Pesquisar no Blog

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Mitos e verdades da imunoterapia para tratar o câncer


Ao induzir o próprio sistema imune a combater o tumor, o método não só aumenta a sobrevida como a qualidade de vida dos pacientes


O câncer vem sendo encarado como uma doença crônica de forma cada vez mais intensa, uma visão otimista que traz alento aos pacientes. Diferentemente do que acontecia há uma década, existem hoje formas para que o tumor seja identificado precocemente, métodos que permitem analisar cada alteração genética e os subtipos da neoplasia, além de tratamentos cada vez mais individualizados, seletivos e, consequentemente, mais eficazes¹.  

Neste cenário, a imunoterapia faz parte desse conjunto de novas opções terapêuticas e é considerada revolucionária². Se por um lado, o tema rendeu o Prêmio Nobel de Medicina de 2018 aos imunologistas James Allison, do MD Anderson Cancer Center, nos Estados Unidos, e a Tasuku Honjo, professor de imunologia da Universidade de Kyoto, por ser um avanço importante no tratamento do câncer, por outro, a alternativa trouxe nova opção aos pacientes, com melhores taxas de sobrevida e melhor qualidade de vida. Com a imunoterapia, pode-se observar, não só a redução do tumor, como algumas vezes também a interrupção prolongada do crescimento do tumor³. 
  
Usada isoladamente ou associada aos tratamentos convencionais, como a quimioterapia e a radioterapia, a imunoterapia vem sendo empregada com resultados eficazes em vários tipos de câncer, como o de pulmão, linfomas, melanomas, renal, mama, entre outros. “Dispomos hoje de uma série de tratamentos que usam a modulação da resposta imune como base, mas apresentam formas distintas de ação, métodos que nos ajudam a ter um tratamento cada vez mais individualizado e promissor”, avalia o Dr. Vladmir Cordeiro de Lima, oncologista clínico do A. C .Camargo Cancer Center. 

Como toda novidade, no entanto, a imunoterapia ainda gera dúvidas e muita curiosidade. Deste modo, esclarecer informações sobre este tipo de tratamento, é essencial para entender como o método funciona e quais os seus benefícios. Para tanto, o médico elencou alguns temas importantes que ainda geram dúvidas para os pacientes. 


A imunoterapia mata o tumor – Mito e verdade4 - Depende do tipo de imunoterapia. Os chamados inibidores de checkpoint imune bloqueiam proteínas que estão expressas de maneira aumentada nos tumores e que dificultam o reconhecimento das células do tumor pelo sistema imune. Desta forma, o sistema imune volta a poder “reconhecer” as células tumorais e, eventualmente, eliminá-las. Outras terapias, como a terapia celular adotiva, emprega células do próprio sistema (linfócitos modificados ou não) capazes de reconhecer diretamente as células tumorais e destruí-las.  


O tratamento pode ser usado em diversos tipos de câncer – Verdade5 – A imunoterapia vem se mostrando eficaz no tratamento do câncer de pulmão, de bexiga, renal, de cabeça e pescoço, de fígado, melanoma e do câncer de mama triplo-negativo, em diferentes estágios da doença. 


A imunoterapia exige tratamento exclusivo – Mito6 – Trata-se de um tratamento bem versátil que pode ser usado simultaneamente com outros métodos. Inclusive, lembra o Dr. Vladmir, a tendência é que o método seja cada vez mais combinado com outras estratégias como quimioterapia, radioterapia, e eventualmente, terapias-alvo e outras imunoterapias.  


Toda imunoterapia é igual – Mito4 - Existem diversos tipos de imunoterápicos, porém o tipo mais utilizado no tratamento do câncer são os anticorpos monoclonais. Além das medicações, também existem vacinas feitas para tratar alguns tipos de tumor, terapias celulares adotivas, tratamento com moduladores de resposta inflamatória (citocinas).  


A imunoterapia revolucionou o tratamento do câncer de pulmão7 – Verdade  

O método aumentou a sobrevida dos pacientes e prolongou o tempo para progressão do tumor, resultando num cenário otimista para os pacientes diagnosticados com câncer de pulmão metastático e localmente avançado. Tal fato é positivo, afinal, a maior parte dos tumores de pulmão infelizmente ainda é descoberta em estágios avançados.  




Referências 
1.    Oncoguia | http://www.oncoguia.org.br/conteudo/personalizando-o-tratamento/6920/840/ . Acessado em julho de 2019 
4.    Hospital AC Camargo|https://www.accamargo.org.br/pacientes-acompanhantes/imunoterapia. Acessado em junho de 2019 
5.    Oncoguia | http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tratamentos/77/50/. Acessado em junho de 2019 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados