Pesquisar no Blog

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Especialista dá dicas do que fazer ou não na hora de regar plantas


Observar é um dos passos mais importantes para entender as necessidades de cada uma das espécies


Ter plantinhas em casa dá vida aos ambientes, deixa tudo mais alegre e com aquela atmosfera gostosa de lar de verdade. Mas muita gente desiste de ser “mãe/pai” de plantas porque, em algum momento, já deixou uma - ou algumas - morrer e acha que não tem vocação para isso. Sim, elas exigem cuidados, mas nada que um pouco de atenção e algumas dicas não resolvam. 

Por isso, a especialista em plantas Gabriela Heringer, uma das sócias do ateliê de cerâmicas e curadoria de plantas Studio Lily, dá informações preciosas do que deve e não ser feito na hora de regar. “Olhe de verdade para as suas plantas, aos poucos fica fácil identificar as necessidades delas através das folhas, que murcham ou caem. Vale lembrar também que a mudança não acontece do dia para a noite, então se você regar hoje e amanhã ela ainda não estiver muito bem, espere mais uma pouco porque ela pode reagir ainda”, explica Heringer. 

Quem tem plantinhas em lugares altos, de difícil acesso ou mesmo precisa sair durante alguns dias e não tem quem possa dar um pulo em casa para regar, existem alguns acessórios que podem ajudar. Um deles é o irrigador, com um recipiente onde é depositada uma quantidade de água, que vai sendo gotejada aos poucos na terra. 

Confira seis dicas para saber o que fazer ou não na hora de regar plantas:

 

Borrifador: Não usar o tempo todo porque a planta pode ficar “melada”. A água fica na superfície e não molha nem a terra, nem a raiz adequadamente.

 

Rega consistente: Regar ao redor da planta, ao longo de toda a borda do vaso, até sair água pelos buraquinhos do vaso.

 

Sol: Regar no meio do dia, com sol quente, faz a água evaporar mais rápido, a raiz pode “cozinhar”. Então os melhores horários são de manhã ou ao entardecer.

              

Dedo: Nada de regar todas as plantas nos mesmos dias e horários pré-estabelecidos por você. Para sentir a necessidade de cada uma basta usar o dedo. Isso mesmo. Coloque a metade do dedo na terra para sentir se está seca ou não e, só então, decidir se é o momento de regar.

 

Água da chuva: Se tiver uma varanda ou local que possa colocar todas as plantinhas durante a chuva, elas vão adorar. Uma ideia, caso não dê movimentar os vasos, é usar um recipiente para recolher a água e depois utilizá-la para regar. 

              

Luminosidade e local: Isso faz toda diferença na hora da rega. As que estão perto da janela ou do ar-condicionado precisam de muito mais água do que as que estão em locais mais escondidos e com menos vento. Neles, a água evapora mais devagar e a terra fica mais úmida por mais tempo.

 

O que esperar para o setor de eventos pós Covid-19

Um dos setores mais afetados pela crise econômica e social provocada pela pandemia, a paralisação dos eventos e feiras de negócios tem gerado consequências negativas para uma enorme cadeia de serviços. Certamente temos que considerar as mais de 1 milhão de vidas perdidas em todo o mundo e o sofrimento dos seus entes queridos. Porém, estamos sem realizar eventos profissionais há mais de dez meses e as estatísticas diárias dos números de infectados e de mortes não decrescem. Ou seja, o vírus se propaga e vai continuar se propagando com ou sem encontros físicos de negócios.


Perde o setor para o qual o evento é realizado - pois dos eventos nascem negócios - e perde ainda mais a cadeia de valor de toda a indústria de serviços relacionada. Com toda a responsabilidade e competência, é hora de mudarmos este cenário de incerteza. Precisamos defender nossa capacidade de organização de um evento seguro e com visitação qualificada, que garantirá o sucesso e retorno do investimento aos expositores. Shoppings e supermercados seguem abertos, por que os eventos estão sendo transferidos? Por que as promotoras aceitam a proibição? Quem é profissional e conhece o valor do seu produto não pode se apequenar.

Neste período desafiador, conseguimos ressignificar nossa função, com criatividade e inovação. A valorização dos produtos locais, desenvolvimento de tecnologias, como os tecidos antivirais, foco na sustentabilidade são alguns exemplos que sugiram na indústria têxtil e de moda. Na área de eventos, vemos como uma tendência os eventos regionalizados, que não dependem de malha aérea, locação de automóveis, entre outros serviços. A Febratex, por exemplo, abrange sobretudo o Polo Têxtil de Blumenau e Vale do Itajaí, localizado em Santa Catarina, que concentra mais de 3 mil indústrias e emprega 112 mil trabalhadores formais. Tudo isso num raio de 200 km de onde é organizada a  feira, fortalecendo o turismo regional de negócios.

O modelo híbrido de evento é outra tendência a ser observada, aliando a presença física com o alcance do virtual. Porém, o presencial ainda é fundamental, pela experiência completa que proporciona. As pessoas ainda precisam ver as máquinas em funcionamento, compará-las, tocar nos produtos, negociar com os expositores. Somos seres sociais e precisamos dos encontros físicos para viver melhor e, na negociação comercial, o vínculo pessoal que se cria através do presencial traz muito mais satisfação e confiança para as partes.
 
Eventos fortes contribuem para a recuperação da economia, criam oportunidades de negócios, transformam visitantes em empreendedores. É de reforço estratégico que a economia precisa e os eventos de negócios cumprem este papel com maestria. Esperamos que 2021 comece com mais segurança e a certeza de que nosso setor irá voltar à posição de protagonismo que merece.

 


Giordana Madeira - Diretora executiva do Febratex Group, de Portugal

 

Janeiro Branco: saúde mental em foco no início de 2021

Campanha chama a atenção para conscientização sobre a importância do adoecimento emocional


O início do ano marca a divulgação da campanha Janeiro Branco, que tem como objetivo chamar a atenção para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas. Em um momento no qual a pandemia de Covid-19 está prestes a completar um ano de duração no Brasil, o incentivo ao cuidado mental se mostra cada vez mais necessário, seja entre os pacientes, seja entre seus familiares.

De acordo com Rodrigo Lancelote Alberto, médico psiquiatra e diretor técnico do CAISM-FR (Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental de Franco da Rocha), gerenciado pelo Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" (CEJAM) em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, a fase mais recente da pandemia tem gerado sentimentos de desgaste e desesperança, que levam as pessoas a procurarem por atendimento psiquiátrico ou psicológico na rede pública de saúde.

"O tempo decorrido desde o início da pandemia e do isolamento é grande, especialmente se consideramos as diversas modificações de hábitos que foram impostas de maneira abrupta às pessoas. Houve um rompimento das rotinas, um medo crescente e constante diante das notícias com os números de mortos e infectados, além dos impactos financeiros/sociais e da redução das práticas esportivas e de lazer por conta do isolamento", explica o especialista.

Nesse sentido, um dos objetivos da campanha Janeiro Branco é estimular a manutenção dos tratamentos daqueles que já os faziam antes da pandemia, e que, por algum motivo, reduziram as consultas e o acompanhamento, e também incentivar que novos pacientes procurem por auxílio profissional para tratar possíveis desordens mentais e emocionais.

"O tratamento psiquiátrico, basicamente, tem algumas fases: aguda, continuidade e manutenção. Ou seja, é necessário um seguimento de consultas para ajustes e avaliações clínicas com o objetivo de atingir a cura ou, pelo menos, o maior alívio do sofrimento e melhora da qualidade de vida possível", afirma o médico, ressaltando os possíveis prejuízos causados a quem interrompe os tratamentos de forma abrupta.

"Vale lembrar que nenhum tratamento deve ser interrompido por conta própria, independente da doença que se busque curar ou acompanhar. Interromper de forma abrupta ou antecipada o tratamento psiquiátrico ou psicológico pode trazer prejuízos como, por exemplo, os efeitos físicos e psíquicos da retirada de alguns tipos de medicamentos, assim como o retorno precoce dos sintomas. Isso facilita e intensifica uma possível recaída e/ou uma recorrência da doença", completa. 



Ajuda familiar e tratamento

O apoio familiar para quem manifesta sintomas de desordem mental ou emocional é essencial, seja na pandemia ou fora dela. Alberto ressalta que, no dia a dia, familiares e amigos podem reconhecer os sintomas, quando a pessoa apresentar características como ansiedade, tristeza e falta de motivação sem qualquer motivo aparente ou de forma mais intensa e duradoura do que seria comum.

"A função da família e pessoas próximas é fundamental, pois, em muitos casos, o esforço contínuo e desmedido da pessoa em manter sua rotina é tão grande que não se percebe ou então não se observa a privação e os prejuízos que ela sofre em sua qualidade de vida. Ou seja, através de um esforço muito intenso, o paciente tende a esconder, de si e dos outros, os problemas mentais e emocionais que possa estar enfrentando, retardando a busca por tratamento", explica o médico.

O tratamento de transtornos psiquiátricos requer a adoção, em conjunto, de medicamentos e terapia. A individualização do tratamento faz com que o objetivo possa ser alcançado de forma mais rápida, eficaz, adequada e consistente.

"Portanto, jamais o paciente deve se automedicar ou tomar remédios de conhecidos ou familiares. Além disso, a terapia sempre deve ser realizada com profissional habilitado, pois vai muito além de uma simples conversa ou bate-papo. Por fim, e não menos importante, cada pessoa necessita manter as rotinas, alimentação saudável e reservar tempo para atividades de lazer e atividades físicas. Deve-se, ainda, evitar excessos de informações neste momento, reservar horas de sono suficientes e não consumir drogas", complementa. 



Janeiro Branco

A campanha é realizada no primeiro mês do ano porque é nesse período que as pessoas, em termos simbólicos e culturais, procuram pensar e avaliar suas vidas, suas emoções e suas relações sociais.

A ideia da cor da campanha é promover o entendimento de que, como uma folha ou uma tela em branco, todos podem ser inspirados a (re) escreverem suas próprias histórias. E que, nesse sentido, o auxílio psiquiátrico e psicológico pode ser fundamental para enfrentar desordens de ordem emocional ou psíquicas.

Além de conscientizar, a campanha busca combater tabus e mudar paradigmas sobre a saúde mental, promovendo palestras, oficinas, cursos, materiais de divulgação e abordagem de pessoas em espaços públicos. Em 2021, por conta da pandemia de Covid-19, a ação tem priorizado espaços abertos e formatos online.





Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"-  CEJAM


Alguns hábitos ajudam a manter a circulação saudável durante o Verão

Extremidades frias, inchaço dos membros inferiores, dor, cansaço excessivo, sensação de formigamento e aparecimento de varizes podem ser sinais de má circulação. "As mudanças de hábitos simples podem ajudar a melhorar esses sintomas", diz Caio Focássio, cirurgião vascular de SP. O especialista lista medidas para manter o sistema circulatório saudável.

O médico explica que pode ser até normal que, depois de um longo dia de trabalho, as pernas fiquem inchadas e até doloridas. Porém, o constante aparecimento desses sintomas pode ser sinal de algo mais grave, como falhas na circulação. Com isso, pode haver uma concentração excessiva de líquido na região, que pode ser causada por vários motivos, dificultando o fluxo sanguíneo.

Os fatores hormonais também podem ser desencadeantes desse problema. "Além disso, situações como o sedentarismo, doença renal e até cardíaca podem ser o cerne do problema", explica Dr. Caio. Mas, em grande parte das vezes, o inchaço no final do dia é causado pela falta de movimentação que se agrava nos dias mais quentes.

O cirurgião vascular listou 5 dicas que podem livrar suas pernas desse mal - principalmente nos dias mais quentes do verão. Confira!

• Levante: Para quem trabalha sentado é recomendável levantar a cada hora. As pessoas que trabalham em pé precisam ficar atentas, o uso de meias elásticas para quem não tem contra indicação é uma boa medida a ser tomada;

2- Mexa-se: Praticar exercícios físicos regularmente - caminhada, bicicleta ou corrida que estimulam o retorno sanguíneo

3- Pés para o alto: Em casa, relaxe e eleve os pés - com uma almofada, por exemplo. Assim, o retorno venoso é facilitado, diminuindo o inchaço.

4- Beba água: O consumo de água diário ajuda o funcionamento dos rins e, com isso, pode também diminuir o inchaço.

5- Controle a balança: Manter o peso diminui os riscos do aparecimento de varizes. Além disso, estar em forma diminui os sintomas de inchaços das pernas

 

 

FONTE: Dr. Caio Focássio - Cirurgião vascular formado pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Pós graduado em Cirurgia Endovascular pelo Hospiten - Tenrife (Espanha). Médico assistente da Cirurgia Vascular da Santa Casa de São Paulo.

https://www.drcaio.com.br

Instagram: @drcaiofocassiovascular


Oferta de implante contraceptivo subdérmico pelo SUS será tema de Consulta Públic

A proposta de inclusão tem como foco a prevenção da gravidez não planejada. Consulta pública está disponível até 01/02/2021.

 

A oferta de mais um método contraceptivo pelo Sistema Único de Saúde (SUS) está em avaliação. Após a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) contrária ao fornecimento gratuito do implante contraceptivo subdérmico para todas mulheres com idade entre 18 e 49 anos que desejem utilizar o método, uma consulta pública foi aberta e ficará disponível até o dia 01/02/2021 para participação da sociedade no processo de tomada de decisão. O tema foi debatido pelos membros da CONITEC, sendo considerada a possiblidade de oferecer o implante contraceptivo para grupos específicos de mulheres, como dependentes químicas, vivendo com HIV ou em uso de medicamentos com potencial teratogênico, o que será reavaliado após a Consulta Pública.

O implante subdérmico de etonogestrel é um método contraceptivo de longa ação que demonstra menor falha, dentre todos os métodos existentes, mesmo em comparação com métodos irreversíveis, como laqueadura e vasectomia (VER TABELA). De simples aplicação, o bastonete flexível, de 4 cm de comprimento, é inserido no braço da mulher e o hormônio é liberado gradualmente no organismo, com a função de inibir a ovulação e, assim, impedir a gravidez, por até 3 anos.

"Os métodos reversíveis de longa ação, conhecidos por LARCs, não dependem da lembrança e do uso correto pela usuária para fazer efeito. São os mais indicados para a prevenção da gravidez não planejada, além de reduzir o risco de mortalidade, de complicação gestacional e neonatal e reduzir custos com saúde pública", explica Dr. Luis Bahamondes, ginecologista e professor da Universidade Estadual de Campinas.

No Brasil, a taxa de gestações não planejadas ainda é alarmante: são 1,8 milhão de gestações por ano, o que representa 55,4% de todos os partos. E 32,2% das mulheres em idade reprodutiva não utilizam qualquer método contraceptivo. Além da falta de acesso, os anticoncepcionais disponíveis e oferecidos com maior frequência são aqueles que apresentam maiores taxas de falha na prevenção da gravidez não planejada - 6%, 9% e 18% para injetáveis trimestrais, pílulas e preservativos masculinos, respectivamente1 -, devido principalmente à baixa adesão, à descontinuidade e ao uso incorreto.

Além dos benefícios sociais, a inclusão do método no SUS, teria um grande impacto na economia do país: gestações não planejadas têm custo de R 2.323, segundo estudo realizado em 2010 e sem atualização desde sua publicação. O custo total anual atribuído às gravidezes não planejadas foi de 4,1 bilhões de reais3.

"Aproximadamente 20 milhões de mulheres no Brasil dependem dos ambulatórios públicos de planejamento familiar. A ampliação do acesso de mulheres e homens à informação e aos métodos contraceptivos é uma das ações imprescindíveis para que possamos garantir o exercício dos direitos reprodutivos no país" - finaliza Bahamondes.


 

MSD

https://www.msd.com

Twitter , LinkedIn e YouTube .


Paciente de leucemia mieloide aguda e sua cuidadora contam como é a jornada de tratamento


Aqueles que desenvolvem uma doença grave como a leucemia mieloide aguda - LMA, em geral, precisam contar com os cuidados de um familiar. Casados, Lierson e Viviane contam como o apoio mútuo e da família, o que é fundamental para o tratamento da doença.

 

A leucemia mieloide aguda - LMA é um tipo de câncer que afeta o sangue e a medula óssea. É a forma mais comum de leucemia aguda nos adultos e caracteriza-se pela produção e crescimento rápidos de células sanguíneas anormais, que se desenvolvem na medula óssea e podem impedir a produção de células sanguíneas saudáveis¹. Lierson Brígido, engenheiro eletrônico, 63 anos, começou a sentir os primeiros sintomas; fraqueza, manchas roxas e pequenos sangramentos em meados de junho de 2019. Sua esposa, a enfermeira Viviane Brígido, logo notou que algo estava errado e levou o marido ao pronto socorro, onde ele realizou um hemograma e logo foi encaminhado a um hematologista.

“O meu primeiro pensamento foi: por que isso está acontecendo comigo? Os resultados dos primeiros exames solicitados pelo hematologista mostraram que eu tinha desenvolvido a síndrome mielodisplásica que, em poucos meses, evoluiu para a LMA. Foi um período muito complicado”, conta Lierson. Viviane, por sua vez, relata que no momento da descoberta, Lierson não queria aceitar o tratamento, ela precisou compreender o momento do marido, esperar, mas sem deixar de encorajá-lo.

“O tratamento do paciente com LMA é uma jornada. É um processo difícil, pois a pessoa se vê diante de sua fragilidade e potencial fim de vida. Por isso, ela precisa ter alguém junto para ajudar nesse caminho e acho que o cuidador preenche esse papel”, afirma o hematologista Fabio Pires, responsável pelo transplante e por acompanhar o tratamento pós-transplante de Lierson. A LMA é uma doença agressiva, de rápida progressão, e que atinge principalmente adultos. A idade média de um paciente com LMA é de 68 anos². Portanto, o período de tratamento é bastante complexo. Por conta da idade avançada, os pacientes podem apresentar comorbidades, como diabetes, pressão alta, entre outras. Além disso, são meses de internação para que o paciente tome a quimioterapia, culminando ainda com a imunossupressão do indivíduo.

“Ela sempre foi muito firme comigo, e isso foi fundamental para eu ter rapidamente chegado aonde estou hoje. Desde a perda dos cabelos, das unhas e do apetite, decorrentes dos tratamentos quimio e radioterápicos, ela sempre esteve ao meu lado me dando a força que eu precisava”, conta Lierson sobre sua esposa.  E não foi fácil, já que a sua terapia culminou com a chegada da pandemia do COVID-19 ao Brasil. Em março de 2020, véspera de sua internação, Lierson, Viviane e dois de seus três filhos se reuniram para cortar os cabelos do pai. Logo depois, Viviane passou dois meses, em completo isolamento, sem nem poder sair do quarto, acompanhando o marido no hospital. “É algo que nunca paramos para pensar. Passar tanto tempo em um quarto com janelas antirruído e com ar-condicionado passa uma sensação ainda maior de isolamento. O silêncio, não ouvir um pássaro e nenhum barulho da rua, é torturante”, afirma Viviane.

No momento em que todas as atenções estão voltadas para o paciente, é importante atender também às necessidades do cuidador ou da cuidadora. Ele ou ela também acaba passando por um momento de muito estresse. “Eu gosto de sempre conversar com o cuidador. Explicar que ele precisa reservar um tempo para ele, contar com uma alimentação saudável, praticar atividades físicas. A analogia que eu faço, é que o tratamento da leucemia é uma maratona, e não uma corrida de 100 metros. Se o cuidador assume um desgaste tão grande logo no início. Ele não vai conseguir apoiar o paciente durante todo o processo”, afirma o Dr. Fabio.

Hoje, Lierson está em fase de recuperação, tomando as medicações necessárias e fazendo exames de sangue quinzenais para controlar eventuais alterações. Além disso, para recompor seu sistema imunológico, também iniciou um calendário de vacinas que irá levar vários meses. Ele diz que ter Viviane ao seu lado foi muito importante ao longo de toda a jornada. “E continuará sendo até muito depois de eu receber alta definitiva. Mas não posso me esquecer da minha família e amigos que sempre estiveram ao meu lado e me deram apoio e suporte para que eu pudesse passar por tudo”.


Sobre a Leucemia Mieloide Aguda – LMA

A LMA é uma doença agressiva e os sinais tendem a aparecer precocemente³. Esses sintomas não são exclusivos da doença e podem estar relacionados a outras condições clínicas. Ainda assim, caso se perceba algum dos sintomas, é importante consultar um médico4. Os sintomas mais frequentemente relatados por um paciente com LMA são: fadiga, fraqueza, falta de ar, tontura, dores de cabeça, hematomas e sangramentos, perda de peso, perda de apetite, febre e infecções frequentes¹. Estes sintomas estão relacionados à diminuição da produção de células sanguíneas normais, que ocorre quando as células leucêmicas invadem a medula óssea. Estas alterações podem ser diagnosticadas nos exames de sangue, que detectam a escassez de glóbulos vermelhos, a diminuição dos glóbulos brancos e menor número de plaquetas³.


Sobre a campanha “O Cuidado nos Inspira”

A Astellas Farma Brasil criou a campanha “O Cuidado nos Inspira” com o intuito de celebrar todos os cuidadores não profissionais de paciente de doenças graves, como a LMA. Esses cuidadores são normalmente familiares que assumem as responsabilidades e cuidados de seu ente querido sem receber nada em troca. Nós queremos celebrar essas pessoas, reconhecer sua força e dedicação e essa jornada conjunta que vivem com os pacientes. Todo esse carinho é o que nos motiva a buscar o melhor tratamento para a doença, nos instiga todos os dias a perseguir esse ideal e é o que nos inspira.

 



Astellas Farma Brasil

www.astellas.com/br

 


REFERÊNCIAS

¹De Kouchkovsky I, Abdul-Hay M. Blood Cancer J. 2016 Jul 1;6(7):e441.

²Estatística para a Leucemia Mieloide Aguda. Oncoguia. Disponível em: < http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estatistica-para-leucemia-mieloide-aguda-lma/7944/331/) Acesso em. 29 de set. de 2020

³Perini G. Leucemia mieloide aguda – LMA. Associacao Brasileira de Linfoma e Leucemia [Internet]. Publicado em: 07 abr 2016. Disponivel em: <http://abrale.org.br/lma/o-que-e>.

4Sinais e sintomas da leucemia mieloide aguda (LMA). Oncoguia. Disponível em: < http://www.oncoguia.org.br/conteudo/sinais-e-sintomas-da-leucemia-mieloide-aguda-lma/1598/332/> Acesso em: 30 de set. de 2020


Cinco erros que prejudicam a saúde dos pés no verão

Reprodução Freepk
Andar descalço, dispensar as meias e não secar bem entre os dedos são os principais descuidos. Atitudes favorecem micoses, bicho de pé e outros problemas

 

A estação mais quente do ano chegou e com ela, a oportunidade perfeita para exibir os pés em sandálias ou calçados abertos, mas para isso é essencial cuidar muito bem desta parte do corpo. O calor e a transpiração em excesso, por exemplo, podem provocar o surgimento de fungos e bactérias, causando frieiras,  micoses ou até  queda das unhas, nos casos mais graves.  Para evitar esse tipo incômodo, a podóloga e coordenadora técnica da Doctor Feet, rede especializada em cuidados com os pés, Malú Pinheiro, listou os seis erros mais comuns que as pessoas cometem no verão e que podem afetar a saúde dos pés. Confira!

 

  • Dispensar as meias 

No calor algumas pessoas renunciam às meias, mas isso é um erro, especialmente quando se usa tênis. “Dê preferência às meias de algodão; elas absorvem melhor o suor dos pés melhorando o conforto para a prática de exercícios”, aconselha Malú.


  1. Usar o mesmo calçado

Esse erro é comum em qualquer época do ano, mas no verão os pés transpiram ainda mais, por isso, o recomendado é alternar os calçados e deixá-los em local arejado após o uso.


  1. Não cuidar dos pés

Muita gente só se lembra dessa parte do corpo na hora de calçar uma sandália, mas descuida da saúde dos pés o ano todo. “Aconselho observar qualquer alteração na coloração das unhas, ressecamento nos pés ou surgimento de bolhas, uso de produtos específicos para os pés, alimentação balanceada e a visita regular ao podólogo para não só no verão mas em todo ano ter unhas e pés saudáveis”, recomenda a podóloga.


  1. Deixar os pés molhados

Secar bem os pés após o banho é essencial, mesmo nos dias de calor, principalmente se, logo na sequência, já for calçar o sapato. A umidade entre os dedos pode provocar frieiras. 


  1. Andar descalços em locais públicos

Esse é um erro comum, especialmente nessa época do ano. “É necessário estar com o calçado, principalmente na praia, onde a incidência de parasitas, como Tunga Penetrans (causador do bicho de pé), é maior”, avisa a especialista.

 

 


Doctor Feet

www.doctorfeet.com.br  

Instagram: @doctor_feet

 

Volta às aulas: é hora de levar as crianças ao oftalmologista

Essa é a época ideal para fazer o check-up ocular infantil; especialista do Hospital CEMA alerta para problemas oculares que podem aparecer nessa fase, e sobre o quanto o uso de eletrônicos pode ser nocivo para a saúde dos olhos


Falta pouco para o retorno das aulas. Embora ainda exista incerteza sobre como será essa retomada, os pais já estão se organizando para esse momento. Além do material didático, mensalidade, matrícula, uniforme, transporte, existem outras preocupações que devem ser colocadas nessa lista: a saúde da criança. Essa é a hora de fazer um check-up médico, algo que algumas escolas já exigem. Nesse sentido, vale cuidar também dos olhos dos pequenos, pois é na fase escolar que muitos problemas oculares são observados. "As atividades escolares demandam uma qualidade de visão que, muitas vezes, somente nesse contexto pais e professores perceberão a necessidade. Por exemplo, enxergar bem a lousa independentemente do lugar que senta e outras situações que dificultam o acompanhamento do ensino", explica a oftalmologista do Hospital CEMA, Ingrid Porto. Além disso, com a pandemia e o aumento no uso de aparelhos eletrônicos, vários problemas oculares podem ter se agravado.

"O uso excessivo de telas está relacionado a diversos transtornos oftalmológicos, entre elas a miopia", explica a médica. Para crianças abaixo de 2 anos, esses aparelhos não são recomendados; entre 2 e 5 anos, o ideal é que o uso de telas não ultrapasse 1 hora por dia, e entre 6 e 12 anos o recomendado é de, no máximo, 2 horas por dia, segundo recomendação da Sociedade Brasileira de Oftalmopediatria. A especialista alerta para alguns sinais que os pais devem observar e que podem indicar problemas de visão, como quando a criança se aproxima muito de objetos para conseguir identificá-los, ou pisca excessivamente, faz força para enxergar algo longe ou tem dores de cabeça frequentes, geralmente no fim do dia ou após a leitura. "Vale lembrar que o acompanhamento oftalmológico deve acontecer desde cedo. O primeiro exame deve acontecer entre 6 meses e 1 ano de vida. Após essa primeira avaliação, é recomendado o exame anual. Algumas delas podem necessitar de acompanhamento mais frequente, conforme recomendação médica", detalha a médica.

O primeiro exame a ser feito é o teste de olhinho, ainda na maternidade, se possível. Na infância, os exames mais importantes são medir acuidade visual, ou seja, a clareza da visão, o de refração, que identifica erros refracionais, como miopia e astigmatismo; o teste de motilidade ocular extrínseca (avalia a mobilidade, musculatura e alinhamento ocular) e mapeamento de retina (que analisa o fundo de olho e toda a sua estrutura). De todos esses, os que são mais incômodos são o de refração e o mapeamento de retina, já que exigem aplicação de colírio para dilatação da pupila; os demais costumam ser bem confortáveis para os pequenos. 


O check-up ocular é essencial para evitar que a criança tenha problemas escolares em função de problemas de visão e ajuda a identificar doenças mais sérias e fazer o tratamento adequado. 





Fonte médica: Dra. Ingrid Porto, oftalmologista do Hospital CEMA
CRM: 169632


Por que os pacientes oncológicos não estão na lista de prioridades da vacina para a Covid-19?

Daniel Gimenes, médico oncologista do Grupo Oncoclínicas, esclarece pontos importantes a respeito do assunto, como comorbidades associadas e quais tipos de câncer despertam preocupação



A chegada da vacina para prevenir a Covid-19 está sendo aguardada no mundo todo, já que o vírus ainda continua se alastrando de forma feroz e atingindo pessoas de diversas faixas etárias. O governo de São Paulo já fez alguns pronunciamentos a respeito da proximidade dessa data e dos critérios de escolha dos grupos que receberão as primeiras doses. Um dos questionamentos que tem sido levantado ultimamente é a não inclusão dos pacientes portadores de câncer nas listas de prioridade. Por que eles não integram essa preferência. Segundo o oncologista Daniel Gimenes, do Grupo Oncoclínicas, há vários pontos importantes que devem ser levados em questão ao analisar esse fato.

O médico explica que, em agosto de 2020, publicações renomadas como a do Memorial Hospital, de Nova York, e de Oxford, apontaram, após avaliar casos ocorridos dentro da própria ala oncológica, que os pacientes com tumores sólidos tiveram os mesmos riscos, mesmos períodos de internações e chances de cura do que qualquer outro que não tivesse a doença. "Isso nos trouxe uma certa tranquilidade e conseguimos manter alguns pacientes em tratamento", conta.

Daniel Gimenes ressalta que a taxa de mortalidade entre os pacientes oncológicos observada até o momento é muito baixa. De acordo com o médico, a grande preocupação está com aqueles que são considerados "vasculopatas", que integram o grupo de risco por seus critérios clínicos associados, como idade avançada, hipertensão severa, diabetes, obesidade, antecedente de doenças como infarto ou trombose, entre outras.

Juntam-se a eles ainda os pacientes hematológicos, portadores de tipos de câncer como leucemia, linfomas, mieloma múltiplo e, principalmente, os receptores de transplante de medula. Daniel Gimenes afirma que, no caso dos transplantados, a preocupação ainda é dobrada, por conta da imunossupressão muito intensa.

O oncologista do CPO Oncoclínicas ressalta que os pacientes com câncer não só podem, como devem receber a vacina. "Tanto a de Oxford como a Coronavac são desenvolvidas seguindo os métodos tradicionais de vacina, o que não coloca em risco quem está em tratamento para o câncer", aponta.

O critério para a escolha de quem integrará a relação de beneficiados com a vacina levará em conta não o diagnóstico de câncer, mas sim os critérios clínicos gerais de cada indivíduo. "Se um paciente com tumor maligno está bem e não apresenta qualquer outra comorbidade associada, nem tampouco faz parte do grupo considerado de risco por critérios de idade, com certeza ela não estará na primeira ou segunda leva de convocados para a vacina. Talvez nem na terceira. E isso não deve ser um fator de ansiedade ou preocupação", afirma Daniel Gimenes. Ele frisa ainda que de forma geral os diferentes tipos de câncer ainda não fazem parte dos critérios de escolha para recebimento da vacina.

O que já se sabe sobre o plano de vacinação para Covid-19

No estado de São Paulo, único do país que conta com uma agenda própria até o momento, a previsão de início da imunização com uso do Coronavac é 25 de janeiro de 2021. A parcela da população paulistana a ser contemplada em um primeiro momento é composta por profissionais da área de saúde que estão na linha de frente contra o novo coronavírus, indígenas, quilombolas e os idosos com mais de 60 anos, de forma escalonada. Estimativas do Governo estadual indicam que 77% dos óbitos pela COVID-19 estão concentrados nesta faixa etária.

Já no restante do Brasil o clima é ainda de expectativa para a aprovação de uma das alternativas de vacina disponíveis pelos órgãos nacionais competentes. Mas apesar da aplicação de um imunizante contra o novo coronavírus ainda não ter uma data federal prevista, o Ministério da Saúde anunciou um plano preliminar que indica que as doses, quando liberadas, serão distribuídas em quatro fases, priorizando diferentes grupos da população:

Fase 1: trabalhadores da área de saúde, idosos com mais de 75 anos e pessoas acima de 60 anos que vivem em instituições de longa permanência.

Fase 2: idosos de 60 a 74 anos em qualquer situação.

Fase 3: pessoas que apresentem condições de saúde relacionadas a casos mais graves de Covid-19, tais como problemas respiratórios, diabetes, hipertensão e obesidade.

Fase 4: professores, profissionais das forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e a população carcerária.

Janeiro Branco: a saúde mental não pode ser mais um tabu

Rafaella Cristina Curatolo, psicóloga, diz ser importante que as pessoas entendam que quando se fala sobre saúde mental não está apenas focando na ausência de doenças ou sintomas, mas sim na promoção de bem-estar

 

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que o Brasil é o país que concentra o maior número de pessoas ansiosas no mundo. O percentual estimado é de que 9,3% da população, o que representa 18,6 milhões de brasileiros que convivem com o transtorno.

Outro levantamento realizado pela OMS mostra que 5,8% dos brasileiros sofrem com a depressão, sendo a maior taxa da América Latina, e a segunda maior das Américas, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Infelizmente, ainda é motivo de tabu falar sobre depressão, ansiedade e outros transtornos mentais que afetam a população brasileira. No entanto, os dados da OMS mostram que além de necessário, é urgente debater o tema e combater o preconceito. Para difundir a importância do assunto, foi criado o movimento Janeiro Branco, que tem o objetivo de conscientizar e falar abertamente sobre os cuidados com a saúde mental.

"É importante que nós, como pessoas e cidadãos, possamos ter um olhar mais amplo sobre a questão mental. Entender que quando falamos em saúde mental não estamos apenas focando na ausência de doença ou sintomas, mas sim na promoção de bem-estar. Janeiro Branco traz a possibilidade em nos conscientizarmos sobre o assunto, em perceber que nossos comportamentos e estilos de vida influenciam na saúde e podem gerar sofrimento", afirma Rafaella Cristina Curatolo, psicóloga da clínica Atende Mais.

Ninguém fica depressivo ou ansioso do nada, os sintomas são produtos de processos que vêm ocorrendo num espaço-tempo, por isso é preciso falar sobre as dificuldades. Ao invés de interpretar como fraqueza ou "bobeira", é necessário compreender que há um sentido por de trás dessas emoções, e que apenas ao compartilhá-las é que é possível elaborar o sofrimento.

"O que venho observando, em minha experiência, é que a pandemia serviu como um enorme catalisador de sintomas e sofrimento mental. As pessoas tiveram que lidar com o desconhecido e tiveram que o fazer da maneira oposta ao extinto primitivo, se isolando ao invés de estarem unidas nas dificuldades. Além da solidão, outros determinantes como a preocupação com os entes queridos, com a situação financeira e econômica, o convívio obrigatório com pessoas sob o mesmo teto, a imposição emergencial de medidas de distanciamento que conflitam com a sensação de liberdade, as perdas sofridas, foram enormes frustrações para as pessoas, tornando-as mais vulneráveis a qualquer indisposição mental. A verdade é que fomos expostos ao nosso limite psicológico nesse tempo, e cada pessoa reagiu de acordo com a própria personalidade ou organização mental que possui, se uns mostraram sentimentos de coletividade e maior compaixão, muitos também mostraram tamanho egoísmo", comenta a psicóloga.


Exercícios diários para melhorar a saúde mental

Além dos exercícios físicos diários que são benéficos também na promoção de saúde mental, existem alguns exercícios cognitivos de respiração e meditação que podem auxiliar no controle da ansiedade e na promoção de bem-estar.

Geralmente, os profissionais da área de saúde mental, utilizam exercícios que mostram para o cérebro que estamos presentes no momento do agora e que não há razão alguma para estarmos em alerta ou antecipando pensamentos sobre o futuro.

"Durante uma crise de ansiedade, a pessoa deve mandar o comando de que está protegida, e para isso, usamos técnicas de respiração que lentamente deve-se inspirar pelo nariz e expirar pela boca, focalizando em objetos disponíveis no lugar em que esteja. Usa-se o tato, o olfato, a visão e até mesmo o paladar para a descrição do objeto, que condiciona o lado racional e minimiza o descontrole emocional na crisa", explica Rafaella Cristina Curatolo.

Também há estudos que comprovam o poder da meditação diária como prevenção aos sintomas mentais.


Como ajudar?

Primeiramente, não julgue! Busque acolher a pessoa em sofrimento, entendendo sempre que há algo por trás daquele sintoma.

Não interprete como frescura, fraqueza, loucura, nem minimize o que a pessoa está sentindo, ouça e a ajude buscando um profissional de saúde mental. É legal que o amigo ou o familiar se ofereça para acompanhar a pessoa em sofrimento na primeira consulta, isso a tornará mais segura. Também é importante lembrar que ninguém quer estar realmente nessa situação, que pode ser de extrema angústia para todos.


Especialista explica principais pontos sobre a vacina do Covid-19

O ano de 2021 já chegou. Com ele, a vacinação para Covid-19 começa a bater em nossa porta. No Brasil a situação ainda depende da aprovação da ANVISA, órgão que regula a administração de vacinas no país.

Em um cenário como esse, repleto de informações e fake News, é normal que surjam dúvidas em relação à vacina, afinal, todos nós queremos saber se nossas vidas voltarão "ao normal" em breve. Por isso respondo abaixo as principais perguntas sobre este assunto tão urgente.


Quais são as vacinas que estão em estágios finais e preparadas para aplicação?

Registradas na OMS existem, hoje, 222 vacinas em desenvolvimento, sendo 166 em fase pré-clínica (ainda não estão em testes em humanos) e 56 em fase clínica, sendo que 14 estão na fase 3 (última fase clínica).

Entre as vacinas já aprovadas, algumas se destacam, sendo elas:

• Pfizer/BioNTech

• Oxford-AstraZeneca

• Sinovac (CoronaVac)

• Sinopharm

• Sputnik V (Russa)

Vou aproveitar e explicar um pouco mais sobre a CoronaVac e as outras vacinas que possivelmente estarão disponíveis no Brasil.

A CoronaVac é uma vacina inativada, ou seja, age utilizando partículas virais mortas para expor o sistema imunológico do corpo ao vírus, sem arriscar uma resposta de doença grave. Esse método é mais tradicional e usado em vacinas bem conhecidas, como a da poliomielite e dengue.

Uma das principais vantagens da CoronaVac é que pode ser armazenada em uma geladeira padrão a 2 a 8 graus Celsius, como também acontece com a vacina Oxford, que é feita de um vírus geneticamente modificado que causa o resfriado comum em chimpanzés.

A vacina da Moderna deve ser armazenada a -20C e a vacina da Pfizer a -70, ou seja, tanto a CoronaVac quanto a vacina de Oxford-AstraZeneca são úteis em países em desenvolvimento e não possuem infraestrutura adequada.


Quais vacinas serão aplicadas na população brasileira?

No Estado de São Paulo foi negociada uma parceria entre o Instituto Butantã e a empresa chinesa Sinovac para desenvolvimento e distribuição da CoronaVac. O governo do estado anunciou a chegada de 2 milhões de doses no dia 18 de dezembro e o início da vacinação em 25 de janeiro. O governador do Estado de São Paulo pretende pedir à Anvisa uma autorização especial para uso da CoronaVac até o dia 7 de janeiro.

O governo federal sinalizou também a possibilidade de importação das vacinas da Astra Zeneca (em conjunto com a Fiocruz) e da Pfizer.

A Anvisa autorizou o uso emergencial e temporário de vacinas para Covid-19 no Brasil, desde que enviada documentação ao órgão, mas ainda não há outras vacinas registradas na agência para aplicação no país.


Como vai funcionar a vacinação no Brasil?

Inicialmente a vacina será destinada a profissionais de saúde e grupos de risco (idosos, indígenas e portadores de doenças crônicas), sendo então organizado um cronograma para incluir cada grupo da população. Deve ser algo parecido com as campanhas de vacinas de gripe.


Qual a importância dessa vacinação e como funciona a imunização de rebanho?

É importante que a maior parcela possível da população seja vacinada, alguns estudos sugerem que mesmo quando uma pessoa vacinada pega a doença, os sintomas tendem a ser mais leves.

No nível populacional, conforme as pessoas vão sendo vacinadas, a circulação do vírus começa a diminuir, até um momento em que a doença pode ser erradicada. A imunidade de rebanho que impede a circulação do vírus depende da eficácia da vacina e da porcentagem da população vacinada. Considerando a eficácia das vacinas desenvolvidas, será necessário vacinar entre 75% à 80% da população, para combater a pandemia.

Todas as vacinas podem ter efeitos colaterais (desde uma leve indisposição, até febre ou reação alérgica). As vacinas em fase final de estudo, apresentaram efeitos colaterais leves, principalmente relacionados à ativação do sistema imunológico.


A vida vai voltar ao normal depois da vacina? Por que é necessário continuar usando máscara e mantendo distanciamento social, mesmo após a vacinação?

A vacinação não garante o retorno à vida como era antes da pandemia, já que não temos a certeza do nível de proteção que a vacinação traz (qualquer uma das vacinas já liberadas ou em fase final) quanto à infecção ou ao desenvolvimento de sintomas graves. Esse é o principal motivo para manter as medidas preventivas até que se observe a redução de casos e óbitos a níveis não epidêmicos.

Também seria impossível controlar quais pessoas já foram vacinadas e quais não, enfraquecendo as ações populacionais de reforço na utilização de máscaras, distanciamento social e higienização.




Felipe Folco - diretor médico da Cia. da Consulta


Posts mais acessados