Com a campanha de arrecadação de R$ 3 milhões pelos pais do menino, TRT de João Pessoa determina que a Caixa Saúde complemente o valor para interromper a doença do pequeno Heitor Moreira
Na noite desta
quarta-feira (17), o Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região, de João
Pessoa, deferiu uma liminar que a família do pequeno Heitor Moreira de 10
meses, diagnosticado com Atrofia Muscular Espinhal (AME), tanto precisava. Após
criarem uma campanha de arrecadação para a compra do remédio ZOLGENSMA,
indicado para o tratamento do filho, o juiz Alexandre Roque Pinto determinou
que a Caixa Saúde complemente o valor de quase R$ 6milhões para a interrupção
da doença.
O valor inicial do
remédio era de R$12 milhões, mas Carla Melo e Hugo Moreira, pais do menino,
conseguiram que a medicação chegasse a R$8,9 milhões. Com a ajuda de cerca de
240 voluntários e pequenas ações como Anjo Mensalista, Troco Solidário, Ações
no Instagram, Rifas, Bazar, Pedágio virtual e Ações com funcionários da Caixa
Econômica Federal, a CEF, onde o pai trabalha há 12 anos, arrecadaram um pouco
mais de R$3 milhões.
Detalhes judiciais
O pai de Heitor é
beneficiário do plano de saúde da empresa, a Caixa Saúde, e tem como dependente
o seu filho Heitor. Em um pedido feito anteriormente na justiça, a operadora do
plano de saúde negou a compra da medicação, o que com a decisão da liminar
atual "constitui abuso de direito do plano de saúde a negativa de
tratamento autorizado pela Anvisa...".
"Essa é uma
vitória muito importante para nós que estamos lutando dia a dia pela cura do
nosso filho. E como funcionário da CEF , fico orgulhoso de saber que eles se
preocupam com seus funcionários e com a saúde e o bem-estar dos seus entes
queridos. Um ato que precisa ser consolidado e estamos esperançosos com a
compra desse remédio", explica.
O próximo passo da
decisão liminar é a advogada da família de Heitor, Daniela Tamanini, comprovar
em até 24 horas o valor já arrecadado. Após essa validação, a Caixa Saúde tem
até cinco dias para depositar o valor restante necessário para a compra do
ZOLGENSMA, sob pena de multa diária de R$500 mil.
"Um grande
passo para a conquista da medicação do Heitor foi dado. Sabemos que com
persistência, a justiça prevalece. Esperamos que a decisão da liminar seja
cumprida e volte a trazer um sorriso no rosto dos pais ", afirma a
advogada.
Luta desde o
nascimento
O pequeno Heitor
nasceu em João Pessoa, capital da Paraíba, de forma prematura após uma gravidez
conturbada, e teve que ficar 21 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Pouco tempo depois de voltar para casa, Heitor teve que ser internado de novo
porque não conseguia respirar sozinho e estava hipoativo. Foi quando seus pais,
o bancário Hugo Vinícius Moreira e a enfermeira Carla Melo, decidiram se mudar
para Recife, pois as estruturas hospitalares eram melhores. Na capital
pernambucana, Heitor foi diagnosticado com AME tipo 1.
Desde então, ele
luta para sobreviver, e a família organizou uma campanha pelas redes sociais e
ações por cidades do país inteiro, com o objetivo de conseguir recursos
financeiros para a compra da medicação ZOLGENSMA, que é a primeira terapia
gênica do mundo para o tratamento. O medicamento só pode ser administrado até
os dois anos de idade, por isso, a pressa da família em adquiri-lo.
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