Cirurgião explica como está sendo feita a retomada das cirurgias eletivas em hospitais de Campinas, Valinhos e Vinhedo
Apesar de as cirurgias eletivas terem sido
liberadas pelo governo municipal de Campinas em 30 de julho, vários hospitais
começaram a retomar este tipo de procedimento de forma gradativa e só agora
estão realizando cirurgias eletivas com mais frequência. O adiamento levou em
conta a estrutura hospitalar que ainda estava comprometida com os pacientes de
COVID-19. Como continuamos no meio da pandemia, é comum que alguns pacientes
ainda se sintam inseguros em relação à contaminação dentro do hospital. O
cirurgião geral e de urgência e emergência Bruno Pereira explica que os
hospitais estão com protocolos muito rígidos e orienta os pacientes sobre o que
deve ser considerado na hora de tomar a decisão.
“O primeiro ponto é saber se a cirurgia, apesar de
eletiva, pode esperar muito tempo. Há casos em que o problema pode se agravar
com a demora, então, é melhor já realizar o procedimento”, explica o cirurgião,
que também é CEO do Grupo Surgical, responsável por cirurgias de urgência e
emergência nos hospitais Madre Theodora, Santa Tereza, Irmãos Penteado,
Beneficência Portuguesa e Maternidade de Campinas, todos em Campinas, Hospital
e Maternidade Galileo, em Valinhos, e Santa Casa de Vinhedo, instituições onde
também realiza cirurgias eletivas.
Segundo Pereira, quando uma cirurgia eletiva se
transforma em uma de urgência e emergência, os riscos podem aumentar. “Não há
dúvida de que a cirurgia eletiva, que é programada, é mais tranquila. Portanto,
se puder, opte por ela”, destaca. De acordo com ele, os riscos de ser contaminado
por COVID-19 dentro do hospital são pequenos. “Todos os hospitais adotaram
procedimentos de segurança muito rígidos. Em muitos casos, ao fazer uma
cirurgia eletiva, o paciente pode ter alta no mesmo dia. Além disso, a maioria
dos serviços hospitalares possui alas ´free covid´, ou seja, pacientes
contaminados não têm qualquer contato com os demais”, explica.
Desde o início da pandemia, os cirurgiões do Grupo
Surgical adotaram uma série de medidas para proteger os pacientes e a equipe.
“Como trabalhamos com cirurgias de urgência e emergência, não pudemos parar.
Por isso, implantamos triagem de todos os pacientes e adotamos os EPI´s
(Equipamentos de Proteção Individual) mais indicados para atendimento
cirúrgico. Fizemos vários treinamentos com nossa equipe, que ainda é monitorada
diariamente. Se houver qualquer sintoma, o médico é afastado imediatamente”,
afirma. “Minha orientação é para que todo paciente que precise de uma cirurgia
eletiva cheque os cuidados que estão sendo adotados pela equipe médica e pelo hospital
onde o procedimento será realizado”, diz.
Entre os meses de março a julho, o Grupo Surgical
realizou 63% menos cirurgias eletivas se comparado com o mesmo período do ano
passado. Entre agosto e setembro, o número foi 26% menor que o registrado em agosto
e setembro de 2019. “Durante a pandemia, realizamos cirurgias eletivas que,
apesar de eletivas, precisavam ser feitas para segurança do paciente. Agora,
estamos retomando aos poucos, conforme a necessidade do caso e a confiança do
paciente. Se for preciso, quando a situação estiver totalmente controlada,
podemos até fazer um mutirão para atender aos casos que deixaram de ser
atendidos na pandemia”, comenta. “Mas é importante destacar que é uma situação
que pode mudar a qualquer momento. Se houver necessidade, podemos suspender as
eletivas novamente. O mais importante é que nosso paciente esteja seguro”,
reforça.
Grupo Surgical
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