O câncer de intestino, ou colorretal, encontra-se
entre os mais frequentes tipos de câncer em nosso país. Em homens fica atrás
somente dos episódios da próstata. Entre as mulheres, figura imediatamente após
os casos de câncer da mama.
Conforme dados do Instituto Nacional de Câncer
(INCA), aproximadamente 40 mil novos casos são diagnosticados por ano, muitos
deles relacionados a fatores evitáveis como má alimentação, tabagismo e
inatividade física.
Ao menos por enquanto, as perspectivas para o
futuro próximo são preocupantes. Estima-se que, em 2030, a despesa do Sistema
Único de Saúde (SUS) com pacientes diagnosticados com a doença supera em mais
de 80% à de anos recentes *.
Há três anos, 2018, foram desembolsados pelo SUS
aproximadamente R$ 545 milhões com procedimentos hospitalares e ambulatoriais
para atender pacientes com câncer colorretal, com 30 anos ou mais. Para 2030, o
INCA projeta a necessidade de um orçamento específico de R$ 1 bilhão*.
O cirurgião do aparelho digestivo e
coloproctologista Dr. Roger Beltrati Coser, pontua que o câncer colorretal é
tratável, a despeito de ser a terceira neoplasia de maior mortalidade no país.
Tal doença geralmente é curável ao ser detectada precocemente, quando ainda não
se espalhou para outros órgãos, e em alguns casos, pode também ser curada até
nas formas mais avançadas.
“Se diagnosticado em fase inicial, o tratamento tende a ser menos invasivo, com
menor custo para o sistema de saúde, além de apresentar índice de cura
elevado”, argumenta Roger Coser, que também é diretor do Capítulo de São Paulo
do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.
Ele considera fundamental que os cidadãos tenham
ciência disso, para que fiquem atentos aos programas de prevenção e
rastreamento.
Justamente visando à conscientização social, o
Capítulo São Paulo do CBC tem trabalhado firme na campanha Março Azul Marinho,
recentemente incluída no calendário oficial da saúde com a aprovação pelo
Senado Federal do Projeto de Lei 5.024/2019.
“Devemos ter muita atenção quanto a sintomas de
desconforto abdominal, cólicas / dores abdominais e sinais como emagrecimento e
sangramento nas fezes. Se ocorrerem, é necessário procurar imediatamente o
coloproctologista ou o cirurgião do aparelho digestivo. A prevenção e
rastreamento é fundamental no câncer colorreal, uma vez que a grande maioria
dos tumores em estágios iniciais não causa sintomas evidentes.”
O rastreamento consiste na realização de
exame para diagnosticar casos de câncer colorretal em pacientes sem sintomas da
doença, justamente com o objetivo de identificar tais tumores em estágios mais
iniciais. A recomendação atual é iniciar o rastreamento a partir dos 45/50 anos
de idade ou antes caso recomendado pelo seu médico.
“Quem tem história familiar de câncer de intestino
precisa de atenção especial e investigação genética”, acentua Roger Coser. “A
polipose adenomatosa familiar é uma doença genética que pode levar ao
aparecimento de câncer em pessoas jovens. Esses pacientes devem iniciar o
acompanhamento médico já na infância, na adolescência.
Quanto à prevenção, é essencial fazer a lição de
casa básica: alimentação saudável, evitar a obesidade, prática de atividade
física, não exagerar do consumo de álcool, não fumar. É mister ainda reduzir a
ingestão de carne vermelha e de processadas, como presunto, linguiça, salame,
bacon, mortadela, salsicha.
O menu ideal tem como base verduras, legumes,
frutas, cereais, grãos, sementes. Enfim, a receita comum e a mais eficiente
para viver bem.
* Dados Inca
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