Estresse, ansiedade e hereditariedade são as principais causas. Com o cenário social imposto pela pandemia do Novo Coronavírus, especialistas preveem que este número possa triplicar, enquanto tratamentos mais eficientes são propostos.
Para quem pensa que
a calvície atinge apenas aos homens, é importante a informação de que doenças
emocionais como o estresse e a ansiedade, além da hereditariedade estão entre
as principais causas da calvície feminina. O problema fisiológico atinge
mulheres a partir de 15 anos e tornou-se uma das maiores queixas de pacientes
em consultórios dermatológicos e clínicas especializadas – 40% dos pacientes
são do sexo feminino – com um crescimento de 10% nos últimos 3 anos, de acordo
com um levantamento da ISHRS (Sociedade Internacional de Cirurgia de
Restauração Capilar). Com o cenário social imposto pela pandemia do Novo
Coronavírus, especialistas preveem que este número possa triplicar. Tratamentos
mais eficientes são propostos para atender a esse público.
O tricologista
Osório Lara, da Clínica Speranzini em São Paulo, alerta sobre o aumento de
pacientes do sexo feminino em busca de tratamentos para a queda de cabelos
causada pelo estresse, ansiedade e até depressão durante a pandemia. Esse
movimento já vinha numa crescente, entretanto, percebemos um aumento bem fora
da curva do “antigo normal”, esclarece Lara. Um estudo realizado pela UERJ
(Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e publicado pela revista The Lancet,
mostra que os casos de depressão aumentaram 90% e o número de pessoas que
relataram sintomas como crise de ansiedade e estresse agudo mais que dobrou
entre os meses de março e abril deste ano.
Lara explica que a
queda dos fios é normal dentro do ciclo de vida do cabelo, mas quando em
excesso, pode se tratar de motivo para se preocupar, já que ela pode levar à
temida calvície feminina, ou alopecia androgenética, como é conhecida
cientificamente. “É comum perder entre 100 e 120 fios de cabelo por dia. No
entanto, quando a queda ocorre de forma abrupta e em maior quantidade, com
cerca de 200 a 300 perdidos diariamente, pode trazer preocupação às mulheres e
é um sinal de alerta para investigar as causas”, orienta o médico.
Entre os principais
motivos da queda de cabelos em mulheres estão relacionados ao estresse e a
ansiedade que, atualmente, tem se agravado em decorrência dos fatores sociais
da pandemia de Covid-19, além da hereditariedade. De acordo com o tricologista,
geralmente a calvície hereditária se manifesta de forma progressiva, podendo
ter início logo após a puberdade, quando os hormônios sexuais começam a ser
produzidos. Já as questões emocionais, são pontuais, desencadeadas por
situações específicas. “No cenário social atual, por exemplo, tem impactado
diretamente a saúde emocional das pessoas, causando estresse, ansiedade e,
consequentemente, queda de cabelo”, explica o Dr. Lara. O médico
acrescenta ainda sobre a importância de tratar, primeiro a causa e depois o problema.
A alopecia pode
ainda ser causada por alterações hormonais, inflamações no couro cabeludo, uso
inadequado tinturas ou alisamentos químicos e secador ou chapinha, bem como o
uso contínuo de medicamentos ou a interrupção destes, a exemplo de anticoncepcionais
e dietas com baixa proteína. “Independente de causa, é muito importante
que as pacientes busquem o quanto antes por tratamento, principalmente, para
evitar que o problema se agrave”, orienta o médico. Ele ressalta que
mesmo nos casos de hereditariedade há métodos de cura eficazes, capazes de
combater a calvície, desde que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível.
Tratamentos
Via oral: Suplementos nutricionais especiais para
os a base de sais minerais e cofatores que entram na composição do cabelo, como
vitamina B, ferro e zinco dentre outros.
Uso Tópico: Medicamentos aplicados diretamente no
couro cabeludo, como o Minoxidil.
Microagulhamento e
Intradermoterapia Capilar:
Trata-se de uma técnica que utiliza micro agulhas vibratórias que perfuram o
couro cabeludo, causando mínimos ferimentos que estimulam a circulação
sanguínea, ao mesmo tempo em que injeta substâncias (vitaminas e medicamentos)
para estímulo do crescimento de novos fios de cabelo e engrossamento dos fios
existentes.
Fototerapia e Laser: De uso domiciliar, estimula o
crescimento dos fios através da luz de led irradiada pelo boné, capacete, faixa
ou escova. O tratamento acelera o crescimento dos fios e diminui a queda dos
cabelos.
Micropigmentação
Capilar: Esta técnica aplica
pigmentos no couro cabeludo para diminuir o contraste entre o cabelo e o couro
cabeludo nas regiões onde há rarefação. O pigmento é introduzido na camada mais
superficial da pele com um dermógrafo, agulha e tintas específicas para a
pigmentação do couro cabeludo.
Transplante capilar: Para calvícies femininas menores e casos
específicos, a cirurgia é capaz de trazer bons resultados. Há duas técnicas
possíveis, a FUT, que implica na retirada de uma faixa de pele na região da
nuca, o que deixa uma cicatriz linear ou a FUE, através da qual são obtidas
unidades foliculares uma a uma, porém muitas vezes é necessária a raspagem da
denominada área doadora, devendo ser avaliada a questão estética em cada caso.
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