conhecida como diálise de equilíbrio, que faz medidas de afinidade de ligação para interações entre receptores e ligantes. O grupo de Jared Rutter, professor da Universidade de Utah e coordenador do estudo atual, publicou o primeiro piloto da metodologia para estudo de interações entre proteínas e metabólitos em 2012.

A plataforma publicada agora tem uma série de melhorias, que permitiram identificar sistematicamente interações de metabólitos com mais de 200 proteínas humanas em um tempo relativamente curto.


Caminho promissor

Para Kevin Hicks, primeiro autor do estudo e pesquisador da Escola de Medicina da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, o trabalho, junto com outros realizados recentemente por outros grupos, demonstra que existe uma profunda e até então pouco valorizada rede conectando o metabolismo de pequenas moléculas e proteínas funcionais.

“À medida que aprendemos mais sobre essa rede de interações, obtemos uma nova compreensão de como as células respondem ao seu estado metabólico. Essas interações, até então desconhecidas, vão proporcionar uma profunda compreensão sobre o que é saúde e doença, além de contribuir para a descoberta de novos tratamentos”, afirma à Agência FAPESP.

No trabalho publicado agora, os pesquisadores focaram no metabolismo de carboidratos, importante para a obtenção de energia por todos os seres vivos. No entanto, a ferramenta tem potencial para o estudo do metabolismo de modo geral.

“Uma das estratégias para a busca de novos tratamentos se baseia na modulação da atividade de proteínas e enzimas pela interação com pequenas moléculas. Essa é uma busca constante da ciência que pode ser facilitada com esses estudos, uma vez que revela não somente novas interações, mas novos mecanismos de modular a ação de proteínas. Isso pode ser explorado desde já com os resultados obtidos, mas ainda há muito espaço para ser ampliado”, explica Nonato.

Entre todas as proteínas analisadas no estudo, em apenas duas delas foi possível determinar a estrutura tridimensional, um passo importante para descobrir possíveis moléculas que possam regulá-las. Uma delas foi justamente a fumarase humana, para a qual foi descoberta e caracterizada a interação com o metabólito AP-3, um componente do metabolismo de fosfonato.

Para a determinação da estrutura 3D, foi utilizada a linha de luz Manacá, da nova fonte de luz síncrotron brasileira do Sirius, localizada no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas.

Com o trabalho, não apenas o grupo de Nonato pode seguir num caminho promissor para o estudo de doenças causadas por parasitas, como outras equipes terão a possibilidade de usar a biblioteca de interações resultante do estudo. Pesquisadores podem ainda usar a MIDAS para encontrar novas interações no metabolismo das células tanto em condições normais quanto frente a diferentes patologias.

O artigo Protein-metabolite interactomics of carbohydrate metabolism reveal regulation of lactate dehydrogenase pode ser lido em: www.science.org/doi/10.1126/science.abm3452.
 



André Julião
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/nova-tecnica-pode-facilitar-a-descoberta-de-alvos-terapeuticos-e-mecanismos-de-doencas/41572/

 

65% das mulheres não conseguem engravidar por questões emocionais

Estudos mostram como eventos estressores podem alterar funções fisiológicas relacionadas à fertilidade

 

Junho é o Mês Mundial da Conscientização da Infertilidade, campanha que tem o objetivo de combater a desinformação e prover auxílio a pessoas nesta condição. Segundo um novo relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 a cada 6 pessoas (17,5%) no mundo enfrentam dificuldades para engravidar. No Brasil, o número gira em torno de 9 milhões de pessoas. 

De acordo com Carlos Moraes, ginecologista obstetra pela Santa Casa/SP e especialista em Infertilidade e Ultrassom em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO, a infertilidade é definida quando não há gravidez após 12 meses (ou mais) de relações sexuais regulares e sem preservativos. 

“As causas são diversas e podem envolver problemas de saúde na mulher, no homem ou em ambos. Na mulher, algumas doenças podem provocar dificuldades para ovular, fertilizar e manter a gravidez, como Síndrome do Ovário Policístico (SOP), tumores hormonais, alterações nas tubas uterinas, endometriose, miomas e pólipos no útero”. 

Segundo ele, a infertilidade também pode estar relacionada com a baixa qualidade e quantidade dos óvulos, devido ao adiamento da gestação, além de fatores externos, como sedentarismo, tabagismo, sobrepeso, consumo frequente de álcool, dieta inadequada, entre outros. 

Entretanto, existe um fator influenciador que, embora seja preponderante, costuma ser esquecido ou subestimado, tanto no diagnóstico da infertilidade como no tratamento: o emocional da mulher.

 

Como a saúde mental pode afetar o sonho de ser mãe

De acordo com Carlos Moraes, que também é membro da FEBRASGO e médico nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre; de 5 a 15% dos diagnósticos de infertilidade são denominados “infertilidade sem causa aparente” (ISCA), quando não há uma causa orgânica identificada. 

“Por muito tempo, no universo da psicologia, alguns casos de infertilidade sem causa aparente foram associados a conflitos inconscientes sobre a gestação e maternidade, principalmente relacionados à figura materna e ao medo de reproduzir um modelo tido como ruim”, explica Monica Machado, psicóloga, fundadora da Clínica Ame.C, e pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein. 

Segundo uma pesquisa do Instituto Valenciano de Infertilidade, na Espanha, cerca de 65% das mulheres não conseguem engravidar devido a fatores emocionais, como sintomas de ansiedade, estresse e até depressão. “Considerando a interação corpo-psiquismo, supõe-se que a infertilidade tem causa combinada, onde o psíquico influencia o lado biológico, enquanto o sofrimento físico afeta a mente”, completa Monica Machado.

 

Na prática, como o emocional interfere uma possível gestação?

Diversos estudos relatam que o estresse e a ansiedade podem alterar certas funções fisiológicas relacionadas à fertilidade, formando um ciclo vicioso que se retroalimenta, já que a infertilidade e os devidos tratamentos podem gerar prejuízos psicológicos. 

Claudia Chang, pós-doutora em endocrinologia e metabologia pela USP e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que o núcleo arqueado, localizado no hipotálamo, é o principal produtor do hormônio GnRH, essencial no funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, que induz a ovulação e, assim, o ciclo menstrual. O núcleo arqueado recebe vários circuitos neuronais do sistema límbico, responsável pelas emoções, que podem modificar a intensidade e a frequência dos pulsos de GnRH. 

“A alteração desses pulsos leva a inibição do eixo hormonal que estimula o ovário, explicando as várias formas de alterações menstruais observadas em mulheres submetidas a fortes impactos emocionais. Dependendo da intensidade e duração desses estímulos, as mulheres podem, inclusive, desenvolver amenorreia ou anovulação, conclui Claudia Chang. 

Um estudo americano realizado com mulheres que estavam começando a tentar engravidar utilizou os biomarcadores cortisol e alfa-amilase salivar como medida de estresse dessas mulheres, que foram acompanhadas por um período de 12 meses. 

“O resultado revelou que mulheres que apresentaram níveis de estresse mais elevados (evidenciados através do exame de alfa-amilase salivar) acabaram reduzindo sua fecundidade em 29%, comparado ao grupo de mulheres com menor nível de estresse, além de apresentarem 2 vezes mais riscos de infertilidade”, revela o ginecologista obstetra Carlos Moraes.

 

Ansiedade x tratamentos para infertilidade

Em relação à Fertilização in vitro (FIV), que é um dos principais tratamentos para a infertilidade, a literatura revela que a ansiedade, e também a depressão, não estão relacionadas a resultados negativos no tratamento de FIV. No entanto, observou-se que as falhas de tratamento podem ocasionar ansiedade e depressão. 

Carlos Moraes conta que diversos pesquisadores da área utilizam o "Inventário de Ansiedade Traço-Estado IDATE" para avaliar como a ansiedade poderia influenciar o eixo hipotálamo-hipófise-ovário. As avaliações apontam que quanto maior o grau de ansiedade, avaliado por esse método, menor a chance de gravidez em mulheres submetidas à inseminação artificial. 

“Entretanto, a influência dos estados psicológicos sobre a função reprodutiva apresenta um perfil multifatorial, sendo difícil determinar relações lineares de causa e efeito”. Além disso, segundo o ginecologista, essas alterações dependem da gravidade dos sintomas da mulher, sendo observadas respostas hormonais mais intensas quando há maior grau de transtornos emocionais. 

“Vale lembrar que a psicoterapia deve ser orientada sempre. Tratar o emocional não só ajuda a enfrentar todo esse processo, como pode aumentar as perspectivas em relação à concepção”, finaliza a psicóloga Monica Machado.

 

OMS visa zerar Hanseníase como problema de saúde pública mundial até 2030

No Brasil, o teste já está disponível no SUS


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o 2º país com maior incidência de hanseníase no mundo, ficando atrás apenas da Índia. Dados preliminares do Ministério da Saúde apontam que, em 2022, mais de 17 mil novos casos de hanseníase foram diagnosticados no país. 

Uma estratégia da OMS visa Zerar a Hanseníase como problema de saúde pública no mundo até 2030 (zero infecção, zero doença, zero incapacidade, zero estigma, zero discriminação). Isso significa reduzir a ocorrência da doença para menos de um caso por 10.000 habitantes. 

Para alcançar esse objetivo, a estratégia se concentra em quatro pilares: diagnóstico precoce e tratamento oportuno; prevenção de incapacidades; combate ao estigma e discriminação; e fortalecimento do sistema de saúde. Com a sua implementação, também espera-se melhorar a qualidade de vida dos pacientes. 

O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações, por isso ao observar os primeiros sinais e sintomas, é indispensável buscar orientação médica. Neste contexto, O Brasil é o primeiro país do mundo a ofertar o teste rápido facilmente aplicável em laboratórios. 

O teste rápido, BIOCLIN FAST ML FLOW HANSENÍASE, surgiu em decorrência do trabalho realizado pela professora e pesquisadora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da UFG, Samira Bührer, junto a colaboradores, no Laboratório de Desenvolvimento e Produção de Testes Rápidos (LDPTR) e já está disponível no SUS para pessoas que tenham tido contato com pacientes reconhecidamente positivos. Ele foi viabilizado pela transferência de tecnologia para a Bioclin, em parceria com a multinacional alemã Merck, que é a empresa química e farmacêutica mais antiga do mundo, tendo sido fundada em 1668.

 

PRINCIPAIS SINTOMAS DA HANSENÍASE

perda de sensibilidade;

manchas na pele;

nódulos no rosto;

feridas ou queimaduras indolores;

formigamento dos pés e/ou das mãos;

perda da força muscular;

 


Bioclin
www.bioclin.com.br
@bioclinglobal


30% dos brasileiros que pretendem ter filhos confundem teste do pezinho com impressão plantar

Apesar de serem realizados logo após o nascimento, procedimentos são distintos e têm objetivos diferentes


No Dia Nacional do Teste do Pezinho, 06 de junho, presentamos pesquisa realizada pelo instituto Ipsos, a pedido da Novartis, que 3 a cada 10 pessoas que pretendem ter filhos em até 12 meses confundem a impressão plantar com o teste do pezinho, um dos exames mais importantes para o diagnóstico precoce de doenças raras. A falta da realização do teste pode trazer impactos negativos para a saúde do bebê. Entre os que já possuem filhos, 25% também faz confusão entre os termos.*

A impressão plantar, conhecida como a “digital” do pezinho, trata-se apenas de uma forma de realizar a identificação do bebê, através de um carimbo no pé. Já o teste do pezinho é um exame realizado a partir da coleta de uma amostra de sangue coletada no calcanhar do bebê, que permite identificar doenças congênitas ainda no período neonatal e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para ser feito nas maternidades e postos de saúde.

“É bastante comum relacionar o teste do pezinho à impressão plantar, já que ela consiste literalmente em imprimir o pé do bebê em uma superfície. Entretanto, é preciso conscientizar sobre a diferença entre os dois procedimentos, especialmente para as pessoas que estão esperando filhos ou pretendem ser pais no futuro, pois o teste do pezinho tem potencial de mudar a qualidade de vida da criança”, destaca a Dra. Carolina Fischinger Moura de Souza, médica geneticista.

Em junho de 2022, entrou em vigor a lei[i] que prevê a ampliação do teste para o diagnóstico de um número maior de doenças no SUS, com o intuito de ampliar o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). Hoje, o teste do pezinho conta com o rastreio de 6 doenças e a implementação da lei ocorrerá em 5 fases, porém, até o momento, apenas a primeira está em andamento, com a inclusão do diagnóstico da toxoplasmose congênita.

As próximas etapas, ainda sem data para incorporação, incluirão: galactosemias; aminoacidopatias; distúrbios do ciclo da ureia; e distúrbios da beta oxidação dos ácidos graxos. Seguida pelas doenças lisossômicas, imunodeficiências primárias e atrofia muscular espinhal, nas etapas três, quatro e cinco, respectivamente.

“Esse diagnóstico precoce é primordial para o tratamento das enfermidades, pois, em condições como a AME (atrofia muscular espinhal), quanto mais cedo se iniciar, melhor serão os resultados clínicos”, explica a médica.

Segundo o Ministério da Saúde[ii], a delimitação de doenças a serem rastreadas pelo teste do pezinho será revisada periodicamente, com base em evidências científicas, considerados os benefícios do rastreamento, do diagnóstico e do tratamento precoce, priorizando as doenças com maior prevalência no país, com protocolo de tratamento aprovado e com tratamento incorporado no sistema público.

“É muito importante que o teste do pezinho seja realizado em todos os recém-nascidos e, principalmente, englobe todas as doenças. Por isso, é essencial que as 5 fases previstas na lei sejam implementadas efetivamente e cheguem o mais breve possível, assim, poderemos ofertar muito mais saúde às nossas crianças”, finaliza a Dra. Carolina.

* Estudo quantitativo realizado pela Ipsos a pedido da Novartis, no Brasil, entre 15/12/2022 e 16/01/2023. Foram realizadas 1650 entrevistas on-line entre amostra representativa da população brasileira e amostra booster com pessoas que possuem filho de até 12 meses ou que pretendem ter filhos nos próximos 12 meses. Margem de erro de 2,5 p.p pontos percentuais (p.p. - população) e 4,9 pontos percentuais (p.p.- booster).”

 

Novartis
https://www.novartis.com.br/.


[i] L14154 (planalto.gov.br)
[ii] https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.154-de-26-de-maio-de-2021-322209993

 

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