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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Tecnologia, relações de trabalho e lei trabalhista precisam evoluir de mãos dadas

Recentemente, a imprensa noticiou que uma das empresas de entrega por aplicativo iniciará um projeto de entregas utilizando drones. O projeto começará pela cidade de Campinas (SP), funcionando em pequenos trajetos para verificar a funcionalidade do modal. O objetivo claro é utilizar, no futuro, o máximo de rotas substituindo o trabalho dos entregadores. O drone é evidentemente mais barato, rápido e eficiente. O movimento de automação do serviço surge exatamente no momento de luta dos trabalhadores entregadores por melhores remunerações e condições de trabalho.

Jeremy Rifkin, em 1995, escreveu um livro chamado “o fim do trabalho”. Nesse livro, o autor narra, de forma premonitória, como a automação substituiria o trabalho humano, acabando com uma parte considerável das atividades existentes e promovendo o desemprego. Pesquisas mais recentes, como a de Frey e Osbourne, dois pesquisadores da Universidade de Oxford, além de outra da Universidade Nacional de Brasília, mostram que essa substituição pode chegar a cerca de 50% dos postos atuais.

Nessa mesma esteira, o israelense Yuval Noah Harari, na sua fantástica obra, nos traz a perspectiva que esta foi também a realidade em todas as revoluções industriais anteriores à quarta, que estamos vivendo. Ocorre que, diferente das demais, desta vez parece que os novos postos criados pelas novas tecnologias não substituirão aqueles que desaparecerão em decorrência dela. Ao mesmo tempo, querer lutar contra o surgimento de novas tecnologias ou comemorar cada percalço da indústria tecnológica nos transformaria em neo-luditas (os chamados “luditas” eram um movimento organizado que destruíam as máquinas durante a primeira revolução industrial), além de ser uma tarefa que já se mostrou inglória e completamente equivocada. É querer evitar que a sociedade, como um todo, avance em produtividade e qualidade de vida, em diversos aspectos.

Milton Friedman, economista ganhador do Nobel, ainda na década de 60, se reuniu com o governo de uma nação asiática que estava visitando. Levado a uma grande obra, surpreendeu-se ao ver os trabalhadores usando pás em vez de tratores e outros equipamentos pesados de terraplanagem. Ao ser questionado, o encarregado da obra explicou que esta havia sido concebida para ser parte de um “programa de emprego”. Naquele momento, Friedman deu uma resposta mordaz: “então por que não usam colheres em vez de pás?”.

A solução é criar novos profissionais, não lutar pra manter atividades arcaicas. Novas tecnologias, cada vez mais baratas, aumentarão ainda mais a distância entre os países desenvolvidos, com excelentes sistemas educacionais, capazes de formar profissionais capacitados a realizar atividades mais complexas, daqueles nos quais a educação, principalmente a básica, é precária. Os países em desenvolvimento tendem a ser invadidos por novas tecnologias, mais comuns e acessíveis, sem conseguir investir na criação do profissional mais qualificado. O mesmo acontece no Direito. Enquanto a doutrina trabalhista se descabela para entender essas novas relações de trabalho baseadas na tecnologia - e muitos estudiosos não conseguem enxergar além dos antigos modelos trabalhistas criados para uma realidade do início do século XX -, essas mesmas relações somem com a mesma velocidade que surgiram.

A principal plataforma de intermediação de serviço de transporte foi fundada em 2009. De lá até hoje, jamais teve lucro. Muitos entendem que cada vez mais dá indicativos que o seu real "core business" seja, não o transporte de passageiros, mas a captação de informações para utilizar em automóveis autônomos no futuro (lembrando que estes já são uma realidade). Ray Kurzweil escreveu certa vez que a tecnologia se desenvolve de forma exponencial enquanto nós acumulamos conhecimento de forma linear. Assim, nestas novas relações do século XXI, o operador do Direito parece estar sempre correndo atrás daquilo que não conhece.E quando finalmente entendermos, acontece o quê? Tudo já mudou novamente e nosso conhecimento acumulado a muito custo e que pouco gerou frutos já se mostra obsoleto. Enquanto não nos divorciarmos de conceitos ultrapassados criados para uma realidade industrial de chão-de-fábrica, o Direito, principalmente o ramo do Trabalho, como bem disse Orlando Gomes ainda na década de 50, “envelhecerá na própria adolescência”.

 



André Gonçalves Zipperer - advogado, doutor em Direito, pesquisador da USP (Getrab). Autor do livro “A intermediação de trabalho via plataformas digitais: repensando o Direito do trabalho a partir das novas realidades do século XXI”, pela editora LTr. É professor da pós-graduação em Direito do Trabalho da Universidade Positivo.

 

Com alta de quase 20% nos alimentos, “cesta da pandemia” fica mais cara em outubro

Crescimento do mercado interno e alta do dólar favorecem inflação; custo de vida em São Paulo também sobe

 
Em meio ao afrouxamento do isolamento social e à retomada lenta de alguns setores da economia, como o varejo, os preços da “cesta da pandemia” seguem em alta em outubro: segundo levantamento da FecomercioSP com base nos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), do IBGE, eles subiram 9,98% neste mês em comparação ao mesmo período do ano passado. É o maior crescimento para um mês de outubro desde 2016.
 



Em setembro, a cesta registrou alta de 8,52% – e, em agosto, cresceu 8,10%. A prévia da inflação de outubro, vale dizer, é de um aumento de 0,94%, segundo o IPCA-15.


A “cesta da pandemia” é uma elaboração da FecomercioSP para mensurar o desempenho dos preços de três grupos de produtos considerados essenciais para a subsistência em um momento de crise, como o atual: alimentação e bebidas; habitação; e saúde e cuidados pessoais.
 
Entre eles, a alta mais significativa foi do primeiro grupo, de alimentação e bebidas – 19,68% em comparação a outubro de 2019.
 
Só o arroz está 50,81% mais caro agora do que há 12 meses, por exemplo. Depois dele, itens como feijão (44,72%), leite (34,9%) e maçã (34,16%), além de carnes bovinas como músculo (36,33%), contrafilé (33,13%) e alcatra (25,9%), também tiveram aumentos expressivos nos preços em outubro. Por outro lado, produtos como batata-inglesa (-13,32%), cebola (-12,13%) e cerveja (-3,33%) registram queda.
 
Encontrar alimentos básicos com valor mais alto nas gôndolas dos supermercados também pressiona o custo de vida para cima, como aponta pesquisa da FecomercioSP com dados de São Paulo [veja tabela abaixo].
 
Os produtos do grupo de habitação tiveram crescimento de 8,22% – também o maior para um mês de outubro desde 2016 –, com destaque para o aumento de 10,19% no preço do detergente, em comparação com o ano passado.
 
Já os itens de saúde e cuidados pessoais ficaram 2,75% mais caros, abaixo da média – considerando a inflação dos outros dois grupos.
 
A expansão dos preços da “cesta da pandemia”, segundo a Federação, é resultado de fatores como o crescimento da demanda interna em meio à crise, a alta do dólar – que impacta nos custos de produção de alguns produtos – e, especialmente, no caso das carnes, o apetite do mercado exterior sobre partes bovinas e suínas.
 
Ainda de acordo com a FecomercioSP, a previsão é de que os preços dos alimentos continuem crescendo nos próximos meses, tanto pelas baixas dos estoques agora em comparação a 2019 quanto pela atração em exportar em dólar.


 
Custo de vida também sobe em São Paulo
Depois de registrar um tímido avanço em agosto, o Custo de Vida por Classe Social na região metropolitana de São Paulo (CVCS) teve alta de 0,60% em setembro. No ano, a expansão já é de 0,93%, enquanto o acumulado dos últimos 12 meses aponta para um crescimento de 3,04%.
 
É a maior alta do CVCS desde dezembro do ano passado, quando fechou em 1,03%. Além disso, é o crescimento mais significativo desde o início da pandemia.

 


Assim como mostram os números da “cesta da pandemia”, o aumento no custo de vida está ligado, principalmente, à inflação dos alimentos: 11,06% mais caros agora do que em setembro de 2019. Eles também cresceram 1,77% em comparação com agosto deste ano.
 
Artigos do lar também são itens vendidos mais caros agora: 4,07% de aumento em relação ao mesmo mês do ano passado, situação parecida à do grupo de despesas pessoais, com alta de 2,19% em 12 meses.
 
De acordo com a FecomercioSP, os dados gerais só não são mais altos porque os preços do setor de serviços, em retração desde o início da crise sanitária, amortecem a inflação.


 
Notas metodológicas


Cesta da pandemia


A Fecomercio tem feito um acompanhamento, desde o início da pandemia, do comportamento dos preços de acordo com hábitos de consumo que estão sendo alterados diante desta nova realidade, bem como a ponderação destes dispêndios no orçamento familiar. Para tanto, elabora mensalmente a cesta da pandemia, composta por três grupos considerados essenciais para a subsistência: alimentação e bebidas; habitação; e saúde e cuidados pessoais, com base em dados do IBGE.


 
CVCS


O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços e o IPV, 181 produtos de consumo.


Como aumentar as vendas no final de ano nos bares e restaurantes; veja 6 dicas

Especialista do setor food service aponta como aumentar o lucro nos comércios em feriados e final de ano

 

Segundo estimativas do IBGE, o ano de 2019 foi marcado por mudanças nos hábitos de consumo e, com isso, elevou o percentual desses gastos para 32,8% dos recursos destinados à alimentação. Em abril deste ano, a empresa Sodexo Benefícios e Incentivos divulgou um estudo que identificou uma queda de 89% no lucro dos restaurantes de áreas comerciais de São Paulo.

 

Com o retorno das atividades de bares e restaurantes, os comerciantes procuram meios para recuperar o tempo perdido enquanto estiveram fechados. Segundo Ana Paula Coelho, CEO da Monte Carlo Alimentos (https://www.montecarloalimentos.com.br/) - distribuidora com 26 anos de mercado focada em pequenos negócios do setor food service - se deu bem quem conseguiu se adaptar sem perder a qualidade e muito menos a confiança dos clientes. “Um negócio mais inteligente e lucrativo depende de um planejamento e de ações rápidas quando as coisas não dão certo”, explica. 

 

Com a chegada de alguns feriados e o final de ano, muitos comerciantes têm buscado meio para recuperar o prejuízo causado durante o isolamento. Pensando nisso, Ana Paula Coelho separou 6 dicas de como ganhar mais dinheiro com a proximidade do mês últimos meses do ano:

 

1. Use a criatividade


Com a proximidade das datas festivas de fim de ano, cidades turísticas do precisam se preparar para receber turistas. Uma boa alternativa é optar por técnicas como investir em entretenimento para o público infantil, como área de brinquedos ou equipamentos para desenho, além de um espaço pet friendly, ou seja, que receba os animais de estimação. Como nesse período as áreas abertas são mais procuradas pelos clientes, incluir o pet e as crianças no passeio pode ser atrativo. 

 

2. Invista em higiene e segurança


A higiene dos estabelecimentos alimentícios sempre foi determinante para o sucesso do negócio, porém, desde o início da pandemia do coronavírus, esse tópico ganhou ainda mais importância. Seguir as regras impostas para evitar a disseminação do vírus como distanciamento social e redução da capacidade total para evitar aglomerações são essenciais, além de adotar rígidas medidas de higiene como limpeza frequente e uso do álcool gel e máscara por parte de funcionários e clientes.

 

3. Monte um cardápio que atenda todos os públicos


Oferecer diversas opções de produtos, além de atrair novos clientes, fideliza aqueles que já consomem os serviços do estabelecimento, pois oferece a praticidade de adquirir múltiplos produtos que atinjam todos os públicos em apenas um local, como por exemplo, comida saudável, pratos e lanches vegetarianos ou até mesmo com restrição à lactose. Essa estratégia já atinge parte de comércios nichados, como lojas de produtos naturais, que hoje optam por funcionar como mercearias. É importante ressaltar que o momento pós crise pede um enxugamento dos cardápios, mas os comerciantes podem optar por pratos e lanches montados pelo cliente.

 

4. Trabalhe com promoções 


A crise econômica atingiu muitos brasileiros durante a pandemia. Por isso, clientes buscam alternativas de gastar menos em suas compras. Promoções como combos e vouchers de desconto atraem essa parcela do público e também abrangem novos consumidores, que são atraídos pela ação. Pense em formas criativas de chamar atenção do cliente para a causa em si e se organize para realizar esses atendimentos de forma que não impacte a sua estrutura. Além disso, outra atividade que tem chamado bastante a atenção são as ações solidárias com instituições sem fins lucrativos. Muitos clientes têm buscado locais que estão contribuindo com organizações que estão ajudando a população na recuperação da crise. 

 

5. Aposte em redes sociais


A quarentena intensificou a tendência do e-commerce pelas redes sociais. Com a volta flexibilizada, elas ainda podem ser aliadas do comércio na divulgação dos produtos, pois têm potencial de atingir um grande número de pessoas e aumentar a rede de vendas. Além disso, recursos como sorteios de produtos pela plataforma do Instagram podem angariar novos clientes e visibilidade para a marca.

 

6. Informe os componentes dos alimentos


Cada vez mais, os consumidores têm prezado por uma relação transparente com os restaurantes e empresas de alimentos. Informar corretamente os ingredientes utilizados na confecção dos produtos, além de informações como valor energéticos e itens que podem ser alergênicos, cria uma relação de confiança entre o comércio e o comprador. 

 


Monte Carlo Alimentos

https://www.montecarloalimentos.com.br/


VALE A PENA CONTRATAR UM AGENTE DE INTEGRAÇÃO?

Empresas especializadas em estágio facilitam o processo de admissão


Estagiários proporcionam diversas vantagens às empresas. Energia, novas ideias e vontade de aprender são algumas das características dos jovens capazes de fazer a diferença em qualquer equipe. Na hora de realizar um processo seletivo para esse tipo de admissão, muitos me perguntam qual é a melhor maneira e eu indico: conte com o auxílio de um agente de integração. 

Esses parceiros são especializados no ramo. Segundo a Lei 11.788/08, eles são responsáveis por identificar oportunidades de estágio, ajustar suas condições de realização, fazer o acompanhamento administrativo, encaminhar negociação de seguros contra acidentes pessoais e cadastrar os estudantes. 

Portanto, os integradores facilitam a vida de todas as partes envolvidas no estágio. Por meio de seus portais especializados e do relacionamento com as instituições de ensino, os alunos têm acesso às vagas gratuitamente. Com esse banco de dados e a divulgação das oportunidades, é realizado o encaminhamento dos alunos no perfil com horário marcado. Dessa maneira, é possível selecionar os talentos de acordo com a necessidade da corporação interessada e dentro das exigências das escolas e faculdades.  

Além disso, ainda realizam a elaboração e administração dos pontos do Termo de Compromisso de Estágio - TCE.  Por serem especialistas no assunto, podem se certificar do adequamento das atividades à lei, supervisão do cumprimento da carga horária limitada e outros detalhes. Com a expertise dos profissionais, os contratos são preparados já com os pré requisitos de cada curso e escola. Essa proximidade com a parte educadora ainda possibilita maior velocidade para validações, relatórios, declarações e emissão de documentos solicitados.  

O controle de aditivos, ou seja, o monitoramento e o envio da prorrogação do contrato por meio de complementos com antecedência, também é realizado pelos agentes. Na hora da firma, a burocracia fica para trás por meio das assinaturas digitais automatizadas, utilizadas por diversos agentes. É um método seguro e rápido para agilizar a vida dos clientes e estagiários.  

De acordo com a legislação, a duração do estágio é de, no máximo, dois anos em uma mesma corporação. Assim, as organizações especializadas auxiliam enviando alertas acerca do encerramento da atividade. Além disso, possuem sistemas gestores inteligentes para facilitar ainda mais a rotina do setor de recursos humanos. São muitas vantagens, logo, uma maneira segura e eficaz de abrir oportunidades para quem está começando no mercado!  

Ofereça vagas de estágio e conte com um agente de integração para realizar os procedimentos de maneira otimizada. A primeira vivência no mundo empresarial é uma forma eficiente para a prática dos conhecimentos absorvidos em aula. Dessa forma, você contribui com a educação e futuro do Brasil!

 


Carlos Henrique Mencaci - presidente da Abres - Associação Brasileira de Estágios


Como mulheres podem conquistar liberdade financeira?

 Especialistas explicam como ter uma relação saudável com o dinheiro


"Mulher não é boa com números", "Não entendo nada de mercado financeiro, acho difícil e complicado", são alguns dos pensamentos que podem afastar as mulheres da tão sonhada liberdade financeira. Envoltas, desde a infância, em modelos de comportamento e estigmas que dificultam seu contato com o dinheiro, elas podem, quando crescem, ter dificuldades em manter uma boa educação financeira. Mas, esse quadro é reversível.

A psicoterapeuta Sabrina Amaral, da Epopéia Desenvolvimento Humano, explica que até as brincadeiras de infância podem influenciar na relação feminina com o dinheiro: "Desde pequenas, não somos estimuladas a aprender a lidar com dinheiro e administrá-lo. O tabu já começa nas brincadeiras, em que as meninas ficam com suas panelinhas, brincando de casinha e esperando, passivamente, o papai voltar. Esse estigma segue durante nosso desenvolvimento e aí não aprendemos sobre investimentos, o porquê de economizar, como funciona a questão dos impostos, como negociar ou a fazer nossa própria declaração de Imposto de Renda. Tudo parece difícil e complicado demais! Então, muitas vezes, recorremos ao gerente de contas do banco, ao nosso pai ou nosso marido”.

Além disso, questões emocionais também influenciam. “Se você tem problemas de autoestima e não se valoriza, certamente, não terá uma boa relação com o dinheiro. Se não tiver um bom nível de autoconfiança para reconhecer sua capacidade de ser livre financeiramente, também não terá a tão sonhada liberdade financeira. Isso, sem mencionar a ‘compensação emocional’, em que muitas pessoas gastam mais do que têm, tentando compensar uma falta interna que nunca é preenchida”, relata a psicoterapeuta.

Como consequência, de acordo com Sabrina Amaral, é comum que surjam problemas psicológicos: "A depressão está muito relacionada aos problemas de autoestima e sentimentos de incapacidade; o burnout pode advir de extensas jornadas de trabalho para sustentar um padrão de vida que não se consegue manter; adicção por compras em que a pessoa compra compulsivamente; e até mesmo a dependência emocional que prende as mulheres a relacionamentos tóxicos e abusivos".


Conquistando a liberdade financeira

Para aprender a lidar melhor com estas situações, a especialista em organização financeira pessoal Simone Sgarbi, do Investir, eu? preparou algumas dicas práticas que podem contribuir com essa jornada de ser livre financeiramente:

Se você está em um relacionamento

Faça um diagnóstico: Saiba qual seria seu custo de vida real caso tivesse que se manter sozinha. Analise entre as contas de sobrevivência, como aluguel, luz, água, gás, alimentação, até itens de comodidade como celular, serviços de streaming, algum hobbie, enfim, sua vida, qual é o volume de dinheiro que sustenta essa casa. Suponha que, por algum motivo, seu relacionamento acabe. Por quanto tempo você consegue, com seus rendimentos, manter seu padrão de vida?

“Incentivamos as mulheres a se imaginarem nessa situação e a buscarem soluções. Por exemplo, no caso do parceiro ou parceira serem os responsáveis pela maior parte das contas da casa, aconselhamos um seguro de vida e, para uma maior tranquilidade familiar, um seguro para doenças graves”, destaca a especialista.

Converse com o parceiro: Nos últimos meses, o casal conversou sobre o que falta para que cada um se sinta mais feliz? Qual é o maior sonho do seu companheiro? Reservam tempo para conversar sobre finanças, ao menos, uma vez no mês? Falar sobre faz com que as questões financeiras sejam mais transparentes, e que cada um consiga ter autonomia mesmo dentro de uma relação com salários muito diferentes. “Você pode ser uma mulher independente, mesmo quando ganha menos que seu parceiro. Independência não é sobre o quanto você ganha, é sobre o quanto você precisa para viver”, completa.

Caso pretenda seguir sozinha

Aja com consciência: Se você está em um relacionamento, mas pretende se divorciar, deve ter em mente que o casamento é um contrato, e como tal tem suas regras de rescisão. No momento de assinatura dele, vocês decidiram como seria a partilha dos bens.

Procure um advogado para orientação e, antes de agir por impulso, pense: Se você trabalha, seu salário é suficiente para cobrir seus custos? Se não trabalha comece a se preparar para voltar ao mercado de trabalho. Se precisar reduzir seu custo de vida, sabe o que cortar? Vai continuar morando na mesma casa? Vão vender e dividir o valor? Vai precisar mudar de bairro? Seus filhos precisarão mudar de escola? Você tem uma reserva financeira para os custos com advogado, mudança e outros imprevistos durante o processo?


Se você não está em um relacionamento, mas vive com alguém

De olho no orçamento: Se você ainda mora com os pais ou divide a casa com amigos, mas quer morar sozinha e ser independente, o raciocínio segue a mesma ordem. Observe seu estilo de vida e descubra quanto precisa receber de valor líquido por mês para conseguir trilhar esse caminho. Lembre-se, quanto menor for seu orçamento mais livre você será, pois dependerá menos dos rendimentos mensais que receber.


Como ser forte para enfrentar essa jornada?

Em paralelo às dicas da Simone Sgarbi, vale a pena investir em autoconhecimento, como afirma a psicoterapeuta Sabrina Amaral: “Você precisa saber o motivo de não ter uma relação saudável com o dinheiro. Trabalhe sua autoestima e, igualmente, lute para mudar sua atitude mental, sentido-se verdadeiramente merecedora. Para mudar quem você é, é preciso desapegar daquilo que você acredita ser. Valores, crenças limitantes, paradigmas e tudo aquilo que você acredita piamente e restringe seu crescimento. Pode ser difícil seguir esse caminho, ainda mais sozinha, por isso, é inteligente se abrir para algum tipo de acompanhamento emocional, como por exemplo, a psicoterapia”.

A especialista em organização financeira pessoal, Simone Sgarbi, ressalta que é um trabalho contínuo e depois de algum tempo, inclusive, pode levar à independência financeira. "Liberdade financeira e independência financeira são conceitos diferentes. Uma pessoa livre financeiramente tem reservas suficientes para poder tomar decisões como mudar de casa, de emprego, de estado civil, com tranquilidade. Uma pessoa independente financeiramente consegue viver dos seus rendimentos sem precisar trabalhar, por exemplo, recebendo dividendos de ações ou fundos imobiliários, royalties por algum livro ou produtos que criou, recebimento de aluguéis, previdência etc. Essa é uma construção passo a passo que começa no controle de suas finanças hoje", conclui.


Simone Sgarbi - O ponto de virada na vida de Simone Sgarbi aconteceu em um momento em que ela estava sufocada em múltiplas dívidas. Então, pensando em estratégias para sair desse ciclo, iniciou no mundo da educação financeira e, não só reverteu a sua situação, passando de devedora a investidora, como criou o Investir, eu?, que ajuda outras pessoas a se planejarem financeiramente e a investir. Especialista em organização financeira pessoal, com formação na FGV (Fundação Getúlio Vargas), no curso Como organizar o orçamento familiar, e Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), nos cursos Mercado financeiro de A a Z e Planejamento de Investimentos, atualmente Simone também promove o Círculo de Educação Financeira que, por meio de pequenos grupos e grade de estudos personalizada, dispõe às pessoas conhecimentos e ferramentas exclusivas para melhorar sua relação com o dinheiro. Instagram investir_eu l Facebook investireu l Blog: investireu.com


Sabrina Amaral - psicoterapeuta Sabrina Amaral acredita na transformação do ser humano e, após uma vivência de duas décadas na gestão de processos de RH, fundou a Epopéia Desenvolvimento Humano que se propõe a levar à tona o que o cliente tem de melhor com o intuito de ajudá-lo no processo de se tornar pleno, inteiro e feliz.Linkedin epopeia-coaching l Facebook/Instagram epopeia.com.br l Site www.epopeia.com.br



7 possibilidades de renda extra sem investimento

A pandemia trouxe a necessidade das pessoas se reinventarem profissionalmente em busca de uma renda para se manterem; o empreendedor digital Alex Vargas lista opções para ajudar este público

 

A pandemia do novo coronavírus fez com que algumas pessoas procurassem novas formas de ganhar dinheiro. Com os comércios de rua fechados e um grande índice de demissão, o empreendedorismo se tornou a melhor opção para quem precisava de uma renda extra ou até mesmo para sobreviver em meio a crise. Para se ter uma ideia, entre março e julho deste ano, 600 mil trabalhadores se tornaram MEIs (Microempreendedor Individual), atingindo um crescimento de 20% em comparação com o mesmo período de 2019.

Para Alex Vargas, empreendedor digital com 800 mil inscritos em seu canal no YouTube, há muitas possibilidades para conseguir uma renda extra. A internet é uma ótima opção para quem deseja iniciar no mundo do empreendedorismo, mas em primeiro lugar é necessário esquecer o ‘preconceito’ que existe de que o sucesso, nesses casos, acontece de uma hora para a outra. “O empreendedorismo digital é sim uma ótima oportunidade, porém é preciso ter em mente que necessita de uma boa estratégia e paciência, assim como qualquer outro inicio de negócio. Aquilo que as pessoas falam que empreender no mundo digital propõe um retorno imediato, muitas vezes, é um mito”, explica.

Outro ponto importante é a necessidade de dedicar um tempo específico para não perder o foco, além de entender que empreender pela internet também é um trabalho que deve ser valorizado como outro qualquer. “Muitas vezes, familiares e amigos não acreditam que esse é um tipo de trabalho válido e começam a te colocar pra baixo. É importante conversar e pedir o apoio necessário enquanto você tenta algo novo”, relata o empreendedor.

Para ajudar quem está procurando novas formas de se reinventar profissionalmente, Alex Vargas lista algumas maneiras de empreender sem precisar investir. Confira:

 

1. Seja um afiliado de plataformas: o afiliado não precisa de produtos para vender e nem de qualquer tipo de investimento, é preciso apenas entrar em plataformas como Hotmart e Eduzz e se afiliar aos ítens que estão disponíveis gratuitamente. Com isso, é preciso iniciar a divulgação dos produtos e ganhar uma comissão por cada venda.

“As comissões variam entre 40% até 70% de cada produto, então são valores bem altos. Na Hotmart, por exemplo, se a pessoa se afilia e começa a vender um produto de R$ 500 reais, há chances dela ganhar até R$300 reais em cima dele. Eu tenho convicção que ser um afiliado é uma das melhores formas de começar do zero para ter uma renda extra”, diz Alex.

 

2. Seja um produtor digital: nas mesmas plataformas citadas também existe a opção de ser um produtor. Neste caso, se o interessado tem algum conhecimento e gostaria de compartilhar, poderá criar produtos digitais como e-books, palestras, cursos e vender na plataforma, podendo assim ganhar uma renda extra em cima.

“Nessas plataformas, há produtos de todos os tipos. As pessoas podem vender conteúdos sobre exercícios físicos, ensinar a ler um livro mais rápido, curso de idiomas, ou palestras sobre bem-estar e saúde. Com base nos seus conhecimentos, você pode criar um produto digital e vender para quem tiver interesse. Ser um produtor é uma forma legal de se trabalhar, já que torna-se possível falar sobre algo que gosta, gerando grandes retornos financeiros”, complementa.

 

3. Cadastre seus cursos na Udemy: a Udemy é uma plataforma que vende cursos online sobre diversos temas, como idiomas, Photoshop, marketing digital, empreendedorismo e outros temas mais profissionais. São cursos simples, mas que podem gerar um bom retorno para quem os produz.

“A Udemy tem uma comunidade gigantesca de clientes, então quando você vende um curso por lá, a própria plataforma ajuda a divulgar o seu produto. Eles enviam e-mail marketing, fazem anúncios pagos, promoções para os clientes. Então só de você criar um curso simples e colocar na plataforma, já começa a vender e ganhar um bom dinheiro com isso”, explica Alex.

 

4. Seja um freelancer: se você quer começar a ganhar dinheiro mais rápido, essa também é uma das melhores opções. As possibilidades de um freelancer são gigantescas, já que ele pode ser contratado para montar um site, editar fotos e vídeos, escrever textos, realizar traduções de idiomas. Independente da especialidade, o freelancer pode proporcionar diversas oportunidades.

“Existem plataformas como, por exemplo, o Workana, em que as pessoas podem comprar os serviços ou oferecer eles. Então, se você é um freelancer, uma alternativa é acessar a plataforma e dar uma olhada no que as pessoas estão pedindo. Se encontrar alguma oportunidade que se encaixe, pode se candidatar. É um trabalho que exige tempo, mas que dá muito certo para quem precisa de uma renda extra e de resultados mais imediatos”, complementa o empreendedor.

 

5. Trabalhe com dropshipping: para trabalhar com o dropshipping, não é necessário ter um estoque de produtos, ou seja, quando um consumidor for comprar algum produto que você oferece na sua loja virtual, o seu trabalho será apenas avisar o seu fornecedor do pedido que recebeu e ele mesmo irá enviar direto para quem comprou.

“O dropshipping é uma opção muito legal para ter alguma renda. Existem pessoas que não acreditam muito nessa forma de ganhar dinheiro, mas funciona bastante. Se o seu fornecedor vende o produto por certo preço, você irá vender por um valor um pouco maior e irá ganhar dinheiro somente por essa intermediação. Existem pessoas que ganham muito dinheiro trabalhando dessa forma, é realmente válido tentar”, defende Alex.

 

6. Utilize o Mercado Livre: essa é uma opção muito parecida com o dropshipping. A plataforma tem uma rede de clientes e também faz a divulgação do produto que a pessoa deseja colocar para vender. É fácil para quem quer ganhar uma renda extra sem precisar investir muito.

“Existem muitas pessoas que importam produtos de fora, por exemplo, e começam a vender no Mercado Livre. Há quem trabalhe da mesma forma que o dropshipping para ganhar  dinheiro em cima da intermediação dessa venda. Existem inúmeras formas de vender seus produtos na plataforma, estoques não são necessários, pois podem gerar prejuízo na hora da venda. É um tipo de trabalho que pode render um dinheiro bem legal”, explica.

 

7. Seja um fazedor: Ser um ‘fazedor’ é querer sempre aprender, transmitir seus conhecimentos e apostar em coisas novas. A ideia aqui é que, se você faz um curso de marketing digital, por exemplo, depois aplique o que aprendeu para oferecer um serviço para outras empresas. Funciona basicamente como se fosse uma própria agência de marketing. No início, a pessoa trabalha com poucas empresas, mas é uma opção de tem potencial para crescer.

“Uma sugestão é que, se você encontrar uma empresa que precisa de marketing e quer vender o seu serviço, o trabalho pode funcionar de tal forma: no primeiro mês você oferece o seu trabalho de graça e, caso a empresa goste e queira continuar, nos próximos você recebe comissões. Todas as agências e pessoas que trabalham com marketing digital atualmente possuem algum tipo de retorno. É uma opção que não tem erro e vale muito a pena”, finaliza Alex.

 




Alex Vargas - empreendedor digital há mais de 15 anos. Desenvolveu dezenas de negócios na Internet. É criador de diversos treinamentos online, com destaque para o Fórmula Negócio Online que é considerado o treinamento mais indicado para quem quer começar um negócio do zero. Reconhecidamente como um dos mais bem sucedidos profissionais de marketing digital do Brasil. Desenvolveu os melhores treinamentos para empreendedores digitais, profissionais de marketing e afiliados da atualidade.Reconhecido pelo mercado como um dos melhores copywriters da atualidade. Criou cartas de vendas de altíssima conversão. Desenvolveu diversos negócios na Internet. Ganhou o prêmio de Empreendedor Digital do ano de 2019 do Afiliados Brasil.Motivador de pessoas. Aborda pontos de motivação e mindset para criação de negócios altamente lucrativo

 

 Nucleo Expert


Confira o funcionamento do Cate durante a emenda de feriados

As atividades serão retomadas na terça-feira, 3 de novembro, às 10h

 

As 25 unidades do Cate – Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo da Prefeitura de São Paulo estarão fechadas nesta sexta-feira, 30 de outubro, por conta do ponto facultativo do Dia do Servidor Público, que é comemorado no dia 28, mas foi transferido em decreto publicado do Diário Oficial da Cidade. Em decorrência do Dia de Finados, o equipamento permanecerá fechado na segunda-feira, 2 de novembro. As atividades retomam a partir de terça-feira (03), das 10h às 16h.

A população conta com 25 postos do Cate para a realização de serviços como habilitação de seguro-desemprego e formalização para o MEI – Microempreendedor Individual. Por conta da pandemia pelo coronavírus, é necessário agendar o atendimento pela Central 156 ou pelo portal sp156.prefeitura.sp.gov.br. No local, é fornecido álcool em gel e máscaras, caso o cidadão não esteja portando o equipamento de segurança.

 

Atendimento on-line para empreendedores

A Ade Sampa, agência vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, atende aos empreendedores do município por meio de canais remotos, como e-mail e aplicativos de mensagens de instantâneas. A maior parte dos interessados busca esclarecer dúvidas gerais sobre empreendedorismo, sobre a linha de crédito, cursos e serviços destinados ao MEI.

O serviço também estará suspenso durante os dias 30 de outubro e 2 de novembro. As atividades voltam ao normal na terça-feira (3).

     

Serviço 

  

 Agendamento:  

• Habilitação do Seguro-Desemprego 

• Formalização para o MEI – Microempreendedor Individual 

   

Central 156 

sp156.prefeitura.sp.gov.br

 

Unidades do Cate com atendimento das 10h às 16h

 

Centro/Sul

• Cate Central - Av. Rio Branco, 252

• Cate Interlagos - Av. Interlagos, 6122

• Cate Jabaquara - Av. Eng. Armando de Arruda Pereira, 2314

• Cate Cidade Ademar - Av. Yervant Kissajikian, 416

• Cate Parelheiros - Estrada Ecoturística de Parelheiros, 5252

• Cate Santo Amaro - Praça Floriano Peixoto, 54

• Cate Campo Limpo - Rua Nossa Senhora do Bom Conselho, 65

• Cate Vila Prudente - Av. do Oratório, 172

• Cate Capela do Socorro - Rua Cassiano dos Santos, 499

 

Zona Noroeste

• Cate Lapa - Rua Guaicurus, 1000

• Cate Butantã - Rua Doutor Ulpiano da Costa Manso, 201

• Cate Pirituba - Av. Dr. Felipe Pinel, 12

• Cate Perus - Rua Ylídio Figueiredo, 349

• Cate Jaraguá - Estrada de Taipas, 990

• Cate Santana - Av. Tucuruvi, 808

• Cate Brasilândia - Av. João Marcelino Branco, 95

• Cate Jaçanã - Rua Luis Stamatis, 300

 

Zona Leste

• Cate São Mateus - Av. Ragueb Chohfi, 1400

• Cate Cidade Tiradentes - Rua Milagre dos Peixes, 357

• Cate Itaquera - Rua Augusto Carlos Bauman, 851

• Cate São Miguel Paulista - Rua Dona Ana Flora Pinheiro de Souza, 76

• Cate Itaim Paulista - Av. Marechal Tito, 3012

• Cate Penha - Rua Candapuí, 492

• Cate Guaianases - Rua Hipólito de Camargo, 479

• Cate Sapopemba - Av. Sapopemba, 9064

 

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Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho

 

Reciclagem se aprende na escola

Como abordar o assunto em diferentes áreas do conhecimento e conscientizar a nova geração sobre a geração e destinação do lixo, um dos mais graves problemas ambientais da atualidade brasileira


O Brasil gerou, ao longo do ano de 2018, um total de 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos, de acordo com a última edição do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Mas, embora a Política Nacional de Resíduos Sólidos seja lei desde 2010, apenas uma pequena parte desse volume é efetivamente reciclada.

Ainda tomando 2018 como exemplo, um estudo encomendado pelo Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast) mostrou que apenas 22% do plástico descartado foi reciclado. O índice é muito baixo, principalmente quando se olha o cenário internacional. A União Europeia, no mesmo período, reciclou 75% do plástico gerado em seu território. "Esse cenário é consequência de uma cultura que não dá ao tema a devida relevância. Por isso, a escola tem papel fundamental para a construção de um futuro em que a reciclagem seja uma prática mais difundida", afirma a assessora pedagógica da Editora Aprende Brasil, Josimeire de Lima Sobreira.

Para Alexander Turra, professor do Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo, responsável pela Cátedra UNESCO para Sustentabilidade dos Oceanos, mudar essa realidade é fundamental para que se possa construir uma economia circular - uma lógica que transforma resíduos em matéria-prima e faz com que o ser humano deixe de pressionar os recursos naturais. "Isso traz mais lucidez ao processo de consumo e descarte”, explica. 

Josimeire avalia que o descarte é um dos mais graves problemas ambientais da atualidade. "Em muitos municípios não há aterros sanitários, então ele é feito em lixões, sem nenhum cuidado, fato que provoca danos não só ao ambiente, mas também aos seres humanos”, alerta. Ela explica que a abordagem para que as crianças compreendam a importância da reciclagem passa, primeiro, pela compreensão da realidade vivida por elas.


Gincana de reciclagem

Algumas reflexões podem ser úteis para os professores. Por exemplo, qual é a realidade do município em que a criança vive? Como são feitas a coleta e a destinação do lixo nesse local? “Se possível, é uma boa ideia trazer para a escola alguém que possa falar sobre essa realidade”, aconselha Josimeire. Em seguida, por meio de técnicas lúdicas como jogos, brincadeiras e canções, é preciso gerar a consciência de que a separação do lixo é uma das formas mais simples de cuidar do planeta. Por fim, é fundamental fazer com que essas práticas se tornem recorrentes entre os alunos.

 “Uma opção para começar o processo de conscientização é propor, no início do ano letivo, uma gincana cujo objetivo é que cada turma leve para a escola produtos derivados da reciclagem (papel, vidro, plástico, metal), que sejam pesados e, posteriormente, doados e/ou vendidos Assim, quando o ano acabar, a turma vencedora pode ser premiada", propõe. Segundo a educadora, a ideia, além de naturalizar a relação dos alunos com a coleta seletiva, também pode ajudar a levar esse costume para dentro das casas desses alunos, transformando assim os hábitos de famílias inteiras.

Turra destaca que, além do ganho ambiental, a reciclagem traz também um ganho econômico e social, "especialmente voltado a um setor que não é muito lembrado, que é o dos catadores e cooperativas de reciclagem. Nesse sentido, há uma oportunidade de geração de emprego digno, renda e bem-estar para um contingente enorme de pessoas”, reflete. 


Abordagem interdisciplinar

De acordo com Marco Aurelio Pereira Bueno,  assessor pedagógico da Editora Aprende Brasil, a reciclagem é parte dos conteúdos de Ciências no 2º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental. No entanto, para que as crianças de fato se conscientizem da relevância desse assunto, é importante tratar dele de forma interdisciplinar.

“Na Matemática, podem-se abordar as toneladas de lixo que são descartados sem nenhum tipo de separação, causando grande dano ao meio ambiente. Em História, é possível apresentar o avanço do consumismo ao longo dos séculos e o consequente aumento do lixo. Em Arte, trazer as possibilidades de produções a partir dos materiais recicláveis. Em Educação Física, criar jogos e brincadeiras a partir do lixo reciclável. Em Língua Portuguesa, propor a produção de contos, poemas e histórias que tenham como pano de fundo a reciclagem. Em Língua Inglesa, trabalhar com palavras que estejam vinculadas à temática, ampliando assim o vocabulário das crianças”, exemplifica.

Para Turra, a mudança de comportamento ocorre quando três coisas acontecem. "A primeira é o conhecimento, a informação e a ciência. A segunda é a emoção, que mexe com outros aspectos da cognição das pessoas. A terceira é a vontade de fazer algo acontecer. O jeito de se fazer isso é trazer os alunos para o protagonismo, compartilhar com eles o problema e fazê-los entender que eles são parte da solução. Tudo isso tem que fazer sentido para eles”, finaliza.

 

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