A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) tem acompanhado de perto os idosos durante a quarentena. No próximo dia 15 de junho, será lembrado o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Pessoa Idosa. Durante a pandemia da COVID-19, o Governo Federal disponibilizou um canal (100) telefônico, para receber denúncias de violências praticadas contra idosos.
Em 2019, as denúncias de violações
contra pessoas idosas representavam 30% do total de denúncias recebidas pelo
Disque 100, cerca de 48,5 mil registros. Já em 2020, esse número apresentou
aumento. No início do isolamento, as denúncias somavam 3 mil, já em maio, as
mesmas chegaram a 17 mil e ao final do ano, o Brasil registrou 77.182 mil
denúncias. Um aumento de 53% nos registros.
Dados do
Disque 100, referente a 2021, registram mais de 33,6 mil casos de violações de
direitos humanos contra o idoso no país, apenas no primeiro semestre. “As
agressões não são apenas físicas, mas aparecem por meio de vários formatos como
humilhações, desrespeito, ofensas verbais, palavras mal ditas, o que afeta
mentalmente a saúde do idoso e reforça o estereótipo negativo construído”, diz
a Presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG, Vania Beatriz Merlotti
Herédia.
A violência contra o idoso é um assunto estigmatizado na sociedade e uma violência que tem sido negligenciada. O Estatuto do Idoso caracteriza a violência contra o idoso como qualquer ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. Mesmo que o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) assegura em seu artigo 4º que “Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão e todos atentado aos seus direitos por ação ou omissão, será punido por lei”, as agressões acontecem e ferem um número considerável de idosos.
“O fato do idoso não denunciar a
violência não significa estar de acordo. Reflete, entretanto, as condições de
dependência que muitos vivem e a falta de alternativas no enfrentamento das
agressões, o que evidencia o medo que muitos passam frente à violência dentro
de casa”, conclui a presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG..
Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia - SBGG
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