Maristela Cristina Metz Sass, professora, coordenadora do CAPA (Centro de Atendimento Psicopedagógico ao Aluno) da FAEL e Vera Lucia Costa da Silva, Coordenadora de Extensão e Responsabilidade Social da FAEL
Segundo pesquisa do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2019, pelo
menos 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência, quase 25% da
população do país. No entanto, estas pessoas representam apenas 0.9% dos
cidadãos com carteira assinada (Relação Anual de Informações Sociais - 2016).
Nas universidades, o percentual é ainda menor (0,0052% no IBGE de 2018).
Mesmo com leis e
programas de inclusão que definem as bolsas para alunos com deficiência em universidades,
bem como percentual obrigatório nas grandes empresas, a realidade está
bem longe do ideal. A maioria das instituições de ensino e ambientes de
trabalho não estão preparados para receber essas pessoas, dificultando ou, em
alguns casos, inviabilizando a inclusão na prática.
Muito se tem feito neste
sentido, mas ainda há uma parcela significativa da população segregada, ou
seja, sem oportunidades de emprego e estudos que considerem suas
particularidades. É necessário o conhecimento de que responsabilidade social
vai além da solidariedade, as empresas e as instituições de ensino precisam
promover ações responsáveis, contratando profissionais PCDs, promovendo cursos
de aperfeiçoamento e tornando o ambiente de fato acessível, para atender a diversidade.
É um processo contínuo e
de melhoria na relação entre todos os envolvidos. No caso das Instituições de
Ensino, por exemplo, com os estudantes, funcionários, comunidade e parceiros. É
preciso promover a acessibilidade em todas as dimensões, ou seja, saber se
comunicar e dar conforto a todas as pessoas de forma conjunta, não apenas
separar algumas vagas que nunca serão preenchidas, indo muito além de
disponibilizar legendas e intérpretes de LIBRAS.
O objetivo é uma
corrente do bem: com mais instituições de ensino preparadas para atender
pessoas com deficiência, mais essa população estará preparada para o mercado de
trabalho. Assim, o ideal é capacitar os professores, acompanhar de perto o
desempenho dos alunos, deixar o ambiente acessível a cadeirantes e sinalizado
de diversas formas. Importante a instituição entender que cada estudante PcD
possui características diferentes que precisam ser adaptadas para
atendê-lo.
Mais do que isso, o
processo precisa ensinar a todas as pessoas a incluir a população de PcD
aprendendo a acolher, se comunicar, compartilhar ambientes de estudo e
trabalho, promovendo espaços de oportunidades reais e valorizando habilidades
que muitas vezes não são percebidas. Ainda estamos distantes, mas nunca é tarde
para convocar o sonho de uma sociedade um pouco mais empática, acessível e
inclusiva.
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