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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Privando a criança de ser criança


Coach familiar, Valéria Ribeiro, explica como o trabalho infantil afeta no desenvolvimento da criança e do adolescente

De acordo com a legislação do Brasil, crianças e adolescentes com idade abaixo de 16 anos não podem trabalhar, apesar de existir o chamado ''menor aprendiz'', permitido a partir dos 14. Mas, a realidade do País é outra. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2015, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos 2,6 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalham no país - porque a mão de obra infantil é muito mais barata, gerando mais lucros para o explorador.

Para a coach familiar especializada em psicologia e desenvolvimento humano, Valéria Ribeiro, os pais são a chave na luta contra a exploração. ''A criança só começa a trabalhar se os pais ou responsáveis permitem esse trabalho, então é preciso que os pais saibam que nessa idade (5 a 17 anos) as crianças e adolescentes precisam estudar e terem as vivências típicas da infância, como brincar, explorar o meio, entre outras coisas. Isso fará com que não cresçam adultos com problemas de autoestima, psicológicos e até físicos'', afirmou a especialista.

Entre os trabalhos que essas crianças e adolescentes são submetidos estão a escravidão, o tráfico de entorpecentes, o trabalho doméstico, o crime de exploração sexual infantil, o trabalho em lixões, semáforos, feiras e restaurantes, entre outros.

Muitas vezes, crianças de 8/9 anos, ou idades inferiores a essas, são forçadas por seus pais ou responsáveis a trabalhar por diversos motivos: pobreza, desigualdade, problemas familiares, entre outros. De acordo com Valéria, as crianças e adolescentes não devem trabalhar por conta do desenvolvimento. ''Adolescentes e crianças são pessoas em formação e, atividades como o trabalho, por exemplo, podem limitar seu desenvolvimento, em todos os sentidos'', disse.

Crianças e adolescentes que precocemente são obrigados a trabalhar, muitas vezes para ajudar a compor a renda familiar, abandonam a escola, pois têm dificuldade de dividir o tempo entre a escola e o trabalho. Normalmente, quando frequentam a escola o rendimento escolar é muito ruim, o que acarreta o abandono e, consequentemente, o despreparo para o mercado de trabalho na vida adulta. Isso acaba por alimentar o ciclo de pobreza no Brasil.

O trabalho infantil retira das crianças e adolescentes a possibilidade de aprendizado para uma vida melhor, os sonhos, brincadeiras e proteção, assim as insere em um mundo de responsabilidades, exposição a perigos e riscos de traumas.

“Cabe dizer que dar alguma responsabilidade para criança ou adolescentes dentro da rotina da casa não configura trabalho infantil, mas sim uma forma de aos poucos ir preparando-as para a vida adulta. Essas atividades devem ser coerentes com a idade da criança e adolescente, bem como deve ser preservado tempo para estudo e para diversão”, orienta, por fim, Valéria Ribeiro.







Valeria Ribeiro - Terapeuta e Coach Familiar, especializada em Terapia Familiar Sistêmica e Fundadora do Filhosofia


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