Os cuidados com os bebês precisam ser redobrados nos meses de inverno, uma vez que o sistema imunológico deles ainda está em desenvolvimento. É recomendável que as gestantes e as crianças, entre seis meses e cincos anos de idade, tomem a vacina contra a gripe, disponível na rede pública e que sejam evitados os contatos dos bebês com pessoas que apresentem sintomas de um simples resfriado.
O aumento da frequência dos casos de infecções
virais respiratórias – que atacam o nariz, a garganta e os pulmões – no outono
e no inverno preocupam os profissionais da área da Saúde, principalmente com os
bebês pelo fato de não terem, ainda, as defesas do organismo desenvolvidas. A
recomendação dos profissionais do Hospital Maternidade de Campinas é que a
atenção com os bebês seja ainda maior.
Embora as medidas de prevenção sejam simples, como
evitar contato dos bebês com pessoas que apresentem sintomas até de um simples
resfriado e manter a boa higienização da casa, o Hospital Maternidade de
Campinas faz o alerta na tentativa de evitar as internações. Os cuidados, desde
o ano passado, são ainda mais importantes devido a pandemia da Covid-19”,
alerta o presidente do Hospital Maternidade de Campinas, Dr. Marcos Miele.
O vírus sincicial respiratório, que geralmente é
inofensivo para crianças maiores de dois anos e para os adultos, pode ser
perigoso para recém-nascidos. Por isso, nesta época do ano, principalmente, é
importante que os pais evitem até mesmo receber visitas de parentes e amigos
que desejam conhecer o bebê. Para quem tem recém-nascidos, a quarentena deve
ser ainda mais rigorosa”, aconselha o pediatra Dr. Rogério Manuel Duarte
Nogueira, diretor da instituição. De acordo com ele é essencial manter o
calendário de vacinação atualizado e muito recomendável que as grávidas e as
crianças entre seis meses e cincos anos de idade tomem a vacina contra a gripe,
disponível na rede pública”, orienta.
Resfriado x gripe
Resfriado e gripe são as doenças mais comuns nesta
época do ano e que podem afetar as vias respiratórias. Apesar de, muitas vezes,
serem confundidas e compartilharem dos sintomas iniciais – nariz entupido e
dores no corpo –, trata-se de duas infecções distintas. O resfriado pode
ser desencadeado por várias espécies diferentes de vírus e provoca, no máximo,
dores leves, tosse, espirros e coriza nasal. Já a gripe é causada por um vírus
específico (influenza) e se diferencia principalmente pelos sintomas que
aparecem a médio prazo: dores mais intensas do que nos resfriados, náuseas, febre,
congestionamento das vias respiratórias e comprometimento do sistema
imunológico.
É importante estar atento à gripe, uma vez que, ao
comprometer o sistema imunológico, ela pode abrir espaço para problemas mais
graves, como a pneumonia. Outra preocupação é com a bronquiolite viral
que, embora provoque sintomas semelhantes aos do resfriado ou da gripe, nos
bebês ela pode evoluir e provocar inflamação das vias aéreas do pulmão. “Essa
inflamação pode ser identificada pelo “chiado” no peito, similar ao de crianças
com asma, e pela dificuldade respiratória. Dependendo da gravidade, pode exigir
até a internação das crianças em Unidades de Terapia Intensiva”, explica o
pediatra.
Orientações básicas
Uma das orientações mais importantes é que as
pessoas com o menor sintoma de gripe, resfriado ou doenças respiratórias evitem
o contato com as crianças. Caso não seja possível – se os pais ou irmãos
estiverem doentes, por exemplo – recomenda-se o uso de máscaras dentro de casa.
É necessário, também, que todos lavem bem as mãos com maior frequência,
principalmente ao chegar rua e antes de pegar ou tocar nos bebês.
Mesmo as crianças maiores com infecções
respiratórias não devem ter contato com outras para evitar uma possível
transmissão da doença. Além disso, elas necessitam de repouso e cuidados para a
recuperação mais rápida. É aconselhável que o acompanhamento médico,
quando a criança apresentar quaisquer dos sintomas da gripe ou resfriado, seja
feito no Centro de Saúde ou em consultórios, evitando-se os prontos-socorros
para reduzir o risco do contato das crianças com pessoas que estão ali pelos
mais variados problemas de saúde.
Pixabay |
Em casa
A casa e os quartos das crianças devem estar sempre
limpos e arejados. É preciso ficar atento aos brinquedos de pelúcia, tapetes,
cortinas, protetores de berço e almofadas entre outros, que acumulam poeira e,
consequentemente, concentram ácaros, grandes causadores de alergias
respiratórias. Animais de estimação devem ficar longe das crianças.
O leite materno é o alimento ideal para o bebê e
deve ser mantido de forma exclusiva até os seis meses de idade. Depois, até os
dois anos de idade, recomenda-se o aleitamento juntamente com comidas
saudáveis. O leite funciona como uma vacina e protege a criança de infecções
respiratórias, visto que contém os anticorpos da mãe.
Outo alerta é garantir que ninguém fume nos cômodos
da casa, pois a fumaça do cigarro irrita as vias respiratórias das crianças.
Também é aconselhável umidificar os ambientes – para diminuir as irritações da
pele e mucosa dos olhos, nariz e vias respiratórias –, lavar o nariz com soro
fisiológico, principalmente em caso de coriza ou obstrução nasal e oferecer
bastante água, a fim de hidratar o corpo e eliminar secreções.
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