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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

O impacto das fake news no prejuízo à saúde


Especialista destaca segurança do ácido fólico para preservação da saúde do feto contrariando notícias falsas, de fontes desconhecidas


Termo que ganha cada vez mais notoriedade, as fake news estão presentes em todos os segmentos. Os prejuízos que podem causar são incalculáveis. Essa situação é preocupante, inclusive em saúde, o que leva médicos e pacientes a estarem ainda mais alertas às informações recebidas pelas mídias sociais. “Antes de seguir uma indicação para um tratamento ou compartilhar uma notícia, é essencial confirmar se as fontes confiáveis, ou você também estará contribuindo para a força das fake news”, alerta Dr. Antônio Cabral, doutor em Obstetrícia pela Unifesp e professor titular de Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG.

Um dos mais recentes alvos das fake news é o ácido fólico. Com eficácia comprovada, há 50 anos gestantes do mundo inteiro recebem suplementação com a vitamina, identificada como “obsoleta” em divulgações falsas, inclusive em comparação às “novidades” disponíveis no mercado. Uma dessas “novidades” é o metilfolato, que surgiu como sendo a versão atual do ácido fólico. “Definitivamente, esse não é o caso”, explica o Dr. Antônio Cabral. “Os produtos são semelhantes, mas é difícil compará-los para utilização em gestantes, pois o ácido fólico já foi bastante testado, com absorção, dosagem e efeitos comprovados. Teoricamente, o metilfolato teria ação semelhante, mas na prática não existe nenhum estudo publicado ou em andamento, que comprove isso”, explica o obstetra.

“Na obstetrícia, precisamos de cautela e segurança. Não se altera uma indicação de medicação sem a confirmação de que ela é realmente mais eficiente. O ácido fólico continua tão eficaz como sempre foi. Utilizado com segurança há meio século, ele proporciona excelentes resultados para proteção do feto. Não existe nenhum motivo científico para buscar outra solução”, ressalta o dr. Cabral.

Como evitar as fake news – Uma das maneiras mais seguras de confirmar qualquer informação relacionada à saúde é verificar a recomendação das sociedades, federações e órgãos governamentais. “Nenhuma sociedade de obstetrícia no mundo alterou sua indicação sobre o ácido fólico. FDA (EUA), EMA (UE) e FEBRASGO (BR), entre outras, não substituíram o ácido fólico por metilfolato”, informa o especialista da Unifesp e UFMG.

A preocupação da classe médica com as fake news sobre a indicação de metilfolato para as grávidas também está relacionada aos possíveis problemas causados pela dosagem incorreta. As sociedades mundiais indicam 400 microgramas de ácido fólico por dia. Isso significa que, com a ingestão dessa quantidade, a probabilidade de obtenção dos resultados desejados são maiores, assim como também são menores as chances de problemas pela falta ou superdosagem. “Em relação ao metillfolato, não é possível definir a quantidade adequada, pois ainda não se sabe quanto é absorvido pelo organismo nem qual sua ação. Isso ocorre devido à falta de estudos”, explica o dr. Cabral.

“Há diversas questões que nos impedem de considerar o metilfolato como uma possibilidade efetiva para gestantes. Ele é essencial em outras classes terapêuticas, mas quando o assunto é o futuro de milhares de crianças, a única indicação recomendada é o ácido fólico”, enfatiza o especialista.

O Dr. Antônio Cabral recomenda que os pacientes falem com os seus médicos sobre o que leem ou recebem pelas mídias sociais. Os médicos, por sua vez, como fontes confiáveis, devem recorrer às instituições para confirmação das notícias antes de mudar qualquer indicação, evitando assim reforçar a divulgação de uma notícia falsa, que pode colocar em risco a saúde dos pacientes. 

O Ministério da Saúde possui canal especifico para esse tipo de atendimento, o Saúde Sem Fake News. O WhatsApp é (61) 99289-4640.


Roer unhas: mania que pode prejudicar sua saúde bucal



Apesar de parecer inofensivo, o hábito pode fazer mal aos dentes e gengiva

Roer as unhas é um hábito muito comum que afeta entre 20% e 30% da população mundial e está geralmente associada ao estresse e ansiedade. No entanto, o que muita gente não sabe é que o hábito pode influenciar também na saúde bucal. Abaixo, a Dra. Brunna Bastos, cirurgiã-dentista da GUM, marca americana de cuidado bucal, explica os principais problemas que o hábito de roer as unhas pode causar:

1.  Facilita a entrada de bactérias: muitos fungos e bactérias vivem embaixo das unhas, que quando em contato com a boca pode facilitar a entrada desses micro-organismos no corpo e contribuir para infecções.
2.  Prejudica os dentes: a pressão exercida nos dentes pode causar pequenas fraturas e inflamação na gengiva, além de prejudicar pacientes que estejam em tratamento ortodôntico, com possíveis perda de elementos dentais.
3.  Má oclusão: pesquisas indicam que há relação entre a má oclusão (quando há o desalinhamento dos dentes, no qual os superiores e inferiores se desencaixam) e o hábito de roer as unhas, gerando problemas e causando dor. “Por isso, caso haja sinal de incômodos no maxilar é fundamental consultar um profissional para obter um diagnóstico preciso e tratamento correto”, esclarece.

4.  Lesões na gengiva: os pedaços de unha roída podem provocar feridas na gengiva, aumentando o risco de inflamações e contaminações por bactérias. “Como roer unhas pode estar relacionado com problemas emocionais como ansiedade ou estresse, sendo uma forma de alívio dessas tensões emocionais, é importante que o paciente procure ajuda para a interrupção deste hábito prejudicial”, finaliza.



GUM


CFMV pede ao CRMV-AM abertura imediata de processo ético contra profissional preso na rinha de cães


O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) enviou ontem (18), ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do estado do Amazonas (CRMV-AM), ofício recomendando a abertura imediata de processo ético-disciplinar contra o médico-veterinário preso em flagrante na rinha de cães, no último sábado (14), no município de Mairiporã (SP).
 
O CFMV é contra qualquer tipo de abuso, maus-tratos e crueldade contra animais e atua para que profissionais não permitam, participem ou pratiquem esse tipo de crime (Lei Federal nº 9.605/1998). A Resolução CFMV nº 1.236/2018 afirma que o profissional que comete ou é conivente com atos de crueldade, abuso e maus-tratos aos animais deve responder por falta ética-profissional. A norma deixa claro o dever do médico-veterinário: prevenir e evitar quaisquer desses atos.
 
Além disso, o Código de Ética do Médico Veterinário (Resolução CFMV nº 1138/2016, art. 8º, incisos V e XX), afirma que é vedado ao profissional “praticar atos que a lei defina como crime ou contravenção e praticar ou permitir que se pratiquem atos de crueldade para com os animais nas atividades de produção, pesquisa, esportivas, culturais, artísticas, ou de qualquer outra natureza”.  

Vale esclarecer:

Por que o CFMV usou o termo “suspeito” para se referir ao médico-veterinário preso no local do crime?

Como o caso ainda não foi julgado pela Justiça, mesmo o profissional sendo preso no local do crime, devemos seguir os passos da lei. De acordo com a legislação brasileira (Constituição Federal, artigo 5º, inciso LV), todo acusado tem direito ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório. Por isso, é necessário aguardar o julgamento.

O CFMV é uma autarquia federal e atua como tribunal ético de segunda instância. O médico-veterinário encontrado no local do crime está inscrito no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Amazonas, jurisdição responsável pela abertura de processo ético-disciplinar para investigar o caso. 


O Sistema CFMV/CRMVs pode cassar o registro de um profissional? 

Sim. A lei e as resoluções do Sistema CFMV/CRMVs possibilitam a cassação do registro do profissional.

 
O Sistema CFMV/CRMVs pode prender o médico-veterinário? 

Não. O Sistema CFMV/CRMVs fiscaliza e normatiza o exercício dos profissionais da Medicina Veterinária e da Zootecnia e pode julgar apenas na esfera ético-profissional. A Justiça é a responsável por julgar na esfera penal. 


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