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sexta-feira, 31 de março de 2023

Dificuldade na interação social não impede autista de trabalhar com atendimento ao público

 

Ingressar no mercado de trabalho é fundamental para que o indivíduo autista consiga ser independente
Divulgação/Grupo Marista

 

Diagnosticado tardiamente, Esau Henrique Goes mostra que é possível exercer funções que pareciam inacessíveis e avalia positivamente as empresas que lutam contra o preconceito e abrem espaço para a inclusão 

 

“Direito ao diagnóstico precoce e tratamento; ao acesso à educação e proteção social; e ao trabalho e à igualdade de oportunidades.” São esses os direitos que a Lei da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista garante desde 2012, no Brasil. Mas, infelizmente, ainda não é o que as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) vivenciam diariamente. Celebrado no dia 2 de abril, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi criado justamente para dar voz aos indivíduos com TEA na busca por respeito, igualdade e inclusão. Neste ano, a campanha traz o tema: “Mais informação, menos preconceito”. 

No entanto, mesmo sendo mundialmente conhecida e cada vez mais diagnosticada precocemente, a condição ainda é pouco debatida na sociedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são mais de 70 milhões de autistas diagnosticados em todo o mundo e, somente no Brasil, esse número é de aproximadamente 2 milhões de pessoas. “Ainda falta a compreensão do que é o autismo, principalmente aqui no nosso país, onde o assunto ainda é um tabu. Poucos sabem sobre o autismo e muito menos como agir diante de um autista”, avalia Esau Henrique Goes.

Henrique, como prefere ser chamado, tem 28 anos e foi diagnosticado com TEA recentemente, aos 26. Funcionário do Grupo Marista, ele exerce o cargo de operador de teleatendimento, na PUCPR, o qual foi conquistado por meio de um mutirão de vagas PcD, realizado em 2022. Hoje, ele tem bons amigos e colegas de trabalho, mas nem sempre foi assim. Por ter recebido o laudo tardio, Henrique sofreu com o preconceito em seus antigos trabalhos e também na escola, fatos que faziam com que ele mesmo não conseguisse se entender. 

“Por que eu sou assim?”, era a pergunta que se fazia cada vez que sofria algum ataque. “Não entendia o motivo de ser vítima de bullying apenas por ser diferente. Depois do meu diagnóstico, consegui me entender melhor. Hoje, não tenho vergonha de ser autista e assumo com orgulho a minha condição. Tenho que matar dois leões por dia, tanto na vida pessoal quanto na profissional, e essa é a mesma luta  da comunidade autista. Por isso, quanto mais pessoas souberem e mais informações forem distribuídas sobre a nossa condição, é melhor, não só para a sociedade entender a gente, como pra gente conseguir se enturmar na sociedade”, ressalta. 

Para ele, os debates deveriam, inclusive, estar na pauta de colégios e faculdades. Segundo a mestre em psicologia e coordenadora do curso de pós-graduação em Autismo, na PUCPR, Thaise Löhr Tacla, é uma tendência global a adoção de políticas públicas para facilitar o ingresso do autista no mercado de trabalho. “As empresas que enfatizam a importância de empregar pessoas com TEA, realizam treinamento de capacitação para acolhimento. Por isso, é importante salientar que o preparo do candidato para atuação profissional é fundamental, bem como o da empresa com incentivo a contratações”, avalia. 

Falta de interação social não é barreira  

O caso de Henrique não é raro e reforça ainda mais a importância de identificar precocemente o autismo. Para Thaise, o atraso nesse diagnóstico dificulta o desenvolvimento das habilidades sociais e de comunicação, sinais mais comuns da condição, além de atrapalhar a inserção desses indivíduos na sociedade. “Os sinais do autismo começam cedo e, quando presentes ocorrem, principalmente, com o prejuízo persistente na comunicação social recíproca, na interação social e nos padrões restritos e repetidos de comportamento, interesse ou atividade”, explica a psicóloga.

Na visão da especialista, a inclusão se mostra ainda mais essencial quando há exemplos de pessoas com TEA que cumprem tarefas que, aos olhos da sociedade, não seriam possíveis. Ela destaca ainda que ingressar no mercado de trabalho é fundamental para que o indivíduo autista consiga ser independente, tenha autonomia e liberdade para atingir seus objetivos.

A supervisora de atendimento da PUCPR e gestora de Henrique, Sandra Hanemann, pode falar com propriedade sobre a questão. Ela vê e analisa o trabalho do operador de teleatendimento sendo executado diariamente sem grandes impedimentos. “Quando o Henrique chegou à minha equipe, busquei conhecê-lo primeiro e ganhar a sua confiança. Ficamos um mês de adaptação juntos para que depois ele pudesse assumir sozinho suas tarefas”, conta Sandra.Henrique presta atendimento aos alunos da PUCPR por meio do chat, whatsapp e telefone, e, segundo Sandra, consegue atender muito bem às expectativas do cargo. “Pessoas com TEA têm, por vezes, um entendimento e uma interpretação diferentes e, quando isso acontece, contamos com o suporte do nosso RH. Quando erra, damos o feedback para ele, assim como para seus colegas. Mas o Henrique é muito inteligente. Além de trabalhar conosco, ele faz faculdade de biologia e estágio. Temos aqui no setor uma troca muito rica. Em grande parte dos momentos, ele conversa com todos, é alegre, mas quando tem seus momentos mais introvertidos, ele é respeitado”, conta.

 

Saúde e Nutrição - CROSP destaca alimentos e hábitos para uma saúde sistêmica e bucal de qualidade

Os alimentos naturais são essenciais para uma nutrição equilibrada. O cardápio adequado somado à boa higiene e ao acompanhamento periódico com o Cirurgião-Dentista são hábitos imprescindíveis para manter a saúde geral e bucal em dia.  


O Cirurgião-Dentista e membro da Câmara Técnica de Estomatologia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dr. Vinicius Pioli Zanetin, salienta que a boa alimentação começa pelo cuidado com a ingestão de açúcares, assim como de alimentos industrializados.  

De acordo com o especialista, a inclusão na dieta de variedades de frutas, legumes e verduras, além de alimentos ricos em nutrientes, e uma alimentação balanceada, ajudam a evitar diversos problemas bucais ou sistêmicos e só colaboram para melhorar a qualidade de vida.  

O Cirurgião-Dentista listou os principais alimentos que contribuem para saúde bucal e geral:



Maçã  

Quando se pensa em alimentos que possam melhorar a saúde, as frutas, verduras e legumes se destacam. No que diz respeito especialmente à saúde bucal, Dr. Vinicius menciona a maçã. Ele explica que ela é rica em água e está associada à limpeza natural dos dentes.

“A fruta, além de beneficiar a saúde geral, elimina resíduos que aderem à superfície dos dentes, prevenindo o surgimento de cáries. Além disso, estimula o fluxo de saliva na boca e participa da neutralização do pH. Suas fibras alimentares, de uma forma geral, auxiliam no processo de prevenção de doenças gengivais e cáries”.  



Cítricos

Frutas cítricas como kiwi, laranja, limão ou acerola possuem a capacidade de neutralizar o pH da boca. São ricos em Vitamina C (que ajuda na produção de colágeno) e facilitam a cicatrização, com efeito direto na saúde das gengivas.  
As frutas cítricas levam a um fator imunizante natural contra infecções e a um ambiente pouco favorável para o desenvolvimento das cáries e da placa bacteriana.

Contudo, Dr. Vinicius diz que é preciso estar atento ao excesso de acidez de algumas opções, como o limão, já que pode desencadear processos de erosão ou desgaste no esmalte. “Quando esses processos acontecem, os dentes se tornam vulneráveis e ficam sensíveis”.



Vitamina A

Alimentos que contenham vitamina A possuem ação antioxidante e combatem os radicais livres, ajudando, assim, na prevenção de situações como envelhecimento precoce e doenças cardiovasculares, além de auxiliarem no fortalecimento do esmalte.

A vitamina A pode ser encontrada em alimentos como gema de ovo, leite ou derivados.  

Vale destacar que os alimentos ricos em vitamina A atuam na renovação e fortalecimento das células de defesa do organismo, ajudando a combater vírus, bactérias e fungos, evitando, assim, o surgimento de gripes, alergias e candidose oral (doença provocada por um fungo chamado Candida albicans).



Derivados do leite  

Os alimentos derivados do leite têm grande concentração de cálcio e proteínas. O iogurte, por exemplo, tem uma concentração de probióticos que ajuda na saúde da gengiva ao combater as bactérias que causam cáries. Porém, o especialista esclarece que este benefício ocorre apenas quando se faz uso do iogurte natural.  



Folhas  

Folhas escuras, como espinafre, brócolis, couve e almeirão, são ricas em fibras. De acordo com o Dr. Vinicius, elas ajudam na limpeza natural dos dentes, auxiliando na neutralização do pH da saliva e consequente aumento da produção salivar. “Como já destacamos, ao manter o pH neutro você previne o surgimento de cáries e doenças na gengiva. Além disso, algumas folhas escuras contêm ácido oxálico, substância que auxilia na absorção do cálcio”.  



Grãos e cereais

A linhaça, a chia e as nozes são alimentos que contêm cálcio, ômega 3, ômega 6 e proteínas com baixo índice de açúcar. Outra característica interessante mencionada pelo Cirurgião-Dentista é que esses alimentos liberam um óleo natural que forma uma película sobre os dentes, evitando o acúmulo de biofilme dentário, além de agirem contra as inflamações ou infecções nos órgãos do corpo humano.  

Além das frutas, verduras e legumes, Dr. Vinicius acrescenta à lista o peixe de água salgada e os frutos do mar (siris, lagostas e lula). “Esses alimentos contêm flúor e cálcio, que atuam no fortalecimento ósseo e na prevenção de cáries e de placas bacterianas, respectivamente”.  



Água

Para finalizar, o Cirurgião-Dentista lembra da importância da água para o bom funcionamento do organismo. Ele explica que a ingestão de água ajuda a eliminar os detritos, ácidos e açúcares, além de manter o organismo hidratado e de estimular a produção de saliva, o que colabora para a ausência - ou melhora - da halitose.  



Hábitos saudáveis 

Além dos alimentos, existem outros fatores que são determinantes para o equilíbrio do organismo. O consumo de alimentos deve estar alinhado aos bons hábitos. Neste sentido, Dr. Vinicius explica que a boca (maior cavidade do corpo) exerce papel fundamental na fala, na mastigação e na respiração, e está em contato direto com o meio ambiente, o que a torna mais exposta à contaminação de microrganismos prejudiciais à saúde.  

Além dessa exposição, ele ressalta as doenças próprias da boca ou doenças sistêmicas que podem apresentar, também, manifestações bucais, como a relação direta com o tabagismo, o consumo de álcool e com a má alimentação.

“A alimentação pode ser uma aliada, ou não, da boa saúde, depende do que e do quanto ingerimos e o que se faz após ela. Hábitos como o excesso de ingestão de álcool, por exemplo, pode levar à desidratação bucal e, com a diminuição da saliva, pode acarretar inflamações ou infecções e outros problemas como cárie,  periodontite e erosão dentária”.  



Higienização

Quanto à higienização, o Cirurgião-Dentista explica que não importa a quantidade de vezes que se escova os dentes, mas sim a qualidade da escovação.

Segundo ele, é preferível escovar 3 vezes ao dia após as refeições de forma correta, com escova e creme dental adequados, do que escovar 20 vezes de modo impreciso. “O excesso de escovação pode prejudicar o esmalte dos dentes. Soma-se a isso a escovação abrupta, irregular e com os componentes inadequados, como escova antiga ou sem creme dental”.  

Por fim, para uma saúde sistêmica e bucal de qualidade, Dr. Vinicius recomenda que, além da manutenção de uma dieta equilibrada e sem excessos e da higienização adequada dos dentes após as principais refeições, sejam realizadas consultas regulares ao Cirurgião-Dentista.  

 

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)
www.crosp.org.br

Mais de 90% dos casos de agressões contra crianças no Brasil ocorrem dentro de casa

  

Pixabay
Pesquisa realizada pelo ChildFund Brasil, com o apoio da The LEGO Foundation, apontou que três em cada quatro crianças com idades entre dois e quatro anos - cerca de 300 milhões - são regularmente submetidas a disciplina violenta por parte de seus cuidadores 

 

A maioria dos casos de violência e agressões contra crianças no Brasil - mais de 90% - ocorre no ambiente doméstico. Isso é o que mostram os dados da Pesquisa Nacional da Situação de Violência Contra Crianças no Ambiente Doméstico, lançada em março de 2023 pelo ChildFund Brasil, com o apoio da The LEGO Foundation. Ela indica que 72,7% dos casos acontecem onde mora a vítima e o acusado da agressão, 15,7% na casa da vítima e 5,2% na casa do acusado. Os percentuais restantes (em torno de 6%) ficam distribuídos entre via pública (1,5%), casa de familiares (1%), ambiente virtual (0,8%), estabelecimento de ensino (0,5%) e de saúde (0,3%), por exemplo.  

O levantamento, feito entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, escutou 698 pessoas, entre crianças, adolescentes, familiares e professores de crianças de zero a oito anos. Os questionários foram aplicados por telefone,de forma on-line e presencial. 

A pesquisa mobilizou diferentes esferas, instituições, representantes de organizações da sociedade civil, parceiros e parceiras do ChildFund Brasil e representantes institucionais da rede de atendimento a crianças em situação de violência. “O objetivo da pesquisa foi identificar possíveis lacunas e entraves na prevenção e no enfrentamento das violências contra as crianças e auxiliar na identificação de possibilidades de atuação, tanto do Estado, quanto da sociedade civil e das organizações da sociedade civil na erradicação desse problema”, explicou Maurício Cunha, diretor de país do ChildFund Brasil. 

Quanto aos tipos de violências registradas, a pesquisa apontou que, em primeiro lugar, ficaram as violências contra a integridade física das crianças e dos adolescentes. Maus-tratos, riscos à saúde, agressão, lesão corporal e tortura física acumularam 37,1%. Violência contra a integridade psíquica (exposição, constrangimento ou difamação), em segundo lugar, com 18,7% e tortura psíquica, ameaça e alienação parental em terceiro, com 15,4%. Insubstância afetiva (11%), negligência (7,2%), violação de direitos sociais (4,3%), violências sexuais (4%) e condição análoga à escravidão (1,2%) ocupam os outros lugares em relação às maiores ocorrências. 

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2020, revelaram que cerca de 50% da população com menos de 18 anos foi vítima de violência doméstica, perpetrada comumente por familiares ou pessoas próximas. Esse tipo de violência ainda segue invisibilizado e restrito à esfera privada, o que pode dificultar tanto a identificação do problema quanto a sua mitigação. 

Segundo a pesquisa, apesar de não ser tão perceptível quanto a violência física, a violência psicológica cometida contra crianças e adolescentes também é muito expressiva no Brasil. Só no ano de 2021, foram registrados no país 186.862 casos de denúncias de violações de direitos de crianças de até nove anos no Disque 100, do Governo Federal. “As violências físicas são, comumente, de melhor compreensão e identificação por parte das pessoas, sejam elas as próprias vítimas ou pessoas externas ao domicílio, como vizinhos, outros parentes e amigos. Mas é importante destacar que, habitualmente, elas não ocorrem de forma isolada, mas estão inseridas em algum ciclo de violência, somando-se a agressões e ameaças, por exemplo, ou agressões e privações de liberdade”, destaca Cunha.

O ChildFund Brasil é uma organização internacional que atua na promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes, para que alcancem seu pleno desenvolvimento. Já a The LEGO Foundation busca redefinir o brincar e reimaginar o aprendizado, construindo um futuro no qual o aprender, por meio do brincar, seja um instrumento que possibilite o desenvolvimento das crianças para que se tornem pessoas criativas e engajadas. 

Em parceria com o ChildFund, a The LEGO Foundation apoia o projeto “Brinca e Aprende Comigo”, que busca promover intervenções positivas em comunidades e no ambiente familiar, por meio do desenvolvimento de ações de conscientização sobre parentalidade lúdica e aprendizagem socioemocional na primeira infância, transformando atitudes e comportamentos, especialmente por meio do brincar. A Pesquisa Nacional da Situação de Violência Contra Crianças no Ambiente Doméstico faz parte do trabalho realizado em parceria entre as duas instituições. 


Violência doméstica no Brasil e no mundo 

A violência doméstica é considerada um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem dimensões globais. Os grupos mais vulneráveis - mulheres, idosos e crianças - são afetados constantemente em grandes proporções. Mesmo com todos os avanços legais e institucionais, a violência contra as crianças continua atingindo altos níveis. Esse é um problema que atravessa a história e impõe dificuldades para a garantia de Direitos Humanos. Aproximadamente uma em cada quatro crianças menores de cinco anos – cerca de 176 milhões – vive com uma mãe que é vítima de violência por parceiro íntimo. Aproximadamente três em cada quatro crianças com idades entre dois e quatro anos – cerca de 300 milhões – são regularmente submetidas a disciplina violenta por parte de seus cuidadores.

Embora quase todos os países (88%) possuam leis importantes para proteger as crianças contra a violência, em menos da metade (47%) essas leis têm sido fortemente aplicadas. Cerca de 40 mil crianças e adolescentes foram vítimas de homicídio só em 2017, no Brasil. Com a pandemia da COVID-19, várias instituições, principalmente as de ensino, foram fechadas para evitar a propagação do vírus e, nesse contexto, as crianças tiveram maior presença no ambiente doméstico, o que, em algumas ocasiões, pode ter gerado situações de violência. 

“Muitas crianças têm as escolas e outras instituições como aliadas para a quebra de ciclos de violências. Esse foi um dos fatores que agravou o cenário de violações contra as crianças, à semelhança das violências contra as mulheres, evidenciando a trama de violências preponderantes no ambiente doméstico”, ressaltou Águeda Barreto, Coordenadora de Advocacy no ChildFund Brasil. 

“A infância é a fase mais importante da vida, e é dever de todos zelar para que esta etapa da vida seja saudável e segura para todas as crianças”, concluiu Águeda. 

Para conferir a pesquisa completa, acesse www.childfundbrasil.org.br/pesquisa-maus-tratos-na-infancia

  

Sobre o ChildFund Brasil

O ChildFund Brasil é uma organização que atua na promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, para que essas pessoas tenham seus direitos respeitados e alcancem o seu potencial. Atualmente, a ONG está presente em sete estados brasileiros (Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e São Paulo). Para realizar esse trabalho que impacta positivamente na vida de mais de 110 mil pessoas, entre elas cerca de 60 mil de crianças e adolescentes, a organização conta com a doação de pessoas físicas, por meio do programa de apadrinhamento de crianças e também de doações de empresas, institutos e fundações que apoiam os projetos desenvolvidos. 

A fundação do ChildFund Brasil foi em 1966, e sua sede nacional se localiza em Belo Horizonte (MG). A organização faz parte de uma rede internacional associada ao ChildFund International, presente em 24 países e que gera impacto positivo na vida de 16,2 milhões de crianças e suas famílias. A organização foi eleita a melhor ONG de assistência social em 2022, e a melhor para Crianças e Adolescentes do país, por três anos (2018, 2019 e 2021), além de estar presente, também, entre as 100 melhores por 6 anos consecutivos pelo Prêmio Melhores ONGs.  www.childfundbrasil.org.br


Por Todas Elas": especialista em Direito Penal do CEUB avalia a aprovação da lei contra assédio sexual em casas noturnas

 Nova lei contra assédio permite o acolhimento de mulheres em bares, restaurantes e eventos no DF 

 

A Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou nesta semana o projeto de lei nº 103/2023, que cria o protocolo "Por Todas Elas" no Distrito Federal, visando prevenir, detectar e encaminhar situações de potenciais crimes contra mulheres em bares, boates, festas e eventos no DF. Inspirado no protocolo espanhol "No se calem", a lei estabelece procedimentos e treinamentos para impedir violências contra mulheres em ambientes de diversão noturna.

A medida garante que o primeiro acolhimento à vítima de violência seja feito pelos trabalhadores do local, que devem acionar a polícia e o atendimento médico. Victor Quintiere, especialista em Direito Penal do Centro Universitário de Brasília (CEUB), esclarece que o crime de importunação sexual é definido como qualquer ato libidinoso praticado contra alguém sem seu consentimento, como toques, beijos forçados ou exposição de partes íntimas. No Brasil, em casos que envolvam estupro, por exemplo, a pena pode variar de 6 a 30 anos de acordo com disposições iniciais do Art 213, do Código Penal.

Segundo a pesquisa ‘Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil’, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 53,3% das mulheres brasileiras afirmaram ter sofrido algum tipo de violência sexual ao longo da vida. "O aumento no número de casos registrados pode indicar maior conscientização nas autoridades em relação ao tema e medidas mais eficazes para prevenir e punir esses crimes estão sendo tomadas", celebra.

Na prática, em casos de agressão e assédio sexual, a vítima será conduzida para um local seguro e reservado dentro do estabelecimento, onde receberá o acolhimento necessário. "A equipe do bar ou casa noturna deverá fornecer informações sobre o agressor e o crime, como imagens de câmeras de segurança e preservar o ambiente do crime", detalha.

Diante da aprovação do projeto de lei do DF, o professor avalia que, para evitar discussão sobre o princípio da legalidade, o protocolo poderá sofrer alteração em seu texto. Essa mudança seria no sentido de incluir expressamente locais com aglomeração, o que afastaria dúvidas sobre o seu uso em locais como metrô, por exemplo. "Dessa forma, as medidas se tornariam mais abrangentes, assegurando a segurança e o direito de ir e vir das mulheres. A ampliação seria muito bem-vinda e reforçaria o combate à importunação sexual".


Sustentabilidade, Meio Ambiente e ESG

Escassez e abundância: o ciclo vicioso da água nos instiga ao desafio de renascermos como civilização antes de nos extinguirmos como espécie

 

Na última semana, estive na Conferência da ONU sobre a água, em Nova Iorque, encontro que se propôs a decidir quais ações conjuntas entre países serão necessárias para o atingimento das metas internacionais acordadas sobre o tema, incluindo os objetivos presentes na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

O resultado mais comentado da Conferência foi o lançamento da Agenda de Ação da Água, que representa o comprometimento voluntário de todos os níveis, governos, instituições e comunidades.

Para além do que foi discutido durante os dias do evento e do lançamento da Agenda, a Conferência, que não acontecia há quase 50 anos – a última foi em 1977, em Mar del Plata, na Argentina – me inspirou à construção do raciocínio a seguir, com o qual abri um debate com um grupo seleto de especialistas em questões hídricas, durante evento promovido pela TyQuant, em São Paulo, sobre como enfrentar o ciclo vicioso da água: escassez e abundância.

A sociedade civil vê a água como direito, os povos originários como sagrada, as empresas como mercadoria, o agronegócio como insumo, os governos como obrigação e risco político, a academia como uma possível ciência. E a água, candidamente, é antes de tudo inefável. É a essência da vida. É, sobretudo, a base de um ecossistema pleno, saudável e de uma sociedade sustentável. Por conseguinte, o tema da água só pode ser tratado de forma holística, integrado e planetário.

A água está para o debate multilateral hoje como estava o carbono na década de 2000. Podemos considerar o protocolo de Kioto como a primeira iniciativa internacional. Mas, foi em Copenhague, em 2009, que o compromisso sério de engajamento dos países para a redução do carbono foi tentado e, finalmente, em 2015, o mundo amadureceu em torno dos NDC e dos ODS.

A diferença é que os gases de efeito estufa são causadores do aquecimento global e a crise hídrica é uma das suas principais consequências. Por mais que se fale em mitigação e adaptação, a mudança dos regimes de chuva, a acidificação dos oceanos, a elevação do nível dos mares, a contaminação dos rios e lagos com pesticidas, a poluição dos corpos d’água com microplásticos e muitos outros fenômenos a que acometemos os recursos hídricos não serão resolvidos nem no tempo, nem através dos mesmos mecanismos utilizados pelo carbono.

Mais do que o carbono, passível de regulação em suas emissões nacionais, a água desafia os conceitos estruturais de soberania. Daí o paradoxo: como essência à vida, é um bem comum cuja dinâmica não obedece a fronteiras nem a métricas convencionais. Necessitamos reconhecer a urgência de nos dobrarmos ao imperativo de uma economia regenerativa, alicerçada em Soluções Baseadas na Natureza (as SBNs), única capaz de restaurar o equilíbrio ecossistêmico para que a água, na sua escassez ou abundância, não se torne mais um terror a assolar a humanidade. Imaginem, a essência da vida tornando-se a sua principal ameaça.

Como uma das mais letais consequências da crise climática, temos que assumir este como um desafio para diversas gerações a nos convocar, desde já, a acelerar processos regenerativos, ao mesmo tempo em que trabalhamos na mitigação das causas do aquecimento global.

O melhor da ciência, do conhecimento ancestral e da biomimética serão necessários para impulsionar a regeneração. Temos que, humildemente, reconhecer que apesar das assombrosas conquistas da engenharia pesada não será ela isoladamente que dará as respostas. Até porque estamos falando em um direito sagrado à vida, em regeneração de ecossistemas, em reflorestamento em grande escala, em resgate da diversidade biológica, campos estes em que, comprovadamente, as soluções cinzas não têm contribuído, a não ser marginalmente.

Podemos concordar ou não, mas a verdade é que antes de nos extinguirmos como espécie, temos a oportunidade de renascermos como civilização, de nos reconectar com a vida e nossas origens, resgatar a sabedoria ancestral que tanto renegamos, rever nossos valores e o sentido existencial de nossa humanidade. Não podemos jamais desmerecer nossa evolução, mas necessitamos da humildade de entendermos que, ao eleger a natureza como algo a ser conquistada, perdemos a oportunidade de aprender com ela. Ao saquearmos a terra, a vida, as florestas para forçarmos escalas de produção, perdemos a oportunidade de compreender a generosidade, a abundância deste planeta.

É claro que a tecnologia de ponta será necessária, assim como a nanotecnologia, a microbiologia, a genética e tantos outros conhecimentos de ponta. No entanto, o que faz a expertise não é a excelência da ferramenta, mas é a qualidade do artesão. Sem uma total mudança de mentalidade e uma reconciliação profunda com a natureza livre e selvagem, não daremos as respostas necessárias.

Se nossa tecnologia apenas baseada na física e nas ciências representassem evolução, não nos encontraríamos onde estamos: de que vale termos superado doenças, distâncias, barreiras temporais, gravidade e outros feitos assombrosos se não conseguimos garantir os pilares e princípios que permitem a vida no planeta? Cuidamos da fachada e do jardim, enquanto as estruturas de nossa casa estão ruindo. O milagre da vida está comprometido e, diante deste, nenhum feito é de fato relevante no longo prazo.

É da vida que temos de cuidar, é da comunidade de vida que temos de zelar. Guardiões da vida, essa é a melhor potencialidade da espécie humana.


Ricardo Young - empresário, sócio-diretor da CT&I e da Byocoin Serviços Ecossistêmicos, conselheiro da Synergia Socioambiental e em diversas organizações, palestrante internacional e pesquisador-convidado no programa Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados da USP


Synergia
https://www.synergiaconsultoria.com.br/


Sete tecnologias promissoras para a indústria farmacêutica

 

Mais do que produzir remédios, a indústria farmacêutica tem se mostrado vital para a sociedade no que condiz a saúde e cuidados. Essa percepção ganhou força principalmente com os impactos da pandemia, que colocou o setor diante de uma verdadeira corrida contra o tempo para realização de pesquisas e fabricação de vacinas e medicamentos para combater a crise sanitária. E, para obter tais resultados em tão pouco tempo, a tecnologia teve um papel importante nessa jornada.

Analisando do ponto de vista mercadológico, a indústria farmacêutica segue tendo um desempenho expressivo. Segundo uma pesquisa da Interfarma, nos últimos cinco anos, o setor apresentou uma alta de 62% no faturamento, totalizando R$ 146,7 bilhões em vendas.  Os dados refletem o atual momento vivido pelo segmento, cujo foco está em atender as demandas individuais da população levando em conta as mudanças de hábitos e comportamento da sociedade que impactam diretamente o seu desempenho.

Nessa perspectiva, precisamos enfatizar que a indústria farmacêutica, diferentemente de outros setores, tem a obrigatoriedade de seguir um rigoroso protocolo de controle que abrange desde a fabricação até a distribuição dos medicamentos – além de ter como desafios principais a serem superados o combate à falsificação de medicamentos através da codificação e rastreabilidade destes.

Sendo assim, algumas tecnologias são capazes de ajudar nesse processo, confira as que mais têm se destacado:

# 1 Blockchain: desde 2018, essa tecnologia vem ganhando força. O mecanismo de armazenamento de dados garante a segurança e transparência no compartilhamento de informações de forma que possam ser auditadas.

# 2 Big Data: ter acesso e disponibilidade a informação faz toda a diferença. Sendo assim, através dessa tecnologia, é possível copilar uma alta quantidade de dados da população – desde aspectos regionais e geográficos até a elaboração de pesquisas acerca de hábitos comportamentais e concorrência.

# 3 Inteligência Artificial (IA): é esse o recurso que possibilita a captação das mais variadas informações. O seu funcionamento próximo ao raciocínio humano ajuda na condução de pesquisas e análises preditivas, bem como na mitigação de riscos logísticos.

# 4 Manufatura aditiva: conhecida por ser um sinônimo da impressão em 3D, esse recurso trata-se da criação de objetos a partir de um modelo virtual. No caso da indústria farmacêutica, esse método pode ajudar na realização de testes a fim de comprovar a eficácia do medicamento em questão.

# 5 Realidade estendida: acompanhando o princípio da manufatura aditiva, a realidade estendida potencializa a mesclagem entre o mundo físico e virtual, permitindo uma experiência ainda mais digital para os usuários.

# 6 Terapia digital: a pandemia trouxe tendências para ficar. Dentre elas, a prática de cuidados home care, consultas onlines entre outros recursos, são ações que auxiliam no aperfeiçoamento da comunicação e na agilidade da prestação de atendimentos.

# 7 Internet das coisas (IOT): é ela quem concilia todo o aspecto produtivo, ajudando na integração da cadeia de produção, no atendimento e suprimento das demandas que seguem crescendo em alta escala, facilitando o equilíbrio dos processos.

É importante destacar que a medida em que a humanidade vai se desenvolvendo e evoluindo, novas demandas surgem e exigem o imediatismo e agilidade frente a atual realidade. Por sua vez, a pandemia pode ser considerada um verdadeiro guia nesse processo, pois apresentou como a tecnologia é a principal aliada ao setor. Esse preparo, por exemplo, pode ser aplicado na prática com os conflitos da Guerra da Ucrânia e tantos outros.

Mas, mesmo diante de tamanhos recursos dispostos com a tecnologia, a indústria farmacêutica ainda tem diversos desafios a serem superados pela frente. Diante disso, é importante ressaltar que a eficácia da implementação dessas tecnologias dependerá do quão bem estruturada a fábrica estiver. Nesse cenário, contar com o apoio de um sistema de gestão aliado as melhores práticas do mercado, certamente fará toda a diferença na obtenção de resultados ainda mais expressivos.

A indústria farmacêutica cada vez mais seguirá evoluindo nos aspectos de conectividade e interatividade com novas tecnologias que acompanham a evolução da Indústria 4.0 e sua transição para a 5.0. Contudo, cabe destacar que o seu sucesso dependerá de um conjunto de práticas que impactem desde a gestão, comprometimento com o ESG, até o apoio de medidas governamentais que apoiem seu desenvolvimento. Nessa jornada, precisamos dizer que a tecnologia sempre irá ajudar, mas nunca irá substituir o papel do ser humano.

 

João Pires - executivo de Vendas da SPS Group. Formado em Marketing e Gestão Comercial pela UMESP, possui mais de 15 anos de experiência em vendas complexas, apresentando soluções das mais avançadas tecnológicas para organizações de todos os setores da economia.


SPS Group
https://spsconsultoria.com.br/


Regulamento da ANPD permite aplicar sanções pelo descumprimento da LGPD


A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) publicou, na segunda-feira (27/02/2023), o Regulamento de Dosimetria e Aplicação de Sanções Administrativas, que estabelece parâmetros e critérios para aplicação de penalidades por descumprimento à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

 

A Dosimetria passa a regulamentar os artigos 52 e 53 da Lei e define os critérios e parâmetros para as sanções pecuniárias e não pecuniárias pela ANPD, bem como, as formas e o cálculo do valor base das multas, das quais estavam de forma genérica.

 

Traz ainda como instrumento do artigo 54 da LGPD, o qual aponta que o valor e a intensidade da sanção derivarão de uma definição fundamentada da ANPD, a partir da gravidade da falta e da extensão do dano. Com o regulamento, as infrações passaram a ser classificadas em leve, média ou grave, tendo como base a natureza dos direitos pessoais afetados e a gravidade.

 

Com a edição do regulamento, finalmente a ANPD pode iniciar processos administrativos em razão da violação do direito fundamental à intimidade e à privacidade, além de estabelecer um critério de valores, a fim de impedir excessos ou deficiências na atividade sancionatória.

 

Caso não haja enquadramento em nenhuma das hipóteses de infrações médias ou graves, a sanção será leve. As infrações médias, por sua vez, serão identificadas quando puderem afetar significativamente interesses e direitos fundamentais dos titulares, bem como ocasionar danos materiais ou morais a eles. Os casos graves serão caracterizados quando, além das hipóteses da infração média, verificar-se pelo menos uma destas hipóteses: a) envolver tratamento em larga escala; b) o infrator auferir ou pretender auferir vantagem econômica; c) implicar risco à vida dos titulares; d) envolver tratamento de dados sensíveis ou de crianças, adolescentes ou idosos; e) o tratamento ter sido realizado sem amparo em uma base legal; f) tratamento tiver efeitos discriminatórios ilícitos ou abusivos; g) verificada a adoção sistemática de práticas irregulares.

 

O regulamento prevê, ainda, que o descumprimento da sanção ou a reincidência poderá ensejar a progressão da atuação da ANPD para a aplicação de sanções mais graves, sem prejuízo da adoção das demais medidas legais cabíveis.

 

Vale ressaltar que a aplicação das penas pela ANPD não exclui a possibilidade de adoção de outras medidas administrativas, previstas na LGPD, em outras normas (como o Código de Defesa do Consumidor, por exemplo) e no Regulamento do Processo de Fiscalização e do Processo Administrativo Sancionador, de modo a garantir a adequação do infrator à legislação de proteção de dados pessoais.

 

Até o momento apenas o judiciário e outros órgãos fiscalizadores haviam aplicados punições e sanções pelo descumprimento da LGPD, de forma mais comedida, porém, as multas com este Regulamento podem se tornar milionárias a depender do número de titulares atingidos e do efetivo prejuízo causado.

 

A publicação do regulamento é válida tanto para entidades (públicas e privadas) a se adequarem às determinações da LGPD, com sanções aos seus agentes, dos quais orientam a maneira de se preservar dados e, por consequência, garantem em maior grau a proteção dos direitos fundamentais da intimidade, da privacidade, da imagem e da proteção de dados. 

 

Desta forma, A adequação à LGPD não é uma opção e sim uma obrigação, se a sua empresa ainda não está adequada à LGPD, ou mesmo duvidava de sua eficiência, o regulamento é um forte incentivo a essa estagnação, da qual poderá acarretar sanções severas ao infrator. 

 

Flavia Derra Eadi de Castro - advogada, Head de Compliance Trabalhista e LGPD na RGL Advogados


Sair da inadimplência: o drama de 70 milhões de brasileiros

Trocar uma dívida cara por outra mais barata pode ser uma solução. Mas encontrar quem empreste com juros menores está difícil. Quem investe em previdência privada fechada tem o próprio plano como fonte de crédito mais barato 



A queda na renda das pessoas somada a uma taxa básica de juros nas alturas tem contribuído para que mais e mais pessoas fiquem inadimplentes. Dados da Serasa Experian divulgados no final de fevereiro mostram que 70 milhões de brasileiros estão em atraso com suas dívidas, um recorde histórico. Em tempos de vacas gordas, o conselho dos especialistas para o consumidor sair dessa situação envolveria a busca de uma segunda fonte de renda, redução de gastos e até a troca da dívida mais cara por outra com taxa de juros menor.

Sendo assim, alguém que está preso ao rotativo do cartão de crédito, cuja taxa de juros gira em torno de 15% ao mês, pode fazer um empréstimo com taxas menores para quitar a dívida. O compromisso continua em outra instituição, mas com parcelas mais leves, permitindo algum planejamento. A dificuldade, porém, é conseguir um financiamento mais barato, já que com a Selic nas alturas, a captação de recursos por parte dos bancos e financeiras também encarece e essa diferença é repassada para os clientes.

Quando o processo de endividamento começa, as concessões de crédito chegam a aumentar porque pessoas físicas e jurídicas recorrem aos bancos e às fintechs na tentativa de equacionar o problema. Porém, o cenário chegou a tal ponto que até a concessão de crédito tem apresentado recuo, em parte, porque as instituições estão se negando a emprestar.

Dados do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), indicador que mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços mostram que a busca por financiamento em fevereiro apresentou recuo de 21% na comparação com o mesmo mês de 2022. A maior retração foi do segmento de serviços (-34%), seguido por bancos e financeiras (-21%) e varejo (-9%). “A alta inadimplência fez com que as instituições se tornassem mais seletivas, trabalhando menos na aquisição de novos clientes. A retração da oferta tem como consequência o recuo da demanda, já que não há mais tantos canais facilitando a obtenção de crédito”, analisa Breno Costa, diretor da Neurotech.

Para muitos, a solução de obter recursos a um custo menor está no consignado. O Conselho Nacional da Previdência social (CNPS) chegou a recomendar que as instituições reduzissem o teto do empréstimo consignado de 2,14% ao mês para 1,70% ao mês e do cartão consignado e de benefícios dos atuais 3,06% a.m. para 2,62% a.m. A princípio uma boa notícia, mas que recebeu protestos. Segundo a ABBC (Associação Brasileira de Bancos), a iniciativa é inviável por conta da alta taxa de juros, que impacta no custo da captação por parte das instituições financeiras.



Planos de previdência

Para aqueles que aplicam dinheiro em alguma instituição fechada de previdência privada, a situação é melhor porque elas podem emprestar com juros menores do que os praticados pelo mercado. Para se ter uma ideia, hoje existem cerca de 300 fundações com ativos que superam R$ 1,3 trilhão. Deste valor apenas 2% são utilizados para concessão de crédito. Desta forma, há um volume potencial de R$ 146 bilhões para que os participantes obtenham de crédito.

“Há margem para atender muita gente que, por falta de conhecimento não busca resolver seus problemas com dívidas por meio deste canal”, afirma Alexandre Teixeira, CEO da uFund, pensiontech especializada na transformação digital e modernização do ecossistema das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs),

O papel das entidades de previdência é administrar os recursos para que seus associados possam ter uma boa aposentaria daqui a alguns anos. Mas oferecer crédito exige uma abordagem diferenciada, que vai da divulgação do benefício, passando por canais de atendimento, análise de risco e controle de pagamento, que exige uma estrutura a mais.

Para facilitar todo esse processo, a uFund criou um ecossistema de canais digitais transacionais e de autoatendimento para facilitar o acesso dos participantes aos seus investimentos e tomada de crédito em poucos cliques. “A diversidade de canais permite que o cliente acesse aquele que tem maior afinidade, seja whatsapp bot, app mobile ou portal web. Na medida em que a solução for sendo adotada pelos fundos de pensão, deverá aproximar os contribuintes, fazendo com que a concessão de crédito pelo canal previdência fechada se torne mais comum.

“As entidades de previdência podem emprestar dinheiro para financiar automóveis, imóveis, bens de consumo, viagens tudo com taxas bem menores do que as cobradas pelo mercado porque o risco é baixo. Os recursos que o cliente tem depositados na instituição por si só servem de garantia, o que reduz consideravelmente os riscos. Além disso, mesmo sendo baixo, o juro cobrado representa um ganho a mais para o fundo de pensão. É bom para ambos os lados.

Segundo a Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), as entidades contam com 3,8 milhões de participantes. A uFund estima que o ecossistema abranja um universo de cerca de 20 milhões de pessoas, incluindo parentes, potenciais novos participantes e outros agentes, “É uma quantidade relevante de pessoas atreladas aos fundos. Possivelmente vários deles poderão se beneficiar com empréstimos mais acessíveis e baratos caso tomem conhecimento e contem com canais de atendimento simples e transparentes como é o caso do nosso aplicativo”, comenta Teixeira.


Employer Branding: como as empresas de tecnologia podem usar a estratégia para reter e atrair talentos


O aumento da demanda de profissionais de TI tem provocado alta rotatividade no setor, obrigando as empresas a criarem estratégias cada vez mais ousadas para se destacarem no mercado. Para enfrentar os desafios da área - atrair profissionais e reter os membros da equipe -, é importante estar atento às tendências de comunicação e de gestão de pessoas.

Pesquisa da consultoria Robert Half, que ouviu 300 executivos C-Level para entender quais as suas maiores preocupações neste ano, constatou que a maioria diz respeito à questão da atração e retenção de talentos qualificados. Ao mesmo tempo, revelou que 48% dos executivos notaram um aumento no turnover, em comparação com os anos anteriores à pandemia. Além disso, 69% dos entrevistados acreditam que encontrar bons profissionais na área de tecnologia será cada vez mais desafiador.

Para arrebatar um número maior de admiradores, as empresas devem recorrer às mídias sociais e aos veículos de comunicação, importantes ferramentas de interlocução entre a marca e seus consumidores. Ao compartilharem informações sobre valores, cultura e oportunidades de desenvolvimento, as organizações  estão fortalecendo a marca empregadora e aumentando a visibilidade junto aos potenciais colaboradores, clientes e fornecedores, além de investir na retenção do time.

A expressão employer branding – marca do empregador – consiste em um conjunto de técnicas e ferramentas usadas para construir uma reputação positiva junto ao mercado, fazendo com que as pessoas que se identificam com os seus valores queiram fazer parte da empresa. Diversas estratégias são adotadas para melhorar a percepção dos colaboradores e da comunidade em geral em relação à organização. Entre as iniciativas estão ações de responsabilidade social, investimentos em treinamento e desenvolvimento da equipe, oferta de benefícios inovadores, além de uma comunicação transparente e humanizada com o público interno e externo.

As empresas que adotam o employer branding observam aumento no volume de candidaturas e uma redução no turnover, uma vez que os colaboradores ficam mais propensos a permanecer na organização por estarem satisfeitos com o ambiente de trabalho. Outro resultado positivo é o maior engajamento interno. Quando há a construção de uma cultura sólida e estruturada, a empresa cria uma identidade única e coerente, e os colaboradores sentem-se mais motivados e orgulhosos de trabalhar para uma marca forte e com presença positiva no mercado.

Uma das melhores formas de fortalecer e humanizar a marca é por meio dos próprios colaboradores. Munidos de informações e com os treinamentos adequados eles podem compartilhar em suas redes as experiências e vivências na organização, atuando como embaixadores da marca. Adotando essa estratégia, a companhia não apenas aumenta a sua visibilidade, mas também promove um ambiente de trabalho mais participativo e engajado.

Por fim, é importante destacar que o employer branding não é algo que possa ser construído da noite para o dia. O processo deve ser contínuo e contar com a participação de todos os níveis hierárquicos. É preciso investir tempo e recursos para criar uma cultura organizacional forte e positiva, capaz de atrair e reter os melhores talentos e aumentar expressivamente a competitividade da empresa no mercado!


Gabriel Rocha - coordenador de Recursos Humanos na Roost, empresa de tecnologia especializada em soluções de edge computing.


Como destravar um conteúdo que tenha dificuldade em aprender

  

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Frequentemente não gostamos de um conteúdo, pois não o dominamos e temos dificuldades em lidar com ele. Porém, essa falta de entendimento geralmente é causada pelo excesso de lacunas que vão se formando ao longo da vida escolar, impedindo o cérebro de criar conexões lógicas de conteúdo e dificultando o aprendizado. 

A dificuldade sistêmica em uma disciplina geralmente é percebida por um conjunto de fatos, como baixo desempenho em testes e atividades, desinteresse ou negligência no estudo da disciplina, necessidade constante de ajuda com pouca evolução própria, feedback de professor e reação emocional negativa, como ansiedade e estresse.

A literatura indica que existem dois modos como a mente opera, o modo focado, em que nos concentramos em uma determinada atividade e ativamos os grupos de neurônios que possuem algo semelhante àquele conhecimento, e o modo difuso, que ocorre quando várias áreas do cérebro são ativadas para encontrar quais grupos de neurônios possuem algo relacionado a isso, obviamente com menos resolução.

O que acontece é que quando nos deparamos com uma matéria que já sabemos que temos dificuldade, entramos em um estado chamado “Efeito Einstellung”. Na psicologia, de maneira simplificada, ocorre quando a primeira ideia que vem à mente, desencadeada por características familiares de um problema, impede que uma solução melhor seja encontrada.

Inserindo esse conceito na educação, é um efeito que “trava” o cérebro, que busca uma solução ou sentido que muitas vezes aquele grupo de neurônios não possui, mas foi provocado por uma abordagem inicial errada. Esse processo é muito comum em matemática e ciências, principalmente em pré-vestibulandos, onde a abordagem inicial é se adaptar aos macetes e, por isso, ficam travados naquele pensamento por horas e horas. 

O segredo para driblar essa adversidade é desligar o pensamento focado e ativar o modo difuso. Alguns exemplos são tomar banho, dormir, caminhar ou escutar música, pois são nessas horas que nosso cérebro abre para o modo difuso e através de uma visão geral, começa a formar conexões buscando uma solução eficaz com base em experiências anteriores.

É importante lembrar que as pessoas aprendem em velocidades diferentes cada um dos vários tipos de conteúdo, o que pode prejudicar o processo de aprendizagem, pois a maioria vai no ritmo da instituição de ensino e não respeita o seu tempo de absorção próprio em cada matéria. Por isso, em conteúdos específicos que temos grande dificuldade, sempre deve-se começar pelo básico e progredir conforme o seu entendimento sem deixar de lado as datas, mas adaptando-as a cada realidade.

Além disso, devemos levar em consideração as armadilhas da própria mente, que frequentemente pode maximizar pontos que não são tão relevantes para o conceito geral da matéria. Por isso, é necessário que os estudantes terminem o conteúdo primeiro e depois observem a real dificuldade. Muitas vezes empacamos em um tópico específico que não atrapalha o entendimento total, por isso, dê a chance ao cérebro de ver o conteúdo total primeiro, pois se sentir que o que sabe do geral é suficiente, a dúvida pode ser sanada pontualmente com uma pergunta ou exercício.

Hoje, pontuo que alguns dos principais passos para destravar um conteúdo de maior dificuldade são: não passar muito tempo sem retornar ao tema, variar as fontes para coletar mais informações sobre os assuntos de maiores dificuldades e associar a matéria com algo conhecido para conectar suas vivências anteriores com o novo, bem como buscar ajuda de pessoas que dominem o assunto e possam explicar de maneira mais compreensível. 

Posso dizer que os professores desempenham um papel crucial na identificação das dificuldades dos alunos. Algumas contribuições que esses profissionais podem fornecer, são dependentes do modelo da instituição, mas podem também flexibilizar metodologias de ensino com o propósito de encontrar novas formas de transmitir seu conteúdo. O estabelecimento de metas e apoio emocional são duas formas de quebrar barreiras em disciplinas específicas. 

Analiso que a observação atenta do desempenho escolar, da participação em aula e interações com colegas são importantes para identificar as necessidades do aluno. Para isso, é favorável que as turmas sejam reduzidas, a fim de possibilitar uma ação mais efetiva do professor. Fornecer feedbacks construtivos ajudam os alunos a identificar suas áreas de melhoria e desenvolver habilidades. É um processo longo e trabalhoso, mas é efetivo e compensador. 

 

Lorenzo Tessari - Chief Operating Officer (COO) da Gama Ensino, startup de tecnologia desenvolvedora de um algoritmo proprietário que identifica os gaps de aprendizado dos alunos para o direcionamento dos seus estudos.

 

Confiança dos empresários do comércio sofre queda de 4,2% no primeiro trimestre de 2023

Cenário é resultado do arrefecimento da economia, somado a alto endividamento das famílias e juros e inflação elevados, aponta FecomercioSP

 

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) fechou o primeiro semestre de 2023 com variação negativa de 4,2%, em comparação ao mesmo período de 2022. Ao contrapor com os últimos três meses do ano passado, a queda é ainda maior (-8,4%).

 
Os outros dois indicadores analisados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), referentes à intenção de expandir os negócios e à situação dos estoques, também apresentarem índices negativos: 4,8% e 5,3%, respectivamente, na comparação entre janeiro a março de 2022.
 
De acordo com a Entidade, os índices confirmam a tendência de arrefecimento da economia. As preocupações dos empresários do comércio com a conjuntura macroeconômica se intensificaram diante do alto endividamento das famílias e dos juros elevados, fatores que afetam a intenção de consumo – de bens ou de serviços.
 
A alta inflação – assim como a política econômica e as possíveis mudanças que podem ser adotadas pelo novo governo frente a um elevado déficit fiscal – também é motivo de pessimismo entre os empresários. Consequentemente, há uma retração no consumo, o que limita a expansão dos negócios. Com menos investimentos, há menos contratações.
 


Março


No mês de março, foi registrada a quarta variação desfavorável seguida no ICEC (-4,1%), quando comparado ao mesmo período de 2022. Em relação ao mês anterior, o declínio foi de 2,3%, ao passar de 112,3 pontos, em fevereiro, para 109,7 pontos, no terceiro mês do ano. Os indicadores referentes à intenção de expandir os negócios e à situação dos estoques também apresentarem índices negativos: 5,9% e 1,1%, respectivamente, na comparação interanual.
 
Dentre as variáveis que integram o ICEC, a que avalia as condições atuais (ICAEC) registrou queda de 2,1%, entre março de 2023 e o mesmo período do ano passado. O IEEC, que mensura as expectativas futuras, caiu 6,1%. Já a variável do índice de investimento (IIEC) ficou negativa em 3,2%, na mesma base de comparação. Em relação a fevereiro, o primeiro indicador apresentou queda de 6,2%, o segundo subiu 1,1%, e o terceiro teve baixa de 3,1%.
 


Expansão e investimento


Ainda segundo o mesmo levantamento, o Índice de Expansão do Comércio (IEC) fechou o terceiro mês do ano com recuo de 3,8%, na comparação com março de 2022. Retrações também foram constatadas nas variáveis que medem as Expectativas para Contratação de Funcionários e o Nível de Investimento das Empresas. Na mesma base comparativa, os índices ficaram negativos em 5,9% e 1,1%, respectivamente.
 
O Índice de Estoque (IE) recuou 4,8% em 12 meses. A proporção dos empresários que consideram a situação adequada dos estoques caiu de 58,6% para 56,3%, em 12 meses. Aqueles que relatam a situação inadequada para cima avançou de 27,4%% para 29,7%, ao passo que os que acreditam que o estoque é inadequado para baixo passou de 13,1% para 14%. A queda na intenção de consumo também pode ser percebida pelo aumento do número de empresários que relatam a inadequação para cima dos estoques.
 
Segundo a FecomercioSP, o empresário do comércio, diante das tantas incertezas instaladas na economia, deve estabelecer um planejamento de longo prazo, uma vez que o cenário atual é de retração do consumo. É fundamental agir com resiliência nas operações e nas decisões do dia a dia, assim como estimular as vendas e gerir estoques adequadamente. Estas medidas se tornam cruciais para evitar quedas de receitas. Além disso, optar por liquidações, com uma análise criteriosa das margens de preços, ainda é uma boa estratégia para reduzir o estoque dos produtos que não estão com boa performance de vendas. Decisão esta que pode aumentar a receita e abrir espaço para realizar novos investimentos.


 
Notas metodológicas


ICEC O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla a percepção do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas feitas em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que, por sua vez, pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, contudo sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.
 


IEC


O Índice de Expansão do Comércio (IEC) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas. Apesar desta pesquisa também se referir ao município de São Paulo, sua base amostral abarca a região metropolitana.
 


IE


O Índice de Estoque (IE) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011 com dados de cerca de 600 empresários do comércio no município de São Paulo. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques: “acima” (quando há a sensação de excesso de mercadorias) e “abaixo” (em casos de os empresários avaliarem falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo). Como nos dois índices anteriores, a pesquisa se concentra no município de São Paulo, entretanto sendo a sua base amostral considera a região metropolitana.
 
FecomercioSP

Healthtech e cibersegurança caminham lado a lado

Especialista em cibersegurança reforça a importância de investir em proteção de dados nos sistemas relacionados à área de saúde

 

A implementação da tecnologia na área de saúde vem permitindo gerar longevidade, qualidade de vida e, principalmente, prevenção. Os dispositivos, medicamentos, vacinas, procedimentos e sistemas utilizados apostam nas mais recentes descobertas e inovações, auxiliando no crescimento significativo do setor nos últimos anos. No entanto, para garantir a integridade dos dados trabalhados, seja nos sistemas de gestão ou nas pesquisas rumo a novas descobertas, é preciso contar com a cibersegurança.

 

De acordo com o levantamento global de ciberataques divulgado  pela Check Point Research no início de 2022, as instituições de saúde foram o segundo alvo preferencial dos criminosos, ficando atrás somente do setor de varejo. O estudo aponta que os ataques ao setor de saúde cresceram 64% no Brasil. “Quando falamos em healthtechs, estamos falando de startups de bases tecnológicas, com o objetivo principal de trazer soluções relacionadas à inovação no setor de saúde. Mas, por ter a tecnologia no seu cerne, as healthtecs precisam ter cuidado especial com a segurança dos dados”, comenta Fernando Medeiros, CTO da FC Nuvem, frente da FCamara especializada em serviços gerenciados de infraestrutura multicloud, cibersegurança e jornada de dados.

 

Esses dados, que hoje em dia podem ser acessados e compartilhados em nuvem, em nome da praticidade, rapidez e conectividade global, necessitam de segurança na entrada e na divulgação. “Essas empresas têm acesso a prontuários eletrônicos, exames laboratoriais, diagnósticos de imagem e outros dados sigilosos dos pacientes. Fraudes nesses sistemas podem provocar outras fraudes maiores no sistema de saúde como um todo”, complementa.

 

Para além da proteção de dados, a atuação da tecnologia nas clínicas, consultórios, hospitais e empresas demandam também uma completa infraestrutura de TI, sendo grandes facilitadores para gestão da equipe médica e administrativa desses centros. Uma pesquisa realizada pela International Data Corporation (IDC) afirma que 65% das organizações de saúde investirão em software de AI ainda em 2023, para melhorar a governança e desenvolver tratamentos mais personalizados. Dos entrevistados, 32,6% revelaram que aumentarão os seus aportes em cibersegurança.

 

Ainda existem muitos desafios em segurança cibernética e, por isso, o setor de tecnologia em saúde tem demandado um alto número de profissionais. Levando em consideração a falta de mão de obra qualificada, terceirizar a cibersegurança para prevenir e combater as técnicas mais avançadas de golpes e crimes virtuais pode oferecer respostas mais eficazes. “Nesse cenário, recomendo fortemente a contratação de empresas especializadas nesse tipo de serviço, que poderão trazer soluções mais assertivas e alinhadas entre si do que uma equipe montada do zero”, diz Medeiros.  



FCamara
https://fcamara.com/


Diálogo Competitivo: entenda a nova modalidade de licitação

O período de transição está se findando e a partir de 01 de abril de 2023 NLL substituirá de vez a legislação que rege o sistema para atos de licitações e contratações da administração pública há quase 30 anos.

A mudança mais significativa na Nova Lei de Licitações refere-se às modalidades, com a extinção da Tomada de Preço e a Carta-Convite e criação do Diálogo Competitivo.

Em seu artigo 6, inciso XLII, a lei de licitação estabelece o conceito desta modalidade, qual seja: modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos.

Observa-se que esta modalidade visa a contratação de serviços ou produtos de cunho técnico e em razão disso, o vencedor não é quem oferece o melhor preço e sim quem oferece a melhor solução técnica.

Divido em duas fases, o diálogo competitivo, em sua primeira fase promove uma conversa onde irá conhecer as soluções disponíveis e definirá a mais vantajosa. Já na segunda fase, a competitiva, as empresas selecionadas na fase anterior apresentam suas contrapostas a solução escolhida.

Desta forma, essa modalidade se bem conduzida traz ao Poder Público a possibilidade de compreender as alternativas mais adequada a solução de sua necessidade, o que mitiga consideravelmente os riscos da contratação.

  

Thaina de Jesus Câmara - Advogada, graduada com menção honrosa pela Universidade São Judas Tadeu -USJT, Pós-Graduanda em MBA em Gestão Tributaria pela Universidade de São Paulo - USP. Especialista Jurídica Junior com atuação à frente do setor de licitações do Vigna Advogados Associados.


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