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sexta-feira, 2 de junho de 2023

Vacina da tuberculose é adaptada para proteger contra coronavírus

Versão geneticamente modificada do Bacilo Calmette-Guérin tem custo baixo e se mostrou eficaz contra o SARS-CoV-2 em experimentos com camundongos. Imunizante ensina o sistema imune a se proteger da tuberculose e de outros patógenos.


 

Embora a vacinação contra  a covid-19 tenha avançado rapidamente nos países desenvolvidos, até o ano passado apenas cerca de 16% da população foi vacinada nos países de renda baixa, segundo a Organização Mundial de Saúde. Uma cepa modificada geneticamente do Bacilo Calmette-Guérin (BCG), usado como vacina para a tuberculose, poderá ser produzida com baixo custo e facilitar o avanço da imunização contra o coronavírus nesses países. A bactéria produziu uma proteína quimérica com dois antígenos do SARS-CoV-2, e protegeu camundongos expostos ao vírus, como descrito no artigo publicado na revista Journal of Immunology

 

“Os resultados foram animadores”, comemora Sérgio Costa Oliveira, professor do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), que coordenou o estudo em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Instituto Butantan, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Não detectamos nenhum sinal do vírus no pulmão dos animais vacinados com a BCG recombinante, com o ensaio de formação de vírus em placas”, relata Oliveira. 

 

Os pesquisadores verificaram que os antígenos do SARS-CoV-2 estimularam a produção de anticorpos, que bloquearam a ação viral. Segundo Oliveira, a BCG estimula o sistema imune inato, preparando o organismo para se defender de outros patógenos, além da própria tuberculose — propriedade conhecida como efeito heterólogo. Eles verificaram que a BCG contribuiu para aumentar a atividade dos linfócitos T e dos macrófagos, que auxiliam na eliminação do SARS-CoV-2. 

 

A BCG foi criada em 1921, a partir do bacilo Mycobacterium bovis, isolado de bovinos, semelhante ao M. tuberculosis, que causa a doença, mas é menos virulento. Quatro bilhões de pessoas foram vacinadas com a BCG, quase 60% da população mundial, com poucos efeitos colaterais, segundo artigo publicado em 2013 na revista Maedica – a Journal of Clinical Medicine. Por isso, ela é considerada uma das vacinas mais seguras. Devido ao efeito heterólogo, pode ser usada no tratamento de outras doenças, sendo considerada uma das terapias preferenciais para o câncer de bexiga.

 

Menos susceptível às mutações - Para modificar a vacina, os pesquisadores introduziram uma sequência gênica no BCG, contendo o gene da proteína S, que fica na parte de fora do SARS-CoV-2  e facilita sua entrada na célula, associado ao gene do nucleocapsídeo (N), que envolve e protege o material genético do patógeno. Como resultado, o bacilo produziu uma proteína composta pelos dois antígenos. Para simular a ação do coronavírus em seres humanos, os pesquisadores usaram animais transgênicos com receptor humano (ACE2) para o SARS-CoV-2.

 

A proteína S, que se liga ao receptor humano ACE2 e facilita a entrada do vírus na célula, já é usada em cerca de 90% das vacinas contra a covid-19, mas, como sofre mutações com frequência, os imunizantes precisam ser atualizados. A proteína N, por ser menos exposta ao sistema imune, é mais estável e menos suscetível a mutações do que a proteína S, conferindo maior durabilidade à vacina.    

 

No experimento, a BCG recebeu um reforço depois de 30 dias, quando foi injetada a proteína quimérica associada com um adjuvante, que estimula a resposta imunológica. “O reforço foi fundamental para aumentar a imunidade dos roedores, que ficaram mais protegidos do que aqueles animais que receberam apenas o BCG, ou apenas a proteína com o adjuvante”, relata Oliveira. 

 

Uma vez que a prova de conceito funcionou, Oliveira pretende prosseguir com a pesquisa e ajustar o imunizante contra as variantes do coronavírus, e, quando possível, começar os testes clínicos em seres humanos. Como houve um aumento considerável de mortes por tuberculose durante a pandemia, a nova vacina poderá facilitar a imunização das duas doenças ao mesmo tempo.



JUNHO LILÁS: ARTESP e concessionárias de rodovias participam de campanha de conscientização sobre importância do Teste do Pezinho

Exame realizado em recém-nascidos detecta doenças que, quando descobertas precocemente, são tratáveis



A ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo e as 20 concessionárias do Programa de Concessões Rodoviárias do Estado participam da 7ª edição da Campanha Junho Lilás, que tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce de doenças, por meio do Teste do Pezinho, que deve ser realizado após 48 horas até o 5º dia do nascimento.

A campanha é promovida pelo Instituto Jô Clemente (IJC), organização da sociedade civil sem fins lucrativos com mais de 62 anos de atuação na promoção da saúde e qualidade de vida de pessoas com deficiência intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e doenças raras.

“A promoção da saúde é dever de todos, e o Teste do Pezinho é importante para prevenção e tratamento precoce de muitas doenças graves e raras! Os painéis de mensagem das rodovias, além de serem uma importante ferramenta operacional para alertar os usuários sobre o que ocorre na malha viária, também podem disseminar essa mensagem de forma eficaz nas vias sob concessão. É uma ferramenta capaz de despertar boas práticas de saúde”, afirmou o diretor-geral da ARTESP, Milton Persoli.

“O Teste do Pezinho é um marco da medicina preventiva para o diagnóstico precoce de doenças graves e raras, e o Instituto Jô Clemente (IJC), com mais de 62 anos de atuação, tem muito orgulho por ter sido pioneiro nessa implementação. Contar com parceiros como a Artesp nesta campanha é fundamental para levar a mensagem a mais pessoas e informá-las sobre a importância do diagnóstico precoce de doenças por meio do Teste do Pezinho”, afirma Daniela Mendes, superintendente geral do IJC.



Mensagem da campanha

Como forma de apoio e engajamento, a campanha será divulgada nas redes sociais da ARTESP e nos Painéis de Mensagens Variáveis (PMVS) espalhados pelos 11,1 mil quilômetros de rodovias estaduais e concedidas no Estado de São Paulo. A ação tem o objetivo de orientar a sociedade sobre a necessidade de se fazer o Teste do Pezinho e de expandir o seu acesso, para o diagnóstico precoce de dezenas de doenças graves e raras, prevenindo possíveis sequelas. O alerta feito nos PMV das rodovias é:

“Junho Lilás: O Teste do Pezinho pode salvar a vida do seu bebê”



O que é o Teste do Pezinho

Realizado em recém-nascidos, o teste é um exame rápido realizado com gotinhas de sangue que são coletadas por meio de uma picada no calcanhar do bebê. Através dele podem ser detectadas doenças genéticas, congênitas, metabólicas, infecciosas e imunológicas que, quando descobertas precocemente, são tratáveis. Por isso, é importante a realização do exame após 48 horas do nascimento até o 5º dia de vida do bebê.

No Sistema Único de Saúde (SUS) é possível realizar o teste de forma gratuita logo após o nascimento do bebê. O exame básico detecta seis tipos de doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. Nas unidades de saúde da cidade de São Paulo é ofertado, desde dezembro de 2020, o exame ampliado que diagnostica, precocemente, cerca de 50 doenças.

 

Não é obesidade, não é inchaço, não é líquido: é acúmulo de gordura, é LIPEDEMA

Junho Roxo – Mês de Conscientização do Lipedema

 

O lipedema atinge mais de 10% das mulheres e tem como principais características o acúmulo de gordura nos braços, coxas e pernas. Além da gordura, é comum surgir equimose (roxinhos) nas áreas afetadas, sensibilidade e dor ao toque, sensação de peso e cansaço nas pernas, fadiga e pode até comprometer a mobilidade.

 

É uma doença crônica do tecido adiposo e pode estar associada ao comprometimento vascular. Mutações genéticas podem estar relacionadas em mais de 60% dos casos. 

 

O cirurgião plástico Dr. Fernando Amato conta que o lipedema não tem cura, mas que é possível tratar e ter qualidade de vida. “É uma doença, frequentemente, confundida com obesidade, que pode ocorrer simultaneamente, e até agravar o quadro, porém nem sempre estão associadas”, explica o especialista.

 

Quando não diagnosticada e tratada, o lipedema pode afetar a saúde mental e até levar à depressão. “Como muitas vezes essas mulheres recebem inicialmente apenas o diagnóstico de obesidade, embora cheguem a perder peso, continuam com a desproporção no corpo e sofrem física e emocionalmente. Por isso, essas pacientes precisam de acolhimento”, comenta Dr. Fernando Amato, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e que atua com uma equipe multidisciplinar no tratamento do lipedema.

 

Diagnóstico - O diagnóstico de lipedema é clínico, e depende de uma boa anamnese (conversa com o paciente) e exame físico. Exames complementares como ultrassom e ressonância magnética podem complementar o exame físico, auxiliando o diagnóstico e tratamento.

Cirurgia é a última opção – Segundo Dr. Amato, o tratamento cirúrgico deve ser a última opção, mas, muitas vezes, acaba sendo o primeiro recurso procurado. “Somente depois de tentar o tratamento clínico e, de preferência apresentando alguma melhora, mesmo que parcial, deve ser indicada a lipoaspiração para o tratamento do lipedema”, comenta Dr. Fernando Amato que alerta ainda para a questão da segurança: “É preciso respeitar os limites de gordura a serem retirados durante a cirurgia, que devem ser entre 5% a 7% do peso corporal do paciente”, detalha o especialista. 


Para os casos de lipedema, Dr. Fernando trabalha com uma equipe multidisciplinar formada por cirurgião vascular, endocrinologista, nutricionista e fisioterapeuta. O tratamento endócrino envolve investigação com exames hormonais, mudança e melhora do estilo de vida, principalmente com o equilíbrio da alimentação e prática de atividade física, sendo nesses casos mais indicados exercícios aquáticos, como natação e hidroginástica.

  


Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
https://plastico.pro/
www.amato.com.br
https://www.instagram.com/meu.plastico.pro/


Queda nos índices de vacinação infantil preocupa

Cenário traz alerta aos bebês prematuros que, com sistema imunológico frágil, precisam ainda mais de proteção; ressalta ONG Prematuridade.com



Em 9 de junho é celebrado o Dia Nacional da Imunização e, historicamente, o Brasil sempre foi um exemplo global de vacinação infantil, mantendo, por décadas, as coberturas vacinais acima de 95%. Porém, desde 2015, os índices de imunização vêm caindo – cenário que se agravou na pandemia – fazendo com que 1,6 milhão de crianças não tenham tomado a primeira dose da vacina contra a pólio ou da DTP (que previne contra difteria, tétano e coqueluche), entre 2019 e 2021, segundo o governo federal.

 

O relatório “Situação Mundial da Infância 2023 - Para cada criança, vacinação”, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), revelou que a percepção sobre a importância e a confiança nas vacinas para crianças diminuiu em 52 dos 55 países pesquisados. No Brasil, houve uma queda de 10 pontos percentuais - antes da pandemia, 99,1% dos brasileiros confiavam nas vacinas infantis e, após o surgimento da emergência relacionada à COVID-19, a taxa caiu para 88,8%.

 

A situação é ainda mais preocupante no caso dos bebês prematuros, alerta a fundadora e diretora executiva da ONG Prematuridade.com, Denise Suguitani. “A vacinação é fundamental para a saúde de todas as crianças, incluindo aquelas que nascem prematuras e, por isso, são mais suscetíveis a doenças e infecções. Os bebês prematuros inspiram cuidados especiais, pois podem apresentar baixa imunidade e sistema respiratório mais frágil", fala.

 

A desinformação sobre a segurança das vacinas é um entrave. "É muito importante que os profissionais de saúde se atualizem quanto ao tema, para poder orientar corretamente as famílias, reforçando sempre a necessidade de manter o calendário vacinal do bebê prematuro em dia, a fim de garantir a eles mais saúde e melhores prognósticos, bem como a importância da vacinação em dia de todas as pessoas que convivem com o bebê", ressalta Denise.

 

A diretora executiva da ONG Prematuridade.com lembra que, de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – parceira da ONG -, as vacinas contra meningite, pneumonia, coqueluche, hepatite B, rotavírus, gripe e as demais vacinas do primeiro ano de vida devem ser aplicadas de acordo com a idade cronológica da criança prematura.


Denise explica, ainda, que algumas imunizações, indicadas e disponíveis para o prematuro, podem ser feitas com o bebê ainda internado, seja em hospital público ou privado. “Para isso, a equipe da UTI Neonatal deve entrar em contato com o CRIE (Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais) ou com a Coordenação Municipal de Imunização”, explica.

 

O CRIE tem como finalidade facilitar o acesso de pessoas com necessidades específicas de imunização, como os bebês prematuros, disponibilizando ampla gama de vacinas, soros e imunoglobulinas, gratuitamente, e que não são oferecidos nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) ou o são apenas para faixas etárias restritas. No link https://prematuridade.com/proteger/os-cries, é possível verificar os endereços dos CRIEs pelo Brasil.


 

Particularidades


O bebê prematuro receberá as vacinas do primeiro ano de vida indicadas a todos os bebês, mas com algumas particularidades. Uma das diferenças em relação aos bebês que nasceram a termo é a vacina contra hepatite B. Nos prematuros que nascem com menos de 33 semanas ou com menos de 2kg, essa vacina deve ser aplicada em 4 doses ao invés de 3. Podem ser dadas ao nascer, aos 2, 4 e 6 meses ou então ao nascer, com 1, 2 e 6 meses.

Já para receber a vacina BCG, que protege contra a tuberculose, o bebê prematuro precisa estar com, no mínimo, 2kg.

 

A diretora-executiva da ONG Prematuridade.com lembra que um diferencial importante na vacinação dos bebês prematuros é a recomendação do uso de vacinas acelulares, que são desenvolvidas com partículas e não com células inteiras, fazendo com que as reações à vacina sejam menos frequentes e bem mais leves. “Vacinas combinadas, que protegem contra várias doenças ao mesmo tempo, em uma única dose, também são indicadas para os prematuros. A vacina hexavalente, por exemplo, protege contra difteria, tétano, coqueluche, meningite, poliomielite e hepatite B, em uma só aplicação. Prematuros nascidos com menos de 1kg ou abaixo de 31 semanas de gestação têm direito a receber essa vacina, que está disponível nos CRIEs”, fala.

 

Denise ressalta que, apesar de não ser uma vacina, o medicamento imunobiológico “palivizumabe” é de extrema importância para a proteção dos prematuros contra a infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O item é disponibilizado, de acordo com alguns critérios, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2013 e foi incorporado pelo rol da ANS (Agência Nacional de Saúde) em 2018, ou seja, é coberto pelos convênios. As aplicações do medicamento ocorrem durante os meses de maior circulação do vírus, que vai depender da região do país onde o bebê vive. “O VSR é o principal responsável pelas infecções pulmonares infantis, como a bronquiolite, que pode ser muito grave em bebês prematuros”, frisa.

De acordo com especialistas, só é necessário adiar a vacinação do bebê prematuro quando ele está em condição extremamente delicada, como, por exemplo, apresentando pressão arterial instável, distúrbio metabólico e quadros infecciosos, como choque séptico em função de infecção hospitalar ou bronquiolite grave. “Mas com o quadro se estabilizando, mesmo que na UTI neonatal, é preciso vacinar. Vacinas salvam vidas”, conclui. 

A ONG Prematuridade.com tem em sua página na internet uma seção dedicada à imunização onde, além de informações e esclarecimentos, as famílias podem se cadastrar para o recebimento de alertas mensais, por SMS, com lembretes das vacinas necessárias aos bebês. Acesse em prematuridade.com/proteger.

 

Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.com

www.prematuridade.com/

 

Observatório da Prematuridade

 https://prematuridade.com/_files/view.php/download/pasta/1/61f96b65a3779.pdf



Telemedicina: modalidade de atendimento cresce no Brasil, mas ainda gera dúvidas

Opção de consultas médicas à distância foi regulamentada oficialmente há um ano e vem crescendo no País. Atendimento rápido e simplificado tem atraído pacientes


A tecnologia tem revolucionado a medicina. Mas não são só as formas de tratar e diagnosticar doenças que evoluíram: com o avanço das telecomunicações, até mesmo a forma de se consultar tem mudado. Há um ano o Brasil regulamentou via Conselho Federal de Medicina (CFM) a prática da telemedicina, atividade que já vinha sendo adotada por operadoras de saúde desde 2018 a partir de uma resolução de caráter extraordinário e que se popularizou especialmente durante o período de pandemia. Desde então esta prática tem ganhado espaço com muitos pacientes optando pela praticidade de fazer o primeiro contato com o profissional de saúde diretamente de um smartphone ou computador, eliminando assim o deslocamento até o local de atendimento.

Regulamentada oficialmente desde maio do ano passado, a Resolução CFM 2.314/2022 homologou de forma definitiva a incorporação da telemedicina entre os atendimentos remotos, dando as diretrizes básicas para a oferta do serviço por hospitais e operadoras de saúde dentro de protocolos de qualidade e segurança adequados.

Uma pesquisa realizada no início deste ano por uma plataforma de telemedicina com uma base de dados que analisou mais de 2,5 milhões de pacientes apontou que as consultas virtuais resolvem 88% dos casos, sem necessidade de um novo atendimento presencial. Tal praticidade e eficiência no diagnóstico/tratamento tem conquistado a simpatia de muitos usuários de serviços de saúde: uma pesquisa realizada em 2022 pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), mostrou que pelo menos metade da população brasileira tinha utilizado algum serviço online de saúde ao longo dos últimos doze meses.

Embora esta venha se tornando uma prática popular, muitos pacientes ainda tem uma série de questionamentos relacionados a como, de fato, o serviço funciona. O médico coordenador do Programa Priori da Paraná Clínicas, Eduardo Senter (CRM-PR: 37.275, RQE 30.922), foi um dos responsáveis por implantar a modalidade de teleatendimento na Operadora durante o período da Pandemia e explica que a consulta virtual é basicamente idêntica à convencional: “O paciente entra em contato a partir do seu telefone/smartphone, tanto para uma consulta por vídeo quanto por áudio. Ela funciona como uma consulta habitual, exceto pela não existência do contato e do exame físico num primeiro momento. Dependendo dos sintomas relatados e da sua gravidade, o médico poderá orientar a pessoa a procurar imediatamente uma unidade de pronto-atendimento ou agendar uma consulta presencial convencional para verificar/comprovar as queixas relatadas durante a consulta virtual”, explica. Além disso, o primeiro contato virtual também ajuda a agilizar tratamentos, na medida em que o médico já pode solicitar alguns exames prévios antes mesmo de ter um encontro presencial com o paciente.

Até em função desta impossibilidade do contato físico inicial, o teleatendimento é indicado principalmente para casos com sintomas leves e/ou bem aparentes, ou para tratamentos com psicólogos e psiquiatras. Nestas situações, o profissional de saúde irá realizar a anamnese, que consiste na conversa para avaliar o estado do paciente e recomendar a realização de eventuais exames ou procedimentos médicos específicos, caso necessários. Em casos mais leves e facilmente identificáveis, como o de uma gripe, por exemplo, o médico pode receitar os medicamentos e dar sequência ao tratamento sem a realização de outras avaliações. Se houverem sintomas mais graves, febre alta, ou de mal-estar generalizado, a visita a uma unidade de pronto atendimento presencial é a alternativa mais recomendada.


Cuidados na hora de escolher o serviço

Embora hospitais e operadoras de saúde já ofereçam o atendimento virtual, é importante que o paciente cheque as informações sobre o serviço antes de entrar nas consultas: “De maneira geral é importante o usuário procure por hospitais e/ou planos de saúde que anunciem este serviço tanto em seus sites oficiais quanto em suas redes sociais. O paciente deve ficar atento e sempre se certificar que está acessando um serviço confiável e seguro em plataformas que ofereçam esta garantia. Ele também deve sempre pesquisar sobre a certificação do médico, que normalmente será apresentada antes ou após a consulta, na ficha com os detalhes do atendimento”, comenta Senter.

O médico explica ainda que as consultas seguem todos os protocolos padrões de segurança de quaisquer consultas médicas convencionais, incluindo as diretrizes personalizadas para liberação de receitas médicas e atestados: “O Conselho Federal de Medicina (CFM) oferece uma plataforma virtual onde o médico consegue enviar receituários comuns, receitas antimicrobianas, antibióticos e receituários especiais, como antidepressivos e controladores de ansiedade, além do atestado médico. Eles poderão ser enviados ao paciente por Whatsapp ou e-mail, dependendo da prática adotada pela empresa de saúde que oferece o serviço. É tudo feito de forma prática, simples e rápida”, conclui Senter.

 

DÚVIDAS COMUNS SOBRE TELEMEDICINA

As consultas virtuais são seguras?

Sim! A prática é comum no mundo toda e foi regulamentada oficialmente no Brasil via CFM desde maio de 2022

Em quais casos a consulta médica presencial deve ser priorizada?

Principalmente em situações onde o paciente apresente sintomas graves e/ou mal-estar generalizado que necessitem de uma intervenção médica imediata.

Como terei acesso à receita médica e ao atestado em uma consulta de telemedicina?

O Conselho Federal de Medicina tem uma plataforma virtual que permite ao médico enviar ao paciente receituários de todos os tipos e o atestado, quando necessário. Os documentos podem ser enviados por WhatsApp ou e-mail, dependendo da prática da empresa de saúde responsável pela consulta.

Como posso me certificar que o serviço médico virtual que estou acessando é seguro?

A recomendação é a de que o paciente priorize sempre plataformas de teleatendimento indicadas por sua operadora de saúde ou pelo hospital em que frequenta. É importante também checar antes ou depois da consulta o cadastro do médico que realizou o procedimento a fim de confirmar seus atributos e especializações.

 

Paraná Clínicas
panaclinicas.com.br


Anvisa aprova combinação de imunoterápicos para tratamento de câncer de fígado avançado ou irressecável

Estudo de fase III HIMALAYA demonstra que combinação de uma única dose de tremelimumabe combinada com durvalumabe reduziu o risco de morte em 22%

 

No dia 22 de maio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a combinação dos imunoterápicos durvalumabe e tremelimumabe como tratamento para pacientes com carcinoma hepatocelular avançado ou irressecável, tipo mais comum e agressivo dos tumores iniciados no fígado, correspondendo a 80% dos casos[1]. O estudo de fase III HIMALAYA apresenta o uso de imunoterapia em primeira linha de tratamento de carcinoma hepatocelular com maior tempo de acompanhamento: 33 meses[2], e baseia-se no regime STRIDE, que consiste na dose única de tremelimumabe combinada com durvalumabe, seguida de durvalumabe a cada 4 semanas². 

A aprovação da combinação dos imunoterápicos representa um marco no cenário da doença e uma nova possibilidade em primeira linha de tratamento aos pacientes. “Segundo estatísticas da Organização Mundial da Saúde, haverá um aumento significativo, de 55%, nos casos de morte por câncer de fígado no mundo até 2040. A combinação de tremelimumabe com durvalumabe reduz o risco de morte em 22% e demonstra que, aproximadamente, 31% dos pacientes estão vivos em 3 anos, o que pode contribuir positivamente para uma mudança no cenário mundial da doença e na vida dos pacientes”, evidencia Anouchka Chelles, diretora médica da área de oncologia da AstraZeneca. 

O estudo teve como comparador um inibidor de quinase, demonstrando eficácia superior em relação a sobrevida global, favorecendo o braço com durvalumabe e tremelimumabe, com medianas de 16,4 versus 13,8 meses². A avaliação de taxa de resposta também foi 4 vezes maior (20,1% versus 5,1%), com duração mediana de resposta de 22,3 meses e 65,8% dos que responderam, mantiveram o benefício por no mínimo 12 meses². A combinação também apresentou um perfil de segurança gerenciável e toxicidade conhecida, sendo os eventos adversos mais prevalentes: erupções cutâneas, diarreia, fadiga, prurido, dor musculoesquelética e dor abdominal². 

A recente aprovada combinação é recomendada pelas principais diretrizes internacionais e nacionais para o tratamento de carcinoma hepatocelular, sendo classificada pelo NCCN (National Comprehensive Cancer Network) como regime preferencial de primeira linha[3], como tratamento preferencial de primeira linha pela Diretriz da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica) 2022[4] e com pontuação máxima no ESMO-MCBS (European Society for Medical Oncology - Magnitude de Benefícios Clínicos), com nota 5[5]. “Estamos certos de que com essa aprovação, será possível oferecer maior sobrevida com qualidade de vida aos pacientes com carcinoma hepatocelular avançado ou irressecável”, complementa Chelles.

 


AstraZeneca
www.astrazeneca.com.br
Instagram @astrazenecabr.



[1] Instituto Nacional do Câncer (INCA). Câncer de Fígado. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/figado#:~:text=Dentre%20os%20tumores%20iniciados%20no,mais%20de%2080%25%20dos%20casos. Acesso em 25 de maio de 2023.

[2] Abou-Alfa, Ghassan K., et al. “Tremelimumab plus durvalumab in unresectable hepatocellular carcinoma.” NEJM Evidence 1.8 (2022): EVIDoa2100070.

[3] NCCN, Hepatobiliary Cancers – Version 5.2022 – January 13, 2023.

[4] SBOC, Diretrizes de tratamentos oncológicos – Carcinoma hepatocelular, 2022.

[5] ESMO-MCBS Guidelines. Disponível em: https://www.esmo.org/guidelines/esmo-mcbs/esmo-mcbs-for-solid-tumours/esmo-mcbs-scorecards/scorecard-358-1. Acesso em 25 de maio de 2023.

 

PMMA e silicone industrial: jornalista Lygia Fazio morre em decorrência do uso e especialista faz alerta sobre o perigo das substâncias

Cirurgiã plástica Patrícia Marques explica que uma vez injetado, o PMMA não pode ser retirado

 

A jornalista e modelo Lygia Fazio não resistiu a um AVC que sofreu há cerca de 1 mês, quando passava por procedimentos para retirada de PMMA aplicado nos glúteos, que acabou se espalhando pelo corpo, causando várias infecções.

Familiares e amigos lamentam a morte e contam a luta de Lygia para reverter a aplicação do produto realizada há 3 anos. A amiga e jornalista Meiri Borges relata que Lygia se preocupava com a beleza, como todas as mulheres, e mesmo após negativa de aplicação pelos médicos, injetou o PMMA em local clandestino, o que classifica como uma bomba-relógio na vida da amiga.

O PMMA - ou polimetilmetacrilato - é um material sintético e, de acordo com a cirurgiã plástica Patrícia Marques, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, só pode ser utilizado em casos específicos e em pequenas quantidades. No Brasil, o PMMA para preenchimento subcutâneo precisa ser registrado na Anvisa, pois é um produto de uso em saúde da classe IV (máximo risco), mesmo assim, a substância atrai cada vez mais mulheres pela proposta de resultados instantâneos. 

Composto por microesferas de um material muito parecido com um plástico acrílico, o PMMA se espalha pelo tecido da região após ser aplicado. “O PMMA é bastante procurado por não ser absorvido pelo corpo, mas pode causar reações imprevisíveis a longo prazo. Ele ‘endurece’ no local aplicado e pode causar complicações com sequelas irreversíveis, como infecções crônicas e deformidades”, alerta a cirurgiã.

A especialista explica que uma vez injetado, o PMMA se espalha pelo tecido e não pode ser facilmente retirado, diferente de uma prótese de silicone, que pode ser removida a qualquer momento ou a aplicação do ácido hialurônico, que também é um tipo de preenchimento com muito mais segurança.


Alternativas melhores

Patrícia Marques esclarece que a bioplastia, também conhecida como plástica sem bisturi, é um procedimento não cirúrgico que utiliza substâncias de preenchimento - como o polimetilmetacrilato (PMMA) - para remodelar áreas da face e do corpo, mas não é a técnica mais segura para dar volume em qualquer parte do corpo. 

As próteses de silicone e a lipoenxertia com a transferência da gordura para a região onde se deseja mais volume são as cirurgias mais indicadas. O PMMA nunca pode ser utilizado como um substituto do silicone, principalmente em pacientes que buscam a técnica para aplicação nos glúteos, como foi o caso de Lygia, porque a dose utilizada nessa região precisa ser grande, bem maior que a de um simples preenchimento.


A importância do profissional habilitado

A Anvisa orienta que o produto só pode ser administrado por profissionais treinados. Para cada paciente, o médico deve determinar as doses e o número de injeções necessárias, dependendo das características de cada paciente, das áreas a serem tratadas e do tipo de indicação.

A Anvisa também esclarece que o produto não é contraindicado para aplicação nos glúteos para fins corretivos, porém, não há indicação para aumento de volume, seja corporal ou facial. 

“Cabe sempre consultar um profissional médico credenciado e responsável para avaliar a aplicação de acordo com a correção a ser realizada e as orientações técnicas de uso do produto”, finaliza Patrícia.




Patrícia Marques - graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, é membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e tem especializações em reconstrução de mama e da face no Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, em Barcelona, e no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em NY, EUA. Também é especialista em medicina capilar e referência nacional em frontoplastia e redução de testa com mais de 600 cirurgias realizadas. CRM-SP 146410.Instagram: @dra_patricia_marques
Site: https://www.drapatriciamarques.com.br/
Avenida Moema, 300, conjunto 71, Moema, São Paulo/SP
Telefone: (11) 93206-0079


Imunização: a melhor forma de prevenir a anemia associada a doenças infecciosas

Junho Laranja: Prevenção da Anemia


A anemia é uma condição em que o corpo não tem glóbulos vermelhos saudáveis o suficiente para transportar oxigênio para os tecidos do corpo. Isso pode ser causado por uma variedade de fatores, incluindo deficiências nutricionais, doenças crônicas, perda excessiva de sangue ou problemas genéticos. No entanto, uma das principais causas de anemia em todo o mundo são as doenças infecciosas. 

A anemia pode agravar o curso das doenças infecciosas, tornando o corpo mais suscetível a infecções, piorando a resposta imunológica e agravando os sintomas da doença. Por exemplo, a infecção por Streptococcus pneumoniae, que pode causar pneumonia e outras infecções respiratórias, pode levar a uma piora da anemia em algumas pessoas. 

O médico e diretor técnico da Salus Imunizações, Dr. Marco César Rodrigues Roque, explica que, felizmente, a vacinação pode ajudar a prevenir e tratar essas condições. As vacinas são uma das formas mais eficazes de prevenir doenças infecciosas e, assim, reduzir o risco de anemia associada a essas doenças. As vacinas ajudam a proteger o corpo contra agentes infecciosos, evitando a infecção e a destruição dos glóbulos vermelhos, além de ajudar a prevenir as complicações associadas às doenças infecciosas. 

Por exemplo, a vacinação contra a malária está sendo desenvolvida e testada em todo o mundo. Embora ainda não haja uma vacina disponível comercialmente, as vacinas em desenvolvimento mostraram-se promissoras na prevenção da infecção pelo parasita da malária e na redução do risco de anemia associada à doença. 

Além disso, a vacinação contra o vírus da hepatite B pode prevenir a infecção pelo vírus, que pode causar anemia em alguns casos. A vacinação também pode ajudar a prevenir a infecção pelo Streptococcus pneumoniae, reduzindo o risco de complicações respiratórias e de agravamento da anemia. 

“É importante lembrar que a vacinação não apenas previne doenças infecciosas, mas também ajuda a proteger a saúde geral do corpo, reduzindo o risco de complicações secundárias, como a anemia. A vacinação é uma forma segura e eficaz de prevenir doenças infecciosas e suas consequências, incluindo a anemia, e deve ser uma prioridade para todas as pessoas, independentemente da idade.” Destaca o Dr. Marco César Rodrigues Roque. 

Algumas dicas importantes para garantir que você esteja protegido contra doenças infecciosas e anemia incluem:

 

    1. Manter um calendário de vacinação atualizado: verifique com seu médico ou profissional de saúde, quais vacinas são recomendadas para sua idade e histórico de saúde. Certifique-se de seguir as orientações de vacinação recomendadas para proteger-se contra doenças infecciosas e prevenir a anemia.

 

    2. Adotar hábitos saudáveis: uma dieta equilibrada e rica em nutrientes, como ferro e ácido fólico, pode ajudar a prevenir a anemia e manter o corpo saudável. Além disso, é importante manter uma boa higiene pessoal e evitar o contato com pessoas doentes para reduzir o risco de infecções.

 

    3. Buscar atendimento médico quando necessário: se você estiver apresentando sintomas de anemia ou suspeitar de uma infecção, é importante procurar atendimento médico imediatamente. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ajudar a prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida.

 

    4. Participar de campanhas de vacinação: muitas vezes, as autoridades de saúde organizam campanhas de vacinação em massa para prevenir surtos de doenças infecciosas. É importante estar atento a essas campanhas e participar delas para garantir que você esteja protegido contra doenças infecciosas e anemia.

 

    5. Conscientizar-se sobre a importância da vacinação: a vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenir doenças infecciosas e suas consequências, incluindo a anemia. É importante conscientizar-se sobre a importância da vacinação e incentivar amigos e familiares a se vacinarem também, para proteger a saúde de todos. 

“A vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenir doenças infecciosas e reduzir o risco de anemia associada a essas doenças. A vacinação é uma forma segura e eficaz de proteger a saúde e deve ser uma prioridade para todas as pessoas.” Finaliza o Dr. Marco César Rodrigues Roque.

 

Marco César Rodrigues Roque - Diretor Técnico da Clínica de Vacinas Salus Imunizações. Médico graduado pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos com residência em Neurologia Pediátrica pelo Hospital do Servidor. Público Estadual- IAMSPE, responsável pelo setor de Neurologia. Pediátrica do Grupo Santa Joana. Membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil, é preceptor do programa de Residência Médica do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus -PMSP.


Saúde: Medicamento para câncer avançado de tireoide entra no rol da ANS


A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a incorporação ao rol de Procedimentos do mesilato de lenvatinibe para o tratamento do câncer avançado de tireoide. “Até agora, nenhuma medicação para câncer avançado de tireoide -em que a radiodoterapia não traz mais reposta - tinha sido aceita, e o paciente tinha que entrar com uma liminar contra o convênio e, raramente, o medicamento era liberado. Portanto essa incorporação do levantinibe ao Rol da ANS é um ganho enorme para o paciente, porque essas medicações podem prolongar sua sobrevida e retardam a progressão da doença. E essa incorporação também representa um ganho ao médico, pois agora teremos mais uma ferramenta para o tratamento dos nossos pacientes com câncer avançado de tireoide”, explica Dra. Carolina Ferraz, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo – SBEM-SP.  

Ela acrescenta que agora a torcida é para que essa medicação possa entrar também em breve na lista do SUS para favorecer mais pacientes. A Dra. Carolina e demais especialistas da SBEM-SP estão à disposição para conceder entrevistas sobre esta pauta.



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Infecção urinária é comum em mulheres e a causa frequente de internações do público Adulto+ em UTIs

Infecção das vias urinárias é causada por bactéria e tem diversos fatores de risco, como pouca ingestão de água, retenção da urina, não esvaziar a bexiga por completo, falta de higiene na parte íntima, uso de fraldas e sonda, entre outros


Se você ingere pouca água, costuma reter a urina ou tem poucos cuidados com a higiene da parte íntima do seu corpo, fique atento! Essas e outras atitudes favorecem o desenvolvimento da infecção urinária, especialmente em sua forma mais comum: a cistite, que tem como característica a inflamação da bexiga. E ainda tem mais! Esse problema atinge principalmente mulheres por conta da anatomia da uretra feminina, além de ser a causa de uma considerável parcela de internações em UTIs quanto se trata do público Adulto+.

E como ninguém quer sofrer com os incômodos que uma infecção urinária pode proporcionar, que tal saber tudo sobre essa inflamação e como reduzir os riscos de desenvolvê-la?

Todas as dúvidas sobre o assunto são esclarecidas pelo médico urologista da Prevent Senior Gabriel Barbosa.


Sobre a infecção urinária

Trata-se de uma inflamação causada por bactéria, podendo atingir qualquer parte das vias urinárias, como bexiga, uretra e rins.

Não existem estágios do problema, mas há uma divisão entre quadros leves ou graves.

Em casos mais leves, essa infecção atinge apenas a bexiga (cistite) e apresenta sintomas comuns, como ardência ao urinar, aumento na frequência urinária e urgência para tal, dor na região afetada (bexiga), mudança no aspecto e odor da urina e, em situações mais intensas, febre e presença de sangue na urina.

“Em casos graves de infecção urinária, a inflamação pode afetar os rins, provocando quadros sistêmicos, como febre, dores, queda do estado geral e, em situações extremas, com risco à vida”, complementa o urologista.


Fatores de risco

O médico explica que a bactéria causadora do problema chega no organismo por meio da via urinária, que é a uretra. Ou seja, ela vem de fora para dentro. “O principal mecanismo de defesa do corpo contra as infecções que essas bactérias provocam é esvaziar bem a bexiga para eliminá-las antes que causem as inflamações”, esclarece.


Hábitos que podem contribuir com o desenvolvimento de infecções urinárias:

- Beber pouca água

- Segurar por muito tempo a urina

- Não esvaziar a bexiga por completo ao urinar

- Pouco cuidado com a higiene genital

Outros fatores também podem aumentar as chances de surgimento desse tipo de inflamação, como a constipação intestinal, conhecida popularmente como “prisão de ventre”, a incontinência urinária e fecal (incapacidade de controlar os movimentos dessas duas regiões) e a manipulação nas vias urinárias durante cirurgias ou exames.


Problema que acomete mulheres e o público Adulto+

Apesar de qualquer pessoa poder apresentar um quadro de infecção urinária, o urologista Gabriel Barbosa relata que o público feminino é o que mais sofre com essa inflamação. “Isso ocorre porque as mulheres têm a uretra mais curta e com a abertura externa mais próxima do introito vaginal (extremidade inferior da vagina) e ânus”, completa.

De acordo com o urologista, o fato de a uretra masculina ser mais extensa acaba sendo um fator protetor contra esse tipo de inflamação.

Outro público propenso a apresentar infecção urinária é o Adulto+. Segundo o médico, pessoas com 60 anos ou mais têm maior risco por conta da prevalência de doenças que facilitam infecções, como incontinência urinária e fecal, e a redução da defesa do organismo contra essas inflamações (baixa imunidade). Outros fatores de risco são o uso de fraldas e sondas.

“Atualmente, as infecções urinárias representam cerca de um terço de todas as internações clínicas em UTIs de pessoas pertencentes ao público Adulto+”, ressalta o urologista.


Diagnóstico e tratamento

Para detectar os quadros mais simples de infecção urinária, basta uma análise clínica e física pelo médico. Em situações mais graves, ou em que há dúvidas do diagnóstico, podem ser solicitados exames de urina tipo 1, que ficam prontos em minutos, ou da cultura de urina, que leva entre dois e três dias para obter o resultado. Esta última avaliação é muito útil para identificar a bactéria causadora do problema, norteando a escolha do antibiótico mais adequado para tratamento. No entanto, costuma ser necessária em poucos casos.

O tratamento de infecções urinárias, por sua vez, é realizado com o uso de antibióticos, levando em consideração alguns pontos importantes. “A escolha da medicação e a duração do tratamento são determinados pelo médico responsável, a depender da gravidade do quadro, idade do paciente, uso de medicações recentes, alergias, avaliação de função renal, entre outros”, elenca Barbosa.

O médico lembra que, além de antibióticos, analgésicos também podem ser indicados pelo profissional como forma de aliviar os sintomas do paciente.

Caso a pessoa pertença ao público Adulto+, o especialista alerta que deve haver uma atenção redobrada na pesquisa de fatores desencadeantes do problema para melhor escolha do remédio a ser indicado, já que é comum a incidência de infecções por bactérias mais resistentes às medicações usuais.

Atenção! Se a infecção urinária não for tratada, os sintomas desagradáveis permanecem e uma inflamação leve pode se tornar grave, atingindo mais de um órgão e trazendo muito mais riscos ao paciente.


Prevenção

A melhor forma de reduzir os riscos de contrair uma infecção urinária, segundo o urologista, é ingerindo muito líquido, de preferência água; não reter a urina por muito tempo e ter paciência para esvaziar a bexiga por completo ao urinar; manter o bom funcionamento intestinal e uma higiene genital adequada, principalmente após relações sexuais; bem como tratar patologias que favorecem esse tipo de inflamação, como:

- Diabetes descompensado;

- Alterações prostáticas;

- Incontinência urinária e fecal;

- Cálculos renais.

 

Prevent Senior


Saúde óssea na ginecologia: o que a paciente precisa saber

Especialista reforça: é fundamental que as mulheres adotem hábitos saudáveis desde a infância, adolescência e até a fase adulta

 

“De acordo com dados da Fundação Internacional da Osteoporose, cerca de 70% das mulheres que estão na menopausa desenvolverão osteoporose caso não recebam tratamento adequado, daí a necessidade do cuidado com a saúde óssea da mulher ao longo da vida, desde a infância”, alerta Dr. Marcelo Steiner, da diretoria da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO).

 

Segundo ele, os ginecologistas possuem um papel fundamental na prevenção, na identificação e no tratamento das mulheres que podem desenvolver essa doença. A preocupação com a saúde óssea deve surgir desde a infância: durante a adolescência, ocorre um significativo ganho de massa óssea e estruturação do tecido ósseo e seu pico ocorre por volta dos 25-30 anos. A partir dos 30 até os 40 anos, há uma estabilização da massa óssea, seguida por uma diminuição gradual após os 40 anos.

 

Segundo o ginecologista, o pico de massa óssea é determinado principalmente pela genética, representando cerca de 70% a 80%, enquanto os hábitos de vida contribuem com aproximadamente 20%. “Portanto, é fundamental que as mulheres adotem hábitos saudáveis desde a infância, adolescência e até a fase adulta jovem para alcançar um pico adequado. Caso contrário, quando ocorrer a perda óssea, ela partirá de um estágio abaixo do seu potencial máximo, aumentando significativamente o risco de desenvolver osteoporose e fraturas”, explica o ginecologista.

 

Saúde óssea na gestação - Na fase gestacional, há um impacto significativo no metabolismo do cálcio, uma vez que há uma demanda maior por esse mineral, e a reserva de cálcio do organismo é proveniente do esqueleto. “É importante que as gestantes tenham um consumo adequado de cálcio nesse período e que seja avaliado o nível de vitamina D. Caso esteja baixo, é recomendada a suplementação. Além disso, é essencial realizar exercícios físicos, inclusive os de resistência, que beneficiam tanto os músculos quanto mecanicamente as células ósseas, promovendo uma influência positiva na saúde óssea”, destaca o especialista.

 

Saúde óssea pós-menopausa - O processo de remodelação óssea é responsável pela renovação do tecido ósseo. Existem duas células envolvidas nesse processo: uma célula responsável pela reabsorção do osso antigo e outra célula responsável pela formação do novo osso. “Em média, um indivíduo normal realiza essa renovação do tecido ósseo em cerca de 10% do esqueleto anualmente. O equilíbrio entre reabsorção e formação do tecido ósseo geralmente resulta em um osso saudável”, salienta o Dr. Marcelo.

 

Entretanto, após a menopausa, ocorre uma reabsorção óssea maior. A perda de estrogênio provoca um processo inflamatório, que por sua vez, sinaliza para as células responsáveis pela reabsorção óssea para aumentarem sua atividade, resultando em uma perda de massa óssea acentuada nos primeiros anos após a menopausa.

 

Portanto, é importante que os ginecologistas entendam e identifiquem as mulheres em risco nesse momento, aquelas que não alcançaram um bom pico de massa óssea ou que apresentam fatores de risco adicionais que contribuem para uma saúde óssea inadequada.

 

Quando realizar uma densitometria óssea? - A densitometria óssea é uma ferramenta para diagnosticar o risco de fratura. A primeira densitometria geralmente é solicitada aos 65 anos, exceto em casos de fatores de risco como histórico familiar de fratura, baixo peso, IMC abaixo de 18, menopausa precoce, uso de corticoides, entre outros. Na prática, a maioria dos ginecologistas solicita a primeira densitometria quando a mulher está entrando na menopausa. 

“A densidade óssea não muda rapidamente, portanto, a repetição do exame não é rotineira. Em mulheres com resultados normais aos 50 anos, a próxima densitometria pode ser solicitada em 5 anos ou até mesmo em 10 anos, sem afetar a conduta clínica”, pontua o médico. 



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