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terça-feira, 27 de agosto de 2019

Setembro Amarelo: mês da prevenção do suicídio


Depressão pós-parto – feminina e masculina –, no Brasil, atinge níveis acima da média mundial, e pode levar ao suicídio

Segundo dados da Fiocruz, uma em cada quatro mulheres sofrem com a depressão pós-parto. A situação também acomete os homens: de 10% a 15% dos pais passam pelo problema, que pode levar, em casos extremos, ao suicídio. A ginecologista e obstetra Mariana Rosário, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) explica comportamentos que podem indicar o problema


Dra.  Mariana Rosario, ginecologista,
obstetra e mastologista

A depressão pós-parto é uma triste realidade brasileira: uma em cada quatro mulheres sofre com a questão, segundo pesquisa realizada, em 2016, pela Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz. No Brasil, os índices estão acima da média mundial, que é de 19,2%. Dados disponíveis no site do CVV – Centro de Valorização à vida dizem que “entidades britânicas, como a Royal College of Psychiatrists, monitoram estatísticas em seu país e pelo mundo, (e no) ano passado publicaram índices que apontam que o suicídio correspondeu a 25% das mortes entre mulheres nos primeiros 12 meses após dar à luz” (veja no link: https://www.cvv.org.br/blog/alerta-vermelho-para-a-depressao-pos-parto/).

A depressão pós-parto também atinge os homens. Estudos científicos* mostram que o problema acomete de 10% a 25% dos homens.

Os sintomas da depressão pós-parto são caracterizados como tristeza, apatia, desalento e pode ou não ocorrer a rejeição ao bebê. As causas fisiológicas mais comuns do quadro depressivo pós-parto são as alterações hormonais bruscas que ocorrem com a mulher ou casos apenas emocionais. Sobre o que nunca se fala, entretanto, é a depressão pós-parto masculina. Para a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) e do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, a mudança de vida causada pela chegada do bebê pode trazer no homem incertezas e inseguranças – as mesmas que são causadas à mulher. “Assim como muitas mulheres não estão preparadas para ser mães, diversos homens não se veem no papel de pais e um turbilhão de emoções toma conta de suas vidas. É aí que eles não dão conta do momento. Além disso, a nova rotina, o dividir a esposa com o bebê nem sempre são momentos fáceis de encarar. Muitos precisam de ajuda e, não a encontrando, desenvolvem a depressão.

A médica já presenciou casos em consultório, que a deixaram impressionada. “Alguns começam com o afastamento do homem da família. Muitos se enterram no trabalho, deixando as atividades familiares totalmente de lado. Depois, vem a depressão, a fadiga, o esgotamento físico e mental”, explica Dra. Mariana.
O diagnóstico para a depressão pós-parto masculina, muitas vezes, se dá no consultório obstétrico, apesar do tratamento ser realizado com a combinação de atendimento psiquiátrico e psicológico. “Quando o casal vem em consulta, é comum que a paciente se queixe do esposo e, numa conversa rápida, conseguimos detectar o problema. É aí que orientamos o casal a procurar ajuda”, diz a médica.

O alerta, portanto, deve ser feito: é preciso que os casais estejam atentos a sintomas de ambos – e não apenas da mulher – na chegada do bebê, afinal, a saúde de toda a família é importante para este momento de tanta alegria e a depressão pode ser precursora do suicídio, tema da campanha do Setembro Amarelo.





Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.

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