• Assim como a dieta equilibrada pode auxiliar na prevenção de infecções e melhor enfrentamento da doença, o déficit de vitaminas e minerais pode comprometer a recuperação destes pacientes;
• "Diante da
saturação do sistema de saúde e da escassez de leitos, aumentar a oferta de
proteínas, observar rigorosamente a necessidade de suplementar micronutrientes
e, muitas vezes, introduzir a nutrição por sonda são medidas que podem melhorar
o prognóstico deste paciente", afirma o cardiologista e nutrólogo do HCor
e do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Dr. Daniel Magnoni, que comanda
a terapia nutricional de 13 dos principais hospitais de São Paulo.
O sistema de saúde
vive um dos momentos mais críticos da história do país. Diante deste cenário
alarmante, além das medidas de higiene e isolamento, o equilíbrio nutricional
ganha um papel ainda mais relevante no enfrentamento da COVID-19. As sociedades
médicas internacionais e as brasileiras, como a AMIB (Associação de medicina
intensiva brasileira), BRASPEN (Sociedade brasileira de nutrição parenteral e
enteral), SBP (Sociedade brasileira de pediatria), continuadamente publicam
pareceres e diretrizes atualizadas sobre como tratar os pacientes com COVID,
bem como, orientam para a melhor alimentação que possa fortalecer o sistema
imunológico.
De forma geral, as
recomendações são unânimes em indicar um aporte nutricional precoce, aumentar a
oferta de proteínas e observar rigorosamente a necessidade de suplementar
microelementos e vitaminas, importantes nos processos de defesa e imunidade.
Os hospitais privados
de excelência, em São Paulo, no momento com a capacidade de leitos destinados
ao COVID praticamente esgotada, direcionam à terapia nutricional todos os
pacientes graves, desnutridos ou em risco de desnutrição.
"A utilização de
nutrição especializada, suplementos e muitas vezes a nutrição por sonda pode
ser a grande diferença na boa evolução e na redução do tempo de internação, tão
necessária no momento", afirma o cardiologista e nutrólogo, Dr. Daniel
Magnoni, presidente do Instituto de Metabolismo e Nutrição (IMeN) e responsável
pela terapia nutricional de 13 dos principais hospitais da grande São Paulo
como: Hospital do Coração (HCor), rede São Camilo, rede Leforte, Hospital Sta
Izabel (Santa Casa) rede D’Or (São Luiz Morumbi, Jabaquara e Sino Brasileiro),
bem como, Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
Levantamento aponta
que 60% dos pacientes avaliados estão com COVID
O nutrólogo ressalta
que dos quase 500 pacientes que o seu grupo avalia diariamente, em torno de 60%
estão com diagnóstico de COVID 19, nas mais variadas situações. "Aumentar
a oferta de proteínas em pacientes graves, atuar precocemente e estimular uma
visão multidisciplinar será o grande legado pós-COVID", analisa.
Dr. Magnoni chama a
atenção para a catástrofe da desnutrição, que já é comum nas camadas mais
pobres da população, como facilitador para os casos mais graves e a maior
necessidade de internação. "Precisamos criar canais e ferramentas de
melhor alimentação, estimular ao direcionamento de cestas básicas e estimular
programas de melhoria na alimentação", destaca.
No seu entender, o
grande entendimento e consciência da necessidade de alimentação, nutrição e
terapia nutricional é a chave da resolução desse problema. "Sem entender
essa tríade de forma objetiva, os poderes públicos não realizarão, a contento,
a sua missão de combater o COVID-19", finaliza o médico.
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