Seja um imóvel adquirido na planta ou usado, a arquiteta Marina Carvalho relaciona as principais recomendações para não errar na aquisição do apto dos sonhos
A decisão para a compra de um imóvel vai muito além da estética e a beleza da edificação. Segundo a arquiteta Marina Carvalho, é fundamental analisar diversos fatores que contribuirão para a conquistar de um lar confortável e agradável para os moradores |Foto: Evelyn Müller
A
decisão de compra de um apartamento vem acompanhada por um pacote
de avaliações a ser considerado antes de fechar o negócio. Além da parte
financeira, a aquisição vem acompanhada pela organização do universo de planos
e ideias que delinearão o presente e o futuro dos moradores. Por isso, o
processo requer uma boa dose de calma e parcimônia para encontrar um local que
que reúna as características desejadas, bem como a localização e as condições
físicas – principalmente quando se trata de um imóvel usado. Acostumada a
prestar suporte aos seus clientes ainda no processo de definição e escolha da
nova casa, a arquiteta Marina Carvalho, à frente do
escritório que leva seu nome, enfatiza que essa fase, antes do
fechamento do negócio, é primordial. “Na lista de desejos que cada um de nós espera
encontrar no novo imóvel, vale elencar quais são os principais a serem alcançados.
Além disso, estipular uma verba que comporte tanto a obtenção, quanto as
benfeitorias que serão realizadas na reforma, são muito importantes para não
haver dificuldades mais adiante. A visão precisa ser o mais realista possível”,
relata.
Confira
as suas dicas para não errar na escolha:
Primeiro
passo: localização
A localização é um dos principais
pontos a serem analisados antes da escolha de qualquer imóvel. Este
apartamento, projetado pela arquiteta Marina Carvalho, está localizado no
bairro da Vila Mariana, zona sul de São Paulo, e super próximo à estação do
metrô, escolas, restaurantes e acesso às principais avenidas da cidade. Essas
características se configuram como benefícios relevantes na vida dos moradores
|Fotos: Evelyn Müller
Para
a arquiteta Marina Carvalho, a localização é um dos critérios empregados como
ponto de partida. Principalmente em grandes cidades como São Paulo, o critério
da localização interfere diretamente no bem-estar e em uma rotina mais
tranquila para os moradores. Observar o volume diário de trânsito bem como a proximidade
de escolas, farmácias, padarias, supermercados e hortifrutis é uma maneira de
avaliar como será a rotina diária após uma possível compra do imóvel. Estar
mais perto do trabalho e ter os estabelecimentos comerciais mais próximos
otimiza e facilita a vida das pessoas.
“Quando
sou contatada pelos clientes com antecedência, costumo não recomendar a compra
de imóveis situados em grandes avenidas, uma vez que o trânsito pesado, o alto
índice de ruídos e a poluição podem acabar desvalorizando o edifício e
interferem na satisfação e felicidade”, relata. Ainda segundo ela, a vista
também deve ser ponderada. “Pensando no mercado imobiliário de São Paulo, é
muito comum um prédio bem próximo ao outro. Esse urbanismo implica na falta de
privacidade, uma vez que as janelas ficam alinhadas umas às outras”,
adverte.
Documentação
do imóvel
É
preciso estar atento à documentação existente antes de adquirir o imóvel. Para
tanto, o número de matrícula permite que o possível comprador possa buscar pela
certidão do registro em um cartório e assim consultar todo o histórico da
construção. Em paralelo, uma consulta na prefeitura evita a surpresa de
receber, posteriormente, débitos atrasados de IPTU e outras taxas que não foram
quitadas pelo antigo proprietário. “A visita ao cartório também ajuda no sentido de
averiguar pendências físicas ou financeiras para a transferência de nome”,
orienta Marina.
Andar
do apartamento
Mais alto ou mais baixo? Em relação ao
andar, os melhores são os mais elevados, pois além de proporcionarem uma bela
vista, ficam mais distantes dos ruídos oriundos da rua ou da área de lazer do
condomínio. Nesta cobertura, por exemplo, Marina conseguiu projetar um espaço
propício para relaxar, longe de barulhos e com uma boa visão da cidade |Fotos:
Evelyn Müller
Uma
dúvida bastante recorrente diz respeito ao andar do apartamento. É melhor ficar
nos andares mais próximos ao térreo ou nas alturas? A profissional é enfática
em aconselhar a compra em andares superiores como forma de evitar os barulhos
que fazem parte do cotidiano externo, como o trânsito e a área de lazer do
condomínio – quadras, piscina e salões de festa –, principalmente aos finais de
semana.
E
o conselho vem acompanhado por outra observância que não pode ser esquecida: a impermeabilização.
“É
muito frequente que apartamentos próximos à cobertura sofram com problemas
derivados da baixa pressão de água do edifício. Por isso, essa pergunta não
pode ser deixada de lado”, ressalta Marina.
Vizinhança
Na compra de um imóvel na planta fica mais complicado saber, mas quando o edifício já está habitado, não abra mão de conhecer o comportamento dos futuros vizinhos. Uma conversa informal com os condôminos pode indicar a satisfação (ou não) com os residentes e, assim como as regras do prédio. “Uma leitura prévia da ata constituída na assembleia geral evita muitos dissabores”, enfatiza a arquiteta que já presenciou inúmeras ocasiões em que vizinhos passaram por desentendimentos por conta de uma convivência conflituosa. “Para a realização da obra, nossa equipe é extremamente meticulosa para evitar reclamações por conta de barulhos e poeira. Não abro mão de fecharmos o dia de trabalho com uma limpeza”, destaca.
Apartamentos
novos e antigos
Em alguns dos projetos atuais, as
construtoras não entregam um imóvel que atenda todas as necessidades dos
moradores. Quando a arquiteta Marina Carvalho assumiu o projeto desse
apartamento de 170 m², foi necessário promover uma série de alterações que
permitiu oferecer um layout e estrutura mais confortável para seus clientes
|Fotos: Evelyn Müller
Comprar
um apartamento novo ou usado implica em diferenças distintas a serem analisadas
pelo comprador. De acordo com Marina, a aquisição de imóveis na planta ou em
construção demanda a busca pelo histórico da construtora no mercado e a visita
em outros empreendimentos realizados pela empresa. “Esse cuidado é valioso para
conhecer a qualidade construtiva, a integridade e o compromisso com a entrega
da obra no prazo prometido”, adverte.
Já
no caso de aptos usados, o olhar é voltado para questões relacionadas à
estrutura (como a hidráulica e elétrica) e a possibilidade de benfeitorias,
como a instalação de ar-condicionado, que deixou de ser um luxo para se tornar
um pedido recorrente dos clientes. Ainda sobre o equipamento, Marina explica
que, quando o imóvel é bastante antigo, invariavelmente as instalações
elétricas não comportam o uso, gerando a necessidade da substituição da fiação
e do quadro de energia – sem contar a readequação do número de tomadas
dispostas nos ambientes e o cabeamento.
Marina Carvalho - Graduada pela faculdade de Arquitetura e Urbanismo, com MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Projetos na Fundação Getúlio Vargas, no início de sua carreira, Marina de trabalhou no Estúdio Penha, e, posteriormente, com Arthur Casas, onde ocupou por muitos anos um cargo de coordenadora em uma das maiores incorporadoras da América Latina. Esta etapa foi importante em sua carreira pois lhe deu a percepção de que sua verdadeira realização só viria quando pudesse levar às pessoas tudo em que eu acreditava.
www.marinacarvalho.com
(11) 4324-4555
@marina.carvalho.arquiteta
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