Crianças com menos de cinco anos correm risco de
ficar obesas mórbidas e desenvolver doenças graves
De acordo com a OMS, cerca de 41
milhões de crianças com menos de cinco anos estão acima do peso. Para 2025, a
projeção é que o número chegue a 75 milhões, abrangendo países desenvolvidos e
em desenvolvimento. No Brasil, o sinal de alarme em relação à obesidade está
aceso: uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos de idade está acima do peso,
de acordo com o IBGE.
De acordo com a endocrinologista
pediatra do Exame Imagem e Laboratório/Dasa Fernanda Lopes, a obesidade
infantil é uma doença causada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal na
criança. Entre os fatores que podem desencadear a doença, estão uma alimentação
inadequada, o sedentarismo, questões genéticas e hormonais.
A médica explica que, mesmo sem
uma correlação exata de que as crianças obesas serão adultos obesos, hoje, elas
já possuem os mesmos problemas que os adultos. “Excesso de colesterol,
hipertensão e risco de desenvolver diabetes. Os estudos mostram que
adolescentes obesos possuem uma alta chance de se manter obesos. Então o ideal
é fazer com que a obesidade na criança seja controlada antes dos 10 anos de
idade”, recomenda.
Segundo a pediatra da Maternidade
Brasília Sandi Sato, os cuidados para evitar a doença crônica devem começar
antes mesmo de a criança nascer, ainda durante a gestação. “Hoje, sabemos que
as condições a que o feto é exposto durante o período gestacional pode
interferir no seu desenvolvimento, na sua fisiologia e metabolismo, não só na
vida intra-uterina, como também trazendo diversas repercussões na fase adulta”,
explica.
Na gravidez, o acompanhamento com o pediatra é
indispensável, sobretudo se a família tiver histórico de obesidade. A partir do
5º dia de vida, o bebê deve ser levado ao pediatra com regularidade. É esse
olhar constante que vai verificar, por exemplo, se o peso está excessivo em
relação à altura.
“Para evitar ou controlar a obesidade, a
recomendação é que as crianças sempre brinquem ativamente, não sentadas ou na
frente de uma tela. Não é necessário matricular a criança em algum esporte, mas
a criança precisa correr, se exercitar, se mexer, pegar sol. Além dos
exercícios, é essencial que ela tenha uma alimentação balanceada, adequada e
proporcional para a idade. Outra recomendação importante é sobre o consumo de
sucos. Eles possuem alto índice de glicose e de calorias, então o consumo deve
ser muito regrado, limitado a um copo por dia, no máximo. Isso também vale para
qualquer tipo de suco, desde os artificiais até os feitos da própria fruta”,
recomenda a endocrinologista Fernanda Lopes.
Consequências da obesidade infantil
A obesidade está relacionada à ocorrência de
diversos problemas de saúde na infância e ao longo da vida adulta, como
colesterol alto, diabetes, gordura no fígado, problemas cardíacos, apneia,
lesões nas articulações e cálculos biliares.
Outra questão advinda da condição é o estigma
social. O bullying sofrido por crianças obesas pode influenciar no
desempenho escolar, além de resultar em problemas psicológicos como depressão e
baixa autoestima.
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