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sexta-feira, 27 de março de 2020

COVID-19 e câncer: cuidado redobrado com o paciente oncológico


Desde o dia 16 de março, o programa Mais Você, apresentado por Ana Maria Braga, deixou de ir ao ar por tempo indeterminado. A decisão da TV Globo foi baseada, especialmente, na proteção à saúde da apresentadora, que atravessa um tratamento com imunoterapia contra um câncer agressivo de pulmão.

Ana Maria Braga, que já estaria naturalmente no grupo de risco, pela faixa etária, deve ter cuidado redobrado por conta de seu estado de saúde. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), pacientes com câncer têm risco aumentado de apresentar manifestações graves da doença COVID-19 quando comparados a indivíduos sem câncer.

"Os pacientes com câncer, como é o caso da apresentadora Ana Maria Braga, podem apresentar imunidade mais baixa, estando mais vulneráveis a piores resultados de evolução clínica em caso de contaminação pelo Corona vírus. Por este motivo, é importante que a população saiba que o paciente oncológico está no grupo de risco e deve se proteger ainda mais, evitar ao máximo sair de casa, seguir corretamente as orientações que têm sido compartilhadas pelas autoridades e procurar com urgência um serviço de saúde em caso de sintomas de gripe acompanhados de febre e falta de ar, especialmente em caso de deterioração rápida do quadro", explica o Dr. Arnaldo Urbano Ruiz, cirurgião oncológico especializado em doenças do peritônio.

A SBCO, com base na experiência de entidades internacionais, que vivenciam ou já vivenciaram a crise da COVID-19, propõe a adoção de medidas mais intensas de proteção individual para pacientes com câncer, bem como a vigilância ou tratamento mais intensivos no caso de pacientes com câncer infectados, especialmente no caso de idosos ou portadores de outras comodidades graves.  


Crianças e COVID-19: Por que elas não estão ficando tão doentes


As crianças não são imunes ao COVID-19. Elas estão sendo infectadas com a doença e podem espalhá-la, mas não ficam tão doentes quanto os adultos. Dra. Nipunie Rajapakse, especialista em doenças infecciosas pediátricas da Mayo Clinic, oferece algumas dicas sobre por que isso ocorre.

"Há algumas informações interessantes sobre crianças e esse novo coronavírus", revela a Dra. Rajapakse. "As teorias sobre por que as crianças não estão ficando tão doentes têm a ver com a exposição a outros coronavírus, como o resfriado comum e seu sistema imunológico".


Ninguém está imune

"Sabemos que ninguém é imune a isso, porque esse é um vírus novo a que não fomos expostos no passado. Portanto, não acreditamos que alguém tenha imunidade preexistente a ele".


Teorias

"As crianças que foram infectadas, em sua maioria, aparentam estar tendo sintomas leves, por vezes inexistentes, relacionados à doença, aponta a médica. "Uma teoria é que sabemos que existem outros coronavírus que circulam pela população e causam o resfriado comum. E como as crianças frequentemente ficam resfriadas, há um pensamento de que talvez alguns desses anticorpos estejam as protegendo deste coronavírus".

"Outra coisa é que pode haver uma maneira de o sistema imunológico das crianças interagir com esse vírus, diferente do que estamos vendo em alguns adultos mais velhos ou pessoas que sofrem de doenças mais graves", pondera.

"Um fator adicional pode estar relacionado ao fato de que as crianças têm muito menos probabilidade de ter outras condições de saúde subjacentes, como doenças cardiovasculares, doenças pulmonares ou sistemas imunológicos enfraquecidos do que os adultos mais velhos", afirma Dra. Rajapakse. "Essas doenças subjacentes parecem ser um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças mais graves e complicadas em adultos. Até agora, houve relatos muito limitados sobre como as crianças que apresentam algumas dessas condições médicas subjacentes se saíram quando foram infectadas, e eles fazem parte de um grupo sobre o qual precisamos aprender o mais rapidamente possível".

De acordo com a médica infectologista, todas essas teorias estão sendo exploradas por pesquisadores que estão trabalhando para aprender mais sobre como o COVID-19 afeta as crianças.


Coronavírus: endócrino alerta que obesidade é grave fator de risco


Estudos indicam que obesos apresentam menor atividade antiviral

“A obesidade diminui a imunocompetência. Vários estudos em animais e em humanos demonstram isso. Pessoas com obesidade têm uma menor atividade citotóxica das células que detectam e destroem invasores, sejam vírus, bactérias e mesmo células cancerígenas. Por isso, pacientes com obesidade estão entre os grupos de risco para a infecção do novo coronavírus”, explica Dr. Marcio Mancini, endocrinologista especialista em obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
Dados indicam que sete em cada 10 pacientes internados em unidades de terapia intensiva no Reino Unido com coronavírus estavam com sobrepeso ou obesidade.
De acordo com a World Obesity Society, pessoas com obesidade em todo o mundo já estão em alto risco de complicações graves da covid-19 por causa do aumento do risco das doenças crônicas que a obesidade causa. Além disso, indivíduos com obesidade que se isolam e evitam o contato social já estão estigmatizados e experimentam taxas mais altas de depressão.
Experiência no passado – Dr. Mancini comenta que, durante a epidemia da H1N1 de 2009, a obesidade foi reconhecida como fator de risco independente para complicações da influenza. “Estudos com metanálises, que avaliaram pacientes com obesidade e H1N1, demonstraram um risco mais que duas vezes maior de internação em UTI e mortalidade. Em pesquisas, camundongos com obesidade induzida por dieta e infectados por influenza apresentaram menor atividade antiviral. Animais e humanos com deficiência do hormônio leptina têm mais infecções respiratórias”.
Vale lembrar que o excesso de peso atinge mais da metade da população adulta no Brasil (55,7%) e não é apenas uma doença da faixa etária considerada idosa.





SBEM-SP - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo
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