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terça-feira, 23 de agosto de 2022

Dor lombar pode ser sinal de endometriose no nervo ciático, saiba como identificar

Sintomas podem se confundidos e causar o diagnóstico tardio; especialista em cirurgia ginecológica alerta para os sinais dessas doenças 

 

Dores fortes na região lombar, cólicas frequentes e câimbras nas pernas podem ser sinais de outra doença gerada pelo avanço da endometriose, o acometimento do nervo ciático. Apesar de não ser tão frequente, a condição causa incômodos e dificulta a mobilidade das mulheres atingidas. Segundo o especialista em endometriose e cirurgia ginecológica, Dr. Thiers Soares, os sintomas das duas doenças podem ser confundidos e, na grande maioria, as mulheres acreditam sofrer apenas de uma delas.

A endometriose é uma doença inflamatória do sistema reprodutor feminino, ocasionada quando o endométrio - tecido que reveste o útero por dentro - se instala em vários locais na cavidade abdominal, como ovário, intestino e bexiga. Dessa forma, a doença pode encontrar várias formas de manifestação, inclusive na região do nervo ciático.

Para quem não conhece, a dor no nervo ciático ou ciatalgia é um problema comum que atinge quase 15% da população mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde - OMS. Este nervo é formado pela conjunção de raízes que saem da região mais baixa da coluna vertebral e é responsável pela enervação da perna, além da movimentação dos pés.

Dr. Thiers Soares explica que o nervo ciático é formado por ramos lombares (L4 e L5) e ramos sacrais (S1, S2 e S3). “Ele tem um componente inicial que se localiza na pelve, mas se alonga até a região posterior da coxa. Dessa forma, ele é um dos responsáveis por controlar as articulações do quadril, joelhos e tornozelos, além dos músculos das pernas e pés, afirma.

Este tipo de endometriose no ligamento uterossacro é o local mais comum de endometriose profunda na pelve, porque o ligamento inicia no útero e termina no sacro, principal motivo da dor se espalhar nas costas para a região sacro.

 

Sintomas da endometriose no nervo ciático 

Os sintomas da endometriose podem se manifestar a partir de alguns indícios, como: 

·  Fortes dores na região lombar

·  Cólicas menstruais fortes que irradiam as dores para as costas

·  Dores e câimbras na região posterior das coxas e pernas

·  Dificuldades para caminhar

Além das dores comuns, a endometriose, caracteriza-se por sangramentos menstruais intensos e desregulados, fadigas, dores fortes durante as relações sexuais, sangramento intestinal no período menstrual e dificuldades para engravidar.

“Existe até uma confusão sobre os sintomas de cada uma das doenças, mas o principal ponto de diferenciação pode ser a relação das queixas de dor em coincidência com o período menstrual, favorecendo o diagnóstico de endometriose”, reforça Thiers.

 

Tratamento requer atenção e acompanhamento médico 

Por ser uma condição rara, é necessário fazer uma investigação intensa dos sinais apresentados para determinar o diagnóstico, por isso, é importante realizar os exames de rotina indicados pelo ginecologista. “Algumas pacientes podem se recuperar com o tratamento medicamentoso, como anti-inflamatórios e opióides, entretanto, muitas vezes, o tratamento cirúrgico é o mais indicado para estes casos”, conta Soares.

Para este tipo de condição, o especialista em cirurgia ginecológica aponta para as técnicas da laparoscopia e a robótica como opções para o tratamento. “Por serem procedimentos menos invasivos, a laparoscopia e robótica permitem uma recuperação mais rápida, oferecendo melhor qualidade de vida para as pacientes”, relata o cirurgião.

A partir da escolha pela cirurgia robótica, o profissional pode atuar com mais mobilidade durante o procedimento, isto porque o robô entrega uma alta capacidade de articulação, bem diferente do que teria manualmente, com movimentos mais precisos e angulados. “Como complemento ao tratamento, é importante associar a fisioterapia pélvica para trazer uma recuperação mais rápida para a paciente, aliviando as dores e levando a paciente retornar a sua rotina”, conclui.

 


Dr. Thiers Soares - Graduado em Medicina pela Fundação Universitária Serra dos Órgãos (2001), Dr. Thiers Soares, é médico do setor de endoscopia ginecológica (Laparoscopia, Robótica e Histeroscopia) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ). É membro honorário da Sociedade Romena de Cirurgia Minimamente Invasiva em Ginecologia, membro honorário da Sociedade Búlgara de Cirurgia Minimamente Invasiva, membro honorário da Sociedade Romeno-Germânica de Ginecologia e Obstetrícia e membro da diretoria e comitês de duas das maiores sociedades mundiais em cirurgia minimamente invasiva em ginecologia (SLS e AAGL). Designado para receber, no ano de 2021, o título de Doctor Honoris Causa, pela Universidade Victor Babe, na Romênia, o médico ainda será homenageado no Congresso Anual da SLS, programado para Nova York, em agosto deste ano, com o título de Honorary Chair. Também é Senior Medical Advisor do Luohu Hospital, em Shenzen, na China.


Dormir mal passa a fazer parte dos fatores de risco cardiovascular

Má qualidade do sono pode resultar em diversas disfunções graves do organismo. Especialista orienta sobre hábitos que auxiliam a dormir melhor

 

A qualidade do sono é tão importante que, recentemente, ele foi incluído na lista de condições que avaliam a saúde do coração e do cérebro. Pela primeira vez, a Associação Americana do Coração (AHA) atualizou a diretriz médica sobre fatores de risco cardiovascular, criada em 2010, e incluiu a má qualidade do sono associada a outros sete fatores da lista original – tabagismo, alimentação, atividade física, nível de colesterol, glicose no sangue, índice de massa corpórea e pressão arterial. 

Dormir bem promove inúmeros benefícios, como a melhora da função cerebral, resultando em mais produtividade, criatividade e energia, além de ser durante o sono que o organismo produz hormônios que possibilitam o controle do apetite, o desenvolvimento de um sistema imunológico mais forte, a redução do estresse e a melhora do humor, e ainda realiza a renovação dos tecidos e o crescimento muscular. Por outro lado, dormir mal, além de provocar cansaço e exaustão, pode resultar em diversas disfunções do organismo, como pressão alta, colesterol elevado, declínio cognitivo, aumento da probabilidade de eventos cardiovasculares, como infarto e AVC, depressão e diabetes, entre outros fatores.  

O sono de qualidade é essencial para a saúde física e mental, mas cerca de 40% da população apresenta alguma dificuldade para dormir, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). As razões que interferem no sono são diversas: estresse, transtornos neurológicos ou hormonais, problemas respiratórios, hábitos que comprometem a saúde, dores crônicas, uso de medicamentos, entre outros. “Além disso, existe um fator natural: a queda da produção de melatonina pelo organismo. A melatonina, mais conhecida como “hormônio do sono”, regulará o ritmo circadiano, promovendo o sono de forma adequada. Com o passar dos anos, sua produção natural pelo organismo é reduzida, contribuindo para que as pessoas apresentem dificuldades para dormir”, explica Lucila Santinon, nutricionista da VITAFOR®. A boa notícia é que é possível manter os níveis desejáveis de melatonina, fazendo a suplementação diária. Existem suplementos sublinguais que otimizam a absorção, induzindo o sono naturalmente.     A orientação deve ser feita por um profissional devidamente habilitado. 

Lucila orienta que, para minimizar estes danos e dormir melhor, é importante adotar alguns hábitos: “A produção de melatonina acontece principalmente à noite, estímulo natural dos seres humanos, indicando o horário de dormir. Por isso, é recomendada a higiene do sono, evitar estímulos luminosos e sonoros, como televisão, celulares e músicas agitadas, pois podem trazer estímulos ao corpo que despertem, ao invés de relaxar e de fato dormir, fazendo com que diminua a produção de melatonina”. Ela ainda dá algumas dicas que auxiliam a regular o sono e chegar à fase de profundo relaxamento, muitas vezes difícil de alcançar: 

- é importante definir uma rotina, com horário para dormir, que deve ser respeitado, e criar um ambiente propício, escuro, confortável e em silêncio; 

- procure encerrar o expediente e estar relaxado até 2 horas antes de deitar-se;

- evite alimentos estimulantes à noite, como café, canela e excesso de açúcar, além de cigarros e bebidas alcoólicas; 

- evite exercícios intensos muito próximos do horário de dormir; 

- desconecte-se da televisão e do celular, prefira uma leitura antes de dormir; 

- incluir a suplementação diária de melatonina ou compostos que tenham o Triptofano nesta rotina também ajudará a ter um sono de qualidade; 

- em casos mais graves, procure um especialista em qualidade do sono

 

VITAFOR® 

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Especialista do Oncologia Americas fala sobre os cigarros eletrônicos

No mês em que é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, vale o alerta sobre o tema que vem preocupando profissionais da saúde    

 

Enquanto o consumo de tabaco caiu nas Américas, conforme aponta o relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o uso dos cigarros eletrônicos segue em escalada entre os jovens, como indica estudo recente do periódico Pediatrics. Entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, ocorreu um surto de doença pulmonar aguda grave denominada EVALI – (do inglês E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury), na tradução livre, lesão pulmonar associada ao uso de produto vaporizador”. A única associação entre os pacientes da síndrome, é que todos eram usuários de cigarros eletrônicos e, na maioria, jovens.    

O uso dos chamados Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), como explica Ricardo Meirelles, pneumologista do Americas Oncologia, aumenta de duas a três vezes o risco de experimentação do cigarro convencional e, em mais de quatro vezes, o consumo de cigarros comuns, com a possibilidade do consumo de ambos (uso dual).    

Tais dispositivos são compostos por bateria de lítio, sensor, microprocessador, cartucho ou refil, uma solução líquida (e-liquidos), um atomizador que aquece e vaporiza esta solução, além de bocal para inalação.  “Mesmo que ocorra uma sensação de que são inofensivos, a maioria dos DEFs contém nicotina, droga psicoativa que leva à dependência. Ao ser inalada, ela chega ao cérebro em uma fração de 7 a 19 segundos, liberando substâncias que trazem sensação imediata de prazer”, informa.  

O médico informa, ainda, que no líquido, à base de propilenoglicol e/ou glicerina, são dissolvidos nicotina, junto a cerca de 16 mil tipos de essências flavorizantes com sabores agradáveis, como frutas, chocolate, sorvete e menta.  O nome cigarro eletrônico abrange uma grande variedade de produtos. Desde os primeiros, que pareciam com um cigarro tradicional aos mais modernos, semelhantes a um pendrive. “ Eles contêm concentrações maiores de nicotina e podem provocar dependência de difícil resposta aos tratamentos atuais. Foram identificadas, até o momento, cerca de 80 substâncias nos aerossóis, sendo muitas delas tóxicas e cancerígenas. Também são fatores de risco para doenças respiratórias e cardiovasculares. Em pesquisas de laboratório o cigarro eletrônico se tornou cancerígeno para o pulmão e bexiga de camundongos”, alerta.  

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil (RDC 46/2009). Porém, a experimentação segue crescendo entre os jovens. Recentemente, com o intuito de coibir a venda e reverter tal cenário, a agência manteve a resolução, apoiada por uma melhor fiscalização e realização de campanhas educativas, especialmente para essa faixa etária.   

“No entanto, acredito que há uma necessidade maior de se abordar o tema e deixar ainda mais evidente os alertas em todos os canais possíveis, que possam alcançar esse público, iludido com a falsa ideia que s DEFs são inofensivos”, finaliza Meirelles. 


Musculação: qual a idade certa para começar

Freepik
A prática dessa modalidade deve ser realizada sempre com a supervisão de profissionais, respeitando as orientações para cada idade

 

Todos sabemos que atividade física praticada regularmente é uma ótima aliada para a saúde. Hoje diversas academias oferecem uma gama de modalidades àqueles que procuram ter uma melhor qualidade de vida, mas, ainda assim, a musculação é o exercício mais procurado. Sempre com o acompanhamento de profissionais, a prática pode ser realizada por gestantes, idosos e adultos, desde que sejam respeitadas as limitações e condicionamento do indivíduo. Mas, qual a idade certa para se começar a fazer musculação?

Segundo orientações recentes da Academia Americana de Pediatria, a realização de treinamentos de força e resistência para crianças e adolescentes pode ser considerada desde que haja adequação na frequência, tipo, intensidade e duração. 

“Durante a infância e adolescência os exercícios de musculação dirigidos, com cargas adequadas e intensidade controlada podem ser praticados. Outra forma de se ganhar tônus muscular é com exercícios funcionais que utilizam o peso do próprio corpo e são ótimos para manter crianças e adolescentes ativos, evitando o sedentarismo logo cedo. Independente da modalidade de preferência, quanto mais cedo iniciar a prática de exercícios, mais aumentarão as chances da criança tornar-se um adulto ativo, evitando o aparecimento de doenças crônicas precoces”, explica Marcelo Franco, professor da rede C4 Gym. 

É necessário ter em mente também que o acompanhamento de profissionais e as avaliações físicas devem ocorrer sempre para se conquistar um bom resultado. “É muito importante para o seu desenvolvimento que a realização desses exercícios seja feita em um ambiente adequado e com supervisão de profissionais da área", conclui Marcelo.

  

C4 Gym


Esclerose Múltipla


Tinha 43 anos e estava no meu melhor momento no casamento, na família e na minha profissão. Após um feriado estendido, passei a me sentir cansada e alguns dias depois passei a sentir dor de cabeça, tontura, dor no olho e visão dupla. Pensei que era problema de visão cansada devido as minhas intensas atividades e procurei primeiro o meu médico oftalmologista. 

Após sua análise inicial, pediu que eu realizasse um exame de ressonância magnética e consultasse com um médico neurologista. Fiz o exame de ressonância magnética do crânio na manhã do dia seguinte e a tarde minha irmã conseguiu um encaixe com um médico neurologista. 

Após a verificação das imagens, ele me encaminhou para internamento e realizaram uma punção lombar, exame que se constitui na retirada de um pouco do líquido que banha a medula espinhal. Na sequência, foi efetuada uma pulsoterapia, a qual o médico me explicou se tratar da aplicação de corticoide. Dia após dia, fui notando melhora dos meus sintomas, o que de certo modo me tranquilizou. 

Passaram-se cinco dias de meu internamento e no momento da alta, junto de meu esposo, o médico nos explicou que os exames complementares apontavam para o diagnóstico de esclerose múltipla. Receber este diagnóstico me deixou muito angustiada, principalmente pelas incertezas das suas causas, do tratamento e da evolução. Passei por um período reflexivo, principalmente pensando o que seria de mim, da minha filha, do meu esposo, da minha família e dos meus amigos. 

O acolhimento da equipe médica e o apoio de todos que me rodeavam foram fundamentais para o suporte psicológico de enfrentamento. Nunca perdi as esperanças e sempre me mantive em fé que poderia vencer. 

Hoje, após sete anos, me encontro bem e em tratamento. Talvez minha história seja um excelente caso clínico para alertar a necessidade de um diagnóstico precoce. 

Ao contrário do que se pensa, a esclerose múltipla não é uma doença mental, mas sim uma doença do sistema nervoso, onde por um motivo ainda não desvendado, ocorre uma “desorganização” do sistema imunológico, ou de defesa do organismo, e com isto passa a existir a agressão às células nervosas. 

Para entender melhor, é preciso compreender que o sistema nervoso, além de suas células, também está composto por vias que unem estas células e por onde transitam todas as informações que são trocadas. Estas vias são revestidas por uma substância denominada mielina, que é responsável por produzir uma aceleração do impulso nervoso, tornando-o mais rápido. 

Já o sistema imunológico é responsável pela defesa do corpo, de modo que normalmente produz proteínas, dentre elas a citocina, que são programadas para reconhecerem vírus e bactérias, com intuito de combatê-los defendendo o organismo destes invasores. 

Desta forma, devido a alguma causa desconhecida, na esclerose múltipla ocorre uma desorganização do sistema imunológico, de modo que as citocinas passam a atacar e destruir a bainha de mielina, motivo pelo qual é denominada de doença desmielinizante. Esta destruição também resulta em uma atividade inflamatória, que ao final deixa uma cicatriz no local. Por causa desta cicatriz é que a doença é chamada de esclerose, e por atingir múltiplos locais do sistema nervoso central foi denominada de esclerose múltipla. 

As fibras nervosas, ou seja, as vias nervosas, ficando sem a bainha de mielina, torna a propagação do impulso nervoso lenta ou até mesmo ausente, na dependência do grau de destruição. 

Os sintomas neurológicos exibidos passam a existir na mesma proporção que sua existência, ou seja, quanto maior o número de lesões, mais locais acometidos, mais sintomas e maior debilidade o paciente passa a apresentar. 

De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, se estima que a doença acomete cerca de 2,8 milhões de pessoas no mundo, sendo aproximadamente 40 mil brasileiros. 

Ela é mais comum no sexo feminino, sendo que a faixa etária do início dos sintomas está entre 20 e 40 anos, porém pode também acometer crianças e adolescentes, sendo rara acima dos 60 anos. 

Importante lembrar que não é contagiosa e, embora não seja hereditária, alguns estudos mostram uma suscetibilidade genética. 

A esclerose múltipla é considerada uma doença disseminada no tempo e no espaço, ou seja, pode envolver qualquer parte do sistema nervoso central (disseminação no espaço) e em momentos diferentes, tempos distintos (disseminação no tempo), o que faz com que cada paciente tenha uma apresentação clínica variável. 

A fraqueza e a fadiga são queixas muito frequentes. De igual forma, os pacientes podem apresentar alteração da sensibilidade (hipoestesia e parestesias), dor, alteração da coordenação motora, alteração da marcha, problemas na bexiga e intestino, alteração da fala (disartria), neuralgia do trigêmeo (dor na face), alteração visual, dentre outros sinais e sintomas. 

Na verdade, a ocorrência dos sintomas fica na dependência do local onde ocorre a destruição da bainha de mielina, lembrando que pode ser no encéfalo ou na medula espinhal, ou ainda, em ambos. 

Além disso, a esclerose múltipla pode se apresentar de várias formas. Como dito, ela pode apresentar várias fases da atividade da doença. Quando surge o sintoma, estamos na fase ativa (inflamatória da doença) onde está ocorrendo a destruição da bainha de mielina, por isso chamada fase de surto. Na medida em que essa inflamação vai cicatrizando tem-se a fase chamada de remissão, onde o quadro estabiliza, podendo ou não ter melhora do sintoma. 

Deste modo, a doença pode se apresentar nas formas: 

- Recorrente-remitente: caracterizada por episódios de surtos (comprometimento neurológico = sintomas), com períodos de melhora. Podendo ou não se seguir de novo surto. Ou seja, o paciente apresenta o sintoma, a doença estabiliza e ele passa um período bem, até que após algum tempo torna a apresentar novos sintomas. 

- Progressiva: que pode ser primária, quando a doença piora continuamente, de forma gradual e adicionando sinais neurológicos; ou secundária, quando a doença, após um período de surto remissão, passa a evoluir com a piora contínua. 

O diagnóstico é feito com base em critérios clínicos, estudos eletrofisiológicos, líquor e de imagem. A ressonância magnética é capaz de demonstrar as diversas fases da doença, tanto a fase de atividade inflamatória (onde as lesões captam contraste), quanto a fase cicatricial (chamadas placas), bem como a fase progressiva silenciosa, que pode ser vista com o aumento das lesões ao se fazer um acompanhamento evolutivo. 

Embora não tenha cura, o tratamento atenua os sintomas e tenta retardar a progressão da doença, ou seja, são capazes de modificar sua evolução. O intuito do tratamento é diminuir essa reação inflamatória, tentando fazer com que se limite a destruição da mielina, preservando-a e evitando os sintomas. Além do tratamento medicamentoso, tem-se a fisioterapia e a terapia ocupacional que auxiliam na recuperação dos pacientes. 

Nem sempre o diagnóstico da esclerose múltipla é fácil e possível no surgimento dos sintomas, por isso, o acompanhamento médico é muito importante no seguimento do paciente, possibilitando o correto diagnóstico e orientação nestes casos. 

A leitura dessa história é um importante alerta para que se busque ajuda médica o mais breve possível, evitando o autodiagnóstico e a automedicação, que muitas vezes podem confundir ou agravar ainda mais o quadro.

 

Viviane Aline Buffon e Samir Ale Bark - professores de Neuroanatomia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR).


Adicionar sal à sua comida à mesa está associado a maior risco de morte prematura

 

As pessoas que adicionam sal extra à comida à mesa correm maior risco de morrer prematuramente por qualquer causa, de acordo com um estudo com mais de 500.000 pessoas, publicado hoje no European Heart Journal. 

Em comparação com aqueles que nunca ou raramente adicionavam sal, os indivíduos que sempre adicionavam sal à comida tinham um risco 28% maior de morrer prematuramente. Na população geral, cerca de três em cada cem pessoas com idade entre 40 e 69 anos morrem prematuramente. O risco aumentado de sempre adicionar sal aos alimentos, visto no estudo atual, sugere que mais uma pessoa em cada cem pode morrer prematuramente nessa faixa etária. 

Além disso, o estudo encontrou uma expectativa de vida menor entre as pessoas que sempre adicionaram sal em comparação com aquelas que nunca ou raramente adicionaram. Aos 50 anos, 1,5 anos e 2,28 anos foram diminuídos da expectativa de vida de mulheres e homens, respectivamente, que sempre adicionavam sal à comida em comparação com aqueles que nunca ou raramente o faziam. 

Os pesquisadores, liderados pelo professor Lu Qi, da Escola de Saúde Pública e Medicina Tropical da Universidade de Tulane, em Nova Orleans, EUA, dizem que suas descobertas têm várias implicações para a saúde pública. 

"Que eu saiba, nosso estudo é o primeiro a avaliar a relação entre a adição de sal aos alimentos e a morte prematura", comentou ele. "Ele fornece novas evidências para apoiar recomendações para modificar comportamentos alimentares para melhorar a saúde. Mesmo uma redução modesta na ingestão de sódio, adicionando menos ou nenhum sal aos alimentos à mesa, provavelmente resultará em benefícios substanciais para a saúde, especialmente quando alcançado na população em geral". 

Avaliar a ingestão geral de sódio é notoriamente difícil, pois muitos alimentos, principalmente alimentos pré-preparados e processados, têm altos níveis de sal adicionados antes mesmo de chegarem à mesa. Os estudos que avaliam a ingestão de sal por meio de exames de urina geralmente realizam apenas um exame de urina e, portanto, não refletem necessariamente o comportamento habitual. Além disso, alimentos ricos em sal costumam ser acompanhados de alimentos ricos em potássio, como frutas e legumes, o que é bom para nós. O potássio é conhecido por proteger contra o risco de doenças cardíacas e metabólicas, como diabetes, enquanto o sódio aumenta o risco de doenças como câncer, pressão alta e acidente vascular cerebral. 

Por essas razões, os pesquisadores optaram por verificar se as pessoas adicionavam ou não sal aos alimentos à mesa, independentemente de qualquer sal adicionado durante o cozimento. 

"Adicionar sal aos alimentos na mesa é um comportamento alimentar comum que está diretamente relacionado à preferência de longo prazo de um indivíduo por alimentos com sabor salgado e ingestão habitual de sal", falou o prof. Qi. "Na dieta ocidental, a adição de sal à mesa representa 6-20% da ingestão total de sal e fornece uma maneira única de avaliar a associação entre a ingestão habitual de sódio e o risco de morte". 

Além de descobrir que sempre adicionar sal aos alimentos estava associado a um risco maior de morte prematura por todas as causas e a uma redução na expectativa de vida, os pesquisadores descobriram que esses riscos tendiam a ser ligeiramente reduzidos em pessoas que consumiam as maiores quantidades de frutas e vegetais, embora esses resultados não tenham sido estatisticamente significativos. 

"Não ficamos surpresos com essa descoberta, pois frutas e vegetais são as principais fontes de potássio, que tem efeitos protetores e está associado a um menor risco de morte prematura", afirmou o prof. Qi. 

Ele acrescentou que "porque nosso estudo é o primeiro a relatar uma relação entre a adição de sal aos alimentos e a mortalidade, são necessários mais estudos para validar os resultados antes de fazer recomendações". 

Um ponto forte do estudo do prof. Qi é o grande número de pessoas incluídas. Também apresenta algumas limitações, que incluem: a possibilidade de que a adição de sal aos alimentos seja um indicativo de um estilo de vida pouco saudável e de menor status socioeconômico, embora as análises tenham tentado se ajustar a isso; não havia informação sobre a quantidade de sal adicionada; a adição de sal pode estar relacionada à ingestão total de energia e entrelaçada com a ingestão de outros alimentos; a participação no UK Biobank é voluntária e, portanto, os resultados não são representativos da população geral, portanto, mais estudos são necessários para confirmar os achados em outras populações. 

Prof. Qi e seus colegas irão realizar mais estudos sobre a relação entre a adição de sal aos alimentos e várias doenças crônicas, como doenças cardiovasculares e diabetes. Eles também esperam ensaios clínicos em potencial para testar os efeitos de uma redução na adição de sal nos resultados de saúde. 

 

Rubens de Fraga Júnior - professor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e é médico especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). 

 

Fonte: Hao Ma et al, Adding salt to foods and hazard of premature mortality, European Heart Journal (2022). DOI: 10.1093/eurheartj/ehac208

Annika Rosengren, Salt: the sweet spot?, European Heart Journal (2022). DOI: 10.1093/eurheartj/ehac336


 

CROSP alerta contra fake news sobre uso do flúor na água e em produtos odontológicos

Conselho se posiciona sobre movimento originado nos Estados Unidos que se coloca contrário ao uso do flúor

 

As fake news estão cada vez mais presentes e o setor da saúde também tem sido bastante impactado por elas. Recentemente, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificaram mais de 300 publicações falsas na área da Odontologia. São notícias que modificam o contexto de fatos com argumentos verdadeiros, mas totalmente alterados, inclusive por meio de alegações de fundo religioso.  

Diante da preocupação de autoridades sanitárias e dos riscos negativos à saúde bucal, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) posiciona-se sobre uma nova temática de notas divulgadas por meio de um movimento (originado nos Estados Unidos), que se coloca contrário ao uso do flúor na água e em produtos odontológicos.

De acordo com o Cirurgião-Dentista e Doutor pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Dr. Marco Antonio Manfredini, é importante esclarecer que o flúor vem sendo aplicado na Odontologia há pelo menos 80 anos.

Na água de abastecimento, seu uso iniciou-se no final dos anos 1940, na cidade Grand Rapids, nos Estados Unidos. Durante todo esse período, a sua utilização tem se mostrado segura tanto na água de abastecimento público como nos cremes dentais fluoretados ou na forma de outros produtos que atuam dentro dos materiais odontológicos.

Para se ter uma ideia da importância e da segurança da utilização do flúor, o Cirurgião-Dentista cita uma pesquisa realizada pelo Centro de Controle de Doenças Americano (CDC). Segundo ele, por meio dos estudos realizados pela agência foram identificados os dez principais fatores que beneficiaram a saúde pública no século XX. Um deles foi a fluoretação das águas de abastecimento público. “No Brasil, temos tido uma redução expressiva da cárie. Não temos dados mais recentes, contudo, o último Levantamento Epidemiológico Nacional, que foi feito em 2010, constatou uma redução de cárie nas crianças de 5, de 6 e de12 anos, assim como nos adolescentes e nos adultos”.

O índice de CPOD é usado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para avaliar a prevalência da cárie dentária em diversos países. A sigla CPO tem origem nas palavras "cariados", "perdidos" e "obturados" e o D indica que a unidade de medida é o dente.

No Brasil, o valor do CPOD era de quase 7 em 1986. No levantamento feito em 2010 baixou para 2, ou seja, as crianças de 12 anos têm o CPO igual a 2. Um dos principais fatores para essa redução, segundo o Cirurgião-Dentista especialista em saúde pública, é o uso do flúor na água, no creme dental e também as ações preventivas que são feitas nos consultórios públicos e privados.


Uso do flúor e os seus benefícios 

Com relação à utilização do flúor, Dr. Manfredini ratifica sua segurança, mas lembra que seu uso em crianças com menos de 5 anos necessita de atenção e alguns cuidados, pois ele tem que ser utilizado de acordo com as orientações profissionais. “Se associarmos, por exemplo, o flúor na água com creme dental fluoretado numa grande quantidade em uma criança de até 5 anos de idade, pode vir a gerar fluorose (manchas brancas nos dentes). O que se recomenda para crianças nessa faixa etária é que o creme dental fluoretado seja colocado no sentido transversal da escova, e não no sentido longitudinal, que acompanharia o tamanho da escova. O equivalente a um grão de ervilha, mais ou menos, é suficiente para que não haja risco de fluorose e se obtenha o benefício do creme dental”.

Com relação à água de abastecimento público, o Cirurgião-Dentista lembra que não há esse risco e, portanto, as pessoas podem ingerir diariamente.

Vale ressaltar que a utilização do flúor é uma medida barata, como comprovou o estudo conduzido no município de São Paulo pelo professor da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP), o Cirurgião-Dentista Dr. Antonio Carlos Frias, a qual abrangeu o período de 1985-2003. Por meio da pesquisa, constatou-se que a fluoretação de água custa R$ 1,00 por habitante por ano. Segundo Dr. Manfredini, trata-se de um valor muito baixo e que permite ter um grande impacto do ponto de vista da saúde coletiva e da saúde pública.

Portanto, quando utilizado da forma e na quantidade corretas, o flúor não apresenta qualquer contraindicação, seja na água ou no creme dental (observando-se a recomendação para crianças com menos de 5 anos de idade). Já o flúor de uso profissional, esse sim necessita de indicação precisa do Cirurgião-Dentista.  

Quanto às fake news com relação à fluoretação, Dr. Manfredini recorda que elas começaram no século passado. Naquele período, já existiam ideias como a de que o flúor na água influenciaria as pessoas em diversos aspectos. Para o especialista em Saúde Coletiva, o fato de existirem movimentos antifluoracionistas é extremamente grave para a saúde pública, já que essas pessoas estão impedindo que muitos tenham acesso e se beneficiem dos efeitos positivos do flúor. Os estudos científicos, inclusive evidências científicas, são muito claros e bem estabelecidos com relação aos benefícios que o flúor pode trazer e também aos aspectos de segurança quanto à sua utilização.   

Dr. Manfredini reforça a importância do fluoreto e deixa um alerta: “O flúor é importante aliado na melhoria da saúde bucal das populações. É oportuno destacar que milhares de pesquisas feitas no mundo inteiro atestam sua importância na redução da cárie dentária, bem como sua segurança. Sendo assim, não acreditem em fake news. Se quiserem buscar por informação correta, acesse o site do CROSP”.    


O que é o flúor e como ele age na boca

O flúor é um elemento químico da família dos halogênios, um mineral natural encontrado facilmente na natureza, por toda a crosta terrestre. O material pode ser sintetizado em laboratório e ser adicionado a uma série de produtos, como os cremes dentais e a água fornecida pelas companhias de saneamento público.

Sua utilização é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), pelo Ministério da Saúde e também pelo Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP). A indicação do flúor se deve aos benefícios e à sua atuação na saúde bucal.

O fluoreto trabalha nos processos de desmineralização e remineralização que ocorrem naturalmente na boca. Além disso, possui efeito antienzimático, antimicrobiano e bactericida, eliminando algumas bactérias e impedindo a multiplicação das mesmas.

Vale ressaltar que uma higiene bucal adequada deve conter escovação três vezes ao dia, com a utilização de um creme dental fluoretado. Além disso, o Cirurgião-Dentista poderá indicar, caso seja necessário, tratamentos complementares com o flúor. Independentemente da maneira usada para obtenção do flúor - seja por meio das águas fluoretadas, pasta de dente ou aplicação de um profissional - o produto segue como essencial no combate à cárie, um mal que continua a ser um desafio para o Brasil.

 

 

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

www.crosp.org.br

 

Cirurgia bariátrica: cuidados pré e pós-operatório

Obesidade já é considerada epidemia no Brasil: são mais de 18 milhões de obesos no país

 

A obesidade já pode ser considerada uma epidemia no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), existem mais de 18 milhões de pessoas obesas no país. Se consideradas todas que estão acima do peso, o número passa de 70 milhões. A cada ano, são 2 milhões de novos casos.

De acordo com o médico e gastrocirurgião do Eco Medical Center, Dr. Alcides Branco, o excesso de peso é um dos fatores mais relevantes para outras comorbidades, como o diabetes, a hipertensão, problemas respiratórios, ortopédicos, além de psicossociais. 

Diante desse cenário é crescente o número de brasileiros que buscam a cirurgia bariátrica, uma importante opção contra a obesidade e doenças associadas. Segundo o último levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) em 2020, aproximadamente 70 mil pessoas realizaram o procedimento cirúrgico no Brasil.

 

Cuidados pré-operatórios

Para estar apto a realizar a cirurgia bariátrica, o paciente deve passar por uma equipe multidisciplinar que envolve gastrocirurgião, nutricionista, fisioterapeuta, educador físico e psicólogo e deve realizar uma bateria de exames para analisar sua condição de saúde.

A psicóloga Ana Caroline Oliveira, costuma fazer a avaliação emocional e psicológica do paciente para saber como ele vai lidar com os impactos que a cirurgia vai gerar. “Trabalhamos com alguns testes para analisar o nível de ansiedade, estresse e as expectativas”, descreve sobre o pré-operatório.

A nutricionista do Eco Medical Center, Marília Zaparolli, explica que o acompanhamento do paciente que pretende fazer a bariátrica também é essencial. “Até porque a liberação obrigatória da cirurgia bariátrica depende da avaliação do nutricionista.  Além disso, o nutricionista é quem vai auxiliar em todo um preparo de modificações alimentares que devem iniciar no pré-operatório”, diz Marília. Ela lembra que é muito mais que uma cirurgia, é uma mudança no estilo de vida e o desenvolvimento de uma nova relação com a comida.

Outro cuidado essencial antes da cirurgia bariátrica é a preparação física global individualizada com o acompanhamento de profissional da educação física e da fisioterapia. A coordenadora técnica da AGMA Physio and Trainning,  a fisioterapeuta Rubia Benatti, conta que o trabalho físico pré-operatório auxilia o paciente na imersão do programa de uma cirurgia bariátrica.

 

Tipos de cirurgia bariátrica

O especialista em Cirurgia Geral, Dr. Alcides Branco, explica que são dois os tipos mais comuns de cirurgia bariátrica:

 

Gastrectomia vertical ou Sleeve gástrico - é um procedimento restritivo e hormonal. Durante o procedimento aproximadamente 80% do estômago é removido, criando uma “manga” ou estômago tubular. A parte que é removida é onde ocorre a produção da grelina, hormônio que estimula o apetite, com isso o paciente come menos e sente-se saciado. A cirurgia é feita por videolaparoscopia. Nesta técnica não há cortes no intestino.

 

By-pass Gástrico - é uma cirurgia com técnica mista, atuando na restrição e na má absorção dos alimentos, tendo um efeito duplo na redução do peso. Neste procedimento, o estômago é grampeado, criando-se uma bolsa de aproximadamente 50ml. O restante do estômago é excluído, não havendo passagem de alimentos, porém mantendo sua produção de enzimas e suco gástrico para auxiliar na digestão.

O intestino delgado é seccionado e ligado ao “novo estômago”, para desviar o trânsito alimentar, diminuindo seu trajeto e com isso, reduzindo a absorção dos alimentos, causando a perda de peso. Por fim, é realizada outra ligação do intestino delgado com a outra parte seccionada previamente.

 

Cuidados pós-operatórios

A dieta no pós-operatório pode ter algumas diferenças de acordo com a técnica cirúrgica escolhida. De acordo com a nutricionista Marília Zaparolli, basicamente a evolução do paciente envolve a dieta líquida restrita, depois líquida completa, dieta pastosa e, então, a dieta branda. “Normalmente, o paciente leva cerca de 45 dias para chegar na dieta livre. O que não significa que ele está liberado para comer qualquer tipo de comida, por isso a importância do acompanhamento nutricional contínuo”, explica.

Outro acompanhamento que o paciente que passa pela bariátrica deve dar continuidade é com o fisioterapeuta e educador físico. Rubia Benatti lembra que a fisioterapia pode reduzir possíveis complicações cardíacas e respiratórias e vai ajudar na manutenção das atividades diárias para o funcionamento global corporal. “Muitas vezes estes pacientes perdem força muscular junto com a perda de peso, então auxiliamos com adaptações corporais referentes a postura e centro de gravidade”, comenta a fisioterapeuta. Ela destaca que na AGMA o atendimento é personalizado com fisioterapeutas e educadores físicos que atuam para a total reabilitação e bem-estar dos pacientes.

A psicóloga Ana Caroline Oliveira frisa que a psicoterapia é mais um acompanhamento importante no pós-cirúrgico já que auxilia a tratar as mudanças na autoimagem. “É um suporte para o paciente e muitas vezes para os familiares também para que eles tenham boa qualidade de vida”. 

 

Eco Medical Center

Funcionamento: Segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. Sábado: 7h às 13h30.

Endereço: Rua Goiás, 70 - Água Verde, Curitiba/PR

Atendimento: convênio e particular. 

Agendamento das consultas: app Conectadoc Cuidado Digital (disponível no Google Play e Apple Store), www.ecomedicalcenter.com.br ou (41) 99228-8593.

 

Hipersensibilidade: Causas e tratamentos

 Como o diagnóstico correto pode auxiliar adultos junto ao tratamento da dor aguda e hipersensibilidade
 

Tomar um suco refrescante ou beber um chá quente, pode ser um verdadeiro pesadelo para quem tem sensibilidade nos dentes. Segundo dados da última pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, em 2010, mostra que 25% dos brasileiros sofrem com algum tipo de dores no dente, incluindo a hipersensibilidade.

Muitas vezes a dor é tão comum, que os pacientes acabam adaptando seu estilo de vida para evitar o incômodo ao invés de buscar um tratamento eficaz.

Pensando nisso, a GUM, marca norte americana de cuidados bucais, traz algumas dicas e fatos importantes que vão auxiliar as pessoas a prevenir e tratar a hipersensibilidade dentária além das consultas periódicas e avaliação com o Cirurgião Dentista.
 

Causas

A hipersensibilidade nos dentes pode ocorrer pelos seguintes fatores: quando a camada protetora do dente -- o esmalte - se desgasta; quando a raiz do dente fica exposta; escovação com carga excessiva ou realizada de maneira errada; alterações químicas, como o alto consumo de bebidas ácidas ou por doenças gastrointestinais como o refluxo. A causa é a mesma: Exposição dentinária/dos túbulos dentinários, causando um reflexo de dor a mínimas agressões como mudança de pH e térmicas, pois desequilibra e movimenta o fluido presente nos túbulos dentinários.
 

Sintomas

Desconfortos como uma dor aguda e intensa ou até mesmo calafrios podem indicar hipersensibilidade. Isso acontece principalmente quando os dentes sofrem alguma exposição a estímulos térmicos como alimentos frios ou quentes, quando há o consumo de alimentos ácidos ou açucarados e quando se tem algum atrito, como a escovação ou mastigação. Porém, é necessária a avaliação por um Cirurgião Dentista para classificar a hipersensibilidade - que pode ser confundida com lesões de cárie (principalmente as interproximais, que são de difícil visualização clínica) ou até mesmo problemas oclusais.

 

Tratamento

Algumas das opções possíveis para tratar as dores, é a correta seleção dos dentifrícios e escovas dentais, consultas periódicas com o dentista para tratamento com laser e/ou aplicação de vernizes e tratamento médico no caso de refluxos.

De acordo com Letícia Rigo, consultora da GUM, usar pastas de dente que não sejam muito abrasivas, escovar os dentes adequadamente com uma escova ultra macia, usar o fio dental todos os dias, ter uma alimentação equilibrada sem o abuso de bebidas ácidas e com muito açúcar e ir regularmente ao dentista são alguns dos métodos que contribuem para que os dentes não fiquem suscetíveis a hipersensibilidade, contribuindo para uma qualidade de vida a curto e longo prazo.

 

GUM

 

No mês do aleitamento materno, Extrafarma dá 6 dicas para uma amamentação saudável e tranquila


A Organização Mundial da Saúde criou em 1992 o Agosto Dourado, a campanha de incentivo à amamentação, com o nome tendo sido escolhido já que a cor representa o padrão ouro do leite materno. Para reforçar a importância do aleitamento, o Ministério da Saúde organiza no Brasil a Semana Mundial do Aleitamento Materno, que acontece de 1 a 7 de agosto. Todos os anos, um tema é escolhido e materiais são produzidos e lançados em 14 idiomas.

De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente, a amamentação exclusiva alcança 45,8% dos bebês com até seis meses no Brasil. O órgão afirma que amamentar reduz o risco da mulher contrair câncer de útero e de mama. Para o recém-nascido, o aleitamento materno fortalece o sistema imunológico, reduz os riscos de obesidade, desenvolvimento de diabetes, hipertensão e infecções respiratórias.

Pensando na importância da amamentação para as mães e seus filhos, a Extrafarma separou algumas dicas que podem ajudar no momento de amamentar e como tornar o processo menos cansativo. 


  1. Cuide da sua alimentação e hidrate-se

O ideal é ter uma alimentação balanceada, rica em frutas, legumes, verduras, vegetais, grãos e proteínas magras. Além dos alimentos, é importante beber água: uma boa hidratação ajuda a garantir a produção do leite materno.


  1. Procure uma posição adequada

Se possível, acomode-se em uma poltrona ou cadeira com apoio para os braços. Avalie as posições constantemente a cada mamada e sempre leve o bebê até o peito, não o peito até o bebê.


  1. Use roupas confortáveis

Prefira as que facilitem os movimentos, além de sutiãs com alças largas e boa sustentação.


  1. Saiba a pega correta da mama

A boca do bebê deve estar aberta, os lábios virados para fora e o queixo encostado na mama. A criança deve abocanhar toda a aréola, não apenas o bico do peito.

  1. Alimente o bebê por livre demanda, sem marcar horários

O ideal é amamentar sempre que o bebê solicitar ou apresentar sinais de fome.


  1. Relaxe

Algumas mulheres passam por dificuldades na hora de amamentar. Por isso, esteja presente no momento, evite distrações como aparelhos eletrônicos, tenha paciência e confie no processo.

Alguns produtos podem agregar a esse processo, como as bombas tira-leite, utilizadas para esvaziar a mama e estimular a produção de leite. No site www.extrafarma.com.br você encontra esses e outros itens que auxiliam no momento da amamentação.


Combate ao tabagismo: benefício para todos e para toda a vida


Tabagismo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a doença da dependência da droga nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco, seja cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo, cigarro de palha, fumo de rolo, narguilé ou vaporizadores eletrônicos. A dependência ocorre porque a nicotina, após ser absorvida e chegar ao cérebro, libera substâncias químicas que levam a uma sensação passageira de prazer e bem-estar, fazendo com que os fumantes repitam o processo várias vezes ao dia. Embora o cigarro seja o representante mais conhecido desse mal, todos os demais meios utilizados no hábito de fumar devem ser considerados como nocivos, uma vez que o dano é causado pela inalação das mais de 4700 substâncias nocivas contidas na fumaça do tabaco, não existindo, portanto, uma quantidade segura para o seu consumo. 

Considerado a principal causa de morte evitável no mundo, o tabagismo é tido como um dos grandes problemas em saúde pública do planeta, estando diretamente relacionado com a morte de mais de 7 milhões de pessoas mundialmente a cada ano, sendo mais de 200 mil somente no Brasil. Além disso, estima-se que os problemas decorrentes do fumo custem cerca de US 1 trilhão por ano à economia global. Com a exposição frequente, as substâncias nocivas podem levar a mais de 50 problemas graves de saúde, dentre os quais destacam-se os respiratórios (enfisema e fibrose), circulatórios (hipertensão arterial e insuficiência vascular), cardíacos (infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca), neurológicos (infarto cerebral e demência), neoplásicos (câncer e tumores), reprodutivos (impotência masculina e infertilidade feminina), obstétricos (prematuridade e baixo peso), odontológicos (gengivite e perda de dentes), psiquiátricos (dependência química e psicoses), além de comprometer a qualidade de vida do fumante. 

Devido a esses males, estima-se que uma pessoa tabagista tenha redução de até 20 anos em sua expectativa de vida. De fato, a associação entre tabagismo e doenças é tão forte que cerca de 90% dos cânceres de pulmão diagnosticados apresentam o fumo como o principal responsável. Além disso, 30% de todas as doenças que acometem a população fumante estão, direta ou indiretamente, ligadas ao hábito de fumar. Infelizmente, a fumaça do tabaco não é um risco apenas para quem fuma, pois os fumantes passivos possuem, quando comparados a grupos que não possuem contato com o tabaco, risco aumentado de desenvolver câncer de pulmão, além de doenças cardiovasculares e respiratórias. 

Pensando na proteção desse grupo de pessoas, foi estabelecida a Lei Antifumo (lei nº 12.546/11), que proíbe o tabagismo em ambientes coletivos públicos e privados, incluindo locais parcialmente fechados com divisória (os chamados fumódromos), bem como restringe as propagandas de cigarro. Essas e outras medidas, ancoradas do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, fizeram com que o número de fumantes no Brasil tenha diminuído ao longo das últimas décadas. Nas capitais, segundo o Ministério da Saúde, o índice de adultos fumantes caiu de 16,2% em 2006 para 9,1% em 2021. 

Embora seja uma queda expressiva, ainda hoje a mortalidade associada ao tabagismo é considerada alarmante, comparada somente às atingidas pelas grandes pandemias, como a do novo coronavírus. Portanto, com o objetivo de estimular os setores formadores de opinião da sociedade e conscientizar a população sobre os riscos decorrentes do hábito de fumar, o país se mobiliza todo dia 29 de agosto no Dia Nacional de Combate ao Fumo, data instituída em 1986 pela lei nº 7488. Tendo como tema Tabaco: Ameaça ao Nosso Meio Ambiente, a campanha desenvolvida pela OMS este ano alerta não apenas sobre os prejuízos que o uso do tabaco e a exposição ao fumo passivo causam na saúde dos indivíduos, mas também alerta sobre o impacto ambiental causado pelo tabaco, desde o cultivo, passando pela produção, distribuição e os resíduos, como meio de promover uma razão adicional para o abandono do hábito de fumar. 

Também como forma de encorajar aos que pretendem parar de fumar, o Sistema Único de Saúde (SUS) garante tratamento gratuito para o processo de quebra da dependência química da nicotina, inclusive com medicamentos e acompanhamento profissional. Embora o abandono deste vício nem sempre seja algo fácil de conquistar, o esforço vale à pena, pois os benefícios da abstinência do tabaco vão aumentando proporcionalmente na medida em que ela seja mantida, chegando até mesmo ao ponto de uma pessoa abstinente há 10 anos, voltar a ter os mesmos riscos para câncer e infarto que uma pessoa que nunca fumou. Portanto, nunca é tarde para iniciar o tratamento. 

Convidemos nossos amigos, familiares, colegas de trabalho que são tabagistas a ingressar nesta cruzada contra o tabagismo, encorajando-os a iniciar o movimento por eles mesmo. O benefício é para todos e para toda a vida! 

 

Pedro Henrique de Almeida - médico emergencista e professor no Curso de Medicina da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná -- FEMPAR.


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