Quem não conhece alguém que sente muito medo de altura? Pois é, esse é um tipo de medo muito comum entre as pessoas.
Muitas reclamam
dessa sensação e, em alguns casos, a situação é tão severa que, é preciso a
ajuda medicamentosa para controlar o equilíbrio e auxiliar nosso combate à
sensação incomoda e desagradável. Essa fobia é denominada Acrofobia. Uma fobia
específica que, é um considerada como um tipo de transtorno de ansiedade.
Como muitos
transtornos fóbicos, a acrofobia, gera nos pacientes medos excessivos,
embaraçosos e incapacitantes que, na maioria das vezes, dificultam suas
relações sociais e atrapalham o ritmo normal da vida. A sensação de frio na
barriga ao olhar pela janela de um prédio alto, atravessar uma ponte, andar em
uma roda gigante, andar de avião, escadas, elevador, por exemplo, é muito mais
intensa em quem sofre de acrofobia do que em qualquer outra pessoa não acometia
por esse transtorno.
Em condições
normais, sentir medo de altura seria apenas um alerta natural do corpo para a
iminência de algum perigo. No caso de um acrofóbico, esse alerta pode
desencadear muitas outras sensações conflitantes e desesperadoras, a ponto de
desequilibrar todo o emocional, bem como o biológico do indivíduo.
Sabemos que os
transtornos de ansiedade afetam milhões de pessoas ao redor do mundo, e nos
últimos dois anos após pandemia, temos constatado uma elevação considerável
desses números. Porém, a identificação ou constatação de que algo precisa ser
feito, ou medidas precisam ser tomadas, é quando a situação chega ao ponto de
atrapalhar e prejudicar o cotidiano, dificultando compromissos, momentos de
lazer e a socialização em geral.
O transtorno
pode afetar crianças e adultos e não podemos dizer que existe uma causa
específica, a acrofobia, pode ser estimulada por vários fatores. Um deles pode
estar associado ao próprio instinto de sobrevivência que é natural de todo e
qualquer ser humano. Olhando pelo lado positivo, ele é benéfico porque pode nos
ajudar a evitar riscos desnecessários.
O grande problema
é quando esse mecanismo extrapola o ideal e entra em um processo excessivo,
violando os limites do aceitável e gerando traumas e desencadeando transtornos
de ansiedade. No entanto, alguns pacientes carregam a acrofobia ao longo da
vida em função de traumas passados relacionados, especificamente, a desconforto
por ansiedade de altura ou quedas.
Porém, também
não podemos esquecer que o medo de altura pode estar relacionado ao distúrbio
vestibular, mas comumente falando, uma labirintite que tem em seus sintomas
específicos, a ansiedade relacionada a alturas intensas ou quedas, associada ao
equilíbrio postural e percepção da aceleração e da sensação da gravidade.
Os sintomas
fisiológicos e mentais associados a acrofobia são: ataques de pânico, ansiedade
exagerada, mal-estar, nervosismo, agitação, tensão muscular, palpitação
cardíaca, vertigem, tremor, falta de ar, respiração acelerada, náuseas,
tontura, sudorese intensa, entre outros.
O tratamento da
acrofobia, medo de altura, deve ser feito por especialistas relacionados à
saúde mental que podem, através de ferramentas específicas, identificar quais
os gatilhos geram essa fobia no indivíduo e em que bases estão fixadas as
fragilidades que alimentam o medo e prejudicam a qualidade de vida deste.
Inclusive, um
dos maiores objetivos do tratamento é impedir ações da depressão que podem
dificultar ainda mais a recuperação efetiva do paciente.
Portanto, o medo
de altura não é uma bobagem. Por trás desta fobia outras questões podem estar
se manifestando e devem ser tratadas, para auxiliar no equilíbrio emocional do
ser humano que se vê preso a questões relacionadas à ansiedade e ao
desequilíbrio psíquico. A procura por informações e ajuda psicoterápica para o
tratamento é de extrema importância para garantir mais qualidade de vida e
independência para quem sofre desse
transtorno.
Dra. Andréa Ladislau - Psicanalista
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