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sábado, 30 de novembro de 2019

AVC – a bomba relógio dentro do cérebro pode ser desarmada por exames preventivos laborais


O médico do trabalho, por meio de exames preventivos, pode mudar a incidência da doença, segunda maior causa de óbito no País


         O AVC (Acidente Vascular Cerebral) faz mais vítimas do que se imagina. Mais de 17 milhões de pessoas sofrem, por ano, com o entupimento ou o rompimento de um vaso que leva sangue aos neurônios. Em doze meses 400 mil brasileiros encaram o problema e desses 100 mil perdem a vida, o que faz do AVC a segunda grande causa de óbito no país, atrás apenas do infarto.

         O que faz dessa doença um grande fator de preocupação é que ela afeta cada vez mais as pessoas jovens, em plena atividade laboral. A quantidade de pessoas com menos de 45 anos que tiveram essa pane na cabeça aumentou 62% entre 2005 e 2015.

         Esses dados colocam no “colo” das empresas uma grande responsabilidade, já que por meio dos exames solicitados pelo médico do trabalho é possível sim, prevenir e conscientizar o trabalhador, sobre os riscos a que estão expostos e como podem mudar os hábitos para que não façam parte dessa triste estatística.

         Como diz a máxima já entoada pelos nossos avós, prevenir é melhor que remediar. E bem mais barato. Por isso o papel fundamental das empresas, evitando que esse trabalhador precise de um atendimento emergencial. É bom lembrar que cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, infelizmente, ainda não implementaram completamente o protocolo contra o AVC, por conta do tamanho e da complexidade de operar um sistema tão veloz em metrópoles gigantescas e cheias de desigualdades.

         Para Ricardo Pacheco, médico, gestor em saúde e diretor da MGP Saúde (que operacionaliza o plano suplementar de baixo custo e alta eficiência), a detecção e prevenção no ambiente de trabalho não só traz economia para as corporações, mas principalmente salva vidas. “Dificilmente o trabalhador que tem um acompanhamento focado na prevenção vai precisar de um serviço de emergência, que por vários motivos, pode não chegar a tempo. O AVC precisa de atendimento imediato para minimizar as sequelas. Essa pressa se justifica pelo fato de que, a cada minuto sem fluxo sanguíneo em alguma região da cabeça, cerca de 2 milhões de neurônios morrem. Em uma hora, são 114 milhões de células nervosas que desligam para sempre. Com elas, inúmeras funções cerebrais são perdidas e restam sequelas para o resto da vida. Tempo é cérebro”.

         No hospital o atendimento também precisa ser a jato. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que todo o processo, do momento em que o paciente chegou na instituição até a entrada numa sala de cirurgia (se necessário), não ultrapasse os 80 minutos. “É claro que um serviço complexo como esse exige o esforço de muita gente boa e capacitada. A partir dessa premissa, o Brasil se inspirou em iniciativas bem-sucedidas nos Estados Unidos e na Europa para criar unidades especializadas em AVC por aqui. No momento, 56 hospitais estão treinados e credenciados. A meta é ter, pelo menos, 200 deles nos próximos anos”, comemora o gestor em saúde e presidente da ABRESST (Associação Brasileira de Empresa de Saúde e Segurança no Trabalho)


O que é AVC, sintomas e como identificar no início

         O AVC acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. É uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. Quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento, maiores serão as chances de recuperação completa. Desta forma, torna-se primordial ficar atento aos sinais e sintomas e procurar atendimento médico imediato.

         Existem dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes, o hemorrágico (ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia que pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico) e o isquêmico (ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos).

         O corpo dá alguns sinais que ajudam a reconhecer um Acidente Vascular Cerebral, como fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental; alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.



Fatores de risco, prevenção e diagnóstico

         Existem diversos fatores que aumente a probabilidade de ocorrência de um AVC, seja ele hemorrágico ou isquêmico. Os principais fatores causais das doenças são hipertensão, Diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso, obesidade, tabagismo, uso excessivo de álcool, idade avançada, sedentarismo, uso de drogas ilícitas e histórico familiar.

         A adequação dos hábitos de vida diária é primordial para a prevenção do AVC. E, mais uma vez, a empresa tem um papel fundamental, elaborando programas preventivos e que conscientizem seus trabalhadores da adoção de práticas mais saudáveis, como a prática de atividades físicas, adoção de hábitos alimentares mais saudáveis e a realização de exames periódicos.

         O diagnóstico do AVC é feito por meio de exames de imagem, que permitem identificar a área do cérebro afetada e o tipo do derrame cerebral. Tomografia computadorizada de crânio é o método de imagem mais utilizado para a avaliação inicial do AVC isquêmico agudo, demonstrando sinais precoces de isquemia. 



As mulheres estão morrendo menos em virtude do AVC e das doenças cardíacas

         De acordo com estudo Saúde Brasil 2018 do Ministério da Saúde, o índice caiu 11% nos óbitos por Acidente Vascular Cerebral e 6,2% por doenças cardíacas, nas mulheres entre 30 e 69 anos. No período que compreende o estudo, seis anos, o índice para AVC caiu de 39,5 para 35,2 óbitos por 100 mil habitantes do sexo feminino. Já as Doenças Cardíacas apresentaram queda de 55 para 51,6 óbitos por 100 mil. Apesar da queda, as duas doenças continuam sendo as que mais matam a população feminina entre 30 e 69 anos. Somando todas as idades (de 5 a mais de 70 anos), as doenças cardíacas, AVC, Alzheimer, Infecções Respiratórias e o Diabetes são as cinco principais causas de óbitos entre elas. Das cinco, quatro são Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT’s), as quais possuem quatro fatores de risco em comum: tabagismo, atividade física insuficiente, uso nocivo do álcool e alimentação saudável, todas elas preveníveis.

         O levantamento apontou que, na população com faixas etárias entre 30 e 69 anos e com mais de 70 anos, as doenças cardíacas isquêmicas apresentaram as maiores taxas de mortalidade em todas as regiões do país, tanto nos homens como nas mulheres. Já o AVC, ocupou o segundo lugar no ranking das principais causas de óbitos entre as brasileiras de todas as regiões e os brasileiros do Sul e Sudeste, com idades entre 30 a 69 anos.

         As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como o AVC e as Doenças Cardíacas Isquêmicas, respondem por cerca de 36 milhões, ou 63% das mortes no mundo, com destaque para as doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doença respiratória crônica. No Brasil, as DCNT também se constituem como um problema de saúde, correspondendo a 54,0% de todas as mortes, no ano de 2016. Na faixa etária de 30-69 anos, as DCNT representaram 56,1% dos óbitos.

         Para o Dr. Ricardo Pacheco a ocorrência das doenças crônicas não transmissíveis é muito influenciada pelos estilos e condições de vida. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) inclui como importantes DCNT as doenças do aparelho circulatório (cerebrovasculares, cardiovasculares), neoplasias, doenças respiratórias crônicas e diabetes mellitus. Esse conjunto de doenças tem em comum uma série de fatores de risco resultando na possibilidade de se ter uma abordagem comum para a sua prevenção, que pode e deve ser iniciada no ambiente de trabalho”.
  



MGP Saúde

Estudo para tratamento de câncer de próstata avançado segue para nova etapa em 2020


Fase III do Estudo HERO atende ao desfecho primário de eficácia e aguarda autorização para novos testes no próximo ano, com inclusão de mais pacientes


A terceira fase do estudo HERO alcançou seu objetivo primário de eficácia e todos os seis objetivos secundários em homens com câncer de próstata avançado, de acordo com os desenvolvedores do medicamento em análise.
Os resultados até o momento levaram os pesquisadores a solicitar ao FDA (Food and Drug Administration), a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, autorização para a próxima etapa no segundo trimestre de 2020. Se aprovado, pesquisadores afirmam que o medicamento se tornaria a primeira opção oral do gênero para o tratamento do câncer de próstata avançado.

O estudo clínico multinacional randomizado tem avaliado a segurança e a eficácia do medicamento relugolix oral em homens com câncer de próstata avançado sensível ao andrógeno, que necessitaram de pelo menos um ano de terapia contínua de privação de androgênio.

O relugolix é um antagonista dos receptores do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) de molécula pequena, que reduz a produção de testosterona testicular e a produção de estradiol ovariano.


O estudo

Os pacientes foram randomizados em uma proporção de 2:1 para receber uma dose única de 360 ​​mg de relugolix, seguida de 120 mg de relugolix uma vez ao dia ou injeção de depósito de acetato de leuprorrelina por 3 meses.
O desfecho primário foi alcançar e manter a supressão de testosterona nos níveis de castração (<50 ng / dL) por 48 semanas.
No geral, 96,7% dos participantes que receberam a medicação alcançaram supressão sustentada de testosterona até os níveis de castração (IC 95%, 94,9% -97,9%).

Além de outras vantagens do medicamento em comparação ao acetato de leuprorrelina, os resultados farmacodinâmicos não mostraram aumento da testosterona após o início do tratamento. Após descontinuado o uso, os níveis médios retornaram aos níveis normais em 90 dias.

Os eventos adversos mais frequentes, relatados em pelo menos 10% dos homens medicados, foram ondas de calor, fadiga, constipação, diarreia e artralgia.


Próxima fase

Cerca de 1.100 pacientes devem ser incluídos no estudo no próximo ano, incluindo aproximadamente 430 pacientes com câncer de próstata metastático. A entrada de novos integrantes ao estudo deve apoiar a análise de sobrevida livre de resistência à castração.

Novos dados são esperados para o terceiro trimestre de 2020.

Dezembro Laranja contra o câncer de pele


Dra. Juliana Chieppe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, destaca como identificar e prevenir a doença.


Tipo de câncer mais comum entre os brasileiros, o câncer de pele acomete cerca de 30% dos casos de tumores malignos no país, segundo o instituto Nacional do Câncer (INCA). Com aproximadamente 176 mil casos identificados por ano, o avanço da doença teve uma pequena redução entre 2018 e 2019, atingindo a marca de 165 mil casos catalogados.

Embora ainda pequena, essa mudança é resultado de uma série de ações que buscam conscientizar a população sobre a doença, a exemplo, do Dezembro Laranja, iniciativa criada em 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que em 2019 completa 5 anos de luta na prevenção e no diagnóstico do tumor.

Este ano a campanha ganha destaque no dia 7 de dezembro, quando 130 postos realizarão exames gratuitos. “É importante alertar para o diagnóstico e tratamento precoces, pois isso aumenta as chances de cura na maioria dos casos”, alerta a dermatologista Juliana Chieppe, membro da SBD.

“A melhor forma de evitar a doença é a prevenção. Além das medidas fotoprotetoras, como o uso do protetor solar, chapéus, óculos de sol e roupas com proteção UV, é importante ir ao dermatologista examinar pintas e sinais uma vez por ano”, recomenda a profissional.


Tipos de pele

Sobre a parcela da sociedade mais afetada pela doença, a Dra. Juliana aponta que há um predomínio nos casos relacionados ao sexo masculino, com idade avançada – acima dos 60 anos, e de pele muito clara. Em contrapartida, há um tipo específico de melanoma (acral, relacionado às extremidades), que é mais comum em pacientes negros.

“Os tipos mais comuns de câncer de pele são o carcinoma basocelular e o espinocelular; ambos apresentam altos percentuais de cura. Já o melanoma é o mais agressivo e potencialmente fatal. No entanto, quando descoberto no início, tem mais de 90% de chance de cura”, explica a profissional, que é sócia da clínica de dermatologia Sá e Chieppe, onde realiza seus atendimentos.


Mitos e verdades

Quando se trata de mitos referente à doença, Dra. Juliana ainda recomenda se atentar às crenças populares sobre o câncer de pele, que nem sempre refletem a realidade. “As pessoas creem que só se expor ao sol já é o suficiente para adquirir câncer. Realmente, as áreas mais afetadas são as mais expostas à luz solar, mas outras áreas como pés, entre os dedos, unhas, boca, vulva, ânus, vagina e pênis também podem ser afetadas pela neoplasia de pele”, destaca.

Outras pessoas acreditam que qualquer mancha que aparece na pele é automaticamente câncer, mas nem toda pinta escura é perigosa. Há também quem diga que a doença só surge a partir de um sinal, sendo que o carcinoma basocelular, tipo câncer de pele mais comum, por exemplo, não surge de sinais prévios”, complementa a Dra.

“O carcinoma basocelular não dá metástases, enquanto o espinocelular e o melanoma realmente podem se espalhar para outros órgãos, mas uma rotina regrada com um dermatologista pode facilmente indicar a doença e tratá-la com antecedência. A melhor forma de evitar a doença é a prevenção, nós conhecemos a origem da doença - que é a exposição excessiva ao sol - por isso, a conscientização é tão necessária”, finaliza.





Estudo Afip aponta exame mais promissor para câncer de próstata


Uma pesquisa preliminar desenvolvida pela Afip Medicina Diagnóstica mostra que o p2PSA pode ser um melhor marcador para a detecção de câncer de próstata


Uma nova geração de exames de sangue pode ser um importante aliado na luta contra o câncer, contribuindo para a redução de solicitações de métodos invasivos de detecção da doença e também na diminuição de custos. A Afip Medicina Diagnóstica, unidade pertencente à Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa (AFIP), desenvolveu uma pesquisa para comparar biópsias e exames p2PSA com os resultados do PSA livre e PSA Total.

A pesquisa comparou os resultados de 30 biópsias de próstata com os de 30 exames de sangue e constatou que, dos 17 casos positivos, todos poderiam ter sido indicados utilizando apenas o exame p2PSA.

O estudo foi realizado pela médica patologista responsável pelo setor de Biologia Molecular e Citogenética da Afip Medicina Diagnóstica, Ana Carolina Paniza, e pelo biomédico Guilherme Moreno, ambos sob a orientação de Marcia Feres, doutora em Ciências da Saúde e coordenadora de Desenvolvimento Científico e Estágio da Afip Medicina Diagnóstica

O PSA é a sigla para Prostate-Specific Antigens, ou antígenos específicos da próstata. Os antígenos são moléculas produzidas pela próstata e, quando há alguma alteração na glândula, é possível detectar por meio de exames de sangue. O resultado desse exame ajuda o médico na indicação de uma biópsia, que pode trazer mais informações para o paciente.


Detectando o câncer

O p2PSA apresentou uma taxa de especificidade de 87%, que é a capacidade desse antígeno indicar a presença de células cancerígenas. Os dois exames que são cobertos pelo SUS atualmente, o PSA livre e o PSA total, contam com taxas de 55% e 74%, respectivamente.

Isso se dá porque o antígeno p2PSA sofre menos alterações por fatores externos e só varia na corrente sanguínea quando há presença de células tumorais. O PSA total e o PSA livre são passíveis de diversas alterações em suas análises, pois sofrem influência de fatores como infecções locais, manipulação prostática, fumo, entre outras, que podem resultar em valores falsos positivos para câncer, levando como consequência a uma desnecessária indicação de biópsia de próstata.

Atualmente é possível unir esses três parâmetros para criar o cálculo do índice de saúde prostática (PHI, do inglês Prostate Health Index), que indica a probabilidade de um tumor de câncer de próstata. No entanto, o estudo preliminar da Afip Medicina Diagnóstica demonstrou que além do PHI, que utiliza os três parâmetros, é possível também utilizar apenas o p2PSA para a detecção do câncer de próstata. Ou seja, apenas um exame com a possibilidade de trazer o mesmo resultado que os demais.

“Com a possibilidade de exames com maior especificidade e sensibilidade e mais acessíveis, melhoraríamos o diagnóstico e o tratamento deste tipo de câncer. Isto também se refletiria na diminuição de biópsias desnecessárias e nos riscos e desconfortos de exames invasivos”, comenta a orientadora da pesquisa, Marcia Feres.

“Este é um estudo inicial, que ainda será ampliado, mas já nos sinaliza a possibilidade de que, no futuro, o exame de sangue para a detecção do câncer de próstata possa ser atualizado, utilizando apenas um biomarcador, como o p2PSA”, comenta Guilherme Moreno.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que o câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Mais de 68 mil casos da doença são esperados até o final de 2019.



Afip Medicina Diagnóstica

Cuidados Paliativos reduzem sofrimento e melhora qualidade de vida de pacientes com doenças graves e sem possibilidade terapêutica de cura


Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 40% milhões de pessoas precisem deste tipo de tratamento no mundo, que é considerado direito humano

 Ter o diagnóstico de uma doença grave e sem possibilidade terapêutica de cura sempre provoca muito sofrimento físico e psicológico, afetando também todas as pessoas próximas do paciente, seja seus familiares ou amigos. Considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um direito humano, a abordagem de Cuidados Paliativos é indicada justamente para esses casos.  O tratamento tem como finalidade melhorar a qualidade de vida do paciente no final da vida.
 “O foco do tratamento passa a ser o doente e não mais sua doença.  A preocupação é controlar os sintomas que possam causar desconforto no paciente, proporcionando a ele melhora na qualidade de vida e um processo de terminalidade digno, do ponto de vista físico, emocional, social e espiritual, estendendo ainda o olhar sobre a família e cuidadores”, conforme explica a médica paliativista Ana Rosa Humia, coordenadora do programa de Cuidados Paliativos da S.O.S. Vida.
Embora as primeiras iniciativas sobre Cuidados Paliativos no Brasil sejam dos anos 70, somente nos últimos 10 anos a prática começou a ganhar maior espaço nas instituições de saúde. Atualmente, a OMS estima que cerca de 40 milhões de pessoas precisam deste tipo de tratamento em todo o mundo, mas apenas 14% delas recebem essa assistência, seja nos hospitais ou na Atenção Domiciliar (Home Care).
Acolhimento - Estudos apontam que cerca de 70% das pessoas com doenças graves e sem possibilidade de cura preferem morrer em casa, ao lado de familiares, em vez dos ambientes das UTI´s.  Mas para isso, às vezes, é preciso que o paciente seja assistido por um serviço de Home Care, que oferece o suporte profissional e medicamentoso. O paciente tem mais empoderamento no seu lar, já que pode controlar junto com a família as decisões sobre como será a sua assistência.
 “Existem muitos mitos em torno da morte. Também percebemos uma ‘institucionalização da morte’, onde tornou-se comum permanecer até os últimos momentos de vida dentro de um hospital. Contudo, o paciente dá uma outra resposta ao tratamento quando está em casa ao lado dos familiares, escutando as vozes das pessoas, sentindo o cheiro da comida que vem da cozinha, reconhecendo as rotinas do seu lar”, acrescenta a médica paliativista.
Além de tratar os sintomas físicos, o Cuidado Paliativo também é realizado do ponto de vista emocional, garantindo ainda um olhar sobre a família e cuidadores. Para isso, a assistência é fornecida por uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistente social e alguns casos outros profissionais como fonoaudiólogo e fisioterapeuta.
 "Essa é a equipe base que irá trabalhar tendo em mente o conforto da dor total, que inclui a física, social, emocional e espiritual. Tanto do paciente quanto dos seus familiares, que também são impactados pelo processo de adoecimento. Fornecemos o suporte para que eles lidem com o sofrimento e que entendam que a morte é um processo natural da vida", ressalta psicóloga da S.O.S. Vida Cláudia Cruz, também especialista em Cuidados Paliativos. Os profissionais de psicologia fazem o acolhimento e escuta do paciente e seus familiares, estimulando que eles avaliem a condição e reflitam sobre possíveis conflitos e como querem passar por esse momento.
Iniciado em 2010, o programa de Cuidados Paliativos da S.O.S. Vida conquistou em outubro desse ano, o certificado de distinção da Joint Commission Internacional (JCI), sendo a única empresa de Home Care da América Latina a receber esse reconhecimento. Considerada uma das mais rigorosas instituições certificadoras na área da saúde em todo mundo, a certificação da JCI atesta que o programa oferece um nível de excelência de atendimento seguindo padrões internacionais.

Relatório do PL que muda o Código de Trânsito é divulgado e médicos comemoram maior rigor na exigência da “cadeirinha” para crianças.


O relatório final da Comissão Especial que analisou o Projeto de Lei 3267/2019, que estabelece mudanças no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), foi divulgado nesta quarta-feira (27), pela Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). O parecer do relator, deputado Juscelino Filho (DEM-MA), foi disponibilizado no sistema interno da Casa, com abertura de prazo de cinco sessões para apresentação de emendas. A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), que tem acompanhado de perto as discussões sobre o tema, acredita que o texto contemplou importantes reinvindicações dos médicos que atuam na área e informa que seguirá atenta aos desdobramentos no Congresso Nacional. 

Até o momento, dois pontos foram dados como certos: maior rigor na exigência do uso da chamada cadeirinha para o transporte de crianças e a aplicação de multa aos motoristas infratores. Ao contrário da proposta encaminhada para o Congresso, o deputado Juscelino Filho (DEM-MA) se posicionou favorável a tornar a norma mais rígida ao propor em seu parecer que as cadeirinhas sejam obrigatórias para crianças com até dez anos ou 1,45 m de altura. Segundo o PL, transportar esses menores sem o dispositivo será considerada infração gravíssima, com aplicação de multa e suspensão do direito de dirigir. Foi ampliada ainda a idade mínima para transporte de crianças em motocicletas, de sete para dez anos.

A manutenção da obrigatoriedade da cadeirinha no CTB era defendida pela Abramet desde o anúncio da proposição de mudanças pelo Governo. “Sobre o transporte seguro de crianças, tivemos uma vitória impressionante. Nossa Associação atuou de modo firme junto ao Parlamento. Em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), produzimos dados e informações importantes para subsidiar a análise da proposta. A proteção das crianças era apenas um dos tópicos”, destacou Antônio Meira Júnior, um dos diretores da Associação. 


Segurança – Na avaliação de Antônio Meira, “nesse processo, nos impressionou a forma como o relator conduziu o processo dentro da Comissão. Nos debates, ficou evidente sua postura em tomar decisões que têm como foco a preservação da vida e da segurança no trânsito. Esperamos que essas teses, apoiadas pela Abramet, o CFM e a SBP, prosperem no Congresso Nacional”. 

A Abramet acompanhou de perto a tramitação do PL nº 3267/2019 na Comissão Especial que tratou do tema da Câmara dos Deputados, onde terá votação terminativa (não passará por outras Comissões) antes de ser encaminhado ao Senado Federal. Durante cinco meses, a entidade participou de todas as audiências públicas e contribuiu com o debate em torno do Código de Trânsito Brasileiro. 

Foram apresentados documentos e estudos científicos, além de dados estatísticos para demonstrar a necessidade de manter o rigor no trânsito no Brasil. Dirigentes da entidade visitaram parlamentares e ministros do governo federal para mostrar os riscos do projeto. “Fizemos um trabalho intenso de esclarecimento e defesa de medidas para melhorar a proposta, levando à Comissão Especial e ao relator dados estatísticos e científicos para mostrar a importância de uma legislação rigorosa para o trânsito”, diz Juarez Monteiro Molinari, presidente da Abramet. Conforme destacou: “cuidar do trânsito é defender a vida do cidadão e o relator compreendeu nossa mensagem”. 


Risco – Dados epidemiológicos confirmam o efeito positivo do uso de cadeirinhas e outros dispositivos específicos para o transporte de crianças. Após o advento dessa exigência, em 2008, menos crianças têm sido levadas à internação ou morrido por conta de acidentes de trânsito. Essas constatações reforçam a posição dos críticos ao Projeto de Lei 3267/2019, enviado pela Presidência da República ao Congresso Nacional, e que prevê, em um de seus artigos, o fim das penalidades aos condutores que deixarem de observar essas regras. 

Pelos números oficiais, desde que a cadeirinha passou a ser obrigatória, com previsão de multa e inclusão de pontos na carteira dos infratores, o número de crianças com até nove anos internadas em estado grave após se envolverem em acidentes de automóveis caiu um terço nos últimos oito anos. No mesmo período, também houve queda de quase 20% na quantidade de vítimas fatais, nesta faixa etária. 

Os números foram analisados por uma parceria entre Abramet, CFM e SBP. As entidades encaminharam os resultados para análise da Comissão Especial criada no âmbito da Câmara dos Deputados para analisar a proposta. “As informações falam por si só. Os dados oficiais, que saíram das bases do Ministério da Saúde, permitem verificar os efeitos positivos da Resolução nº 277, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Trata-se de uma regra fundamental para aumentar a segurança nas vias e rodovias e, sobretudo, para proteger a vida e a saúde das crianças com menos de dez anos de idade”, ressaltou a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, uma das críticas à proposta. 

O tema mereceu o repúdio das entidades que, logo após o anúncio do PL, divulgaram nota externando preocupação com o fim das punições aos condutores que não transportemos menores em cadeirinhas de segurança. “Estes equipamentos foram projetados para dar mais segurança aos usuários em casos de colisão ou de desaceleração repentina. Conforme mostram os números, eles têm sido fundamentais para salvar milhares de vidas ao longo destes anos”, destacou Flávio Adura, um dos autores da Diretriz Médica “Segurança no Transporte Veicular de Crianças”. 


Registros – Um dado que chamou atenção é que a queda no volume de registros de morbidade e mortalidade envolvendo crianças tem sido inversa ao tamanho da frota de veículos no País, que cresceu cerca de 50% entre 2010 e 2018 (de 37,25 milhões para 54,7 milhões). Na década anterior à imposição das cadeirinhas (2008), em média 944 crianças ocupantes de veículos eram internadas todos os anos. Nos dez anos seguintes, essa média baixou para 719, o que representa uma redução de 24%. 

A mesma tendência tem sido observada entre os óbitos nesta população, mesmo após a internação. Antes da Lei da Cadeirinha, em média 37 crianças morriam por ano em decorrência da gravidade dos acidentes de trânsito, apesar dos cuidados recebidos nos hospitais da rede pública. Ao longo da última década, no entanto, o saldo de óbitos baixou para 25, tendo sido registrado no último ano da série 18 episódios desta natureza. 

Quando se avaliam o total de mortes registradas no local do impacto, a queda se mantém. Também no período analisado pelas entidades médicas, de 2010, data de vigência da resolução do Contran, até 2017, a queda foi de 19% (de 346 para 279 óbitos). Só no primeiro ano de validade da Lei da Cadeirinha, de 2010 a 2011, a diferença nas mortes foi de 22%. 

De 1996 a 2017, o Brasil registrou no total 6.363 óbitos de crianças menores de dez anos dentro de algum tipo de veículo automotor. Mais da metade desses casos (53%) envolviam crianças entre zero e quatro anos de idade. Segundo Luciana Rodrigues Silva, o uso desses dispositivos, quando usados corretamente, reduzem em até 70% o risco de morte em caso de colisão. 

“Os dados revelam quão preocupante e perigosa é a proposta encaminhada ao Congresso Nacional pela Presidência da República, que prevê apenas punição com advertência por escrito aos motoristas que transportarem crianças sem cadeirinhas ou assentos adaptados”, alertou Juarez Molinari. 


Cartilha – Como parte dos esclarecimentos e de sensibilização dos parlamentares e da população sobre a importância das cadeirinhas para as crianças, Abramet, CFM e SBP ainda lançaram uma cartilha específica sobre o tema. O livreto “Medicina de Tráfego: transporte seguro de crianças em veículos automotores” ajuda pais e responsáveis a entenderem exatamente o que fazer na hora de levar os pequenos para passear. 

De acordo com números levantados pelo CFM, Abramet e SBP, a exigência do uso de cadeirinhas, conforme previsto no atual Código Nacional de Transito (com aplicação de multa e penalidade aos infratores), reduziu em 33% o número de crianças vítimas de acidentes de trânsito no Brasil. Em 1998, o SUS registrou 1360 internações de crianças de 0 a 9 anos de idade, 20 anos depois, em 2018, o número de vítimas caiu para 549. O total de mortes nesse segmento também caiu nesse intervalo: de 346 para 279. 

A cartilha lançada faz um contraponto didático à polêmica iniciada. Ela traz dicas e orientações para garantir a segurança de crianças, incluindo desde orientações sobre o uso adequado das cadeirinhas, os critérios que têm que ser observados pelos responsáveis até os riscos do airbag frontal, dispositivo desenvolvido para a proteção de adultos, mas que, em alguns casos, pode ser perigoso para crianças. 

Para elaborar o conteúdo da cartilha, as entidades médicas contaram com a ajuda de reconhecidos especialistas em Medicina de Tráfego, assim como com orientações do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ambas as entidades dispõem de resoluções que orientam sobre a utilização das cadeirinhas e também estabelecem parâmetros para evitar vítimas de acidentes de trânsito.

Infância Roubada


 


Vídeo lançado no próximo dia 5 de dezembro traz memórias de pais e filhos separados pela política de combate à hanseníase


A Defensoria Pública da União (DPU) lança, na próxima quinta-feira, 5 de dezembro, na 324º Reunião do Conselho Nacional de Saúde (CNS), o vídeo “Infância Roubada – Memórias de filhos separados dos pais atingidos pela hanseníase”. Produzida com o apoio do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas Pela Hanseníase (Morhan), a peça audiovisual faz um retrato das consequências da política pública de combate à doença em vigor até meados dos anos 1980, que forçou a separação de famílias inteiras.

Para contar essa história, a equipe da DPU visitou a antiga Colônia Santa Isabel, em Betim (MG), e arredores, a fim de resgatar as memórias dos filhos dos ex-internos. A colônia é apenas um dos vários centros de internação compulsória que se espalharam pelo Brasil entre 1923 e 1986.

A política oficial da época não respeitou as famílias de pessoas internadas forçadamente. As crianças que nasciam dentro das colônias eram imediatamente separadas de suas mães e seguiam destinos não autorizados e muitas vezes desconhecidos por seus pais biológicos. Além disso, há relatos de que os descendentes de internos das colônias sofreram diversos tipos de abuso, tendo sido ainda vítimas de adoções irregulares.


Reparação

Mesmo após o fim da política de segregação, nunca houve por parte do Estado brasileiro qualquer reparação que visasse a melhorar a qualidade de vida dos milhares de “filhos separados”. Embora o país já tenha reconhecido os danos causados às pessoas internadas compulsoriamente, seus filhos permanecem sem qualquer amparo.

Em defesa deles, a Defensoria Pública da União propôs ação civil pública (ACP 69995-68.2015.4.01.3700 - 6ª Vara Federal/SJMA) para pedir, entre outras coisas, que a União implemente política voltada à identificação e manutenção de acervos documentais de educandários, creches, orfanatos, asilos, preventórios e hospitais destinados à recepção e manutenção de crianças separadas compulsoriamente de seus pais. Pede também que seja elaborada política de atenção à saúde física e mental dessas pessoas, de forma a minorar as consequências do rompimento de vínculos familiares, e a criação de um sistema nacional para cruzamento de dados dos filhos e pais separados, a fim de permitir a reunião daqueles que tiveram laços familiares rompidos. A ação corre na 6ª Vara Federal do Maranhão.






Serviço

Lançamento do vídeo “Infância Roubada – Memórias de filhos separados dos pais atingidos pela hanseníase”

Data: 5 de dezembro de 2019
Horário: 18h30
Local: Conselho Nacional de Saúde, Plenário Omilton Visconde. Ministério da Saúde, Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo B, 1º andar, Brasília/DF



Roberto Brant avalia perspectivas da economia brasileira até 2022 na IBE Conveniada FGV


Ex-ministro da Previdência está otimista com relação à recuperação da economia brasileira, mas avalia que muitas mudanças ainda precisam ser feitas pelo governo


Na última quinta-feira (28), aconteceu o 30º CEO Insights sobre “Cenários Econômicos para o Brasil 2020-2022” com a participação de Roberto Brant (professor e advogado, ex-ministro da Previdência e Assistência Social, no governo Fernando Henrique Cardoso e deputado federal por cinco mandatos), Paulo Brant (vice-governador de Minas Gerais) e Tiago Ulisses (deputado estadual em Minas Gerais). O evento reuniu mais de cem empresários e representantes políticos de várias cidades e estados brasileiros, especialmente da Região Metropolitana de Campinas, no auditório da IBE Conveniada FGV, em Campinas.

Roberto Brant iniciou o painel afirmando que, para pensar no futuro da economia brasileira, é preciso primeiro fazer uma reflexão crítica sobre os últimos 40 anos. “Nas últimas décadas, no auge do desenvolvimento econômico, o Brasil deixou der ser um dos países mais pobres do mundo. A renda por habitante praticamente dobrou. Isso é inquestionável”, disse.

Porém, o advogado ressaltou que o peso do governo brasileiro ainda é excessivo na economia e isso precisa ser modificado com urgência. “Os gastos públicos representam 40% do PIB e o poder regulador do Estado também é muito grande. Isso não é cenário de um país emergente.”

Além do tamanho do Estado, a economia fechada também segurou o crescimento do Brasil nas últimas décadas. “A indústria ficou defasada e cresceu muito menos do que as outras que se beneficiaram da abertura da economia”, enfatizou Roberto. “E, ainda hoje, a abertura é mais retórica do que real.”

Ele lembrou que até 1998, o Brasil tinha pouca capacidade para ampliar suas importações, com inflação alta e várias crises cambiais. “Tínhamos uma taxa de juros tão alta que não é possível imaginar, e que quase quebrou até o real. Hoje, com taxa de juros normal e estabilizada, não sabemos o que vai acontecer”, disse.


O cenário atual

Roberto destacou tudo o que acha positivo, atualmente, para traçar cenários futuros. “Temos uma inflação baixa e isso é duradouro. A inflação caiu no mundo inteiro e daqui a 3 ou 4 anos estará do mesmo jeito. Pela primeira vez em nossa história, temos juros normais. Isso vai provocar uma migração de ativos financeiros e haverá uma corrida de investimentos nos setores produtivos. No primeiro trimestre do ano que vem, as pessoas vão parar de só olhar e esperar e vão começar a investir.”

Ele classificou a recente Reforma da Previdência como positiva e audaciosa. No entanto, ele destacou que não se pode esquecer das milhares de pessoas que não têm previdência no país. Além disso, o mercado de trabalho e as formas de contratação estão mudando rapidamente e isso afeta a Previdência. “Hoje, a arrecadação da Previdência baseia-se na relação empregador e empregado, na qual o empregador contribui com 30% e o empregado com 70%. Mas hoje há muita informalidade, além de 13 milhões de desempregados e outros tipos de relação de trabalho. Ainda não temos solução para isso.”

O palestrante classificou como promissoras duas promessas do governo atual: a abertura comercial e a redução de subsídios. “Num primeiro momento, o Estado precisa abrir espaço para a economia crescer. Porém, no futuro, ele deve voltar a crescer para mediar, por exemplo, as relações de trabalho. O mercado de trabalho está mudando muito rápido e a tecnologia causa mudanças e rupturas. Além disso, temos uma sociedade com 10% de ricos e 90% de pobres. Se o governo não interferir, a sociedade vai ficar muito quebrada”.


Agenda política ultrapassada

O palestrante enfatizou que a agenda política do atual governo é ultrapassada porque separa as pessoas. “Hoje há muita polarização política no Brasil. As pessoas estão presas a ideias conservadoras, defendendo-as sem pensar no que é realmente importante. Isso é negativo, porque a realidade atual é disruptiva e precisamos nos adaptar às mudanças constantemente. Além disso, estão dando atenção excessiva para coisas que podem ser mudadas ao longo do tempo.”


Futuro

Apesar de demonstrar otimismo com o cenário econômico brasileiro atual, com taxa de juros normal e inflação baixa, Roberto afirmou que é preciso gerar emprego em ritmo mais acelerado, ou a economia vai se arrastar por muito tempo e permanecer estagnada. “O Brasil vai crescer de 1 a 2% ao ano até 2022. Isso representa 0,3% de recuperação da renda per capita da população. Isso é insuficiente para melhorar a vida do brasileiro”, destacou.


Sugestão para impulsionar a economia

“Nos próximos anos, o governo precisa puxar o investimento em infraestrutura, como habitação e construção civil. Se isso não acontecer, a economia não vai deslanchar. É preciso que seja feito um investimento inicial para que seja gerada demanda para o setor produtivo”, avaliou Roberto.


Painel

Depois da palestra de Roberto Brant, ele participou de um painel com Paulo Brant e Tiago Ulisses, que responderam às perguntas dos empresários.
Paulo Brant disse que a queda de juros atual é sustentável e natural. “Esse é um fenômeno semelhante ao plano real e nos deixa muito otimistas. O governo precisa acompanhar a economia 4.0, além de prestar menos atenção na turbulência e procurar se adaptar”, afirmou.

Já Tiago Ulisses focou sua fala na necessidade de uma boa Reforma Administrativa. “A Reforma Administrativa tem um peso muito grande nos Estados. É preciso administrar melhor os gastos em saúde, educação e segurança. Os gastos públicos precisam ser repensados de forma urgente”, destacou.


Lançamento de livro

No final do encontro, foi lançado o livro “Organizações Transgênero – O futuro das organizações e as organizações do futuro”, escrito por João Delpino, Carlos Pessoa e Paulo Vasconcellos Filho. Todos os participantes ganharam um exemplar.

Delpino explicou que o livro encoraja as organizações a se adaptarem ao mundo em constante transformação. “As empresas precisam aprender a assumirem mais riscos. Antigamente era fácil planejar o futuro, mas hoje isso acabou. Temos que aprender a viver em eterna mudança”, disse o coautor do livro.


O que é o CEO Insights

Criado em 2013 por ex-alunos do programa CEO FGV, é uma ação que reúne CEOs e altos executivos, cujo propósito é estimular o debate de interesses comuns entre os tomadores de decisão das principais empresas e organizações no Brasil. Com um intenso networking e troca de experiências, os encontros promovidos pelo grupo trazem temáticas em evidência no universo corporativo, pensadas para contribuir com a evolução do seu ecossistema.





IBE Conveniada FGV


Sistema de propulsão por GNL do flagship Costa Smeralda, da Costa Cruzeiros, é aprovado com sucesso


Costa Cruzeiros conclui os testes técnicos em mar do sistema de propulsão por GNL (Gás Natural Liquefeito) instalado no navio Costa Smeralda. A inovação irá garantir à indústria de cruzeiros uma redução significativa em impacto ambiental; O primeiro cruzeiro do Costa Smeralda parte de Savona (Itália) em 21 de dezembro de 2019


O flagship Costa Smeralda, da Costa Cruzeiros, concluiu com êxito os testes técnicos no mar de seu sistema de propulsão por GNL (Gás Natural Liquefeito). Movido com o combustível fóssil mais limpo do mundo, o Costa Smeralda representa uma inovação real para a indústria de cruzeiros. 

O Costa Smeralda é o primeiro navio de cruzeiro de bandeira italiana e o segundo no mundo a usar esse tipo de combustível tanto no porto quanto no mar, garantindo assim um baixo impacto ambiental. O primeiro no mundo foi o navio AIDAnova, que também pertence ao Grupo Costa. O GNL permite a eliminação total nas emissões de dióxido de enxofre e de material particulado e uma redução significativa de óxido de nitrogênio e CO2. 

O novo sistema de propulsão por GNL do Costa Smeralda passou por uma série de testes no mar desde a semana passada. Foram verificados o correto funcionamento dos equipamentos e motores. 

“O abastecimento de navios de cruzeiro com GNL é uma inovação na qual fomos os primeiros a acreditar quando encomendamos o Costa Smeralda há cinco anos. Nos tornamos um exemplo para o setor que, por sua vez, já foi replicado por outras empresas. É uma tecnologia segura e confiável, e que atualmente é a solução mais eficaz e viável para garantir uma redução significativa no impacto ambiental dos navios de cruzeiro no porto e no mar”,  declara Neil Palomba, presidente Global da Costa Cruzeiros. 

Finalizados os testes no mar, o navio retornou ao estaleiro Meyer Turku, na Finlândia, para a conclusão das áreas internas. O primeiro cruzeiro do Costa Smeralda parte de Savona no dia 21 de dezembro de 2019. O itinerário, que será repetido até 16 de maio de 2020, inclui Savona (sábado), Marselha (domingo), Barcelona (segunda-feira), Palma de Maiorca (terça-feira), Civitavecchia/Roma (quinta-feira) e La Spezia (sexta-feira).

A inovação do gás natural liquefeito está atrelada a outras inovações tecnológicas a bordo, projetadas para reduzir ainda mais o impacto ambiental do navio e fazer do Costa Smeralda uma verdadeira "cidade inteligente" itinerante. 

O navio pode produzir diariamente a água necessária para o uso a bordo, convertendo diretamente a água do mar, e ainda irá minimizar o consumo de energia por meio de lâmpadas LED. O Costa Smeralda também está apto para recuperar o calor produzido pelos motores; conta com elevadores de última geração; e representa o compromisso da companhia em reduzir continuamente o consumo de plástico a bordo. Além disso, a forma como o casco do Costa Smeralda foi desenvolvido possibilita a diminuição significativa de atrito com a água do mar. 

Os projetos de economia circular também serão estimulados no Costa Smeralda, onde haverá a coleta e a reciclagem de 100% dos materiais como plástico, papel, vidro e alumínio. O flagship irá dedicar grande atenção ao tema da alimentação por meio do programa 4GOOFOOD, que visa diminuir o desperdício de alimentos e recuperar os excedentes para fins sociais. No Restaurante LAB - Laboratório de Sabor, espaço que convida o hóspede a preparar sua própria refeição, os alimentos não utilizados durante o processo serão revertidos no campo da sustentabilidade alimentar. 


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