Pesquisar no Blog

quinta-feira, 21 de março de 2024

A incapacidade de abordar as causas da má saúde da população coloca pressão sobre os serviços de saúde

 Opinião

 

A incapacidade de tornar a saúde da população uma prioridade leva a pressões crescentes sobre o sistema de saúde.  

A narrativa em torno da saúde centra-se na necessidade de aumentar a capacidade, o pessoal e o financiamento do sistema para permitir que os serviços de saúde respondam melhor ao aumento da procura. Embora o sistema de saúde brasileiro necessite de serviços de saúde com recursos adequados, eficientes e eficazes, as soluções para reduzir a pressão sobre os serviços de saúde exigem que os governos se concentrem em conter o fardo crescente dos problemas de saúde.

 

Apelamos aos governos para:

  • reconhecer que a boa saúde e o bem-estar da população, juntamente com o combate às alterações climáticas e à degradação ambiental são cruciais para um futuro sustentável;
  • promover maior igualdade na saúde e combater as desigualdades;
  • reconhecer que os sistemas de saúde que funcionam bem são importantes, mas os principais determinantes da saúde e do bem-estar estão fora dos cuidados de saúde;
  • priorizar a saúde e o bem-estar da população ao longo da vida nas decisões políticas;
  • incorporar métricas de saúde e bem-estar da população em medidas de progresso e desempenho nacional. 

A saúde da população do Brasil está diminuindo e as desigualdades na saúde estão aumentando. Isto é muito mau para os indivíduos afetados, para os serviços de saúde que os tratam e para a produtividade e prosperidade futura da nação.

Também tem as implicações transgeracionais, uma vez que a má saúde dos pais tem consequências adversas para as crianças, alimentando ainda mais repercussões para o futuro bem-estar e prosperidade nacionais. Este ciclo vicioso é inevitável sem ação.

 

Não pode haver desculpa para a inação, uma vez que a ciência está

proporcionando uma compreensão profunda e crescente dos determinantes causais da saúde, o que poderia e deveria constituir a base de políticas eficazes para quebrar este ciclo destrutivo. 

A piora da saúde da população aumenta as pressões de longa data que o sistema de saúde brasileiro vem enfrentando através do fracasso sustentado em resolver a escassez de mão de obra, infraestruturas em ruínas, perdas de moral e financiamento direcionado de forma equivocada. É, portanto, imperativo que a saúde da população seja um foco político primário para governo. 

As soluções para reduzir a pressão sobre os serviços de saúde estão predominantemente fora da sua competência. Embora o Brasil precise de serviços de saúde com recursos adequados, eficientes e eficazes, também precisa de um foco sério e sustentado em conter – e não apenas em reagir – a crescente carga de problemas de saúde.

 

Mara Machado - CEO do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), que há quase 30 anos capacita pessoas e contribui com as instituições de saúde para reestruturar o sistema de gestão vigente, impulsionar a estratégia de inovação e formar um quadro de coordenação entre todos os atores decisórios.


Identificação de Covid-19, Dengue, Zika e Chikungunya: Como Diferenciar os Sintomas?


Com o aumento alarmante dos casos de dengue no Brasil, surge uma preocupação adicional para a população: como distinguir os sintomas da dengue dos sintomas de outras doenças virais, como Covid-19, Zika e Chikungunya? Embora essas doenças possam compartilhar sintomas semelhantes, pequenos sinais podem ajudar a especificar cada uma delas, permitindo um diagnóstico mais preciso e um tratamento adequado.

A Dra. Marcela Rodrigues, diretora da Salus Imunizações, destaca a importância de identificar corretamente os sintomas para evitar o agravamento da condição e garantir o tratamento adequado. Aqui estão algumas orientações para ajudar na diferenciação entre essas doenças:

Covid-19:

- Sintomas mais comuns incluem febre, tosse seca, cansaço e dificuldade respiratória.

- Perda de olfato e paladar também são sinais distintivos da Covid-19.

- Pode haver sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia.

- Importante ressaltar que a Covid-19 pode variar de leve a grave e pode causar complicações respiratórias graves em alguns casos.

Dengue:

- Sintomas típicos incluem febre alta repentina, dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos, dores musculares e articulares e erupções cutâneas.

- A dengue pode causar sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e dor abdominal.

- Preste atenção a sintomas de alerta, como dor abdominal intensa, sangramento das gengivas, dificuldade respiratória e vômitos persistentes, que podem indicar complicações graves, como dengue hemorrágica.

 

Zika:

- Sintomas característicos incluem febre baixa, erupção cutânea, dores nas articulações, conjuntivite e dor de cabeça.

- A principal preocupação com o Zika é seu impacto em mulheres grávidas, podendo causar complicações graves no feto, como microcefalia.


Chikungunya:


- Sintomas comuns incluem febre alta repentina, dores nas articulações (que podem ser intensas), dor de cabeça, fadiga e erupção cutânea.

- A dor nas articulações é um sintoma distintivo da chikungunya e pode ser grave e debilitante. 

É importante ressaltar que, embora essas diretrizes possam ajudar a diferenciar as doenças, o diagnóstico definitivo deve ser feito por um profissional de saúde com base em exames clínicos e laboratoriais. Se você estiver experimentando sintomas preocupantes ou se estiver em uma área onde essas doenças são endêmicas, procure orientação médica imediatamente. 

A conscientização sobre os sintomas e as medidas preventivas, como o uso de repelentes, a eliminação de criadouros de mosquitos e a prática de medidas de higiene, são essenciais para combater essas doenças virais. Por meio da educação e da colaboração com profissionais de saúde, podemos melhorar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento dessas condições, protegendo assim a saúde e o bem-estar de nossa comunidade. finaliza Dra Marcela Rodrigues.

 

Clínica de Vacinas Salus Imunizações

 

5 sinais e sintomas de intestino inflamado

Freepik
Especialista fala sobre o impacto na saude da mulher 

 

Abdômen estufado, queda de cabelo excessiva, ansiedade, compulsão por doces e intestino preso ou solto demais, são alguns dos principais sinais e sintomas de um organismo inflamado.

 

Segundo a Dra. Poliane Cardoso, Pioneira em Ozônioterapia na Estética no Brasil, a causa dessas inflamações tem origem no intestino, responsável pela nossa imunidade e equilíbrio emocional. “Se o seu estilo de vida é muito estressante, você está liberando cortisol o tempo inteiro, liberando muita insulina no organismo. Comer muito doce, glúten e leite de vaca, também gera inflamação e prejudica a saúde do intestino”, explica a especialista.

 

Como consequência, a curto prazo é possível observar diminuição de energia, cansaço, sonolência, obesidade, gordura localizada, celulites, inchaços pelo corpo, e a longo prazo a pessoa pode ficar mais propensa a doenças autoimunes. Por isso, cuidar do Equilíbrio da Microbiota Intestina, epigenética e estilo de vida é fundamental para prevenção.

 

Mas, alguns hábitos podem ajudar a desinflamar, como atividade física, hidratação, ingerindo bastante água, e Ozonioterapia, um oxigênio ativado que acelera o metabolismo, estimula a produção de enzimas antioxidantes, melhora a liberação de oxigênio nos tecidos, modula o sistema imunológico e potencializa tratamentos estéticos. 



Fonte:
Dra. Poliane Cardoso, fisioterapeuta há mais de 17 anos, especialista em Dermatofuncional, Medicina Funcional e Ortomolecular. Também é MBA em Administração com ênfase em Gestão de Pessoas. Além disso, sua principal especialização é em Ozonioterapia e Emagrecimento.
Instagram: @dra.polianecardoso


Aumento na incidência de doenças respiratórias e VSR em crianças

 

Pediatra do Hospital Santa Catarina - Paulista, aponta que, mesmo antes do inverno, as infecções virais respiratórias podem colocar a saúde das crianças em risco

 

Ao contrário do que muitos pensam, a alta das temperaturas também contribui para a facilitação da transmissão de doenças respiratórias, o que acende o alerta para não descuidar da saúde, principalmente em relação às crianças. O Dr. Werther Brunow de Carvalho, pediatra do Hospital Santa Catarina – Paulista explica que as infecções virais respiratórias são as causas mais frequentes nesse período entre março e junho, sendo prevalente nos pacientes mais vulneráveis: “A doença se manifesta pela presença de bronquiolite, pneumonia viral, pneumonia bacteriana ou quadros mais leves de infecções de vias aéreas superiores”, conta. 

Outro fator de extrema importância e que exige cuidados adicionais dos pais com as crianças menores de 2 anos e, em especial, bebês prematuros, é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), doença sazonal responsável pela bronquiolite. Antes característico das estações mais frias, está em circulação no Brasil desde o início do verão, provocando uma alta significativa das doenças respiratórias. Segundo o Ministério da Saúde, em 2023, de janeiro a março, foram registrados mais de 3 mil casos de infecções causadas pelo vírus. Deste total, 95% dos pacientes afetados são crianças de 0 a 4 anos.

 

Sintomas 

Os sintomas iniciais são parecidos com os do resfriado comum, como tosse, obstrução nasal, coriza e às vezes chiado no peito, durando, em média, entre 3 e 15 dias. Porém, um indicativo de gravidade é a dificuldade para respirar e a falta de ar. “Como os primeiros sinais são bastante corriqueiros, é essencial que um médico avalie a criança para o diagnóstico correto, no intuito de evitar o agravamento do quadro e o desenvolvimento de outras doenças respiratórias mais graves, como pneumonia e asma, e a presença do vírus sincicial respiratório que ocasiona doença sazonal”, relata Dr. Werther, que destaca também outros sintomas: “Um terço das crianças apresentam febre que, no geral, fica abaixo de 39ºC. Há também dificuldade da criança em se alimentar, o que ocorre normalmente após 3 a 5 dias do início da doença. É preciso ficar atento, pois nas lactentes abaixo de 6 semanas de idade pode ocorrer apneia”.

 

Quando ir ao hospital 

Dr. Werther aponta que é preciso estar atento aos sinais. "Se perceber que a tosse está piorando, a ponto de a criança não conseguir dormir, que o peito dela está se movendo para cima e para baixo, de forma ofegante, deve-se procurar a emergência”. A maioria das crianças com bronquiolite aguda podem ser tratadas de maneira ambulatorial utilizando medidas de suporte como aspiração das secreções nasais, elevação da cabeceira da cama e fracionamento da alimentação. “Nos pacientes com acometimento respiratório mais importante, o protocolo é a internação para mantermos as vias áreas com uma boa ventilação”, conclui o especialista. 

De acordo com o pediatra, quando o vírus age de forma mais agressiva contra as defesas da criança, o pulmão pode perder um pouco de sua capacidade, levando a repercussões mais sérias que, em alguns casos, demandam até mesmo internação na UTI. Por essa razão, anualmente, o Hospital Santa Catarina aumenta o número de leitos pediátricos na época do ano em que há um aumento dos casos de bronquiolite e outras doenças respiratórias em bebês e crianças.

 

Tratamento 

Ainda não temos vacina para a prevenção ao vírus sincicial respiratório. O tratamento atual é feito com antivirais como a ribavirina que é recomendada para pacientes imunodeprimidos com infecção grave pelo vírus sincicial respiratório. “E temos também a disponibilidade de uso profilático através de anticorpos monoclonais, ou seja, uma proteína produzida em laboratório que imita a capacidade do nosso sistema imunológico de combater patógenos nocivos, como os vírus, sendo que o palivizumabe está disponível há algum tempo para utilização profilática para pacientes pediátricos com alto risco”, relata o pediatra. 

“O outro anticorpo monoclonal aprovado pela ANVISA ano passado, o nirsevimabe, inibe a etapa essencial de fusão da membrana no processo de invasão viral, neutralizando o vírus e bloqueando a fusão célula a célula. Ele é para uso profilático contra o vírus sincicial respiratório, e deve ser aplicado em dose única e visa fornecer proteção durante toda a temporada do VSR. Ele é recomendado principalmente para bebês prematuros com problemas pulmonares; bebês com doenças cardíacas graves; fibrose cística; problemas neuromusculares; problemas nas vias aéreas; e para bebês imunocomprometidos ou com síndrome de Down”, conta Dr. Werther. 

Para aqueles que buscam evitar as complicações respiratórias nesta época do ano, existem diversas ações preventivas que podem ser incorporadas ao cotidiano. As principais indicações envolvem manter uma boa ventilação nos ambientes frequentados, reforçar a higiene das mãos, assegurar um bom nível de hidratação ao longo do dia e evitar transições entre ambientes com diferença expressiva na temperatura (choque térmico). 

“Além disso, é essencial a lavagem de mãos e adequação do ato de tossir, especialmente em famílias com crianças de alto risco. Evitar exposição à fumaça de cigarro. E manter o calendário de vacinação em dia, pois as variações nas doenças virais são modificadas por muitos fatores, logo, a vacinação é uma das práticas mais eficazes de prevenção, assim como bons hábitos alimentares, acompanhados da prática regular de atividades físicas e agendamentos periódicos com especialistas”, finaliza o especialista.


Altas temperaturas agravam transmissão de doenças infecciosas como a dengue

Mudanças climáticas trazem consequências muito maiores que o calor excessivo, aumentando o número de mortes e gerando imprevisibilidade no controle de doenças, alerta pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, José Cerbino, que defende que a vigilância em saúde brasileira acompanhe mais de perto os dados relativos ao clima

 

As altas temperaturas podem agravar o risco de transmissão de doenças infecciosas como a dengue. O alerta é do médico José Cerbino, pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e membro da câmara técnica de assessoramento em Emergências em Saúde Pública no Ministério da Saúde. Ele defende que a vigilância em saúde brasileira acompanhe mais de perto os dados relativos ao clima.


Segundo Cerbino, as mudanças climáticas possuem uma relação estreita com o aumento no número de casos de dengue. Mas o pesquisador observa que essa relação só pode ser observada de forma retrospectiva, não havendo ainda um modelo preditivo capaz de antecipar com precisão as mudanças no padrão de comportamento dessa e de outras doenças infecciosas em função do clima.


“Já podemos perceber as mudanças no clima no nosso dia a dia, nem é preciso ler as notícias. Marcado por um inverno atipicamente quente e recordes de alta temperatura que foram batidos mês a mês, 2023 já se posicionou segundo as autoridades climáticas como o ano mais quente dos últimos 125 mil. E seguimos, neste momento, com uma nova onda de calor extenuante”, diz o pesquisador do IDOR e da Fiocruz.


Como se não bastasse o impacto direto gerado pelas altas temperaturas, prossegue Cerbino, essas mudanças climáticas acarretam também inúmeras consequências para todos os habitantes do planeta, como secas, desastres naturais, migração e extinção de espécies, além de escassez na disponibilidade de água e alimentos. “Esses efeitos difusos causam impactos não apenas globais, mas também em microambientes de cidades e bairros, e é capaz de agravar ou até mesmo gerar epidemias de doenças infecciosas, que são as enfermidades causadas por microrganismos como bactérias, vírus, fungos ou parasitas”.


De acordo com Cerbino, um dos fatores que dificulta a construção desses modelos preditivos é que, no Brasil, as mudanças climáticas são um fator negligenciado na coleta de dados da saúde. Em muitos países do Hemisfério Norte, onde as quatro estações são bem definidas, já foi demonstrado que a ocorrência de ondas de calor é um fator associado ao aumento de diversos problemas de saúde além das doenças infecciosas. “Não temos muitos dados sobre as ondas de calor que vêm ocorrendo progressivamente no Brasil, mas em países da Europa e nos Estados Unidos existem registros de aumento da mortalidade geral, aumento de mortes por doenças cardiovasculares, aumento da procura de serviços de emergência, entre outros agravos à saúde”, exemplifica.


A falta de robustez nos dados que associam as mudanças climáticas ao aumento de doenças nos países tropicais também é explicada pela negligência de políticas ambientais, que raramente são uma prioridade nos planos de governo e sofrem com baixos investimentos, resultando em menos pesquisas e, portanto, menos dados que possam servir de base para o enfrentamento de crises sanitárias causadas e agravadas por alterações no clima. Isso coloca a população em uma posição de vulnerabilidade incalculável, pois as mudanças climáticas geram diferentes impactos simultâneos e as consequências disso podem ser muito imprevisíveis. O pesquisador do IDOR destaca que, das 375 doenças infecciosas registradas em toda a história da humanidade, 218 delas sofreram impacto devido a mudanças climáticas, uma porcentagem de quase 60%.

 

Por que está tão mais quente?

 

É cada vez menor o número de opiniões defendendo que as mudanças que estamos presenciando agora são fatores naturais. É um fato que o planeta já sofreu diversas alterações climáticas ao longo de seus 4,5 bilhões de anos, além de que as altas temperaturas enfrentadas em 2023 estão sendo agravadas pelo El Niño, um fenômeno climático natural e de consequências globais que ocorre em intervalos de 2 a 7 anos, e que gera o aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico. Contudo, Cerbino defende que as evidências científicas já não deixam margem para desacreditar que a ação humana está acelerando em muito os processos de mudança climática no planeta.


“Sabemos que a Terra é um planeta em constante mudança, viveu eras glaciais e eras com aumento de temperatura. Mas também temos bastante evidência em diversos campos científicos de que as mudanças que estamos presenciando agora estão ocorrendo de forma muito mais rápida do que aconteceriam se não existisse a atividade humana. O aumento na concentração dos gases de efeito estufa, a forma como consumimos recursos e ocupamos espaços alterando o meio-ambiente, tudo isso está fazendo com que a temperatura aumente muito rápido. Sempre existiram inundações e secas, mas elas estão mais frequentes e mais intensas. Para as doenças infecciosas, como as arboviroses [doenças infecciosas causadas principalmente por mosquitos], há mudanças no ciclo de vida dos vetores e isso gera imprevisibilidade no controle das epidemias.”


Quando o assunto é controle de doenças infecciosas, as mudanças climáticas e o desequilíbrio ambiental geram incertezas preocupantes. Segundo o pesquisador, essas alterações podem fazer com que os vetores das doenças migrem para áreas que não eram afetadas por essas infecções, encontrando uma população ainda mais vulnerável e sem defesas para o problema.  


Outro agravante é que as mudanças climáticas podem afetar as próprias medidas de contenção dessas doenças em ambientes onde elas já haviam se estabilizado. Um grande exemplo disso é a disseminação de mosquitos Aedes aegypti infectados por Wolbachia, uma bactéria inofensiva para os seres humanos, mas que nos insetos bloqueia a replicação do vírus de dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Como os mosquitos infectados transmitem a bactéria para seus pares, o método tem se mostrado muito efetivo no controle nas arboviroses em todo o mundo, e já está previsto para ser implementado em diversos municípios brasileiros a partir de 2024.


A má notícia, segundo o Dr. José Cerbino, é que a bactéria é sensível ao calor excessivo, e não se sabe ainda como será o resultado dessa implementação com as altas e crescentes temperaturas que estamos alcançando. E isso é mais uma limitação causada pela falta de previsibilidade em informações de cunho climático.  


“Estamos defendendo e sugerindo que a vigilância em saúde passe também a acompanhar os dados climáticos. Hoje em dia olhamos para o número de casos, eventos adversos em medicamentos, dados de infecção hospitalar, mas não olhamos a questão climática e os seus impactos na saúde. Se temos um aumento de procura de emergência por conta da onda de calor, a vigilância não vai captar. Precisamos dizer quantas mortes, quantas internações surgem a partir de uma onda de calor. São dados fundamentais, porque eles baseiam argumentos para a criação de políticas públicas com foco ambiental”, defende o pesquisador.



Síndrome de Down - CROSP destaca a importância do atendimento odontológico precoce e preventivo

Pacientes com Síndrome de Down apresentam características específicas e devem ser acompanhados durante toda a vida por uma equipe multidisciplinar que contemple o atendimento por um cirurgião-dentista. Em atenção ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) aborda aspectos importantes da condição e do atendimento odontológico. 

A cirurgiã-dentista mestre em Ciências da Saúde e especialista em Odontologia para pacientes com necessidades especiais Dra. Adriana Zink lembra que a Síndrome de Down não se trata de uma doença, mas de uma condição do indivíduo na qual não se fala em cura ou tratamento, mas sim em controle das condições decorrentes dessa anomalia genética, apresentadas de forma sistêmica ou local.   

A especialista informa que pessoas com Síndrome de Down geralmente apresentam alterações nos dentes e estruturas envolvidas na mastigação, deglutição e respiração, as quais devem ser acompanhadas e tratadas, preferencialmente, de forma precoce. 

“São comuns alterações como o nascimento tardio dos dentes de leite (dentes decíduos) e frouxidão muscular (hipotonia), o que interfere na amamentação, na respiração e na mastigação. Isso contribuirá para a ocorrência de alterações no desenvolvimento dos ossos maxilares e no posicionamento dos dentes, levando a problemas de oclusão”. 

Entre as anomalias dentárias mais frequentes, Dra. Adriana destaca a oligodontia, microdontia, hipodontia nas duas dentições, fusão, taurodontia e alterações dentárias de desenvolvimento de coronárias e radiculares, entre outras menos frequentes. 

“Podemos acrescentar, ainda, o retardo de erupções, as alterações de estruturas dentárias, a doença periodontal, a presença de candidíase, a respiração bucal e as alterações nas vias respiratórias (apresentam maior prevalência na garganta, ouvido, nariz e vias aéreas, devido à deficiência imune associada à hipotonia muscular e anatomia alterada).”


Higiene bucal 

A higiene bucal do paciente também requer atenção especial. Devido à deficiência motora, neurológica e diminuição do tônus muscular generalizada, característicos de pessoas com a Síndrome de Down, a dificuldade de realizar uma higienização bucal eficiente é algo recorrente - o que, segundo a especialista, ocasiona maior acúmulo de biofilme bacteriano e, por consequência, a suscetibilidade de manifestação da doença periodontal.

“O ideal seria o acompanhamento desde o nascimento com orientações sobre amamentação, posicionamento de língua, indicação de aparelhos ortopédicos e reposicionadores de língua, entre outros. Devemos incentivar e proporcionar capacitações em cuidados odontológicos específicos para pais, mães e cuidadores de pessoas com Síndrome de Down”.

Dra. Adriana acrescenta que as complexidades sistêmica, neurológica e funcional poderão auxiliar na elaboração de um plano de retorno individual do paciente ao consultório odontológico de acordo com sua necessidade específica.


Momento do atendimento também é ideal para orientar 

A abordagem precoce é sempre a melhor opção. As técnicas de manejo, juntamente com a ajuda dos pais, vão proporcionar a essa criança um vínculo entre profissional e paciente, gerando conforto e confiança mesmo com sua deficiência neurológica, o que facilita o trabalho do cirurgião-dentista e, também, o aceite da família e dos cuidadores. 

Dentre os métodos utilizados, os principais para pacientes com Síndrome de Down são: comunicação verbal e não verbal, dizer-mostrar-fazer, controle de voz, reforço positivo, distração e dessensibilização, ludoterapia (forma de terapia voltada principalmente para crianças) e, caso necessário e pré-estabelecido com os responsáveis e aceito, as estabilizações, as sedações ou até mesmo a indicação do tratamento sob anestesia geral em ambiente hospitalar.

“Se trabalharmos processos preventivos precocemente, muito provavelmente não serão necessários tratamentos mais invasivos e com necessidade de estabilizações, sedações ou hospitalizações”, pondera a especialista.

As orientações de como cuidar da alimentação também são bem-vindas no momento do atendimento, especialmente se forem acompanhadas por dicas específicas sobre a dieta e controle de açúcares, pois irão auxiliar tanto no controle da obesidade comum a esse grupo de pacientes como na saúde oral. 

Durante o atendimento, a demonstração do método de higienização da boca deve ser repassada com o apoio da família, criando hábitos precoces por meio do acompanhamento de profissionais adequados e habilitados. 

A cirurgiã-dentista observa, também, que as famílias devem receber orientações individualizadas sobre tipos de escovas, fio dental, dentifrícios, a importância do flúor e a quantidade ideal para uso com segurança dentro de cada idade, além da orientação de abertura de boca para conquista da higiene bucal diária.

O trabalho do cirurgião-dentista com o paciente com Síndrome de Down, segundo a Dra. Adriana, deve estar voltado para a promoção de saúde, já que se sabe que a cárie e a doença periodontal têm grande relação com a presença do biofilme frequente nesta população e devem ser acompanhadas de forma individualizada. Existem pacientes que necessitam de retorno mensal e outros, semestral.

“Lembre-se de procurar um especialista em Odontologia para pacientes com necessidades especiais no site do Conselho Regional de Odontologia de seu Estado. Este profissional está apto a acompanhar a pessoa com Síndrome de Down durante toda a vida e promover a saúde bucal”, finaliza a especialista.   

 

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP


Conheça os efeitos do chocolate no cérebro

Além da ativação dos hormônios do bem-estar, alimento promove o aumento da produtividade e da motivação

 

A Páscoa é um dos momentos mais esperados do ano. As refeições saborosas, a variedade e quantidade de ovos de chocolate enchem os olhos de qualquer pessoa. Há quem aguarde essa época para “enfiar o pé na jaca”, mas alguns estudos sugerem que poucas quantidades de chocolate ao dia fazem bem ao coração. Entretanto, outros órgãos podem se beneficiar da ingestão do doce, como por exemplo, o cérebro. 

Estima-se que a semente do cacau tenha mais de 800 compostos químicos. Uma pesquisa realizada em 2020 pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) revelou que quanto mais escuro o chocolate, mais efeitos benéficos à saúde ele possui. Além disso, comer bombons, barras e ovos de chocolate libera diversos hormônios relacionados ao bem-estar. 

“Ao comermos doces em geral, mas especificamente chocolate, o nosso cérebro libera algumas substâncias químicas responsáveis por causar a sensação de bem-estar, felicidade, agitação e até mesmo o aumento da motivação e produtividade. São eles: serotonina, dopamina, teobromina e feniletilamina. Esses quatro hormônios agem juntos, um induzindo o outro, gerando um sentimento prazeroso na pessoa que está comendo o chocolate”, explica José Renato Bauab, neurologista do Hcor. 

O açúcar, geralmente, está associado a uma alimentação emocional, como um “alimento de conforto” ante alguma situação chata ou desgastante. É comum que, após um dia estressante ou sentindo dores de cólicas menstruais, a pessoa se reserve o direito de “comer um docinho para melhorar”. A situação também acontece em momentos felizes, em que o chocolate é como um cumprimento, uma felicitação. 

“Comer chocolate ou doce esporadicamente, sem sentir a necessidade, não é considerado prejudicial, bem pelo contrário. O cacau, encontrado em larga escala nos chocolates amargos, apresenta flavonoides e antioxidantes que podem combater a oxidação natural das células e contribuir para a melhora do sistema imunológico”, aponta o especialista. 

Outros efeitos benéficos para a saúde cerebral são a redução do estresse, aumento do fluxo sanguíneo e diminuição de sintomas depressivos. “É importante ressaltar que o chocolate não cura a depressão e nem muda o estado de espírito da pessoa como um todo, a única coisa que acontece é uma liberação de hormônios do bem-estar que ajudam com a sintomatologia”, reforça Dr. Bauab.


 

Qualquer chocolate faz bem ao cérebro? 

O chocolate amargo é o que possui mais propriedades benéficas ao corpo no geral. Essa diferença ocorre por causa da quantidade de cacau existente em cada tipo, ou seja, quanto maior é a quantidade da fruta, melhores são as respostas do organismo. Segundo o NIH, existem nutrientes específicos do cacau que aumentam a saúde cardiovascular e cerebral, especialmente em pessoas idosas. 

“Vale lembrar também que o açúcar pode ser viciante. Chocolates ao leite ou brancos tem uma quantidade de açúcar muito maior que a de cacau, podendo causar um desejo intenso de consumir cada vez mais. Quando o indivíduo sente que precisa comer doce ou que não consegue viver sem, pode ser considerado um vício. Estima-se que o grau de necessidade sentida de comer chocolate pode ser comparado com o de uma pessoa dependente química”, alerta o especialista. 

Por isso, o neurologista propõe o desafio nessa Páscoa: procurar produtos com menos açúcares e mais concentração de cacau. Mesmo que o paladar aceite melhor o sabor doce, quando consumido em grande escala, pode causar diversos problemas a longo prazo. “Para uma saúde cerebral mais saudável, temos que saber medir os excessos”, finaliza.

 

Hcor

Dia Mundial da Tuberculose: conscientização e diagnóstico precoce são fundamentais para a prevenção e controle da doença

Especialista da SBPC/ML ressalta a importância dos exames laboratoriais convencionais na interrupção da disseminação da doença, bem como na garantia de um tratamento eficaz.

 

No próximo dia 24 é marcado pelo Dia Mundial da Tuberculose, data que reforça a conscientização da população sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento da doença. Apesar de antiga, a tuberculose persiste como um grave problema de saúde pública. Segundo o Ministério da Saúde, globalmente, a doença afeta cerca de 10 milhões de pessoas por ano. No Brasil, são registrados aproximadamente 70 mil novos casos a cada ano, com cerca de 4,5 mil mortes; uma média de 14 mortes por dia. 

A tuberculose é uma infecção bacteriana causada pela Mycobacterium tuberculosis, conhecida como bacilo de Koch. Os sintomas variam, incluindo tosse persistente, febre, suores noturnos, perda de peso e fadiga. O diagnóstico pode ser feito por exames laboratoriais, como a baciloscopia do escarro, e complementado por raios-x de tórax. De acordo com André Doi, médico patologista clínico e diretor científico da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), a tuberculose é transmitida por aerossóis respiratórios, como tosse, fala ou espirro de pessoas com a doença ativa e não tratada.

- A transmissão é significativa, uma pessoa com tuberculose pulmonar ativa e sem tratamento pode infectar de 10 a 15 pessoas em sua comunidade. Portanto, é crucial o diagnóstico precoce para interromper a disseminação e garantir um tratamento eficaz. Os exames laboratoriais convencionais desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a detecção precisa da doença e a determinação da sensibilidade do patógeno aos antibióticos -, explicou o especialista da SBPC/ML.

Os tratamentos típicos geralmente incluem uma mistura de antibióticos administrada ao longo de vários meses. Segundo André Doi, seguir rigorosamente o tratamento é determinante para prevenir complicações e diminuir a chance de resistência aos medicamentos. "É crucial ressaltar que o tratamento não só ajuda o paciente individualmente, mas também tem um impacto relevante na saúde pública, diminuindo a propagação da doença e evitando novos casos", detalhou o especialista, acrescentando que para que o tratamento tenha bom resultado, o diagnóstico precisa acontecer o mais cedo possível.

 

Campanha 2024: Sim! Nós podemos acabar com a TB! 

O tema da campanha do Dia Mundial da Tuberculose deste ano, "Sim! Nós podemos acabar com a TB!", traduz uma mensagem de esperança na reversão da tendência da epidemia da doença por meio de aumento de investimentos, maior liderança e adoção mais ágil das novas recomendações da Organização Panamericana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Um dos objetivos de Desenvolvimento Sustentável é a eliminação da tuberculose até 2030. A tuberculose é uma das 30 doenças transmissíveis abordadas na Iniciativa OPAS para a Eliminação de Doenças nas Américas.


Março Amarelo: Endometriose e saúde mental: condição impõe desafios emocionais além das limitações físicas, defende médico

 Para quem tem endometriose, manter rotina de cuidados com o corpo ajuda também no equilíbrio psicológico para enfrentar a doença

 

A endometriose é uma condição médica que não impõe apenas desafios físicos; muitas mulheres também enfrentam impactos significativos em sua saúde mental. A doença, caracterizada pelo crescimento do endométrio (tecido que reveste o interior do útero) em órgãos anexos, como ovários, trompas e outros da cavidade abdominal, pode causar dores intensas e até mesmo levar à infertilidade. Mas, além disso, também dificulta quadros de ansiedade, depressão e estresse. 

Uma vez que o endométrio é expelido durante a menstruação, algo semelhante ocorre nos focos de endometriose fora do útero. Eles sangram e inflamam conforme o ciclo, provocando reações inflamatórias e lesões que podem sensibilizar o funcionamento desses órgãos. 

“Mulheres diagnosticadas frequentemente sentem dores intensas e desconforto crônico que podem desencadear uma série de desafios emocionais. Em muitos casos, sofrem perdas significativas em seu círculo social devido à dor ou às limitações decorrentes da doença, impactando até seu rendimento no trabalho. Essas perdas a curto e médio prazo podem se tornar irreversíveis, por isso o acompanhamento psicológico é tão importante quanto o acompanhamento ginecológico,” explica Dr. Patrick Bellelis, especialista em endometriose e colaborador do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. 

O médico elencou alguns cuidados que podem ser tomados não apenas pela saúde do corpo, mas também pelo bem-estar e pela qualidade de vida durante a convivência com a endometriose. Confira:

 

Pratique exercícios físicos

Ao praticar exercícios físicos, o corpo produz substâncias capazes de inibir a dor, trazendo benefícios para o bem-estar; além disso, a prática recorrente contribui para corrigir anormalidades posturais, que podem estar associadas às dores pélvicas. Escolha atividades de baixo impacto, como caminhadas, natação ou ioga, que ajudam a fortalecer os músculos e aliviar a tensão. Evite atividades intensas que possam aumentar o desconforto.

 

Tenha uma boa noite de sono

O descanso adequado é essencial para a saúde mental e o bem-estar geral, e pode contribuir para a gestão da dor associada à endometriose. Mantenha uma rotina de sono consistente, crie um ambiente propício para o descanso e considere técnicas de relaxamento antes de dormir.

 

Faça uma atividade relaxante

Inserir atividades relaxantes na rotina pode ajudar a reduzir o estresse, que muitas vezes está associado ao agravamento dos sintomas da endometriose. Técnicas de respiração profunda, meditação ou mindfulness podem ser excelentes para promover a tranquilidade mental durante o dia.

 

Alimentação balanceada

Recomenda-se às mulheres diagnosticadas manter uma alimentação balanceada e sem glúten, com ingestão de alimentos ricos em antioxidantes, propriedades anti-inflamatórias e com efeitos positivos no metabolismo de estrogênios e hormônios. É indicado também evitar o álcool, a carne vermelha e as gorduras trans, pois podem ter um efeito amplificador, tanto no inchaço pélvico quanto na dor crônica acarretados pela endometriose.

 

Acompanhamento psicológico

Enfrentar a endometriose não é apenas físico, mas também emocional. Buscar apoio psicológico pode ajudar a lidar com o impacto mental da condição. Terapia, aconselhamento ou grupos de apoio podem oferecer um espaço seguro para compartilhar experiências e estratégias para enfrentar os desafios. 

“Abordar o assunto com dicas como estas traz uma nova perspectiva sobre o assunto, mas não substitui a importância do profissional médico de confiança. É indispensável manter uma comunicação aberta com seu ginecologista, pois só assim será possível obter um tratamento de acordo com as suas necessidades individuais para uma melhor qualidade de vida e bem-estar emocional”, esclarece o Dr. Patrick.

 


Clínica Bellelis - Ginecologia


Patrick Bellelis - Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP); graduado em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC; especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); além de ser especialista em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da USP. Possui ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intrauterinas e infertilidade. Fez parte da diretoria da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) de 2007 a 2022, além de ter integrado a Comissão Especializada de Endometriose da FEBRASGO até 2021. Em 2010, tornou-se médico assistente do setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP; em 2011, tornou-se professor do curso de especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — pós-graduação lato sensu, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês; e, desde 2012, é professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica (IRCAD), do Hospital de Câncer de Barretos.



ViaMobilidade realiza campanha de engajamento sobre o Março Lilás

 Objetivo é conscientizar os passageiros sobre o câncer no colo do útero e quais são as formas de prevenção


A ViaMobilidade, juntamente com a Proz Educação, promove campanha de engajamento sobre o Março Lilás, abordando a prevenção do câncer de colo de útero. A ação ocorrerá na sexta-feira, 22 de março, na estação Grajaú da Linha 9-Esmeralda, das 10h às 15h.

 

O objetivo da campanha é conscientizar a população sobre a importância da prevenção contra o câncer do colo do útero e auxiliar no enfrentamento contra a doença, que é a quarta maior causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

 

Os alunos da Proz serão os responsáveis por fazer orientações sobre o tema e entregar folhetos explicativos, sempre acompanhados por um professor graduado em enfermagem. Todos os passageiros também poderão passar por atendimento, podendo aferir a pressão arterial e glicemia capilar.

 

Serviço: Campanha de Engajamento Março Lilás

Linha 9-Esmeralda

Onde: Estação Grajaú

Quando: no dia 22 de março, das 10h às 15h

 

Confira técnicas pedagógicas úteis voltadas aos alunos com Síndrome de Down

Segundo neuropedagoga, intervenções devem ser adaptadas de acordo com características de cada pessoa


O dia 21 de março é dedicado ao aumento da consciência global sobre a  trissomia do cromossomo 21 (T21), também conhecida como Síndrome de Down. A Síndrome de Down é uma condição genética que afeta o desenvolvimento físico e cognitivo de indivíduos e que, além das características físicas comuns, pode proporcionar características cognitivas distintas, como atraso no desenvolvimento intelectual, dificuldades de aprendizagem e deficiência intelectual leve a moderada.

Segundo Mara Duarte, neuropedagoga, psicopedagoga, psicomotricista e coach educacional, além de diretora do Grupo Rhema, uma abordagem pedagógica inclusiva e personalizada é essencial para promover o desenvolvimento pleno de pessoas com Síndrome de Down. 

Ela afirma que é importante reconhecer que cada indivíduo é único e possui suas próprias habilidades, interesses e necessidades. “As intervenções pedagógicas, portanto, devem ser adaptadas de acordo com as características específicas de cada pessoa”.

Mara ressalta que a Síndrome de Down não define o potencial de alguém. “Com o apoio adequado, intervenções pedagógicas personalizadas e uma abordagem inclusiva, indivíduos com Síndrome de Down podem alcançar seu pleno desenvolvimento, contribuir para a sociedade e desfrutar de uma vida plena e significativa”, explica.

Confira algumas estratégias e técnicas pedagógicas que podem ser úteis:

  1. Estimulação Precoce: Iniciar intervenções pedagógicas desde os primeiros anos de vida pode ajudar a promover o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional da criança com Síndrome de Down. “Isso pode incluir terapias ocupacionais, fisioterapia, fonoaudiologia e intervenções específicas para estimular o desenvolvimento da linguagem e comunicação”, diz Mara.
  2. Abordagem Inclusiva: Promover um ambiente inclusivo e acolhedor na escola é fundamental para garantir o sucesso acadêmico e social de alunos com Síndrome de Down. Isso envolve a implementação de adaptações curriculares, suporte individualizado, uso de recursos de tecnologia assistiva e a promoção da participação ativa em atividades extracurriculares e sociais.
  3. Metodologias Diferenciadas: Utilizar metodologias de ensino diferenciadas e recursos educacionais adaptados pode facilitar o processo de aprendizagem de alunos com Síndrome de Down. “Isso pode incluir o uso de materiais visuais, jogos educativos, atividades práticas e o reforço positivo para incentivar a participação e o engajamento dos alunos”, explica a neuropedagoga.
  4. Parceria com a Família: Envolver a família no processo educacional é fundamental para garantir o sucesso do aluno com Síndrome de Down. Seguindo a especialista, estabelecer uma comunicação aberta e colaborativa com os pais ou responsáveis pode ajudar a identificar as necessidades específicas do aluno, compartilhar informações sobre seu progresso e desenvolvimento, e colaborar na elaboração de estratégias de apoio e intervenção.

 


Mara Duarte da Costa - neuropedagoga, psicopedagoga, psicomotricista e coach educacional. Além disso, atua como mentora, empresária, diretora geral da Fatec e diretora pedagógica e executiva do Grupo Rhema Educação. As instituições já formaram mais de 80 mil alunos de pós-graduação, capacitação on-line e graduação em todo o Brasil. Para mais informações, acesse o site rhemaeducacao.com.br ou pelo instagram.com/maraduartedacosta.


Grupo Rhema


A mulher em áreas chamadas “masculinas”, como o mercado financeiro: um longo caminho a percorrer por direitos iguais

Escolhi o mercado de capitais para me desenvolver profissionalmente. Após ter ganhado experiência no Brasil, optei por crescer no exterior e hoje sou diretora de RI (Relações com Investidores) de uma multinacional do setor farmacêutico em Miami, nos Estados Unidos. Mas os desafios femininos são globalizados. Não importa a idade, a experiência, o país, a cidade. Nós conseguimos avançar nos direitos, mas há tanto ainda a alcançar e ultrapassar.

As vitórias dão a certeza de que estamos no caminho certo. A presença feminina no mercado de trabalho, ainda mais em ambientes conhecidos como “masculinos”, como o financeiro, é cada vez mais marcante. Ainda há, porém, barreiras a transpor.

Os esforços da vida profissional acontecem também na esfera pessoal. Sou mãe e é preciso cumprir as agendas em família e no trabalho. A rotina mostra que as mulheres têm um dia a dia muito parecido. E a que a troca de experiências é tão bem-vinda. Uma mulher apoia e inspira a outra. São muitas as lutas: por salários iguais aos dos homens, para ter acesso aos cargos de liderança, para sermos ouvidas, e por respeito.

Equilibrar tantas tarefas é uma missão difícil e não é possível dizer se existe um equilíbrio ideal para levar todas elas. Mas cada uma de nós encontra o seu eixo e o que funciona para a sua vida. 

As adversidades, que fazem parte do cotidiano de cada uma de nós, são uma prova de que sim, é possível vencer as dificuldades pessoais, sem se ausentar e sem deixar o lado profissional.

O momento mais difícil da minha carreira foi quando perdi meus pais em um período de um ano. Foi complicado conciliar o trabalho de relações com investidores, de todas as empresas que eu atendia, em meio a tudo o que eu estava passando na minha vida pessoal. Mas tive pessoas incríveis à minha volta, que sempre me apoiaram, e continuei crescendo e me especializando em RI.

O trabalho faz parte da minha vida. Desta forma, não há uma separação tão clara entre esses dois aspectos. Eu acabo encontrando um equilíbrio quase que diário entre o que demanda atenção em determinado momento. Quando eu tenho que desacelerar e estar com a minha filha e a minha família, eu faço. E quando tenho que focar mais no trabalho, também faço. E vou gerenciando dessa maneira.

Devemos celebrar a presença feminina no mercado financeiro. Essa presença, cada vez mais marcante e numerosa, abre as portas que proporcionam oportunidades e inspiração para as gerações futuras, incluindo minha filha.

A maior conquista que contabilizo hoje é poder trabalhar com o que eu gosto. Além disso, é prazeroso apresentar esse mundo de possibilidades para a minha filha, para que ela saiba desde nova que pode fazer o que quiser. 

Passadas as turbulências, que venham as conquistas. E as metas continuam. A mãe e profissional ainda sonha em trabalhar para fazer a diferença na vida das pessoas, acreditando nessa possibilidade justamente pela relação que seu trabalho traz com a área da saúde. 

Para mães e profissionais que enfrentam contratempos e momentos repletos de afazeres, mas que sempre se desdobram em agradecimentos e recompensas: em cada desafio, encontramos oportunidades de crescimento e superação. Lembrem-se de que a diversidade é nossa maior força, e, ao construirmos pontes, abrimos portas para um futuro mais inclusivo.

Sejamos a inspiração que buscamos, guiando o caminho para as gerações que nos sucedem. Juntas, somos ‘imparáveis’. Avancemos com determinação, pois, cada conquista é uma vitória, não apenas pessoal, mas também para todas nós. Que nosso legado inspire novas narrativas e quebra de paradigmas.

Vamos construir juntas um futuro em que todas as mulheres possam alcançar seu pleno potencial. Você é capaz, resiliente e extraordinária. Continue a brilhar e a fazer a diferença!

 


Melissa Angelini - diretora de RI e membro co conselho do IBRI, Instituto Brasileiro de Relações com Investidores


Posts mais acessados